A Batalha escrita por Lola Carvalho


Capítulo 1
O adolescente e a bebê


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoas lindas!Espero que gostem dessa nova história que eu comecei a escrever :)Como vcs puderam ver na sinopse, vai ter jisbon ♥ e também uma caça ao Red John :PPor conta dos trabalhos da faculdade, só vou poder postar uma vez por semana, aos domingos.Bom, espero que gostem :3Boa leitura!



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Uma sensação estranha. Era o que Teresa Lisbon estava sentindo. Não que houvesse acontecido algo naquele dia de verão especificamente, na verdade, justamente o oposto... Não passava de mais um dia comum na Agência de Investigação da Califórnia: Papeladas para preencher, besteiras do Jane para consertar, e, nos últimos dias, tinha que aguentar os olhares, não mais tão discretos, de Rigsby para Van Pelt, e vice-versa.

Mas muitos anos atrás este fora um dos piores dias de sua vida... O dia em que ela fora obrigada a amadurecer e cuidar de seus irmãos, o dia em que toda sua fantasia e inocência foram arrancadas bruscamente de suas mãos, deixando cicatrizes para o resto de sua vida.

Ela simplesmente não conseguia pensar direito... Olhava aqueles relatórios todos e podia jurar que as letras dançavam no papel. Não conseguia se concentrar em nada! Estava completamente alheia a tudo e a todos. O que mais queria era ir para sua casa, deitar em sua cama e esquecer que este dia havia acontecido...

Ao que parece, Patrick Jane sabia de todos esses sentimentos ruins e sensações estranhas que ela estava sentindo, pois ele nem ousara perturbá-la. Mas ele era Patrick Jane, e não podia apenas fingir que nada estava acontecendo... Ele não podia deixar de ser ele mesmo! Então ele foi até a sua sala.

– Boa tarde Lisbon! – ele começou animado

– Oi Jane... – ela respondeu como se despertasse de um sonho

– Tarde linda, não? Dá uma vontade de sair e caminhar... Sem destino... Só para desfrutar do pôr do sol...

– Se é por falta de “Adeus” que você ainda está aqui, então: Adeus Jane! – ela respondeu ríspida enquanto fazia de conta que prestava a atenção em algo na tela de seu computador. Ele ficou pensativo por alguns instantes.

– Ok, vamos parar com esse fingimento agora... – ele disse desligando a tela do computador e se sentando na mesa, ficando ao lado de Lisbon.

– O que... O que está fazendo Jane? Qual é o seu problema, hein? – ela perguntou indignada

– Por que você não encerra o seu dia de trabalho hoje mais cedo e vai descansar um pouco?

– Descansar? Jane, graças a você eu tenho milhões de relatórios para preencher. Então, se não for pedir muito, será que dá pra você parar de me atrapalhar? – ela respondeu irritada

– Quer saber? É pedir muito sim! Não vou deixar você ficar aqui mais, você precisa descansar Lisbon...

– Ah, Jane! Sai da minha sala, vai... Vai procurar o que fazer!

– Lisbon, eu estou preocupado com você!

– Preocupado comigo por quê?

– Há quantas horas você não escreve nem mais uma linha desse relatório? – ela se preparou para retrucar, mas não tinha argumentos contra isso, então Patrick prosseguiu – Deixe-me te ajudar, ok?!

– Jane, eu não preciso de ajuda!

– Eu disse para pararmos com o fingimento...

– Eu não estou fingindo – afirmou Lisbon

–Tudo bem então, olhe nos meus olhos e diga que você está bem... – ele a desafiou. Patrick se sentia mal por ter que forçá-la deste jeito, mas não havia outra maneira... Ele queria ajudá-la!

– Eu estou bem! – afirmou, mas sua voz falhara um pouco, pois um nó se formava em sua garganta... Queria sair dali, mas ao mesmo tempo queria se permitir ser abraçada por ele, e tirar de dentro de si a dor que ela sentia desde os 12 anos de idade quando perdeu sua mãe. Mas não podia, então engoliu o nó, respirou um pouco e voltou a olhar nos olhos de Jane, e nem ela própria havia percebido que abaixara a cabeça.

– Eu não vou forçá-la a desabafar comigo, mas... Quero que saiba que se você precisar, eu estarei aqui!

– Obrigada, mas creio que isso não será necessário. Eu...

– Chefe, temos um caso – disse Cho, entrando na sala e interrompendo-os

– Vamos! – disse Lisbon sem pensar muito, afinal estava aliviada de poder sair de um assunto que ela nem queria ter entrado.

Todos os agentes foram em uma vã até a cena do crime. Não era muito longe dali, então chegaram em questão de cinco minutos.

– O que temos? – Perguntou Lisbon

– Charles e Elleanor Johnson, 40 e 39 anos, foram encontrados por um vizinho que voltava do trabalho e viu a porta aberta. Causa da morte foi ferimento à bala, o sr. Johnson na cabeça, e a sra. Johnson no peito. – respondeu Rigsby

– Jane! – Lisbon chamou a atenção do consultor que estava olhando algumas fotos nas estantes da sala de estar – alguma ideia?

– Hum... Eles tem filhos, pelo que estou vendo... – Van Pelt verificava as informações em seu celular enquanto ouvia o consultor

– Sim... Dois filhos: Nicolas, 15 anos e Sarah, 1 ano – disse Van Pelt

– E onde eles estão agora? – indagou Lisbon

– O que você faria se estivesse com muito medo, Lisbon?

– Me esconderia? – Patrick não respondeu nada, apenas assentiu e apontou para uma porta ao lado da escada que estava fechada.

Lisbon foi até a porta e abriu-a devagar, até que pode ver no canto um menino encolhido, provavelmente era Nicolas, segurando em seus braços um bebê, que deveria ser Sarah.

– Vão embora! Deixem a minha família em paz!

– Nicolas? Eu sou a Agente Teresa Lisbon do CBI... Nós viemos ajudar! – Lisbon disse com uma voz calma e se agachou para poder ficar na mesma altura que Nicolas estava – Por que não vamos conversar lá fora, hein? – o garoto assentiu timidamente e ficou de pé para sair.

Enquanto saia do quartinho, tentado impedir que o garoto visse os pais mortos no chão, Lisbon fez um sinal para Cho, que a seguiu.

– Chefe, está tudo bem?

– Está! Eu vou levar o Nicolas e a Sarah para a CBI... – ela não precisou dizer com todas as palavras que pensava que, quem quer que seja que tenha matado seus pais, poderiam estar atrás dos filhos também – Você é o responsável, não deixe o Jane fazer nenhuma besteira, ok?! – e sem dizer mais nenhuma palavra, Cho voltou para dentro da casa.

Lisbon pediu a um policial que os levassem até a sede da CBI. Assim que entraram no andar da CBI, Sarah começou a chorar.

– O que ela tem? – perguntou Lisbon, um pouco constrangida por não saber o que fazer.

– E-Eu não sei... Acho que ela está com fome... – Lisbon indicou para o rapaz (que não largava um segundo sequer a irmãzinha do colo) o caminho da cozinha.

Ela abriu a geladeira e viu um iogurte, provavelmente era de Rigsby. Depois ela se explicaria e compraria outro... Mas agora a bebê tinha que parar de chorar!

– Isso deve ajudar... – ela disse entregando o iogurte já aberto e uma colher ao menino.

Ele colocou Sarah sentada em cima do balcão da cozinha, e a menina parava de chorar gradativamente, conforme era alimentada.

Quando ela acabou de comer uns 3 iogurtes do Rigsby, adormeceu nos braços do irmão. Lisbon os levou até sua sala e sentando-se no sofá, ao lado do garoto:

– Nicolas, eu acredito que você já saiba o que aconteceu com seus pais, estou certa?

– Sim... Agente Lisbon?

– O que?

– Você acha que quem fez isso com meus pais virá atrás de mim e da minha irmã?

– É possível...

– Então... – ele titubeou um pouco – Tem uma coisa que você deve saber sobre mim...

– E o que é?

– O sr. e a sra. Johnson não eram meus pais...

– Como?

– Meus pais de verdade foram agentes da FBI e eles morreram no último caso que eles trabalharam... Foram assassinados... Ninguém sabe por quem, mas eu acho que foram os agentes dentro do FBI que eram corruptos e ajudavam a um serial killer que meus pais estavam investigando. E então o FBI me colocou sobre a guarda desses dois agentes, que estavam fingindo serem meus pais. O caso foi arquivado como confidencial...

– Você sabe qual era o codinome do serial killer?

– Não... Meus pais não me disseram.

– Quando tudo isso aconteceu?

– Faz 3 meses.

– Ok... – Lisbon respirou fundo – Não se preocupe, tudo bem? Nós vamos cuidar de vocês...

– Obrigado Agente Lisbon

Lisbon saiu da sala, pois viu que sua equipe já havia voltado para o escritório. Pediu para Van Pelt checar as informações que Nicolas lhe dera.

Jane chegou logo em seguida. Sem dúvida estava aprontando alguma. Mas ela não tinha tempo para repreendê-lo agora, antes ela tinha que terminar os relatórios, que estavam em cima do prazo para entrega.

Entrou em sua sala, sentou-se à sua mesa e começou a escrever.

– É... Agente Lisbon? – disse Nicolas, fazendo com que ela se assustasse um pouco – Aqui não teria nenhuma fralda, teria?

– Não, mas não tem problema... Tem uma farmácia aqui embaixo, nós podemos ir lá comprar...

– Mas e ela? Vai ficar aqui sozinha? – apontou para a bebê

– Não, eu tenho uma solução perfeita! – Lisbon saiu da sala e chamou Jane, que entrou logo em seguida em sua sala, fechando a porta – Jane, você já viu o Nicolas e a bebê Sarah, e Nicolas este é Patrick Jane, meu consultor.

– Prazer!

– O prazer é todo meu... – disse Patrick

– Quero que você fique aqui cuidando da Sarah enquanto eu dou uma saidinha...

– Ok – Jane pegou Sarah no colo – Qual é o... Ah... Entendi o motivo! – ele disse quando sentiu o “cheiro” proveniente da fralda de Sarah – Por que você não pede pra Van Pelt, ela tem mais jeito com crianças...

– Por que a Van Pelt não é um pé no saco que fica fazendo um monte de besteiras para eu consertar! – ela respondeu e logo se virou para Nicolas – Vamos?!

Eles desceram, compraram um pacote de fraldas, lenços umidecidos, uma chupeta e uma mamadeira, afinal eles não sabiam até quando Nicolas e Sara ficariam na CBI, e depois voltaram.

– Ok, Você precisa de ajuda? – perguntou Lisbon ao menino

– Sim, eu não sei trocar fralda...

– Ah... Jane, você sabe trocar fralda, não é?

– Na verdade não... Minha esposa era quem sempre trocava as fraldas de Charlotte – Era mentira! Patrick Jane sabia muito bem como trocar uma fralda, mas não era uma tarefa que ele gostaria de fazer naquele momento, principalmente depois de ficar 20 minutos cuidando da bebê, mesmo sendo o cavalheiro que era. E, claro, ele queria ter a confirmação de que Lisbon sabia trocar fralda... Só por diversão. E esse era o principal motivo.

– Ok, eu troco! – ela disse finalmente.

Lisbon trocou a fralda de Sarah com uma certa rapidez e agilidade, fato este que deixou Patrick surpreso.

– Quem diria, hein?! Você trocando fraldas... – disse Jane

– Ah, Jane... Não enche vai! – ela enrolou a fralda – Vou jogar isso daqui fora, bem longe daqui... – Nicolas e Jane tamparam o nariz até ela sair da sala

– Ela é legal, não é? – disse o menino tentado entrar no assunto “vocês se gostam” de uma forma mais leve...

– Hum... Ela é a chefe, nós não... Você sabe! – respondeu Jane. Surpreendentemente ele se envergonhou ao tocar neste assunto.

– Aham... Sei! – nisso Lisbon voltou e viu Jane levemente corado, e um sorriso nos lábios de Nicolas... Considerou em sua mente que o menino era bom... Em menos de quinze minutos ele conseguira deixar Patrick envergonhado... Mais tarde ela teria que lhe perguntar qual era o segredo.

Antes que Lisbon pudesse dizer qualquer coisa, Van Pelt entrou na sala e a chamou para uma conversa em particular.

– O que foi Van Pelt? – perguntou Lisbon já do lado de fora da sala

– Os pais de Nicolas e Sarah eram Anne e George White e, o caso que eles estavam trabalhando?! Red John – Lisbon respirou fundo... Estava sem palavras.

– Bom, obrigada por não dizer nada na frente do Jane... Eu mesma vou contar para ele.

– Quando?

– Quando achar necessário.

– Lisbon – chamou o diretor Bertram que entrava no escritório – Eu lamento em informar, mas este caso é uma continuação de um caso em andamento no FBI, e eu não vejo razão para vocês trabalharem nele... – Lisbon estava um pouco assustada. Na verdade ela sempre ficava um pouco assustada quando se tratava de algum dos cinco suspeitos de Red John. Jane saiu da sala de Lisbon com a bebê Sarah no colo, para ouvir o que Bertram estava dizendo – Daqui a algumas horas o FBI mandará dois agentes para buscarem Nicolas e Sarah.

– E esses agentes vão continuar fingindo serem meus pais? – perguntou Nicolas

– Sim, eles vã...

– Então porque a agente Lisbon não pode fazer isso? – interrompeu Nicolas, deixando Lisbon confusa. “Eu?” ela pensava.

– Este caso é um caso do FBI e eu não vejo razão para a CBI pegá-lo.

– Os meus pais foram assassinados por agentes do FBI... Eu não vou pra lugar nenhum com eles!

– Não há nenhum arquivo que indique que seus pais foram assassinados, muito menos por agentes do FBI

– NÃO! NÃO! EU QUERO A AGENTE LISBON! – ele continuou

– Nicolas, ainda que eu permitisse que a Agente Lisbon pegasse o caso e fingisse ser sua mãe... Quem seria o pai? – perguntou Bertram.

– Bom, nesse caso eu acho que eu poderia... – disse Jane – quer dizer... Nicolas é moreno, como Lisbon e Sarah é loira como eu... Não teria problema.

Todos olharam para Lisbon esperando uma confirmação, mas ela estava tão confusa que não soube o que dizer ou fazer.

– Não tem problema nós passarmos por um casal, não é Lisbon? – Patrick insistiu

– Hum... Eu... Não sei, eu... Não sei se é uma boa ideia...

– Por favor, agente Lisbon?! – pediu Nicolas

– Não sei, eu... – Lisbon começou a considerar todos os pontos positivos e pontos negativos, como sempre fazia. No final das contas ela não sabia o que fazer, mas então pensou no que aquele dia representava para ela, e de como aquele menino à sua frente precisava de ajuda, assim como ela precisou, mas não teve. Era isso... Ela iria ajudá-lo, e quem sabe, de quebra, eles não pegassem Red John, e ela pudesse finalmente assumir seus sentimentos por Jane?! – Tudo bem, eu vou!

E com isso se começa a batalha.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Morreram de tédio? rsrsMe digam o que vcs acham que vai acontecer Beijinhoooos ♥