Herança escrita por Janus


Capítulo 23
Capítulo 23




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     - De pé, Fobos!
     Ele a observou atônito. Queria que ele se levantasse para apanhar mais? Estava achando que ele era masoquista? De jeito nenhum... chega, acabou, vamos encerrar, não queria mais apanhar dela.
     - Mãe...
     - Quer chamar a mamãe? – ela riu, de uma forma um tanto esganiçada – seja homem! Nenhum filho meu vai fugir para a saia da mãe não... fique já de pé, ou eu te chuto agora mesmo!
     Sem escolha, ele se levantou em um salto – já que é para apanhar, melhor que seja de pé, pelo menos – bem a tempo de bloquear a perna direita dela que quase foi usada para lhe fazer um tratamento dentário. Seus braços ficaram doendo com aquele golpe, bem como suas costas, pois a potência do chute lhe jogou contra uma árvore, que, com um som surdo e seco, soltou uma nevasca de folhas e galhos pequenos que tinham se partido no impacto.
     - Mas que vergonha! Que raio de treinamento é esse que você anda tendo aos sábados? – ela não estava sendo sarcástica agora, estava indignada mesmo! – não conseguiu sequer me ameaçar uma única vez. Use estas pernas! Assim!
     Ele ergueu as mãos e agarrou o tronco da árvore com elas, impulsionando o corpo para cima, para escapar da perna dela novamente. Conseguiu, apenas para cair no chão, logo em seguida. O impacto da perna dela na árvore a balançou de tal forma, que seus dedos se soltaram da casca da árvore, tirando todo o seu apoio.
     - No chão de novo? – ela balançava a cabeça e, de olhos fechados, soltou alguns palavrões um tanto indecorosos, mesmo para meninos falarem – e se eu fosse um inimigo? O que iria fazer? Sair correndo ou ficar deitado no chão, fingindo de morto?
     Ele não respondeu. O que ela queria que fizesse? Achava mesmo que tinha alguma chance sequer de revidar? Contra ela?
     - Acho que é hora de mostrar serviço... – ela juntou as mãos com os indicadores em riste - Fogo de Marte – ah não – acenda!
     Um jato de fogo foi direto para onde ele estava, calcinando o chão e o tronco da velha árvore, que, algum dia, ainda iria cair. Talvez fosse naquela noite mesmo.
     - Mostre o que você aprendeu! Senão vou ficar morrendo de vergonha.
     - Mãe – disse ele quase chorando – eu... não posso atacar a senhora!
     - Você não está atacando sua mãe – rugiu ela - mas sim a sailor Marte.
     - Mas eu jurei nunca lutar contra uma inner... AI!
     Como ela conseguiu fazer o fogo dar a volta e acerta-lo por trás? Esse truque ele não conhecia...
     - Dentro deste templo, eu faço as regras – ela falava como se fosse seu pai, seu sensei – e a regra atual é: ENFRENTE-ME!
     - Eu... não posso – ele caiu de joelhos, apoiando as mãos no chão – não posso fazer isso. A senhora é minha mãe...
     - Eu não mereço isso - ela cruzou os braços e olhou de lado para o seu pai, que estava tranqüilamente deitado na rede, entre duas árvores, observando calmamente a cena, com um copo de suco gelado na mão – olha só o filho que você me deu!
     - Por que nestas horas ele é meu filho?
     - Porque é o lado da sua herança genética que está se manifestando agora. Onde já se viu... um homem assim... um guerreiro de Marte... com medo de uma simples mulher?
     - Simples? – ele sorriu – querida, acho que não está sendo muito justa...
     - Nicholas... não me contrarie e... CALE A BOCA!
     Ele se encolheu um pouco na rede, mas sorriu de um jeito divertido.
     - Como assim, guerreiro de Marte? – perguntou Herochi surpreso com a entonação que ela deu as palavras.
     - Me derrote – disse com um sorriso ameaçador – que eu lhe explico.
     - Mesmo que eu não me sentisse compelido a me segurar – chorou ele – eu não acho que tenho alguma chance contra uma inner. Ainda mais a mais poderosa.
     - Eu? A mais poderosa? Que lisonja... – ela ficou um pouco meiga – ainda não viu Júpiter brincando de brigar. E você – ela olhou para o seu irmão, observando tudo de uma distância razoavelmente segura – preste muita atenção, porque depois será a sua vez. Agora, filhinho, pare de se ajoelhar perante mim, se levante, e me acerte! Você já fez dezoito anos. Se quiser sua emancipação, deve derrotar a mim, a princesa de Marte.
     - Princesa?
     - Mas como você perde tempo falando!
     Ela saltou em sua direção e fez um arco descendente com o corpo, com o punho direito cerrado a frente. Ela não estava brincando! Se o acertasse, ele iria parar no hospital. Ele girou para trás e pôde sentir quando ela atingiu o chão. A onda de choque foi forte o suficiente para ele perceber a terra tremer.
     Teve que continuar se esquivando, pois, assim que acertou o chão, ela girou o corpo para lhe dar uma rasteira, que, por pouco não o acertou. Precisou dar dois saltos mortais de costas, para escapar da seqüência de investidas dela. Ainda assim, ela, após um breve instante – na verdade, apenas um tempo necessário até ela apoiar o pé esquerdo e saltar na direção dele - ela continuou investindo. Ele estava no meio de uma esquiva quando ela se lançou, de forma que, foi necessário fazer um giro no ar – agradeceu a Diana por lhe ensinar aquele truque – para não ter a coluna partida pelo joelho dela. Infelizmente, não ficou fora do alcance de seu ataque. Um monte de elos calcinantes o acertou na região da barriga, causando-lhe algumas queimaduras. Nem chegou a perceber quando ela invocou o ataque.
     Não foi nada grave, mas isso o assustou. Por toda a sua vida ele tinha crescido sendo imune ao fogo. E, agora, descobriu que não era imune ao fogo místico de sua mãe. Ela não estava simplesmente praticando ou treinando com ele, ela o estava pondo a prova! E uma prova muito realista, diga-se de passagem. Foi o que ele pensou enquanto continuava a se esquivar de seus braços e pernas, que incrivelmente conseguiam ficar em toda parte. Como ela era rápida!
     ungh e impiedosa. Tinha novamente bloqueado um chute dela com os braços, e, novamente estes arderam com o impacto, sem contar que ficou um rastro no chão, de seus pés, por cerca de um metro. Ele já estava ficando ofegante, e ela... ela nem tinha começado a suar.
     Se a briga com sailor Saturno tinha sido difícil, esta de agora estava impossível. O pior não era estar apanhando de sua mãe – até parece que ninguém nunca passou por isso – muito menos de uma sailor – certo, isso, é difícil alguém ter de enfrentar no dia a dia – mas sim, perceber, claramente, que ela estava se segurando, e não atacando com tudo o que podia. Ela não estava brigando de verdade contra ele. Não estava mesmo! Era evidente, era óbvio demais. Por ter passado uma vida inteira treinando artes marciais com o seu pai, não era difícil para ele perceber isso.
     Mas era difícil aceitar tal coisa. Ainda que fosse sua mãe, ainda que fosse a sailor Marte, a única inner a ter poderes psíquicos, era doloroso aceitar que ela estava apenas brincando com ele. E não podia fazer nada... não tinha velocidade para sequer ousar um contra ataque. Estava usando tudo o que aprendeu para se esquivar e bloquear os seus golpes.
     - Chega! – disse ela irritada – que vergonha – o desdém com o qual ela disse isso o machucou no fundo de sua alma – que vergonha mesmo! Que vergonha eu tenho de você!
     Ela estava com vergonha dele? Que brincadeira de mal gosto...
     - Eu não tenho a mínima chance! – exclamou ele, se defendendo – você é muito mais rápida que eu.
     - Querido, venha aqui – disse ela após cruzar os braços.
     Viu o seu pai sair da rede – com um certo contragosto – e se aproximar dela com as mãos nos bolsos.
     - Sim? – perguntou ele de um jeito comedido.
     - Por acaso, o seu filho aqui, está certo ao falar que sou muito mais rápida que ele?
     - Não – respondeu simplesmente – ele está apenas com medo de deixar o corpo agir. Não foi isso que eu lhe ensinei – disse ele o encarando com muita seriedade.
     - Pai... sensei! Com todo o respeito... nem você teria chance contra ela.
     - Contra o poder de sailor Marte, provavelmente não, mas contra a sua agilidade... eu não apostaria nisto. Mas, logicamente, eu vou sair dolorido.
     - Não venha me adular não, já estou bem irritada. Nicholas, me ataque.
     - Eu! Porque?
     - Porque estou mandando! – gritou ela, com os punhos cerrados e erguendo-se na ponta dos pés.
     - Hum... só por isso, não. Não é incentivo suficiente.
     - Tá bom... se me derrubar no chão, eu uso aquela roupa que você gosta tanto... esta noite... – ela deu um sorriso tão malicioso, que até Herochi e seu irmão sentiram um tipo de pontada de inveja do pai.
     Se ele conseguisse, claro.
     Foi muito rápido! Seu pai se abaixou e lançou um chute direto para a cara de sua mãe, que, logicamente, esquivou-se para trás, curvando o corpo. Logo em seguida, ela se deixou cair ao levantar os pés, para escapar de sua rasteira. Ela estava dando uma cambalhota para trás e ele pulou em sua direção, por cima dela. Herochi não acreditou! Ele estava na ofensiva! Contra a sailor Marte!
     Ela ergueu um dos pés para afasta-lo, enquanto estava no meio da cambalhota, e ele, simplesmente o agarrou com uma das mãos, torcendo-o logo em seguida, o que fez sua mãe dar um grito de dor. Um segundo depois, sua mãe estava no chão, com seu pai por cima, torcendo o seu pé e segurando um de seus braços as costas dela, deixando-a completamente imobilizada.
     Eles estavam quase que nariz a nariz assim, um olhando para a cara do outro. Seu pai com uma expressão tranqüila, e, sua mãe, com certa surpresa e um que de "foi trapaça" no olhar. Logo depois, eles se beijaram. Um beijo rápido. Ele a soltou e a ajudou a se levantar.
     - Você... melhorou... – disse ela, com um meio sorriso.
     - Com o incentivo que você me deu...
     - Volta para a sua rede... eu ainda quero ver do que estes seus filhos são realmente capazes. Bem Fobos – a expressão romântica que ela tinha para com o seu pai sumiu – tem mais alguma desculpa agora? Seu pai não tem o poder de uma sailor, e... – ela pos a mão no queixo - e não é que ele me venceu mesmo? Bom... agora chega de pegar leve com você. Vale tudo! Portanto, trate de usar os seus poderes de fogo.
     Parecia que os olhos dela estavam com chamas. Ela não iria facilitar desta vez, o que, na mente dele, só significava uma coisa: nocaute!
     Nocaute dele, bem entendido.
     - Dê um incentivo a ele, querida...
     - Hum... – ela ficou pensativa – pois bem... se conseguir me acertar um único chute, eu retiro as regras que impus para você namorar. Mas... se eu te imobilizar antes disto... vai me contar com quem está namorando!
     Aquilo não era incentivo, mas uma sentença de morte!
     - Posso pedir uma revisão nas opções?
     - Não!
     Ela começou o seu ataque mais poderoso, a sagrada flecha de Marte. Ele ia virar torresmo! O que ele poderia... hum... ela não consegue lançar ataques tão rápido quanto ele... e o fogo dela o queimou... será que o fogo dele a queimaria também?
     Ele abriu as mãos quando ela estava prestes a lançar a flecha, e lançou um jato de fogo contra as pernas dela. Surpresa, ela pulou para trás, e lançou a flecha para o ar, o que a deixou sem equilíbrio. Era agora ou nunca!
     Ele pulou em sua direção e conseguiu lhe acertar um chute na barriga. Que deve ter doído, pelo seu grito. Só que, logo depois, ela deu um salto mortal para trás, pousou com os pés e partiu para cima dele, dando-lhe um soco no seu estômago, seguido por uma joelhada na barriga.
     Quando ele estava quase que soltando todo o ar de seus pulmões, ela terminou com um golpe feito com as duas mãos unidas nas suas costas, jogando-o – na verdade, ele ficou encrostado - no chão, quase inconsciente.
     - Perdeu – comentou ela.
     Mas ele estava sorrindo... mesmo sentindo suas entranhas esmagadas, ele estava sorrindo. Continuou sorrindo quando, tossindo e cuspindo saliva, esforçou-se para se levantar. Mesmo ao perceber a depressão feita no chão pelo seu corpo quando ela o jogou neste – qualquer um teria virado carne moída, ele era tão resistente assim? – continuou sorrindo. E ainda sorria quando notou que ela o observava sem entender a sua expressão.
     - Por que está sorrindo?
     - P-por.. que... – como doía sua barriga para falar – eu te... a-a-acertei... um chu-chute... a-a-antes de... de... perder!
     - E daí? – ela virou a cabeça de lado – ai! não! DROGA! QUE BURRA! BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA, BURRA!
     Ela batia na cabeça com as próprias mãos, e parecia inconsolável. Ele estava livre... livre para sair com Joynah, para namorar sossegado, e, sem nenhuma obrigação de contar para ela. Perdeu a briga – apanhou feio, na verdade - mas ganhou a guerra.
     - E... quanto àquilo de... guerreiro de Marte?
     - Esquece garoto – vociferou ela – essa resposta você ainda não merece! Vá tomar um banho para tirar esse fedor de terra e suor. Aproveite e ligue para a sua namorada... conte-lhe as boas novas... mas ai de você se eu virar avó antes de se casar, OUVIU BEM?
     - S-s-s gulp sim!
     Ele andou cambaleando em direção a casa. Sentia que estava para vomitar a qualquer momento. Mas, mesmo assim, não tirava o sorriso do rosto. Quando passou por seu irmão, ouviu ele murmurar "que inveja", e sorriu mais ainda. Antes de entrar em casa, ouviu que sua mãe desistiu de lutar contra o Yokuto. Segundo ela própria, duas derrotas já eram demais para uma só noite.
     Duas derrotas? Ah sim! Contra o seu pai. Mas não considerava que ela fora derrotado por ele. Ela o massacrou! Foi só querer bater mesmo que ele foi a lona. Como sailor Saturno, que em tese, é mais poderosa que ela, teve tanta dificuldade? Com certeza, não deve ter lutado para valer...
     De seu ponto privilegiado, ele viu sua esposa ir em sua direção, e, sem muita cerimônia, sentar-se na rede que estava usando, diretamente em cima de sua barriga.
     - Que coisa! – disse ela, olhando para o céu – que belos herdeiros eu arrumei para a minha mãe... que descanse em paz.
     - Querida...
     - O que foi? – ela o olhou com cara de poucos amigos. Não parecia estar percebendo que estava sentada em sua barriga, o que o impedia de respirar com tranqüilidade.
     - Você engordou...
     - O QUE! Ora seu, seu, seu...
     Ela se jogou para cima dele e ficou apertando o seu pescoço. Mas foi só por alguns instantes. Logo depois, parou com o ataque e deixou o corpo mole, ficando ao lado dele na rede. Virou-se de barriga para cima e colocou o braço esquerdo embaixo da cabeça dele, e, ficou observando as estrelas, com o rosto sereno.
     - Por que deixou ele te acertar?
     - Porque? – ela franziu o cenho, pensando em uma boa resposta – sabe que não sei? Acho que ele merecia um prêmio de consolação. Ele estava certo... não tinha a menor chance contra a sailor Marte. Além disso, já tem dezoito anos, e já é hora de conhecer o mundo por conta própria, com todos os problemas que isso inclui. Mas... AI DELE SE ME APRONTAR UMA VERGONHA!
     Nicholas riu sem controle do jeito que ela falou.
     - O que foi? – perguntou ela sorrindo – acha isso engraçado? – ela se virou e ficou praticamente deitada em cima dele.
     - Apenas estou me lembrando de você... quer dizer, de nós... daquele dia, em que eu te agarrei pela sua lapela e disse tudo o que sentia, e como ficava irritado de você sempre ficar se afastando de mim, sem nunca falar simplesmente para eu desaparecer de sua vista... lembra o que houve depois?
     - Claro que lembro! Acha que essas coisas a gente acaba esquecendo? Especialmente quando é a nossa primeira vez? – ela sorriu – mas... era diferente...
     - Como era diferente? – ele ficou curioso.
     - Eu não tinha uma mãe tão exigente quanto meus filhos têm hoje...
     - Nisso eu concordo plenamente. Especialmente sendo a princesa guerreira da linhag...
     - Quieto! – ela pôs o dedo em seus lábios, e o encarou com muita seriedade – não quero pensar nisto agora. Nasci uma terráquea, e morrerei uma terráquea. Não importa o que eu tenha sido antes. Só interessa o daqui para frente...
     - E quanto àquilo que você quase foi falando para o Herochi...?
     - Eu estava falando com Fobos, não com Herochi – ela continuou séria – cedo ou tarde irei lhes contar sobre a ascendência que carregam. Ainda que isto em nada influencie suas vidas futuras, é um direito que eles tem de saberem.
     - Acho que as suas amigas não estão interessadas nisto...
     - Nenhuma delas quis lembrar-se de como eram as coisas na época do primeiro Milênio de Prata. Ficaram satisfeitas com o pouco que nos foi revelado. Éramos as guardiãs da princesa. Ponto. Eu quis saber mais... quem tinha sido minha mãe naquela época... meu pai... como consegui ser a sailor Marte. Por falar nisto...
     Ela reverteu a sua transformação, e, indicando que o assunto estava encerrado, o abraçou, passando os seus braços nas suas costas – não era fácil estando em cima de uma rede e ainda estando por cima dele – começou a beija-lo, naqueles raros momentos em que queria sentir-se amada.
     - Nossa! – exclamou ele sorrindo com imensa alegria – é tão raro ver você assim... meiga e, gentil...
     - Não comece não – ela já o estava olhando torto – meu dia foi uma lástima total! Perdi o contrato dos Cantores Rosados, a filial na Europa não recebeu autorização de funcionamento, descobri que meus filhos ainda tem um longo caminho a trilhar antes de poderem ser realmente considerados como "Cavaleiros" - a entonação que ela dava a esta palavra indicava claramente que não a apreciava - de Marte, perdi para um humano um pouquinho acima da média – sorriu com sarcasmo para ele – e, ainda vou ter de pagar uma prenda pela derrota... hum... onde será que eu escondi aquela roupa?
     - Acho que você a emprestou para a Amy – ele sabia que estava com uma cara de criança marota, mas não conseguia evitar.
     - É mesmo! Eu... puxa! Isso foi no ano passado... ela não devolveu ainda! Que safada... será que é por isso que o Sume nunca mais nos visitou depois das dez da noite? – ela olhou com uma certa confidência para ele, mas era óbvio que estava apenas brincado. Amy devia ter se esquecido, apenas isso - Vou ficar te devendo...
     - A gente acerta isso depois. Agora, eu, como consorte de uma bela princesa-que-não-quer-que-eu-termine-a-frase, tenho algumas tarefas de realeza para cumprir...
     - Que tarefas?
     - Entre elas, a de fazer a minha doce esposa descansar um pouco...
     Ele levou suas mãos até as sua nuca e ficou fazendo carinho nesta, até ela relaxar o bastante para cochilar um pouco. Atrás dela, a Lua brilhava lindamente, apesar de haver ainda nuvens no céu. Ao seu lado, o brilho do planeta Marte era visível, em todo o seu esplendor.
     Mas ele considerava que o esplendor de sua princesa – princesa dele, não do planeta - agora adormecida em seus braços, era muito superior.


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