Os homens de Robin Hood finalmente haviam feito uma parada, depois de tanto tempo ajudando quem não tinha proteção e escoltando pessoas que queriam se juntar ao pequeno acampamento feito perto do antigo castelo de Rumpelstiltskin.

Mas para Mulan não parecia ter sido tempo suficiente, na verdade, parecia tempo nenhum. Ela se juntou ao grupo para uma simples e pura finalidade. Esquecer Aurora. Infelizmente para ela isso não foi eficaz, a cada dia passado Aurora era a única coisa que pensava quando acordava e até a hora de dormir. Dois anos haviam se passado e nada fazia com que ela sumisse da sua cabeça.

Já havia falado com Robin, quando voltasse ela iria ao castelo onde Aurora e o Príncipe viviam, sabia que não poderia ignora-los para sempre. E afinal, ela tinha que conhecer o filho ou filha deles.

“Você tem certeza disso, Mulan?” – Robin perguntou enquanto cavalgavam à frente do pelotão enquanto voltavam para as terras do castelo do Senhor das Trevas.

“Acho que está na hora. Se não consigo esquecê-la, devo pelo menos ser capaz de suportar vê-la feliz com outro.” – disse melancólica. Já havia contado à ele sobre quem era a sua pessoa amada a quem teve que deixar para trás. Na verdade, para sua surpresa Robin não pareceu diferente sobre ser uma mulher a tal pessoa.

“Então irei com você companheira, para caso precise de ajuda.” – Mulan nada falou, sabia que ele não estava lhe pedindo permissão, se uma coisa que ela aprendeu é que quando Robin falava algo ele fazia, mesmo se todos estivessem contra.

Também não podia negar que talvez a companhia lhe agradasse, não sabia como reagiria ao ver a pessoa que era dona não só do seu coração, mas do seu corpo e da sua alma.

Logo depois de chegarem ao castelo e deixarem todos acomodados partiram em direção ao Castelo de Aurora.

Mulan não podia deixar de se sentir ansiosa e com medo ao mesmo tempo. Estava ansiosa para ver Aurora, a saudade que sentia era terrível. Mas também tinha medo, medo de perceber que não poderia suportar, medo de perceber que talvez a dor fosse grande demais para que valesse a pena voltar à vê-la.

Quando chegaram ao castelo e se identificaram príncipe Philip logo foi recebê-los, e com uma linda menininha nos braços. Mulan pode apenas sentir um aperto no coração, a menina era tão parecida com Aurora, os mesmos cabelos, o mesmo jeito de sorrir.

“Mulan, quanto tempo! Pensei que tinha se esquecido de nós, Aurora esteve tão preocupada que algo tivesse acontecido com você.” – depois de cumprimenta-la e a Robin pediu que um serviçal chamasse Aurora com urgência.

“Espero que esteja pensando em passar um tempo por aqui, tenho certeza que Aurora irá adorar, precisa ver o jardim que ela está cuidando, está lindo.” – dizia entusiasmado, e até ela teve que sentir também, seu amigo de aventuras estava tão feliz, e apesar de toda sua tristeza não deixou de se sentir feliz por ele.

“Ainda estou pensando Philip, talvez eu passe alguns dias ou não.” – disse. E naquele momento prometeu a si mesma, que se conseguisse suportar, ela ficaria, pela felicidade de Aurora e de Philip, ela conseguiria.

“Mulan!” – um grito de uma voz familiar foi ouvido do outro lado do cômodo. E Mulan se virou, se virou para ser recebida por uma visão que fez com que seu coração pulasse uma ou duas batidas e que sua mão começasse à suar. Lá estava Aurora, com toda a sua beleza, tão bela quanto no dia que partira.

Ela sorria brilhantemente, e então correu e jogou os braços em volta do pescoço de Mulan, à apertando em um abraço realmente forte.

Mulan nada podia fazer a não ser se deixar abraçar e abraçar de volta. Porém logo respirou fundo e sentiu o cheiro de rosas soube. Nada havia mudado. Não importava quanto tempo se passasse, Aurora continuava sendo a única pessoa que poderia abalá-la.

E com ela ali em seus braços também entendeu que não importa o quanto tentasse, não poderia ficar ali. Por mais que quisesse, não aguentaria vê-la contente e com uma filha ao lado de Philip. Porque por mais que tentasse mudar, só havia uma pessoa em seu coração. Só Aurora, só ela.