-Fique calmo Percy. Ela está viva se é o que quer saber.

Todos respiraram mais calmos com aquela noticia.

-Mas ela está bem não está? Podemos vê-la?

Will mal acabara de falar e Percy já perguntava novamente. Ele estava ansioso e preocupado.

-Percy... – Will começou a falar. A expressão dele não era das melhores. - Demos néctar para ela. Mas ainda está fraca. Muito fraca. Conseguimos estancar o sangramento, mas ela perdeu muito sangue. Ela teve sorte. Se o golpe acertasse um pouco mais acima... Poderia ter atingido o seu coração e aí...

-Nem diga isso Will. – disse Grover.

-Mas ela vai ficar bem? - Perguntou Tyson.

-Eu... – Will olhou para seus irmãos que ainda estavam lá ao seu lado. – Eu não posso mentir para vocês. O estado da Annabeth é... Instável. Eu não posso afirmar nada.

-Ela quer ver você Jackson. – disse um garoto que acabara de sair do quarto.

-Queremos vê-la também! – disse Thalia.

-Todos poderão vê-la. Mas não todos juntos.

-Vá você primeiro Percy. – disse Piper.

Percy entrou no quarto. Realmente parecia um quarto de hospital. E... Como eles tinham conseguido aquele aparelho? Annabeth estava deitada em uma poltrona, com a cabeça apoiada em um travesseiro. Havia um aparelho que media os batimentos cardíacos dela. Sua blusa que antes era laranja, agora estava toda manchada de vermelho pelo sangue. Seu abdômen estava enfaixado. Ela estava com os olhos fechados. Ele se aproximou lentamente dela.

-É realmente muito bom ver você. – disse ela, enquanto abria os olhos, com a voz fraca.

-Também é bom ver você viva. – disse ele.

Seus olhos se encontraram. Como era bom ver os olhos verdes dele novamente. Toda a dor que sentia parecia ir embora, ao vê-lo. Os olhos dela, no entanto pareciam cansados. Ele se aproximou e se ajoelhou ao seu lado. Seus olhos se encheram de lagrimas ao vê-la daquele jeito. Da maneira mais delicada que pôde, segurou a mão dela.

-Você ainda fica uma gracinha preocupado. –Ela disse. Seu hálito estava doce, provavelmente por causa do néctar.

Ambos sorriram.

-Precisamos conversar Percy... – ela disse.

-É... Mas vamos deixar isso para depois. Agora, você precisa descansar.

-Podemos não ter outra oportunidade.

- Não diga bobagem... Você vai melhorar. Você vai ficar bem. Will disse... – Ele lembrou-se do que o amigo dissera: Que o estado dela era instável. Que ele não podia afirmar nada sobre como ela ficaria. Mas ele nunca diria algo assim para ela. - ...que você vai ficar ótima.

- Você mente mal, sabia?

Uma lágrima escorreu pelo rosto dele.

-Não é mentira. Você vai ver. Você vai ficar bem.

Thalia entrou no quarto. Ela tinha os olhos vermelhos por causa do choro. Aproximou-se do outro lado. Somente quando ela tocou o ombro dele, percebeu sua presença.

-Annabeth. Como você está?

Ela ainda segurava o choro. Assim como Percy, que também tentava fazê-lo, inutilmente.

-Não estou em um dos meus melhores dias.

-Foi um ato de muita coragem o que você fez pela Piper.

Ela suspirou.

-Qualquer um teria feito o mesmo no meu lugar.

-E não foi a primeira vez... – disse Percy com a voz embargada.

-O que? – Annabeth perguntou.

-Não se lembra? Na ponte. Na batalha contra Cronos. Você levou uma facada no ombro, que era para ser minha. Você me salvou.

- Você teria feito o mesmo por ela Percy.

Ele abaixou a cabeça.

-Sem pensar duas vezes.

Annabeth levantou a mão e limpou a lágrima que escorreu pelo rosto dele. Ela sorriu.

Porém, neste instante, o aparelho dos batimentos começou a apitar e os números, a cair rapidamente.

-O que... –Thalia começou a falar.

A mão de Annabeth que ainda acariciava o rosto de Percy despencou. O ferimento tinha voltado a sangrar com uma dor excruciante. Os olhos dela começaram a se fechar.

-Não... Não! – Percy gritou. Ele colocou as mãos no rosto dela. Tentando fazer com que não fechasse os olhos. – Thalia, chame o Will! Rápido! – Ele se voltou para Annabeth. – Annabeth. Não feche os olhos Annabeth. Fique acordada. Olhe para mim. Annabeth! – Os números continuavam caindo. – Annabeth! Você tem que lutar! Lute Annabeth! Faça seu coração bater. Annabeth não feche os olhos! – Ele via que ela tentava ficar de olhos abertos, mas ela estava fraca demais. – Will!!! –Ele gritou. – Annabeth. Me escuta. – Ele olhou diretamente nos olhos dela. E falou com a voz firme. – Você tem que ser forte. Você tem que lutar. Eu... Eu não posso te perder. – Ele sussurrou, encostando sua testa na dela - Não posso te perder meu amor.

Will entrou na sala junto com dois de seus irmãos.

-Percy o que aconteceu? – Ele perguntou enquanto examinava o ferimento e os sinais vitais dela.

-Eu... Eu não sei... Ela estava bem. E então o aparelho começou a apitar e ai...

- Percy saia da sala.

-O que? Não, eu não vou sair de perto dela! – ele gritou.

- Thalia! Jason! – gritou Max, filho de Apolo, enquanto Will começava a fazer massagem cardiovascular em Annabeth. Para fazer o coração dela, voltar a bater.

Jason entrou na sala, junto com Tyson.

-Tire ele daqui.

Jason e Tyson levaram Percy à força para fora.

-Percy se acalme! Você precisa deixar que eles cuidem dela. – disse Jason tentando acalmar o amigo.

-Tenha calma, irmão.

-Tyson, como eu posso ficar calmo?

-Tendo fé. E esperança. – disse Tyson com o olho cheio d’agua.