A Batalha escrita por Lola Carvalho


Capítulo 22
O pedido


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo...
Quero agradecer a Viviane Santos pelo novo comentário :3 E também por favoritar a história! :D Seja bem-vinda :)
E também quero agradecer às meninas do Face Michelle Neves, Stephani Amorin e Lindiana Mendes que participaram com suas frases lindas na minha brincadeira de última hora :D Muito obrigada!

Espero que gostem ^.^

Boa leitura!



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Usando as habilidades de leitura do comportamento das pessoas, Charlotte via nos olhares indiscretos de Teresa Lisbon que ela desconfiava de alguma coisa.

Elas estavam na fila do caixa para pagar os biquínis, toalhas e outros adereços que haviam escolhido na loja, e Charlotte tentava seu máximo disfarçar tudo com pequenos sorrisos, que eram retribuídos por Lisbon, porém não havia como ignorar, ambas sabiam disso.

– Então, Charlotte... Quem era o menino que você estava falando no telefone?

– Era... Um amigo. O Marcos – mentiu ela

– É só amigo mesmo, ou ele é alg-

– Credo, Teresa! Nunca! – interrompeu a menina e Teresa, apesar de continuar sorrindo, ficou quieta por alguns segundos, e depois continuou

– Só para constar... Você está vermelha.

– Isso não significa nada! – se defendeu Charlotte

– Eu não disse que significava...

– É claro que você... – disse Charlotte com a voz levemente aguda – Ai, droga, Teresa! Ok, você venceu... Marcos não é apenas um amigo

– Vocês estão namorando, mas você ainda não contou para o seu pai, por isso não queria que eu soubesse... Porque está com medo de que eu conte. – afirmou Teresa convicta

– Como você descobriu? Foi só um telefonema... – “e nem era ele de verdade” completou mentalmente

– Eu sou uma detetive de homicídios, Charlotte...

– Hum... – Charlotte estava envergonhada, não sabia mais o que fazer. Cruzou os braços e olhou para o chão esperando pela coragem para continuar o assunto

– E...? Como se conheceram? Vamos, me conte! Quero saber de tudo... E prometo não contar para o seu pai – Charlotte estava com medo, mas decidiu confiar esse segredo à Teresa.

– Nós nos conhecemos quando eu ainda era Rebecca Ruskin... Ele era da minha escola, mas não éramos da mesma sala... – a atendente do caixa chamou-as para cobrar os itens escolhidos, e Charlotte parou a história por um momento, até elas saírem da loja – Eu estava na sexta série e ele já estava na oitava. Os outros meninos da sala dele sempre zombavam dele por ele conversar comigo, mas ele não se importava. Nós viramos melhores amigos, e no final daquele ano ia ter um baile de formatura para os alunos que estavam saindo da oitava série e indo para o primeiro colegial, e ele me convidou para ser o par dele... E, bem... O final você já sabe...

– Sim, eu posso imaginar... E estão namorando desde então?

– Exato... Ele me ajudou a planejar a captura de Red John e a minha fuga do internato.

– E porque ainda não contou para o seu pai? – perguntou Teresa

– Ainda não tive oportunidade... Mas talvez você pudesse me ajudar com isso, o que acha?

– Ajudar como?

– Ah, você podia ir preparando ele para quando eu contasse... Sei lá...

– Não prometo nada – disse Teresa sorrindo para Charlotte – Mas vou tentar, ok?!

– Obrigada Teresa! Mas e então... Vamos para a praia ou vamos ficar aqui dentro do carro?

– Vamos! Estou vendo que ali tem um banheiro... Podemos nos trocar ali dentro.

– Ótimo! – disse Charlotte saindo do carro e correndo em direção ao banheiro, aliviada por contar para alguém sobre seu namorado, mas principalmente, aliviada por Teresa não ter descoberto sobre o plano dela e de Nicolas.

Não muito longe dali, Patrick dirigia seu Citroën azul em direção à praia. Ele e Nicolas não conversaram muito durante a viajem, apenas em alguns momentos em que os dois começavam a cantar alguma música animada que era transmitida pela rádio.

Em alguns minutos eles chegariam à praia, e todo o plano “Pedido-de-casamento” estaria mais do que em ação.

Nicolas disfarçava o nervosismo evitando sempre o contato visual com Patrick.

– Eu sei o que está havendo aqui... – disse Patrick sem tirar os olhos da estrada.

Nicolas se assustou ao ouvir aquelas sete pequenas palavras. Tudo o que ele mais temia estava acontecendo. “Droga! Droga! Droga!” pensava ele “Não! Fique calmo... Respire...”

– C-Como assim?

– Esse seu nervosismo, essa mudança repentina de planos... Eu já sabia que você estava escondendo alguma coisa, mas agora sei o que é – afirmou Patrick

– Escondendo? Eu? – tentou disfarçar – O quê?

– Você está nervoso com seu encontro com a Jennifer... Tudo bem é normal! – Nicolas soltou o ar que havia prendido – Agora, você não precisava esconder isso de mim, e me fazer vir até Malibu só pra você pedir alguns conselhos sem parecer que está com medo... É normal sentir medo no primeiro encontro.

– É... Certo... Era isso que eu queria... Conselhos – gaguejou o menino

– Vou te dizer tudo o que você precisa saber para um primeiro encontro depois que andarmos de bicicleta, ok?!

– Ok, valeu Patrick!

Dois minutos depois, Patrick, Nicolas e Sarah já haviam chegado à praia.

Teresa e Charlotte estavam terminando de colocarem seus biquínis e saídas de praia para poderem sair do banheiro.

Patrick aproveitara a ocasião e comprara para si uma bicicleta com uma cadeirinha para crianças no guidão e Nicolas terminava de ajuda-lo a retirar as duas bicicletas de cima de seu carro, quando ambos avistaram uma movimentação à alguns metros em frente de onde o carro havia sido estacionado.

E foi aí que Patrick começou a juntar as peças.

O telefonema de Nicolas, a mudança de vontade do Nick, o carro preto estacionado perto dali, as duas mulheres que caminhavam em direção à praia... Tudo isso só podia ser um plano para que todos estivessem ali, na mesma hora, naquela mesma praia.

“Mas pra quê?” considerava Patrick em sua mente, e então ele se lembrou da conversa que tivera com Nicolas dentro do shopping...

Ele já havia detectado alguns sinais de mentira no menino, mas ignorara por pensar que ele estava apenas fugindo do assunto “Jennifer” que o deixava tenso.

Nicolas e Charlotte estavam preparando um momento perfeito para que ele pedisse a mão de Teresa em casamento.

“Claro! Como foi que eu não pensei nisso antes? Praia... O lugar do nosso primeiro encontro. Tão óbvio!” pensava Patrick.

Lisbon também identificou Patrick, Nicolas e a bebê Sarah em seu caminho do banheiro até a praia, mas nem desconfiou de plano algum.

– Hey! – disse Patrick quando Teresa e Charlotte estavam mais próximas deles

– Hey... Vocês sabiam que estaríamos aqui? – perguntou Teresa

– Não... Apenas uma... Coincidência – Patrick piscou um olho para Charlotte e Nicolas – O que as duas moças fazem aqui?

– Charlotte pediu para tomar sol... E vocês?

– Nicolas pediu para andarmos de bicicleta... – disse Patrick – Vocês estão lindas!

– Eu sei que você provavelmente não está falando de mim, mas obrigada pai! – disse Charlotte abraçando-o e colocando a aliança no bolso esquerdo de Patrick – Acho que você já sabe de tudo, não é?! Bolso esquerdo... – sussurrou ela no ouvido de seu pai

– Claro que estou falando de você Charlie! – disse Patrick

– Hey, Nick, vamos dar uma volta de bicicleta? – Charlotte piscou um olho para Nicolas, e ele entendeu que era para deixar os adultos à sós.

– Claro!

Sarah ainda estava dentro do carro, e Teresa abriu a porta para tirar a menina, que fez festa ao vê-la. Em sua mente, Patrick elaborava uma forma de pedir – oficialmente – Lisbon em casamento.

– Quero comer manga... – disse Patrick distraído

– O quê?

– Ah, todos estão cheios de vontades... Eu quero comer manga...

– Ah... – Teresa não entendeu nada, mas preferiu deixar o assunto pra lá.

– Aposto que a Sarah vai adorar se nós montarmos um castelinho de areia, não é Sarah?! –perguntou Patrick

– Jura, Patrick? Ela vai ficar toda suja, e eu também... – respondeu Teresa desanimada

– Ah, amor... Olha só a carinha dela... Vai mesmo negar divertimento à sua filha? – chantageou ele – depois ela toma banho e fica limpinha. Por favor?! – ele fez um beicinho.

– Ok, ok... Tudo bem, você venceu! – ela concordou finalmente e Patrick sorriu antes de depositar um beijo de agradecimento em sua bochecha.

Jane já havia pensado em uma forma de pedir Teresa em casamento e, agora que ela concordara em montar os castelinhos de areia, seu plano funcionaria perfeitamente.

Eles colocaram toalhas na areia para poderem se sentar, e Patrick começou a ensinar Teresa como se fazia um de seus famosos castelinhos de areia com alguns dos brinquedos que ele havia comprado para Sarah.

Sem que Teresa percebesse, ele colocou a aliança no meio de um baldinho já cheio de areia, e o desinformou no lugar onde eles estavam construindo o castelo. Com a ajuda de Teresa não demorou muito tempo para que ficasse pronto.

– Agora vamos tirar uma foto antes de destruí-lo... – disse Patrick tirando do bolso o seu smartphone

– Nós vamos destruí-lo? – perguntou Teresa desapontada

– Claro! É a parte mais divertida de se construir um castelo de areia...

Charlotte e Nicolas ainda andavam de bicicleta, não muito longe de onde Patrick e Teresa estavam, e cada hora inventavam uma disputa diferente: Ver que chegava primeiro, depois quem conseguia andar sem uma das mãos no guidão e depois sem as duas mãos apoiadas no guidão... Sempre rindo e lançando olhares indiscretos e ansiosos para Patrick.

– Por onde quer começar a destruir? – perguntou Teresa

– Por que você não começa por aqui? – Patrick indicou um dos blocos, e Teresa o destruiu junto com Sarah.

O castelo fora quase que completamente destruído em meio à risadas e brincadeiras, exceto por um único bloco que ainda estava inteiro. O bloco onde estava a aliança.

– Só falta um... Quer fazer as honras, madame?! – perguntou Patrick e Teresa o destruiu em seguida.

Um brilho diferente atingiu o olho da agente, e ela identificou sua origem, um pouco enterrado na areia.

Com suas mãos ela retirou a areia que envolvia a coisa brilhante, e o retirou de lá para poder identificar o que era.

E, assim como acontecera da primeira vez que ela vira a aliança no quintal da casa do disfarce, Teresa se espantou.

– O-O que... O que é isso?

– Teresa, agora que as crianças estão todas reunidas e felizes, chegou a nossa hora... Era o que eu devia ter feito há muito tempo. Você me mudou, me fez uma pessoa melhor, e você fez isso de um jeito tão meigo e carinhoso. Eu te amo! – ele ficou em silêncio por alguns segundos, e Charlotte e Nicolas param suas brincadeiras para poderem assistir ao momento, e claro, filmarem e tirarem fotos com seus telefones – Teresa... Eu sei que você já me aturou por um longo tempo, mas... Você aceita me aturar pelo resto da sua vida? Dessa vez, como seu esposo?

Teresa estava em choque, e alternava seus olhares entre a aliança e Patrick.

Ela queria dizer alguma coisa, mas simplesmente não conseguia!

– Não vai dizer nada? – perguntou Patrick aflito

– Sinceramente, eu... – ela conseguiu que algum som saísse de suas cordas vocais – Eu achei que, quando chegasse o momento, você começaria seu discurso com “Depois de anos eu criei vergonha da cara” – brincou ela

– Quer que eu recomece? – ele perguntou e ela riu e negou com a cabeça como resposta – E então... Qual é sua resposta? – ele perguntou de novo, ansioso

– Patrick, eu... – ela analisou mais uma vez aliança, e então continuou – Quero comer manga...

– O quê? – perguntou ele confuso

– Vamos comer manga juntos... – ela completou com os olhos levemente marejados – Para o resto de nossas vidas!

Patrick sorriu, entendendo sua resposta, e a abraçou enquanto a beijava nos lábios, como comemoração.

Charlotte e Nicolas começaram a bater palmas e a gritar, antes de correrem para abraçarem os mais novos noivos, e parabeniza-los também.

E esse foi o (quase) final de mais uma batalha. Pois agora viriam outras batalhas... Batalhas de amor entre duas pessoas que decidiram viver juntas para sempre.

E estas batalhas estavam apenas começando... Para a felicidade de todos.


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam?
Morreram de fofura como eu? kkkkkk
Mais uma vez, muito obrigada a todos que comentam, acompanham e favoritam a história :3 S2

Beijinhoos S2



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