Ele sorriu para mais uma garota no corredor, fazendo com que a ruiva apertasse ainda mais os punhos, “deve ser a sétima garota!” era o que pensava. Enquanto ele tinha no pensamento o quão grande os peitos da loira eram.

Ela sabia que não deveria prestar tanta atenção no garoto Malfoy. “Ele era só mais um dos sonserinos arrogantes” tentava colocar isso na cabeça, mas ele não era só isso. O loiro era muito mais que isso. E ela nunca admitiria.

Ele foi para a sala de aula. História da Magia. Como a pequena sabia? Ela também tinha essa aula, e sua nota ia descendo uma ladeira junto com a atenção que costumava prestar no professor e no que ele falava.

Sua prima tagarelava alegremente ao seu lado, mas ela não dava à mínima. Todo o seu interesse estava direcionado ao sonserino, que no momento falava com mais uma garota, dessa vez morena. Nunca ruivas. Ela já tinha reparado nisso, se bem que não tinham muitas ruivas em Hogwarts além dela, algumas de suas primas e algumas garotas do primeiro e segundo ano, ela não sabia ao certo. Porém a Grifinória já tinha definido que não tinha chance.

O loiro nem reparava que a ruiva o encarava. Ele estava ocupado pensando em Quadribol e em com que garotas iria ficar, mesmo querendo ficar só com a mesma garota que o encarava em que ele reparasse.

E sem que percebessem, a aula acabou, mas eles estavam ocupados no mundo deles. Ela sonhava com um príncipe encantado, e os dois sabia que ele não poderia ser um. Ele sonhava com uma garota igualzinha a ela, mas que não carregasse o peso do sobrenome, e tanto ela quanto ele tinham certeza que isso não ia acontecer.

Saíram arrastados da sala por seus melhores amigos, que bufaram irritados ao perceberem que nem assim “acordaram”.

Já tarde da noite a menina correu para a Sala Secreta. Gostava de lá. Tinha tantos livros que possibilitava a menina esquecer-se do garoto, mesmo que por apenas algumas horas.

Mas infelizmente – ou felizmente – o Malfoy teve a mesma ideia que a pequena Weasley. E o susto foi tão grande quando a viu em uma poltrona no meio da enorme biblioteca na qual a sala tinha se tornado que derrubou uma prateleira inteira, fazendo com que a ruiva parasse para prestar atenção.

Ela chegou perto dele, pronta para gritar tudo o que não gritou pela manhã, mas ao invés disso ela riu, riu da confusão em que sua vida tinha se tornado, riu porque o garoto de quem gostava secretamente estava bem a sua frente completamente envergonhado.

Então ele riu também, um riso nervoso, um pouco envergonhado, assim como o dela.

Ele se juntou a ela na poltrona que agora se encontrava de frente para uma televisão que surgiu do nada. Assistiam qualquer filme bonitinho, bem do jeito que ela gostava e que ele aprendeu a gostar também.

E em um ato de coragem Scorpius Malfoy beijou a Weasley sem se importar com o que aconteceria depois. O que aconteceu depois foi um tapa bem dado em seu rosto, mas ele jura que foi o melhor tapa que ele recebeu, afinal, tapa de amor não dói.

Ela, depois de ver o rosto do garoto ficar avermelhado pelo tapa ela lhe pediu desculpas. Rose Weasley nunca pediu desculpas. Ele lhe deu mais um beijo, dessa vez recebido de bom grado.

Voltaram para seus respectivos dormitórios felizes, mesmo que não contassem para ninguém.

E isso se repete até hoje, tem dias que dizem que se amam, tem outros que colocam aquela sala abaixo, tem dias que juram que são quase noivos, nos próximos querem se matar.

Nessa confusão eles vivem. Ultimamente eles estão brigando, gritos e tapas em meio a beijos. Juras de ódio eterno, olhares assassinos e cabeças trabalhando rápido, para ver quem ofende mais.

Mas ela ainda assim o ama.

E ele a ama também.