Summer escrita por Elizabeth Stark


Capítulo 1
Heated




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Quando fui buscar Rose na biblioteca, ela estava lendo um exemplar que eu considero completamente idiota sobre um amor entre sereianos. Aqueles livrinhos bem toscos mesmo, infantis, que tem no mínimo vinte páginas. Mas eu sei que mesmo ela o tendo lido umas vinte vezes, ela o buscava sempre quando havia algo errado. Porque Rose era assim: quando seus problemas voltavam, ela tinha meio que um processo de –volta – a - infância para tentar fugir das coisas. Mas até lendo o livro mais estúpido do mundo, ela ficava absurdamente linda pelo fato de seus cabelos serem incrivelmente sexy.

Parecia uma ótima idéia tira-la da biblioteca e ir a sala precisa e fazer tudo que temos direito, mas ela sempre insiste em ficar mais um pouco. E por isso continuou fazendo sacrifícios para a ruiva mais teimosa do mundo e mesmo inconsciente, acho sempre acabarei fazendo.

Mas me aproximei dela, de forma bem lenta, não querendo interromper a leitura logo de cara e pega-la desprevenida. Tapei seus olhos com minhas mãos e ela levou um sustinho antes de largar o livro e tocar nelas. Ela massageou-as um pouco e depois disse meu nome. Não sei como ela sabia, mas, senti meu peito inflar de orgulho depois disso. Porque eu tenho certeza que se fosse qualquer uma, até mesmo minha ex-namorada Diandra Prince, nunca seria assim, ela não saberia. Não saberia.

Por essa e outras razões mais importantes, Rose nunca me pareceu à escolha tão certa.

– Como sabia que era eu? – Eu perguntei surpreso mesmo sabendo que isso não era surpresa nenhuma.

– Você tem um calo perto do dedo anelar, se não é óbvio. – Ela respondeu depois de rir de um jeito que eu considero muito fofo e raro, porque desde que começou a sair comigo, os sorrisos irônicos ganharam dos outros e se tornaram cada vez mais freqüentes.

– Ah, odeio ele. – Eu brinquei e sorri de volta. Não esperei ela levantar e a beijei.

Em um único movimento ela se levantou, retribui o beijo e me abraçou. Quando nossas bocas se separaram, ela pegou minha mão e beijou. Me senti um idiota porque na verdade eu deveria fazer isso. Mas acontece que Rose tem um fraco por mãos e essa era sempre a parte que ela olhava quando conhecia alguém. Eu já reparava nos cabelos e coisa e tal...

Mas quando eu estava perto dela, ‘tudo’ era o que eu olhava primeiro. Rose era do jeito certo, assim, inteira.

– Quer sair daqui? – Eu afoguei a mão que ela tinha beijado em seu cabelo e perguntei antes que a mulher da biblioteca tirasse a nossa paciência.

– Na verdade, quero conversar um pouco com você. Tudo bem? – Claro que eu tinha estranhado o tom de voz, ha. São situações que me levavam ao desespero sempre que ela escolhia o tom de voz certo e suave. O ‘piloto de voz automático’ dela é exatamente igual ao da mãe dela.

– Ok. – Peguei uma cadeira e me sentei perto dela sem fazer muito barulho.

– Scorpius, você realmente gosta de mim? – Eu não resisti ao impulso de girar os olhos. Porque, afinal, conversas assim, principalmente desse tema, resultavam em brigas e greves de sexo, claro que da parte dela e eu, só queria curtir nosso tempo juntos – Não me olhe assim, Scorpius! É sério. É só que, sabe o que está acontecendo? Eu não agüento mais essas garotas dizendo que nunca vou ser bonita o suficiente para você. Ouvir isso é maçante e...

Ela se empolgou demais no tom de voz e fomos expulsos da biblioteca, mas Rose teve o cuidado de levar a porra do livrinho consigo.

No corredor vazio, gelado e escuro eu tomei a palavra antes dela:

– Rose, entenda de uma vez por todas que eu vi algo em você que não vi nelas. E não apenas por esse “algo”. É você, entende? Você é mais do que eu preciso, você se ajusta em mim. Eu não me sinto um peixe fora água no nosso relacionamento como era... bem, com elas. – Ela pareceu refletir por um momento e eu nunca tinha sido tão brilhante com as palavras ao ponto de fazê-la se calar. Mas acontece que as coisas que vem lá de dentro, elas sempre vem mais confiantes.

– Scorpius, desculpa...eu me sinto tão insegura. Primeiro foi minha família e depois elas que já foram minhas amigas e...

– Foram, Rose. Agora você tem a mim. – Se fosse qualquer uma teria se derrubado em lágrimas, mas era Rose que se recompunha em três segundos de algum choque emocional.

– Ok. Você está certo. Me desculpe. Não precisamos mais conversar sobre isso. – Eu de fato sabia que ela tinha engolido um abismo pra dizer isso. Ela estava internamente vencida. Mas não disse mais nada, o que foi um alívio.

Nos beijamos de forma rápida como despedida e a deixei no caminho de seu dormitório.

Eu sabia que o assunto mal estava resolvido ou terminado. Porque ela sempre fora muito apegada às amigas e agora isso. Depois da raiva repentina, eu entendia seu ponto de vista. Quando embarcara em Hogwarts e conhecera novas pessoas, ela praticamente abandonou suas primas por elas. E agora, ela pagava um preço alto e solitário por isso. Mas ela tinha a mim! Eu sei que faz uma puta falta amizades femininas, mas eu também conseguia ser uma ótima companhia e coisa e tal. Até Alvo e o irmão ajudaram também.

Quando eu entrei no dormitório e antes mesmo de começar a falar, Scott e Alvo gozaram da minha cara – de provavelmente cachorro sem dono que eu estava.

– Já sabemos! Não precisa dizer nada. Outra briga com a Rose e blá blá blá. – Scott caçoou assim que me viu enquanto saia do banheiro enrolado em uma toalha.

– Quase isso. – Me deitei na minha cama.

– Porra, eu deveria ganhar pontos por isso. Além de leitor de expressões faciais consigo adivinhar o futuro.

– Uau, Russell, isso explica o desastre que você é em Adivinhação. – Alvo ironizou quase cuspindo seus sapos de chocolates da boca.

– Pelo menos tiro notas boas, Potter.

– Porque a Sibistra quer seu corpo nu. – Ele se referiu a Sibila nossa sinistra professora de Adivinhação.

– Idiota. – Xingou Scott.

E sim, eles são sempre assim.

– Que merda! Da pra se vestir, cara? – Eu perguntei visivelmente irritado. Porra eu quase discuti com minha namorada, quase, mas conta também, poxa.

– Tá. Agora vamos falar da sua briguinha com Rose. Espera, não fala. Eu vou adivinhar – o babaca colocou o dedo indicador no meio da testa ao mesmo tempo em que fechava os olhos e, pelado – Vocês brigaram porque você não consegue satisfazer as necessidades sexuais dela?

– Porra, minha prima! – Alvo esbravejou jogando um travesseiro em Scott.

– SERÁ QUE PODEMOS CONVERSAR? – Agora era minha vez de esbravejar porque eu queria uma vez na vida apoio desses vagabundos.

– Calma, Malfoy. Vamos fingir que Russel é adulto suficiente para participar dessa conversa. Agora, continue, por favor. – Quem tomou as rédeas da situação foi Alvo dando um apoio legal.

– Eu fui buscar ela na biblioteca e ela estava lendo aquele livro estúpido que eu tenho vontade de rasgar – Alvo assentiu e Scott tentava vestir um pijama– então ela queria conversar, porém, eu planejava algo diferente.

– Ou sacana. – O boçal de pijamas de disse.

Suspirei e terminei a história que uma vez verbalizada nem parecia tão grave assim ao ponto de pedir ajuda a eles. Mas com Rose, as coisas sempre conseguiam parecer mais sérias, dispostas a mudar completamente meu ponto de vista com relação ao resto do mundo.

Então eu me joguei na cama e passei as mãos nos cabelos um jeito de mostrar irritação que praticamente todos os homens faziam. Eles me encaram: Scott mais por tédio e Alvo tentando ajeitar a situação.

– Olha, sinceramente acho natural a Rose se sentir insegura quanto a isso. Scorpius olha as suas ex- namoradas, por Merlin. Todas pareciam bonecas de porcelana prontas para a capa da revista de Quadribol feminina...

– Mas ela não entende que é diferente! Eu não consigo encontrar outra forma de dizer para que ela finalmente entenda. – Eu suspirei meio triste, meio cansado, meio derrotado.

– Tenta provar. – Acho que foi a única coisa produtiva e que poderia ser usada de alguma forma que Scott disse para apoiar alguém.

– Bom argumento, Scott. Depois colamos uma estrelinha na sua testa! Mas voltando ao Malfoy, cara, sua última namorada foi Diandra Prince. Vocês namoraram por dois anos e você até perdeu sua virgindade com ela e...

– NÃO FORAM DOIS ANOS. FOI UM ANO E ONZE MESES, porra. Ah, esquece. Queria simplesmente que tudo isso fosse simples. Primeiro a família, agora os amigos e... – bufei – seria tudo mais fácil de encarar.

– E qual seria a graça, afinal? Um relacionamento que fosse igual a pegar no sono? Não. Você e Rose são como... O Verão: a melhor época do ano. Sempre vivos e alegres. Sabe, gosto disso.

Scott disse e eu não fui capaz de responder.

– Agora, Potter, pelo amor de Merlin, lave esse cabelo antes que todos nós sejamos engolidos por essa gosma nojenta. Argh.

– Você acha meu cabelo nojento? Você sabe o quanto eu gasto POR SEMANA de condicionador e hidratante, Russel – eu – como – a – professora?

As coisas (digo eu e Rose) começaram a andar de uma forma gradativamente bem. Mesmo sendo a pessoa mais inteligente que eu conheço, ela demorou um tempo para entender que as coisas que atrasam nossa vida, basta ignorar que o resto segue por si próprio.

E seguimos essa inclinação de pensamento por muito tempo.

Até que, rapidamente, era o baile de inverno.

Havia duas coisas que eu gostava muito nos bailes de inverno: os smokings esquentavam de uma forma confortável e Daisy e Scott sempre acabava indo juntos e sem reclamar, o que já era um grande progresso no meu ciclo de amizades.

Daisy era nossa melhor amiga e por quem Scott tinha uma atração/ paixão/ obsessão/ ciúme doentio/ nunca revelados. Era recíproco, mas nunca assumido.

E claro que seria bom demais se isso fosse entre eles.

Mas de uma forma ou de outra eu servia de ponte/ cupido/ detetive/ coletador de informações/ motivo de ciúmes/ onde a raiva de ambos era descontada/ e por ai vai. Mas com o tempo a gente se acostuma.

E eu também gostava dos bailes sejam de inverno, máscara, ou qualquer outra coisa, porque eles passavam uma atmosfera feliz e romântica que nenhum outro evento proporcionava. Apesar das meninas ficarem estressadas e coisa e tal, elas ficavam igualmente lindas. E tinha todo aquele negócio de ir a Hogsmead comprar o que faltava para os trajes.

E cara, sempre prometia uma noite de sexo inesquecível dentro do pacote.

Mas algumas semanas depois, minha mãe mandou meu smoking e meu pai mandou o bilhete mais incrível que já recebi em toda minha vida:

“Scorpius,

Sinceramente, não sei quando tempo você vai continuar fingindo que não está namorando a Weasley. Já sabemos de tudo e você deixa tudo muito evidente.

Só quero dizer que independente de tudo, estamos do seu lado e que tenho orgulho de você.

O importante é que se você estiver feliz, eu estarei.

D.M

P.S: Isso é para a Weasley. Mas claro, diga que você escolheu.

Fiquei pensando em como meu pai conseguiu evoluir em pouco tempo.

Abri o pacote e dentro havia uma caixinha de veludo. Ele tinha escolhido uma pulseira de couro branco de dragão e gravado tinha as iniciais de Rose. E aquela coisa minúscula e cara brilhava mais que tudo.

­E cara... Meu pai conseguia às vezes ser a pessoa mais legal do mundo.

– Rose? – Eu perguntei de forma quase inaudível enquanto estávamos nus embaixo das cobertas da sala precisa.

– Hum? – Ela estava deitada de bruços com o rosto virado do lado aposto e com as costas a mostra. Tracei uma linha em suas costas e vi sua pele se arrepiar.

– Em que está pensando?

– Em você. No agora.

– O que especificamente?

Ela riu.

– Que pela primeira vez, nossa relação foi de um jeito mais forte ou diferente.

De primeira não entendi o que ela quis dizer com aquilo. Mas isso durou um segundo. Ela estava querendo dizer que o sexo foi mais forte. Ou tentando dizer.

Ela se virou e me encarou com seus grandes olhos azuis e cintilantes e o mundo pareceu mais claro.

– Eu te machuquei? – Eu me preocupei. E sempre vou me preocupar porque eu fui o primeiro dela e esse tipo de relação sempre te dá uma insegurança no fim das contas. E claro, por ela não ser qualquer uma.

Mesmo minha voz tendo saído um pouco estrangulada eu mantive a expressão confiante no rosto.

– Sabe, Malfoy, eu até gostei. – Ela sussurrou bem perto do meu ouvido e entrelaçou nossas mãos.

E a pergunta surgiu de como ela conseguia tornar tudo tão extraordinário. Não perdi tempo e peguei na sua cintura. E então aquela ruiva tomou conta do meu lado consciente.

– Sinceramente, eu não sei o que fazer. Ela pediu minha opinião e eu disse que vestido com formato de “sereia” era broxante.

– Scott, foda-se o vestido, porra. No baile, beija ela logo e faça com que a noite dela seja de tirar o fôlego. Fim da história. – Eu disse enquanto andávamos no corredor da sala de poções.

– Pra você é fácil falar. E se ela não quiser me beijar?

– Sério? Sério, que você está me perguntando isso?

– Por quê? Ela te disse alguma coisa?

Eu girei os olhos e dei dois tapinhas do seu ombro e antes que eu respondesse, Alvo veio até nós com o rosto completamente empoeirado.

– Garotas, não agüento mais. Três convites recusados e quando uma finalmente aceita, eu disse que não gostava do cheiro do condicionador dela. Porra, não posso levar minha irmã nessa merda!

– Pelo menos a sua não vai vestida de sereia. – Scott tentou consolar.

– Alvo, Lily já foi convidada para o baile, faz tempo. – Eu avisei.

– O que? Sem James e eu saber? Isso obviamente não vai acontecer!

– Sua irmã tem quatorze anos. Na idade dela eu já era o capitão da tropa das vaginas. - Scott começou.

– Eu poderia ter morrido sem ouvir essa. – Potter fez um feitiço e limpou o rosto.

– Não sei por que tanto constrangimento pra falar de sexo, gente.

– Porque você não tem irmãs mais novas. É a coisa mais nojenta do mundo, pensar nisso. – Alvo explicou.

– Eu não teria problema. – Ele esboçou um sorrisinho sacana e automaticamente Alvo e eu nos entreolhamos e falamos ao mesmo tempo:

– Mas se fosse Daisy...

Eram seis e quarenta e oito e à medida que eu estava esperando Rose em frente o saguão de entrada, tentei parecer o mais tranqüilo e casual possível, mas minhas mãos estavam geladas. Eu só queria saber onde ficava o tal quadro da mulher Gorda e bater lá até ver os grandes olhos azuis dela. Será que ela não viria? Um par de saltos se aproximou, mas eu sabia que não era ela. Rose conseguia chegar no último instante, ou se atrasar demais. Nunca antes.

Esperei. Sete horas e nove minutos. Pensei em sete anos da minha vida, em nove minutos. Pensei o quanto era gratificante mostrar ao mundo que eu tenho uma pessoa que se importe comigo. Que eu tenho alguém. O quanto nossas disputas dentro da sala de aula resultaram. E fico feliz não só por ter alguém pra ir comigo nas viagens de família, mas também perdi o medo de pensar no futuro. Tudo estaria bem.

Um minuto depois.

Um, dois, três, quatro e cinco passos se aproximaram novamente e torci para ser ela. Quando fui me virar, senti ela entrelaçar sua mão na minha e nada me pareceu tão sereno. Não era só os olhos azuis brilhantes dessa vez, mas também o vestido. Era dourado só que mais suave. Ele tinha mangas compridas e descia transparente através dos seios e da cintura. Mas nos quadris, um tecido situava mais escuro e mais brilhante. Rose estava espetacular.

– Amor, você está incrível. Mais linda impossível. – Eu sussurrei ao pé do seu ouvido e sabia que nenhum outro comentário seria suficiente pelo esforço que ela tinha feito para se produzir.

Ela sorriu e ruborizou.

– Você também esta, Scorp.

Automaticamente, as portas do Grande Salão se abriram para nós de forma quase receptiva e lá dentro o baile estava no inicio. Mesas redondas com espaço para três casais se espalhavam aleatoriamente em volta do salão. A decoração como de costume, era toda a base de gelo. Esculturas ao redor das mesas, prendendo no teto, e como enfeites. No lugar da mesa dos professores, havia um palco improvisado com a banda Hipogriffe tocando Finite Incantatem.

De longe vi Daisy e Scott em uma discussão, algo completamente normal e dentro dos eixos. Até que Daisy se afastou da mesa que nem uma desgovernada e foi dançar com Zabini mas com os olhos fixos em Scott.

– Cara, vai atrás dela. – Eu disse mesmo sabendo que o orgulho dele era grande demais e podia nos afogar.

– É, Scott, as mulheres gostam de drama. Sério, vai lá. – Rose se sentou ao lado dele e colocou as mãos na tolha azul da mesa.

– A gente nunca vai se resolver. Já cansei disso.

– Não seja idiota, Russel! Daisy gosta muito de você e isso é óbvio. Faz o seguinte, vai até lá e dá um beijo daqueles nela, antes que o Zabini faça isso. – Rose completou.

– Ele não é louco. – Ele não esperou nossa resposta e foi até Daisy concentrado e confiante.

Agarrou o braço dela, virou o rosto e no segundo seguinte estavam se beijando antes que o mundo acabasse.

E o primeiro beijo deles foi tão inspirador que fiz o mesmo com Rose.

– Senhor Malfoy, se controle! – McGonagall disse dando leves batidinhas nas minhas gostas com seu leque. Rose ruborizou.

Eu e Rose não conseguíamos parar de rir.

O baile foi como deveria ser. Bebemos pra caralho, dançamos até o penteado de Rose se desfazer, Scott e Daisy sumiram e Alvo fez escândalo por Lily e, Rose fez crise de ciúmes pela minha ex, Diandra.

– EU VI O SEU OLHAR NELA, HYPERION!

– Não posso olhar o vestido dela? Só achei bonito.

– Eu adoro o jeito que você faz o meu ego crescer, sabia?

– Rose, eu SÓ gostei do vestido dela, apenas isso. Mas o seu é bem melhor, amor.

– Eu não matei um pavão pra fazer um vestido, pelo menos.

– Ela não matou um pavão era só um tecido desenhado.

– Vai defender ela?

– Agora não posso falar absolutamente nada?

– Não.

– Por que você arrumou um namorado com a capacidade de falar, então?

– Se quiser ir lá dançar com ela, fique a vontade.

– Cala a boca, Weasley. – Meus beijos calavam a ruiva mais nervosa do mundo e eu merecia um premio.

Em seguida, Lily veio até nós correndo com seu vestido hiper decotado, azul e brilhante.

– Vou na torre de Astronomia com o Mark. Se Alvo ou James perguntarem, pelo amor de Deus, falem que eu fui ajudar a Mary Ellen com o vestido no dormitório. Tchau!

– Ok, né. – Eu disse.

A banda tocava umas músicas muito boas como “Like a Griffyndor”, “Avalanche”, “Bezoares” ou “Ofidioglota”. Vimos a diretora dançar com o professor Neville, a visão mais horripilante do mundo como ver Hagrid ficar bêbado; mas nos bailes o que realmente faz valer a pena vestir um smoking e passar poção no cabelo, é a pessoa com quem você vai. Ela é o baile.

Depois Rose e eu fomos até o jardim andar um pouco e a noite parecia foda demais para uma noite de inverno. As estrelas estavam claras e serenas e a lua parecia irreal. A mão de Rose estava quente. Então eu lembrei.

– Quero te dar uma coisa. – Eu disse.

Peguei do bolso a caixinha que meu pai escolheu. Ela abriu e ficou completamente paralisada e vi uma lágrima descer do seu rosto.

Fiz a pergunta clássica:

– Você não gostou?

– É perfeito, tão perfeito que não posso aceitar.

Ela sorriu surpresa e então nos beijamos. A sensação era de beijar alguém que tivesse gosto de whisky e mel ao mesmo tempo.

Alguns segundos depois, você percebe que namorar é como recuperar o fôlego que você perdeu durante sua vida inteira. Ou, é como estar no verão mesmo com neve lá fora.

E até uma simples covinha na bochecha faz seu dia valer a pena.

E cara, você pensa em ter filhos com aquela pessoa e espera no fundo que eles sejam ruivos também.

Mas a melhor parte é quando ficamos em silencio e ninguém parece constrangido.

– Eu te amo, Malfoy. – A voz dela saiu como uma melodia e quando disse isso apertou mais forte meus dedos. E eu pensei que para uma noite como essa, nove minutos de atraso era pouco. Muito pouco.

Estava frio, muito frio, mas também não estava.

Vestido de Rose:

Vestido de Daisy:


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Notas finais do capítulo

Também vestido de Diandra Prince: http://www.modanapassarela.com.br/wp-content/uploads/2011/07/Alta-Costura1.jpg
E vestido de Lily: http://manuluize.com/wp-content/uploads/2011/08/29123097-sketch_saab_1.jpg



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