– O ferimento voltou a sangrar. Conseguimos estancar. Mas ela teve uma parada cardíaca e... e.... Entrou... em coma.

Percy levou as mãos à boca.

– O que... Não... Não pode ser... – ele balbuciou.

– Não sabemos como ela irá ficar, e não há nada que possamos fazer. Só nos resta agora... Esperar.

– Nós precisamos vê-la. – disse Thalia.

– Podem entrar.

Eles entraram no quarto. O curativo de Annabeth havia sido trocado. O aparelho dos batimentos estava ligado, juntamente com outro, que auxiliava na respiração. Percy foi o primeiro a entrar, seguido por Thalia. Ele se ajoelhou novamente ao lado da poltrona. Ficaram todos em silencio durante alguns minutos, na esperança de que ela acordasse.

– Vocês deveriam descansar. – Disse Percy, se levantando. – O dia já vai amanhecer.

– Você também precisa. – disse Grover.

– Não. Vou ficar ao lado dela. Até que ela acorde.

– Então revezaremos Percy. – disse Thalia. – Você também deve estar exausto.

– Eu estou bem, não se preocupem. Vocês precisam avisar aos outros do ataque.

– Que ataque? – Perguntou Will.

–Hazel nos avisou que há uma tropa de monstros, vindo em direção ao Acampamento. – explicou Jason. – Estarão aqui em uma semana.

– Precisamos nos preparar. – disse Percy.

– Tudo bem então. – disse Thalia. – Nós vamos descansar e avisar aos outros. Volto mais tarde para vê-la Percy.

– Ok.

Todos saíram e Percy ficou sozinho com ela. Ele se ajoelhou novamente ao seu lado. Era terrível vê-la daquele jeito. Sem abrir os olhos. Com aqueles aparelhos ligados. As lagrimas vieram sem que ele percebesse. As horas se passaram. O sol já havia nascido. Ele ainda estava lá ao lado dela quando Thalia entrou no quarto.

– E então? Nada?

Percy balançou a cabeça negativamente.

– Vocês avisaram aos outros sobre o ataque?

– Sim. Estaremos prontos quando chegarem.

Ele assentiu.

– Percy, porque você não vai descansar? Eu fico aqui com ela. Não se preocupe.

– Me desculpe Thalia, mas eu não... Eu não consigo sequer pensar em deixa-la.

– Tem certeza?

– Tenho sim.

– Tudo bem, eu entendo. O que é isso?

Percy segurava uma caixinha cinza na mão. Ele a girava, sem prestar atenção no que fazia.

– Eu sou um grande idiota. Sabia?

– Sabia. – disse ela conseguindo sorrir. – Mas por que está dizendo isso agora?

– Sou um idiota, por perdê-la. Nunca deviríamos ter terminado.

– Ah... Por isso? O que aconteceu? Annabeth apenas disse que vocês haviam brigado.

– Eu... Eu nem sei direito. Brigamos, é verdade. Mas eu nem lembro o porquê, de tão idiota que era o motivo. Quando eu dei por mim, ela já havia virado as costas e ido embora. Deveria ter ido atrás dela. Mas, eu não consegui. Era como se o meu corpo estivesse paralisado. Tudo o que eu consegui fazer, foi ficar lá parado... Vendo-a ir embora.

– Entendi. Então nesse caso, ambos fizeram a escolha errada.

– O que você quer dizer com isso?

– Ela chorou muito Percy. Disse que nunca havia feito uma besteira tão grande.

– Queria que não tivesse sido assim...

– Acredite, ela também desejava isso.

– Eu iria dar isso a ela naquele dia.

Percy entregou-lhe a caixinha. Quando ela abriu, encontrou dentro um lindo anel. Parecia ser de ouro, mas ela não tinha certeza.

–Percy... Você ia pedi-la em... em... Em casamento?

– Não... Ainda não. - ele sorriu. - Era só de compromisso. Ainda estou usando a minha.

Ele levantou a mão. Era quase igual ao da caixinha. Como ela não havia reparado antes?

– Há quanto tempo você está usando?

– Desde o dia em que eu comprei. Por quê?

– Por nada. É só que eu não havia visto. - Ele fitava a joia em sua própria mão, com o olhar triste e cansado. - Não se preocupe. Você ainda vai poder dar a ela esse anel.

–Tenho certeza disso.