The Demigod Game escrita por kaochi, White Rabbit


Capítulo 11
Um Lampejo de Esperança


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem a demora!! Mas eu e o kaochi tivemos um mês muito corrido, espero que nos perdoem e não nos abandonem. Agora, apreciem o capítulo!



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Murilo Moonglade

A voz da sorteadora ecoava em sua cabeça, fora ele o sorteado? Foi levado pelos pacificadores até a cabana onde ele deveria ficar até que todos os tributos fossem selecionados. Nem mesmo ouvira o nome de sua meio irmã que seria levada com ele até o inferno que todos nomeavam de arena. Sua tristeza aumentou ao lembrar-se de que a garota que ele mais amava seria levada junto com ele, por ser a única filha de Perséfone.

Assim que entrou na cabana, todos o encararam, olhares assassinos, olhares acovardados e o doce olhar surpreso de sua amada que agora sabia que ambos estavam caminhando em direção à morte. Nada disse, apenas sentou-se em uma cadeira qualquer, mirando um ponto impossível, seus pensamentos se igualavam a um turbilhão.

Ele olhou para a sua esquerda dando de cara com o olhar nada amigável da filha de Ares, ele sabia que ela devia estar com as mãos coçando para não pegar uma faca de dar cabo de todos os outros tributos ali mesmo, virou a cabeça disfarçadamente, o filho de Atena fitava o céu infinito, sem se importar com o que o futuro reservava a ele.

Murilo desejou não pensar nos jogos, desejou não pensar no futuro, mas era impossível desviar os pensamentos de algo que não fosse a sua morte, ou a morte dos que o rodeavam. Ele sabia que apesar dos rostos assustados e das feições duvidosas, nenhum dos que estavam presentes dentro daquela cabana teria pena de matar o seu próximo, afinal quando a própria vida é que está em jogo, não existem amigos.

Lembrou-se de sua mãe, ela com certeza faria o possível e o impossível para ajuda-lo a sobreviver dentro da arena, faria de tudo para salvá-lo mesmo que para isso tivesse de confrontar os deuses. Sua mãe se chamava Serendipty, uma ninfa da floresta, ela teve um breve caso com o deus da luz Apolo, o que resultou em seu nascimento, desde que nascera ele vivera dentro daquele acampamento.

Alguns rostos daquela sala ele conhecia desde pequenos, mas porque mesmo em meio a rostos tão familiares ele se sentia entre estranhos? Seria pelo fato de ele estar sendo obrigado a matar todos ali para sobreviver? Ele não sabia dizer o que era, se existia uma palavra que definisse os seus sentimentos, com toda certeza seria “confusão”. Olhou para Antonieta, ela ainda o fitava tristonha, ele precisava falar com ela. Levantou-se da cadeira onde estava, aproximando-se calmamente, como se ela fosse perigosa.

Sentou-se ao seu lado pegando em suas mãos, dando apenas um singelo sorriso que foi correspondido, não eram necessárias palavras para explicar o que ele sentia por ela, não precisaria abrir a boca pra dizer que a amava e que a protegeria de tudo e de todos. Ela apoiou a cabeça em seu ombro e ali eles ficaram, os outros pouco se importaram com sua atitude, apenas continuaram dispersos em seus pensamentos e seus pesadelos.

Ele sabia que muitos ali se renderiam ao desespero e começariam a matar assim que o cronômetro zerasse, e era isso que ele tinha medo, de ser mudado pelos jogos, ser transformado em algo que ele abominava, tinha medo de assim como muitos naquela sala, tinha medo de jogar o jogo da Capital, e medo de nesse ato, perder tudo o que lhe restara.

Ele negou-se a olhar o rosto de seus colegas, aqueles que a partir daquele dia seriam seus inimigos mortais que teriam que ser eliminados. Sabia que durante a arena lembrar-se-ia dos seus rostos desesperados, das suas faces de medo, dos seus olhos já tomados pelo desespero. Mas ele não poderia entregar-se de mão beijada a morte, se havia uma coisa que ela havia aprendido naquele acampamento, era lutar, mesmo que tudo estivesse perdido.

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Luana Gahbrender

– Ele disse que ia me proteger- ela sussurrou, quieta no canto da sala, abraçando suas pernas, ela chorava silenciosamente, ninguém notara a pequena garota sentada em um canto da sala- ele disse que nada de ruim aconteceria comigo!

Duas lágrimas quentes deslizaram pelo seu rosto pálido e brilhante, ela fitou com seus olhos verdes os outros tributos que estavam olhando para os próprios pés, com os pensamentos distantes e longínquos, como se tudo estivesse acabado. Se pelo menos seu namorado estivesse ali com ela, se ele tivesse se oferecido no lugar daquele garoto, ele prometera que a protegeria, mas tudo o que fizera fora terminar com ela.

Ambos sabiam que ela não voltaria, com um pouco de sorte duraria ao primeiro dia, nunca fora boa com nenhum tipo de arma, sempre era a primeira a desistir durante as tarefas, o único consolo que tinha fora Daniel, mas ele a traíra de uma forma que ela nunca poderia acreditar.

Agora estava ali, sozinha, sem ter ninguém que pudesse ampará-la, esperando apenas o momento em que seria colocada na arena, apenas para ser morta por alguma coisa. Até mesmo aquele garotinho de doze anos sentado em uma das poltronas teria mais chances do que ela. Tudo o que podia fazer naquele momento era chorar o máximo que podia.

Sempre fora a mais fraca da família, suas irmãs mais velhas, eram atléticas, fortes, sabiam manusear todo tipo de arma, além de possuírem um charme inconfundível, sempre a olharam como um estorvo, um nada, alguém que não duraria muito. Nunca demonstraram nenhum sentimento por ela, a não ser a alguns minutos atrás quando as duas a olharam penalizadas por ela ter tido o azar de ser sorteada.

Ela já se imaginava dentro da arena, implorando para não ser morta, derramando suas últimas lágrimas enquanto a lança dos carreiristas a penetrava lentamente. Já podia até sentir a dor, seu sangue quente escorrendo pela grama esverdeada, sua alma sendo levada embora. Se ela pudesse escolher, nunca teria nascido.

Foi quando sua mente foi invadida por um lampejo de esperança, por que estava ali se lamentando? Apesar de nunca ter aprendido a manusear alguma arma, conhecia plantas medicinais e venenosas, sabia como sobreviver a ambientes gelados ou desérticos, como fazer armadilhas eficazes, além de ter uma pele branca, cabelos castanhos repicados e olhos verdes que a deixavam parecida com uma boneca. Ela tinha alguma chance, mesmo que pequena, mas ela tinha, e precisava aproveitá-la.

Enxugou com a manga da camisa algumas lágrimas que teimavam em descer pelo seu rosto. Com um sorriso nos lábios começou a imaginar a cara de suas irmãs ao ver que ela tinha saído com vida. Ao ver Daniel atirando-se nos seus pés, pedindo perdão por ter cometido aquele ato tão covarde. Já se imaginava envenenando as fontes de água, para que todos morressem, igual a uma tributa filha de Atena, fez há uns três anos atrás.

Afinal de contar, ter sido sorteada não foi de tanto azar assim. Tudo o que precisava fazer, era manter-se em seu local, quieta, frágil, para que todos pensassem que ela era fraca, para que ninguém a tomasse como alvo e achassem que a deixando escapar, poderiam deixar que a natureza a matasse. Enganaria a todos com sua aparência, para mostrar a verdadeira Luana que existia dentro dela.

Nunca poderia ter imaginado que aquela assassina dormia dentro dela, mas ela acordou na hora certa. Pois agora não haveria remorso, dor ou medo que a fizessem fraca, ela seria forte, custasse o que custasse. Se ela não venceria, então ninguém mais teria esse direito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!



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