–Clay venha conhecer seu pai!-chamou mamãe.

Ai meu deus, ele ja chegou? eu ainda não me arrumei! o que se usa para conhecer seu pai???

Vou usar alguma coisa que se pareça com minha personalidade, já vamos pular um pedaço da apresentação.

Calça jeans larga e blusa com estampa grafica? sim, perfeito!

e o cabelo? o que eu faço com essa cabeleira ruiva? um coque? prendo? simplesmente vou deixar solto.

Tenis?sapatilha?salto?botas?ai deus, All Star está de bom tamanho.

Uma ultima olhada no espelho, bom, não estou totalmente produzida, mais acho que está bom, quer dizer, eu não deveria usar um vestido longo nem nada, afinal é só uma apresentação entre um pai e uma filha.

contar até três e sair parece uma boa idéia agora.

1...

2...

3...

Vamos Clary, você consegue sair desse quarto!

Minha mão vai a maçaneta, mais perceo que ela está suada de nervosismo, enxugo ela na calça e saio.

Quando entro na sala um homem está parado do lado da minha mãe e ele está sorrindo.

Então ele é meu pai?

O sujeito não se parece em nada comigo, mais ainda assim sinto que muito de minha personalidade deve vir dele.

Minha mãe é decidida, porem facilmente influenciada por meus argumentos quando preciso sair de casa, ja meu pai parece saber exatamente o que quer e nenhum exercito de Clary's poderia mudar sua opinião.

Eu timidamente sorrio e dou inicio a conversa, na tentativa de quebrar aquele momento constrangedor.

–Oi.

–Clary, esse é seu pai. Valentim.-Diz minha mãe.

–Jocelyn, não precisamos de apresentações formais, Clary, meu nome é Valentim e eu sou seu pai -diz o homem (Valentim) enquanto caminha na minha direção e estende a mão.

–Como vai?-digo.

–Vou bem, um pouco casado mais bem, o voo demorou muito e a pessoa que eu trouxe para te conhecer não queria me deixar durmir -ele diz com um sorriso simpatico.

–E quando vou conhecer essa pessoa?

–Assim que ele chegar, ele passou no centro para encontrar um presente para você e depois vai virar direto para ca.

–Não preciso de presente.

–O Clarissa!Por favor! Sinto que fui um pessimo pai, eu não sabia lidar com você então pensei que te esquecer ajudaria, mais isso só adiou nosso encontro, agora vamos ser uma familia, eu comprei um apartamento no quarteirão e pretendo párticipar da sua vida de agora em diante.

Fiquei sem palavras, mais fui poupada de responder pelo som da campainha, será que é a pessoa de que meu pai estava falando?

Minha mãe vai abrir a porta com certa relutancia, sinto que ela queria adiar ainda mais esse encontro, quando olho para a porta entreaberta, vejo um rapaz bem alto, de cabelos pretos parado carregando um grande embrulho rosa e sorrindo, o garoto se parece com Valentim, mais me parece familiar, sinto que sei quem ele é, mais não sei o motivo de tal informação.

ele cumprimenta minha mãe e eu percebo que ela faz uma cara que não consigo identificar, o mais estranho nesse garoto é ele usar uma camiseta de manga curta sendo que tem tantas tatuagens enigmáticas em sua pele, qual o motivo delas? ele perdeu apostas? são em que lingua?

ele caminha em direção ao local que estou com meu pai -sala- e se senta perto de nos, Valentim sorri e diz:

–Se apresente rapaz!Tanta curiosidade quanto a ela - ele diz apontando para mim- e nem ao menos vai cumprimenta-la?

o garoto era bem branco, quase tanto quanto eu, porem eu tenho sardas o que me ajudou a esconder que eu tinha corado, o garoto não teve essa sorte, mais ele foi salvo devido a atenção que foi voltada para a porta quando ela se abriu.

Luke apareceu e deixou de sorrir no momento em que viu que minha mãe e eu não estavamos sozinhas.

–Sinto muito atrapalhar, passei apenas para deixar o presente de Clary, mais tarde eu volto.

Ele ja estava se virando para sair quando minha mãe levantou e foi até a porta e eu so ouvi metade da conversa.

minha mãe pedia para o Luke ficar, dizendo que não aguentaria aquilo sozinha, Luke dizendo que não pudia, e convidando ela para tomar um café e relaxar e a conversa deles é cessada com um gesto de minha mãe e sua voz se erguer

–Eu e Luke vamos dar uma volta, Clary tudo bem se eu deixar você recebendo eles?

–Claro mãe, se você encontrar o Alec por favor diga que depois ligo para ele?

–Claro.

então a porta se fechou e o silêncio que se seguiu foi constrangedor.

Valentim levanta e pergunta aonde é o banheiro, eu explico que ele tem que virar a segunda porta a esquerda e ele segue pelo corrdor, me deixando sozinha com o jovem sem nome.

–Sou Sebastian, prazer.

ele diz e eu me surpreendo ao ouvir como a voz dele é melodiosa, eu sorriu e digo:

–Sou Clary.

–É abreviação de Clarrisa?

–Sim, quantos anos você tem?

–Tenho 17, hoje é seu aniversário, não é?

–Sim, completo 16.

–Parabens e isso é para você.

Ele me entrega um embrulho e o rosa que tinha visto ele carregando.

Dois presentes?

eu sorriu e agradeço enquanto desempacoto o embrulho pardo, dentro dele tinha um livro com varios simbolos semelhantes as tatuagens dele e um objeto que se parecia com uma caneta, porem emitia um brilho muito grande.

quando acabei comecei a abrir o outro, era um kit de pintura muito lindo, uma maleta profissional, isso seria muito util no verão quando eu iria fazer um curso.

eu me sinto muito boba, mais agradeço mais uma vez falando que amei a pintura e perguntei o significado do simbolo dos livros e o que era aquela caneta.

ele sorri como se estivesse apenas esperando que eu perguntasse isso e diz:

–Você vai aprender.

–Por que seu pai disse que você teve curiosidade quanto a mim?

–Por que- ele faz uma pausa- eu sou seu irmão.