Os últimos raios de sol desapareciam com a chegada da noite. E então, eles chegaram.

Uma tropa maior do que todas que eles já haviam enfrentado. Deveria haver dezenas de monstros ali. E eles não chegavam nem a metade disso. Mas não iriam desistir, isso nunca.

Assim que ficaram ao alcance dos arqueiros, uma chuva de flechas fez com que vários monstros virassem pó. Eles ficaram confusos pois não podiam avistar quem as atirava. Todos vibraram com o sucesso. Jason deu o sinal a Leo, e ele iniciou o lançamento dos foguetes.

– Fogo! – ele gritou.

Vários fogos de artificio atingiram os monstros. Os confundindo ainda mais, e os derrubando. Alguns viraram pó.

O olhar de Percy encontrou com o de Jason. Eles assentiram juntos.

– Clarisse, eu sei que adora fazer isso. Então dê o sinal.

Quando os últimos foguetes atingiam o alvo, Clarisse gritou a plenos pulmões:

– Atacar!

Eles correram em direção à tropa. Os atingiram de todos os lados. Com o barulho e as explosões, os monstros não tiveram tempo de se proteger, nem de atacar. Foram pegos de repente, e nem mesmo viram o que os atingia antes de virarem pó, e terem sua essência jogada de volta ao Tártaro. O plano de Annabeth funcionava perfeitamente bem.

Os campistas venciam, lutando bravamente. Derrubavam cada vez um numero maior de monstros. A todo um momento, um monstro caía, ao ser atingido por uma flecha. As torres os davam uma grande vantagem sobre o inimigo.

Jason enfrentava junto com Jake e Max, uma horda de Nascidos da Terra, quando avistou Piper cercada por dois ogros. Ele correu para ajudá-la, desferindo um golpe com sua espada em um deles. Piper usou seu charme, e logo o outro ogro também tinha sido abatido.

– Obrigada Jason. – agradeceu ela ao namorado.

– Sempre amor. – disse ele sorrindo.

Os servos de Licáon, também marcaram presença, e os dois correram para ajudar Will que estava tendo problemas com os lobos.

Enquanto isso, Connor e Travis travavam uma difícil batalha contra duas quimeras, que investiam a todo o momento contra os irmãos. Já haviam abatido com dificuldade outras três da mesma espécie, e logo as outras chegaram.

Leo usava suas chamas para se proteger dos espinhos que o manticore lhe lançava incessantemente. Chris também tinha dificuldades para matar cada vez um numero maior de basiliscos.

Percy e Thalia enfrentavam várias drakanae, reduzindo-as rapidamente a pó. Tyson lutava bravamente contra um touro de Colchis.

Até, que os monstros avistaram e investiram na direção de uma das torres. Os arqueiros derrubavam todos que tentavam se aproximar. Mas eram muitos chegando.

Percy avistou a horda indo em direção à torre. Ele olhou para os lados, em busca de apoio. Mas todos estavam ocupados com seus próprios problemas. Correu em direção à torre e aos monstros que a atacariam, destruindo vários deles no caminho. Clarisse percebeu o que ele estava fazendo e foi atrás para ajudá-lo.

Ele derrubou vários monstros, até que ouviu um pequeno grito as suas costas, e quando se virou, viu um hiperbóreo segurando Clarisse pelo pescoço, quase inconsciente.

– Clarisse! – Ele gritou. Mas, antes que alcançasse a amiga, Chris já havia percebido o que acontecera com a namorada. Ele correu a uma velocidade extremamente alta até ela, e chutou com força a cara do ciclope, que se desequilibrou para trás, soltando Clarisse, que só não caiu no chão graças a Chris. Antes que o monstro pudesse reagir, ele ganhou de presente uma flecha em seu coração que o fez se transformar em pó.

Vendo que a amiga já estava a salvo, Percy se voltou novamente para a torre, mas uma descarga elétrica o atingiu, o fazendo cair de costas no chão. Um Venti o tinha acertado. Ainda tentava se recuperar do ataque, quando o Venti o atacou novamente. Já esperando por isso, Percy o golpeou com Contracorrente de surpresa, o fazendo desaparecer.

Ele começou a se levantar, mas sentiu algo frio e afiado tocar em sua pele. Uma garra o prendera pelo pescoço.

– Ora, ora, ora... Quem diria que seria eu que teria o prazer em matar você Percy Jackson.

– Euríale. – disse Percy, se lembrando da górgona que o perseguira antes de chegar ao acampamento Júpiter.

Percy tentou se soltar usando Contracorrente, mas então algo atingiu sua mão, fazendo com que a espada fosse para longe.

– Bom trabalho irmã. – disse Euríale.

– Não poderia deixar você fazer tudo sozinha, afinal, foi este verme que matou nossa irmã. – disse Esteno, ficando ao lado da irmã. Elas ainda usavam as mesmas roupas, de quando ele as encontrara.

Em poucos minutos, sua caneta voltaria para o seu bolso. Mas ele provavelmente não teria tanto tempo assim.

– É um desprazer vê-las novamente. E sinceramente... Vocês nunca ouviram falar em trocar de roupa? Ou em tomar banho? - Euríale apertava o pescoço dele, o fazendo ficar sem ar. Ele não conseguiria escapar, então o que podia fazer, era tentar ganhar tempo. E já que inteligência não era bem o ponto forte de Esteno... - É sério cara, vocês estão fedendo.

– Não adianta tentar nos enrolar. Nem nos enganar. – sibilou Euríale apertando mais seu pescoço. – Agora, Perseu Jackson, chegou a hora de você dizer adeus, e pagar pelo que fez com a Medusa.

Percy não via uma forma de escapar. Sua caneta ainda estava longe. Ele pensou em Annabeth. Não cumpriria sua promessa. “Annabeth... Me perdoe...”. Ele pensou, enquanto Esteno levantava a garra, pronta para matá-lo.

...

Annabeth pressionou o ferimento, para tentar estancar o sangramento. Não adiantou. A dor era horrível.

De repente alguém entrou no quarto. Um homem alto e musculoso, com cabelos loiros, usando óculos escuros, camisa polo branca, calça jeans preta e um sapato social.

– A- Apolo?

– Olá Annabeth. Isso parece não estar nada bom, né? – ele disse apontando para o ferimento, e tirando os óculos.

– O que você veio fazer aqui?

– Bom, eu sou o Deus da Medicina. Então, estou aqui para tratar disso.

Ele se agachou na frente dela, pousou a mão sobre o ferimento e disse alguma coisa, uma pequena oração. A dor parou. Annabeth olhou para o seu abdômen, e retirou as faixas. Não havia mais nada ali. Somente uma pequenina cicatriz.

– Obrigada Apolo.

Mas quando ela levantou a cabeça, ele já não estava ali. Tudo o que havia, era um pequeno cartão rosa no chão. Annabeth o pegou. Tinha um perfume delicioso, e um tanto familiar. Ela o abriu e leu o que estava escrito:

Isso é o mínimo que eu poderia fazer, pela garota que salvou a vida da minha filha. Mas hoje, quem pode precisar de você, é seu amado Percy Jackson. Obrigada e Boa Sorte.

– Afrodite. – Annabeth sorriu. Agora que ela estava bem, podia ir ajuda-los. – Obrigada.

Ela correu para poder vestir sua armadura, rezando para que não fosse tarde demais.