Beijos escrita por Dama do Crime


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Então. A Luisa reclamou que eu trapaceei no desafio dela (Letting Go) porque eu escrevi algo tão leve que poderia ter no anime, quando na cabeça dela, a fic teria ao menos alguns beijos. E porque eu não sei dizer não pra ela, tive que escrever uma história exatamente sobre isso. Divirtam-se!



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Fuji é beijado pela primeira vez em seu segundo ano. Os lábios de Tezuka são macios contra os dele; seu corpo é agradavelmente sólido e quente; e a vaga sensação de timidez ainda não desapareceu – mas há algo além de tudo isso, uma espécie de medo que é quase agradável.

Eles estão na sala do clube – os últimos a ir embora – e Fuji sabe que eles podem ser pegos a qualquer momento. Mas as mãos de Tezuka estão teimosamente em sua cintura – aparentemente tentando ao mesmo tempo puxá-lo pra perto e empurrá-lo pra longe – e tudo que Fuji quer é sentir-se inacreditavelmente perdido no que quer que seja essa sensação, e no conhecimento de que nada mais importa agora.

***

Tezuka comete o pior erro de sua vida quando ele está no segundo ano. Ele está de pé na sala do clube – na sua escola – beijando um garoto que seria perfeitamente capaz de achar que seria divertido informar todo o clube de tênis sobre isso. Tezuka sabe que está procurando problemas, mas não consegue se forçar a parar – não com a forma como Fuji insiste em acariciar seu cabelo quase tranquilizadoramente e em retribuir o beijo. Ambos sabiam há meses que as coisas acabariam chegando a esse ponto, mas por algum motivo, Tezuka ainda não consegue ignorar a impressão de que isso não deveria estar acontecendo.

***

Ninguém descobre sobre eles naquele dia, nem nas inúmeras outras ocasiões depois da primeira. E apesar de que a impressão de Tezuka de que eles não deveriam fazer isso nunca diminui realmente, a ideia de passar sua vida sem a estranha mistura de gentileza e malícia de Fuji o perturba bem mais do que qualquer que seja a regra desconhecida que Tezuka acha que estão quebrando.

Mas eles são descobertos eventualmente, por um garoto arrogante que joga tênis bem o suficiente para justificar sua personalidade difícil. Tezuka, é claro, leva menos de um segundo pra se recuperar da surpresa (que vem acompanhada de puro horror), e então grita para Echizen correr ao redor da quadra, sem nem mesmo especificar por quantas voltas. E tudo que Fuji consegue fazer é rir e dizer que isso ia acabar acontecendo mais cedo ou mais tarde.

***

Nada muda entre eles, e ninguém começa a agir diferente em relação aos dois. É claro, já que Echizen não é o tipo que se daria ao trabalho de confirmar boatos. E se Tezuka pareceu particularmente difícil de se aproximar na semana seguinte, ninguém foi corajoso o suficiente pra perguntar o motivo.

As coisas só ficam realmente ruins quando Fuji decide que seria interessante contar a Eiji sobre eles; e Eiji decide que tem que compartilhar sua surpresa com Oishi; e Oishi corre em direção a Tezuka numa manhã de terça-feira, corando e levando quinze minutos pra perguntar há quanto tempo Tezuka e Fuji estão namorando.

Tezuka não responde, e passa o resto do dia treinando com uma máquina de lançar bolas de tênis.

É só quando chega em casa e se permite beber chá enquanto lê filosofia alemã que Tezuka é capaz de relaxar. Um pouco.

***

Mais tarde, depois que ele já teve um jantar silencioso com sua família e está relativamente mais calmo, Fuji entra no seu quarto sem bater, sem se dar ao trabalho de explicar quem o deixou entrar, e sem mencionar por que está na casa de outra pessoa tão tarde. Mas de qualquer forma, ele encontra Tezuka sentado à escrivaninha, lendo papéis perfeitamente organizados com uma expressão séria no rosto.

“Eu fui longe demais. Desculpe.”, Fuji sussurra, apoiando-se nas costas da cadeira giratória ocupada por Tezuka.

“Hm.”, Tezuka murmura de volta, mais para informar ao outro que o ouviu do que pra dar algum tipo de resposta relevante.

Ele espera um momento pra Fuji diga mais alguma coisa, mas quando isso não acontece, volta a ler os papéis e tenta não prestar muita atenção na forma como Fuji está respirando contra seu pescoço.

E quando sua tentativa fracassa num tempo recorde, Tezuka desiste e gira a cadeira para encarar o garoto.

Admitir sua derrota teria tido o mesmo resultado, aparentemente, porque antes que perceba o que está fazendo, ele está parado se deixando beijar. E embora não tenha intenção alguma de perdoar a perigosa brincadeira de Fuji, é exatamente isso que acontece.

E então Fuji continua a beijá-lo suavemente inúmeras vezes, e ocasionalmente sussurra pedidos de desculpas que são ditos com sorrisos alegres demais pra que suas palavras sejam levadas a sério; e tudo que Tezuka consegue pensar é se ao não recusar os pedidos, ele está concordando em passar de beijos escondidos pra encontros românticos. Uma parte de sua mente está implorando que ele diga pare, mas a outra parte está simplesmente tentando não sorrir enquanto Fuji ri entre um beijo e outro; e ele acaba decidindo que não quer nada além de observar o garoto entender lentamente uma a uma as promessas silenciosas que Tezuka está fazendo enquanto o beija de volta.

***

“Então nós estamos namorando?”, Fuji brinca mais tarde, quando eles passam da escrivaninha para o chão, e sentam-se lado a lado, as costas apoiadas contra a cama.

“Há um ano”, ele responde, e aparentemente era isso que Fuji queria o tempo todo, porque ele entrelaça sua mão com a de Tezuka, e então ri mais uma vez.

O que ele está sentindo nesse momento não é amor, porque essa é uma palavra forte demais pra garotos de 15 anos – uma palavra que deve ser expressa apenas por beijos.

Mas já que não encontra uma palavra melhor, é eu te amo que Tezuka sussurra com um meio-sorriso.


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos especiais à Solemn Hypnotic pela crítica construtiva! ♥



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