Herança escrita por Janus


Capítulo 12
Capítulo 12




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     Era uma bela casa. Grande, como seus moradores gostavam. Um sobrado bonito, com amplo quintal e uma bela varanda, com direito a uma cama de rede protegida por um telhado reversível. Seus vizinhos jamais suspeitavam o que acontecia lá dentro, realmente.
     Na cozinha, logo atrás da bela mulher que estava ocupada observando os detalhes de um holograma, forças estavam atuando. Forças poderosas, que, de uma certa forma, desafiavam as regras elementares moldadas no Universo. Sem nada físico para justificar aquilo, as portas do armário da cozinha se abriram lentamente. Deste armário, dois copos saíram flutuando, posicionando-se lado a lado, quase abaixo de um bebedouro com água mineral. As portas abertas antes se fecharam com delicadeza e, ao lado da pia, uma fruteira começou a se remexer.
     As frutas que estavam em suas diversas cestas - que davam um ar de árvore de natal a fruteira – estavam girando sobre si mesmas, como se estivem vivas, e sentissem cócegas, tentando se livrar de tal sensação. Após alguns segundos, seis laranjas maduras conseguem vencer o bloqueio imposto pelas outras, mais verdes e com menos suco, e seguiram flutuando até os copos colocados na pia por mãos ou espíritos invisíveis. Como se estivessem em uma esteira transportadora, elas formaram duas filas organizadas, sendo que a primeira laranja de cada fila posicionou-se em cima de cada um dos copos. A casca inferior destas se abriu e estas foram espremidas, derramando o seu conteúdo nos copos. O processo se repetiu com cada uma das seis laranjas, sendo que depois, as laranjas esmagadas e extirpadas de seu conteúdo seguiram languidamente o caminho até uma lixeira, com o símbolo de lixo orgânico, para serem – depois de recolhidas pelo pessoal especializado – utilizadas como adubo.
     Os copos agora preenchidos até a metade com o doce néctar natural recheado de vitamina C, começaram a flutuar novamente, passando cada um deles, por um dos lados da cabeça da mulher, que, se tinha notado algo da cena fantasmagórica atrás de si, nada demonstrou. Ela voltava toda a sua concentração para o holograma indicando os pontos em que haviam sido registrados incidentes com os fantasmas negros. O desenho que formavam, era como se fosse uma galáxia com várias estrelas, ou, de uma maneira mais grosseiramente falando, como bordas de um círculo, salpicado de pontinhos pretos, sendo que, quanto mais para o centro deste círculo os pontinhos iam, mais densos e agrupados estes se tornavam.
     Ela ergueu a sua mão direita quando um dos copos passou logo acima desta, e este, como se obedecesse a uma ordem previamente estabelecida, parou com o movimento adiante e iniciou um descendente, pousando suavemente em sua mão já em forma correta para pega-lo. Ela o levou até a boca e sorveu o líquido fresco, soltando uma lufada de ar satisfeita em seguida.
     - Que delícia – murmurou ela – já pensou em trabalhar em parques temáticos de terror? Ficaria rico!
     - Eu já sou rico – disse uma voz vinda da sala de estar – tenho as duas mulheres mais lindas e graciosas deste mundo ao meu lado, o que mais poderia querer?
     - Que tal um menininho? Acho que a Rita já pode muito bem agir como irmã mais velha.
     Alguns momentos depois, Afonso aparece no vão da porta, segurando o copo de suco de laranja que ele tinha feito com sua capacidade telecinética. A cada dia, ele ficava mais habilidoso com ela.
     - Pensei que estava satisfeita em ter apenas uma filha tontinha...
     - Ei! Veja lá como fala de sua filha. Ora... se uma filha não pode ter nem o respeito do próprio pai, onde vamos parar? Peça desculpas agora... agshds mhhhh!
     Ela convergiu os dois olhos para a frente, para a sua boca que, de forma absurda, estava sendo beijada por ele, há quase dois metros de distância... um beijo telecinético... nossa! Como ele estava poderoso! E sutil...
     A sensação era quase a mesma de um beijo real, faltando apenas a língua danada dele para dar o efeito completo. Após alguns momentos, ela sentiu ser libertada pelos lábios invisíveis e ficou olhando um pouco assustada para ele.
     - Andei treinando – disse ele com um sorriso – mas, não é a mesma coisa.
     - Com quem você andou treinando isso? – ela ficou nervosa, e demonstrava um certo ciúme.
     - Com a boneca Sheila da Rita – disse ele piscando o olho – o que você tanto fica olhando neste holograma?
     - Quero ver se há um padrão nestes incidentes.
     - Parece que há. Alias, está na cara que há um padrão. Todos os pontos estão formando um círculo, como se fossem as bordas de uma pitada de sal que cai no chão.
     Assim que ele disse isso, ela ouviu um barulho atrás de si. O saleiro tinha se aberto e um pouco de sal estava saindo deste. Este estranho micro meteorito de sal – que mais se parecia com uma mini bola de neve – seguiu até a mesa em que ela estava e, como que solto por um alçapão, caiu nesta, espalhando-se em forma de gota de chuva que atinge o chão.
     - É... as bordas estão parecidas, só que... hum... tem muito ainda no centro. E, no holograma, depois de um certo ponto, as marcas diminuem de intensidade.
     - Então, vamos simular outra coisa – disse ele franzindo o cenho, se concentrando – acho melhor proteger os olhos.
     Ele avisou bem a tempo! Mal ela os cobriu com a mão, e a pitada de sal na mesa agiu como se tivesse sido bombardeada por uma minúscula bomba, abrindo uma cratera no interior e espalhando grãos de sal pela mesa.
     - Hum... ficou bem mais parecido – disse ela – bem mais mesmo. Mas ainda tem estas bordas bem delineadas nesta craterazinha – ela fez um movimento circular com o dedo para dar mais ênfase – mas, talvez você tenha razão. Só que... ainda não entendi aonde quer chegar.
     - Amy é a nossa especialista, mas eu já vi esta forma antes, num documentário. Era sobre a simulação de explosões em computador que o nosso exército faz, tanto para poupar dinheiro, como para não causar estragos verdadeiros. E, uma destas simulações indicava a forma como se espalhavam os fragmentos de bombas. Alguma coisa para treinar os especialistas para saberem o que procurar, e como reconhecer a maneira que evoluiu a explosão de acordo como estes fragmentos são encontrados. Por exemplo... vê esta parte com menos marcas? Eu diria que alguma coisa obstruiu o trajeto destes, e isto é confirmado aqui, onde há mais marcas que o normal, como se fragmentos estivessem sendo empilhados em algum anteparo. Hum... não é aqui que acharam aquelas ruínas?
     - Foi um pouco mais para frente – disse ela surpresa com o que ele disse. Fazia sentido. Muito sentido, alias, exceto por um detalhe... – mas... olha, sei que você quer ajudar, só que estes pontos são buracos feitos no chão, não apenas incidentes com os fantasmas. E o menor destes buracos tinha dois metros de profundidade.
     - Eu já vi muitos destes, lembra? Não há nenhuma forma moldada nestes buracos, ou seja, ou eles não encontram o que querem, ou, o que querem é muito pequeno.
     - Em que nos ajuda isso?
     - Bem, ou estão procurando coisas bem pequenas, ou estão errando feio. Mas eu ainda voto de que estão procurando algo que se espalhou como uma explosão.
     - Pedaços de uma explosão que estão enterrados há mais de um metro de profundidade? Meu amor... isso, com todo o respeito, é ridículo. Primeiro que a única explosão, alias, explosões que ocorrerem na cidade foi durante a guerra BlackMoon, e, segundo, nenhum fragmento destas poderia estar tão fundo assim. Ora... alguns destes buracos foram feitos em pisos e até em pistas de veículos. Um deles foi feito no porão de uma casa, atravessando dez centímetros de concreto, e ainda cavaram mais oito metros depois disto. Sem contar esta área – ela mostrou no holograma – em que nunca houve qualquer caso. É um verdadeiro buraco nos pontos, como se fosse varrida, e, em contrapartida, tem esta aqui, totalmente fora do padrão, com quase oitenta incidentes – ela indicou outra área, quase formando um quadrado, mais afastada do desenho em si.
     - Eu só sei o que se parece – defendeu-se – a forma lembra muito os estilhaços espalhados por uma explosão. Mas acho que você já perdeu horas demais queimando a vista com isso,. Que tal pousar os olhos em outra coisa?
     - Como o que? Por exemplo... – disse ela o olhando com uma expressão meio de desejo, meio de inocência.
     - Hum...
     - AI! – gritou ela assustada, logo depois se remexendo na cadeira.
     Como... como ele tinha feito aquilo? Ela estava sentada... sem meios dele poder ver o alvo. Como conseguiu...
     - Ei! EI! PARA! Ai! – começou ela de novo, ao sentir como se estivesse sendo tocada nos seus pontos fracos. Alguns causavam cócegas, outros... eram bem íntimos. – AI! SOCORRO! TEM UM FANTASMA TARADO AQUI!
     Ela se levantou da cadeira e o abraçou com força, quase saltando em seu colo.
     - Meu bravo guardião – murmurou ela – pode me defender destas assombrações que atentam contra minha intimidade?
     - Depende... o pagamento é generoso?
     - Eu ofereço... a mim – ela o enlaçou de novo, desta vez, o beijando com mais suavidade – hum... prefiro suas mãos – ela sorriu – são bem mais delicadas e menos assustadoras. Desde quando você consegue ser tão sutil e certeiro assim?
     - Já faz alguns meses, na verdade. Ando treinando muito aqui em casa e no trabalho. Ontem mesmo eu não usei as mãos para nada.
     - Coitada delas... – murmurou na sua melhor entonação infantil - elas vão atrofiar se não fizerem exercício. EI! Olha a pouca vergonha ai! – reclamou ela.
     - Não foi você quem disse que elas precisavam de exercício?
     - As onze da manhã? Vamos com um pouco de calma.
     - Você disse que queria um irmãozinho para a Rita...
     - Hum... é verdade... sabe... que tal você me trair com a sailor Vênus? Eu adoraria ter um filho com poderes, como a Lita e a Ray.
     - Tem certeza do que está falando? – ele a olhou com uma certa seriedade.
     Ela não respondeu, mas ergueu o seu pingente de transformação com a mão esquerda, olhando sedutoramente para ele. Quando ela pensou em dizer as palavras, este começou a flutuar de sua mão, pegando-a de surpresa, que, inutilmente, tentou alcança-lo no teto.
     - Isso é trapaça! – disse ela, mas sem nenhuma raiva, para ele – Ei! O que...!
     Ela estava sendo erguida no ar, totalmente indefesa, e, gentilmente, seguiu flutuando pelas escadas até chegar ao quarto deles. Ela viu a cama passar lentamente por baixo dela e ficou um pouco curiosa por não ter pousado nesta. Ainda estava flutuando, indo para a porta que dava acesso a varanda deles. As portas se abriram gentilmente e ela continuou flutuando, sendo aquecida pelos raios de Sol que passavam pelo teto de zinco aberto. Foi depositada com suavidade na rede, ao lado do conjunto de flores que estavam em um vaso – um dos presentes do dia das mães de Rita – a rede, logo em seguida, começou a balançar devagar. Ele a acompanhou por todo o trajeto, em silêncio.
     - Nossa – disse ela totalmente sedutora agora, desistindo de deixar as coisas noturnas para o período mais clássico de serem feitas – e agora? O que o meu seqüestrador vai fazer comigo, aqui... totalmente indefesa? – ela esticou os braços acima da cabeça e os enrolou grosseiramente nas cordas da rede, fingindo um aprisionamento que não existia.
     - Posso pensar em alguma coisa – disse ele entrando na rede e deitando-se ao seu lado. Ela ainda não tinha feito menção de soltar as mãos "aprisionadas".
     Percebendo que ela estava deixando a iniciativa com ele, acabou decidindo pelo ataque direto. Começou a mordiscar sua orelha, coisa que a excitava muito, apesar de deixa-la sem controle. Ela desistiu de fingir que estava presa e tentou afastar a cabeça dele com as mãos, para, logo em seguida dirigi-las para o cinto de sua calça, para solta-la. Ele, por sua vez, usou seus poderes para desabotoar e retirar a bermuda que ela estava usando, e também para abaixar o toldo do terraço, de forma a ocultar dos transeuntes da rua que a rede iria, em breve, balançar um pouco.
     Ainda tentando fugir do assédio de seus dentes na sua orelha, ela contra atacou, mordendo o lado de seu pescoço, no mais puro estilo de vampirismo. Mas não obteve muito êxito, exceto o de ele fechar a sua boca telecineticamente. Aquilo não valia! Era contra as regras do "vale tudo" na cama. Ela demonstrou sua frustração ao dar um senhor beliscão em sua nádega direita. Ele entendeu o recado, e permitiu que voltasse a mover sua mandíbula. Infelizmente, ambos se arrependeram disto logo em seguida, quando ouviram um constante barulho rítmico.
     - SACO! – berrou ela ao ouvir o transmissor bipando – ISSO É HORA?
     Afonso não disse nada, apenas tampou os ouvidos que ficaram zunindo com os gritos que ela deu ao lado destes. Ele devia tê-la deixado em silêncio por mais algum tempo. Ela própria teria gostado disto. Agora, tinha de atender a chamada, pois já tinha perdido totalmente o clima.
     Sem perceber que estava apenas com o top e uma calcinha – ele tinha conseguido tirar totalmente sua bermuda antes – ela saiu da rede e foi até o quarto, para autorizar a ligação a ser atendida pelo computador da casa. Assim que ela entrou no quarto, porém, percebeu que estava com a pele recebendo mais oxigênio que antes, e voltou-se meio sem jeito para ele, ainda na rede.
     - Afonso...
     Sua bermuda apareceu diante de seus olhos antes que ela tivesse tempo de completar a frase. Ela a pegou e a vestiu o mais rápido que pôde, enquanto dizia para o computador completar a chamada. Uma imagem holográfica do Tony apareceu diante dela, felizmente, não antes dela ficar mais apropriadamente vestida. Ela tinha que se lembrar de, qualquer dia destes, colocar o sistema de comunicação apenas em áudio, e impedir que a sua filha pudesse ativa-lo de volta ao modo vídeo.
     "- Liguei em hora ruim?"
     - Bem... pode-se dizer que sim. Mas, agora já é tarde. O que deseja, Tony?
     "- Desculpe" – ele estava meio sem jeito, e ela percebeu que era porque sua bermuda estava mal vestida no corpo, e que Afonso podia ser visto na varanda, prendendo novamente o cinto de sua calça. Tony não era nenhum inocente – "Eu ligo depois, talvez no ano que vem..."
     - Não senhor! – disse ela incisiva – como eu disse, agora é tarde. A Rita não está aqui, queria falar com ela?
     "- Sim" – confirmou ele, ainda sem jeito - "eu só queria mesmo dar um recado a ela. Eu me decidi e... acho que... bom, não sei como dizer isso. A gente andou saindo algumas vezes e... acho que não vai dar certo."
     - Eu acho melhor você falar isso para ela pessoal... VOCÊS O QUE? ANDARAM SAINDO JUNTOS?
     "- Fomos em alguns bailes e curtimos um ou outro cineminha. Mas não fizemos nada, eu juro! Ela não te contou?"
     - Tony, querido... pode deixar que eu dou o seu recado para ela... tenha um bom fim de semana, tá? – ela desligou a ligação com um beijo para ele, e ficou de braços cruzados, emburrada, em pé no meio do quarto.
     - O que foi? – perguntou Afonso entrando no quarto – algum problema?
     - Sabe o que a sua filha andou fazendo as escondidas? Andou tendo um encontro... E EU NÃO FIQUEI SABENDO DE NADA!
     - E ele não era bonito?
     - Claro que era, era um gato! – seus olhos brilharam – seria o genro ideal... mas agora... aquela tonta o perdeu. Que burra! Como ela pôde fazer isso comigo? Se tivesse me contado, eu teria dado a ela todas as dicas para segura-lo. Todas mesmo...
     - Querida... esse não é um problema que a Rita é quem tem de encarar?
     - Sozinha? De jeito nenhum! Ela é muito inexperiente. Eu me lembro quando eu era jovem... tentava, tentava e tentava e não conseguia nada. Não sabia como agir, como escolher, como ser notada... e ela... eu não acredito! Ela conseguiu um encontro, na verdade mais de um, e não soube segurar o rapaz. Preciso falar com ela. Tenho que lhe dar algumas dicas importantes! Tenho certeza de que ela não deve ter andado de forma correta ao seu lado. É importante andar de forma que ele sempre note que você está lá, ao seu lado, sempre disponível para um galanteio ou poema de ocasião. Precisa descobrir quais são os detalhes que ele observa em uma garota, para realçar estes em você mesma...
     - Querida... não foi assim que a gente agiu, lembra?
     - Eu... – ela deu uma risada encabulada – bem, nós também podemos deixar as coisas como estão e permitir que ela adquira sua própria experiência...
     - Sei... sabe, outras mães ficam preocupadas com o primeiro namorado das filhas, mas você fica em cima dela para que ela consiga um. Alias, quase todas vocês fazem isso.
     O bip começou a tocar novamente, interrompendo a conversa, para o alívio de Mina.
     - Computador, complete – solicitou ele.
     A imagem de Haruka surgiu no holograma que imitava uma tela. Parecia que ela estava no palácio, ali do lado.
     "- Afonso? Bom dia. Pode dar um pulo aqui no palácio? Estamos discutindo sobre o torneio das aspirantes e precisamos de sua ajuda aqui."
     - Minha ajuda?
     "- Venha até aqui que a gente te explica, se não for te incomodar, claro."
     Ele olhou para ela, numa pergunta muda.
     - Pode ir – ela sorriu – já acabaram com nossa brincadeira mesmo. Mas a noite eu vou me vingar! Pode ir se preparando. E, antes que eu me esqueça, pode fazer o favor de trazer o meu pingente...
     Ela ficou muda quando o pingente apareceu flutuando diante de seus olhos. Realmente, ele estava muito afiado em suas habilidades.
     - Eu já estou indo, Haruka. Computador, encerre a ligação. Tchau querida – ele lhe deu um beijo de despedida – espero não voltar tarde.
     - Talvez eu vá ao Tokio Café hoje, bater papo com a Lita. Mas eu volto cedo.
     Ela o acompanhou com o olhar ele sair do quarto e começar a descer as escadas. Dando um suspiro pelo momento de intimidade mais agressiva ter sido literalmente podado bem no início, ela decidiu dar uma relaxada antes do almoço. Foi até a varanda onde estavam antes e observou, antes de se deitar na rede, seu marido sair pelo portão e seguir pela calçada até a entrada do palácio.
     - EI!
     Ela olhou para trás, mas não viu ninguém. Tinha sentido claramente alguém lhe dar um tapa no traseiro. Logo depois olhou para onde seu marido tinha desaparecido do alcance de sua visão, matutando sobre as possibilidades de sua casa estar mesmo assombrada ou dele estar bem mais refinado do que imaginava.


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