Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 39
Encontrando a Felicidade...?


Notas iniciais do capítulo

Oiie gente, é a Keel

A Aylla se desculpa por não poder postar. Havíamos entrado em hiatus por motivos que não vale lembrar e agora a Thay viajou, então estou postando com a autorização dela.
Desculpem a demora, espero que gostem!

Boa Leitura.



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Meg

Estava difícil de acreditar. Tudo parecia tão surreal. Lembro-me ainda de algum tempo quando eu era apenas a patética menina que estava apaixonada pelo Simon, recordo-me das vezes em que briguei com a Bia, ou que senti uma imensa vontade de bater nela, tudo por causa do Simon. E agora me encontrava a ponto de me casar, porém com o Jake, aquele que aos poucos entrou na minha vida, e quando me dei conta, já era uma parte importante dela.
Tudo a minha volta parecia irreal, até mesmo o fato de estar vestida de noiva. Ao mesmo tempo tudo era como eu sempre sonhei. Olhei para o enorme espelho que foi colocado em meu quarto, e me surpreendi com o que vi. Eu estava deslumbrante. Meu vestido era todo rendado, as costas ficavam expostas por causa do fino tecido de renda, enquanto na parte da frente, um tecido branco havia sido posto por baixo da renda. A manga do vestido ia até o pulso, completamente rendado. Os desenhos que marcavam aquela renda, eram umas flores, como se uma saísse de dentro da outra, e quando olhava me perdia entre elas. O vestido era meio rodado, mas nada tão exagerado. Era um vestido elegante, pois segundo minha sogra eu tinha que me vestir como tal, mas ao mesmo tempo delicado e certo para mim. Ainda me olhava no espelho quando percebi como mudei. Eu cresci, aprendi que para amar tem que ser com a pessoa certa. Percebi que nada é por acaso e que às vezes temos que deixar as coisas na mão do destino, mesmo que isso seja arriscado e perigoso, pois nunca sabemos o que destino nos guarda. Eu amadureci meus conceitos, aprendi a ouvir e percebi que nem sempre o errado está errado, e que às vezes o tão errado pode estar certo.
Escutei a porta rangendo e quando olhei, me deparei com o Lipe, e me surpreendi com o que vi. Ele estava vestido em um elegante terno, e nem ao menos parecia com aquele Filipe “caipira” como a Bia vivia o chamando. Ele estava com um lindo sorriso no rosto, era como se tivesse vendo algo de extraordinário.
— Sabe acho que vou sequestrar e pegar você para mim — falou vindo em minha direção — Você está linda — pegou uma das minhas mãos e a beijou.
— E correr o risco do Jake colocar todos os policiais atrás de você? Acho que você não teria coragem — sorri enquanto o observei fazer uma pequena careta.
— Ok eu não teria coragem, mas só porque não iria querer ver você triste — admitiu abrindo um sorriso que seria de matar qualquer mulher.
— Vou fingir que acredito — disse abraçando-o do nada. Eu havia o pego de surpresa, mas logo ele retribuiu o abraço. Eu sabia que ele se perguntava por qual motivo eu o abraçava, e o motivo era óbvio. Eu sentia medo, medo de tantas e tantas coisas, medo de que meu casamento fosse um fracasso, medo de que quando o Lipe fosse embora eu não voltasse a vê-lo... Eu apenas tinha medo, e abraçada com Filipe, eu não precisava sentir medo, pois sabia que ele iria me proteger, e era isso, eu me sentia segura nos braços dele, pois ele era para mim como um irmão, um irmão que sempre estaria ao meu lado quando eu precisasse.
— Bom acho melhor eu ir, até porque ainda tenho que achar minha parceira — diz se referindo a Luana. Sim ela era minha madrinha junto com o Simon, porém um primo do Jake quebrou a perna, assim sua parceira que também é prima do Jake ficou sem ninguém, por isso pedimos para o Simon acompanhar a prima do Jake, já que ele já a conhecia, e o Lipe disse que poderia ir com a Luana.
— Claro — digo sorrindo.
Vejo-o saindo e me viro devagar para o espelho, fico um tempo apenas me olhando, mas sem realmente me olhar. E quando levantei meus olhos, vi três pessoas muito importantes. Meu pai Ricardo estava do lado direito, vestido com um terno branco, o cabelo muito bem cortado, do seu lado estava minha mãe, incrivelmente linda. Trajava um vestido azul turquesa, do lado ele caía como em forma de cascata, seus cabelos estavam arrumados em um coque simples, mas ao mesmo tempo divino. E ao seu lado estava o meu segundo pai, aquele que ajudou a me criar, aquele que também me amou e muito, aquele que serei eternamente grata.
— Querida, você está linda — minha mãe saiu de entre os dois, e veio me abraçar.
— Você também mamãe — murmurei retribuindo o abraço e tentando segurar as lágrimas.
— Bem... — minha mãe começou a falar, seus olhos se encheram de lágrimas, e rapidamente ela as limpou, tentando não acabar com sua maquiagem. — Filha, nós queremos saber com qual dos dois você vai querer entrar — ela falou, e foi ai que percebi o problema que tinha nas mãos.
De um lado o homem que me deu a vida, que cuidou de mim quando pequena e que pode fazer parte da minha vida por um tempo, e do outro aquele que me ensinou as coisas do dia a dia, que me educou e que me deu amor nesse tempo. Como escolher entre os dois? Não tinha como, e eu nem iria precisar escolher, já que meu pai não tinha dado certeza de que iria poder vir e agora em cima da hora ele apareceu.
— Filha? — deparei-me com Lucio me olhando — Sei que nesse momento a filha deve ser guiada pelo pai, então não fique com medo de escolhê-lo e não a mim — fala olhando ternamente para mim.
— Você também é o meu pai, o meu papai igual à Soph diz — assumi sentindo minhas emoções a mil — E eu já sei quem escolher — conclui olhando seriamente para os dois.

Filipe

Saí do quarto em que a Meg se encontrava, e voei em direção a fonte, o mesmo local em que eu e a Bia tínhamos tido a conversa, quando disse estar apaixonado pela Samy. Ah minha doce Samy, porque será que a vida foi tão injusta em tirá-la de mim? Porque a vida não deu uma chance para eu ser feliz com ela? Eu não sabia a resposta, ou apenas não queria achar uma, até porque sempre é mais fácil jogar a culpa nos outros. Mas algo bom tinha surgido disso tudo, eu pude começar algo com a Bia, algo que a cada dia parecia estar se quebrando, mesmo que eu não quisesse admitir isso.
O local estava muito bem decorado, tudo simplesmente magnífico, e acho que isso se devia ao fato da mãe do Jake ter meio que monopolizado as coisas referidas à organização. Vejo Luana sentada em frente a fonte e devo dizer que ela estava muito linda. Seus cabelos estavam cacheados, ela vestia um vestido roxo, que ia até o joelho, a barra do vestido era feita de renda e seu sapato era preto de plataforma.
— Pensei que nunca iria te achar — ela falou enquanto eu me sentava ao lado dela.
— Tecnicamente quem te achou fui eu — falei sorrindo, e ela me deu um pequeno soco no ombro.
— Nossa... — não entendi o que ela quis dizer, até seguir seu olhar e ver Sabrina, ela estava simplesmente... Chamativa. Estava com um vestido rosa choque, o que eu apenas poderia considerar ridículo, e o pior é que ela parecia achar que estava abafando, coitada.
— Ela... Ela está... — tentei achar a palavra certa por mais de uma vez, mas não conseguia encontrar.
— Eu sei — Luana parecia incomodada, mas com o quê?
— Você parece incomodada — joguei olhando para ela despreocupadamente.
— Eu sei que a Sabrina fez tudo errado, mas ela sempre foi minha amiga, desde que eu me lembre por gente e agora ver ela assim acaba comigo. Sei que eu fiz o certo, mas é difícil... — murmurou como se quisesse dizer mais, porém ficou quieta olhando para outra direção.
— Eu te entendo, mas ela fez por merecer — ponderei lembrando das coisas que a Meg me contou.
— Sim, eu sei — confirmou virando seu rosto para meu lado — Mas isso não foi bom para você? Até porque se não fosse por causa da Bina você e a Bia nunca teriam ficado juntos — falou em tom de acusação.
— Claro que não — logo que neguei percebi que em parte estava mentindo — Quer dizer, se a Sabrina não tivesse mentido, sim eu estaria sozinho provavelmente, e o Simon com a Bia e toda essa historia seria diferente, mas não aconteceu assim, então só posso é seguir em frente — finalizo.
— Desculpo-me, eu não quis soar como se tivesse te acusando — disse olhando para baixo.
— Tudo bem.
— A Bia está mesmo grávida? — perguntou e percebi que me olhava.
— Sim — dei uma resposta rápida, mas pelo pouco que a conhecia sabia que ela iria perguntar mais.
— O filho é do Simon? — ela fez a única pergunta que eu tinha medo de responder, se eu falasse a verdade o Simon iria atrás da Bia, e se eu mentisse seria errado. De uma forma ou de outra era ruim. — Pelo seu silêncio devo deduzir que a resposta é sim — conclui e eu a olho.
— Sim o filho é do Simon — assinto com uma carranca. Não que eu não gostasse do Simon, apenas gostava da Bia demais para pensar em perder ela, perder mais uma vez alguém que amava.
— Você não quer que eu conte? — ela perguntou, mas eu sabia que ela sabia a resposta antes mesmo de eu responder.
— Tanto eu como a Bia preferi assim, eu serei o pai da criança — informei sorrindo.
— Não acha que isso será injusto com ele? Ou com eles? — Ela se referiu a Bia e ao Simon, e de certa forma ao bebê.
— Toda essa história é uma grande injustiça — pensei em tudo que aconteceu de injusto, de como duas pessoas se amar e descobrirem serem tio e sobrinha, a Bia não ter tido seu bebê, da Samy ter morrido, da minha mãe ter morrido... Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, vi o Simon se aproximando.
— Olá — me cumprimentou com um aperto de mão, e deu dois beijos na bochecha da Luana.
— Já está na hora? — indagou Luana depois de um tempo de profundo silêncio.
— Já sim, melhor irmos antes que a mãe do Jake tenha um pequeno ataque — Simon respondeu com um pequeno sorriso brincando nos seus lábios. Ele parecia feliz, mas eu sabia que era uma felicidade passageira, e que a qualquer momento ela poderia acabar, e foi ai que me perguntei, Será mesmo que era certo esconder a verdade dele?
Joguei esse pensamento e qualquer outro para o mais fundo possível da minha mente, e me foquei apenas naquele momento, porque era apenas o agora que me importava, pelo menos por agora era.


Simon

Será realmente que a felicidade existe? Será que alguém tem o dom para ser feliz e outros não? Será que amar alguém traz felicidade?
Eu sabia que a felicidade de fato existia, também sabia que amar trazia a felicidade para sua vida, porém não conseguia entender, porque eu, entre todas as pessoas do mundo, era aquele que não conseguia ser feliz, não uma felicidade passageira, aquela felicidade que é se dada pelo momento, esse tipo de alegria é bom, mas não é para sempre. Eu queria uma felicidade que durasse a vida toda, será que era pedir muito? Talvez seja, mas era isso que queria para mim, queria ser feliz pelo fato de acordar ao lado da mulher que amo, por poder ver o sorriso dela cada segundo do meu dia, ouvir a voz dela me chamando pelo nome, viver experiências ao seu lado, estar com ela na alegria e na tristeza, na doença ou na pobreza, formar uma família e quando Deus desejar, do mundo partir, mas eu partiria feliz, pois eu tinha conseguido aquilo que sempre quis, eu consegui ser feliz. Teria achado a felicidade que tanto procurei, mas para mim esse sonho estava impossível e a razão era tão claro como a água, eu não tinha a razão da minha felicidade ao meu lado e isso fazia tudo perder o sentido.
Balancei a cabeça tentando esquecer de todas as coisas que me atormentavam e me focar apenas no casamento da Meg, até porque ela merecia isso. Ela merecia muito mais e o mínimo que eu poderia fazer seria estar de corpo e alma dali, mesmo que meu coração estivesse muito longe, longe o bastante para eu sentir uma dor quase insuportável que me fazia sentir fraco, mas ao mesmo tempo me sentia forte, pois era forte o bastante para viver sem ela, mesmo que não pudesse chamar minha atual vida de vida, apenas poderia dizer que ia levando e suportando.
Olhei e percebi que estava na minha vez de entrar.
— Vamos Fernanda? — disse enquanto via a prima do Jake assentir, olhei novamente para o altar onde o Jake já se encontrava, e aonde o Lipe e a Luana acabavam de se colocarem do lado dos padrinhos da Meg. E entrei.
Nossos passos eram lentos, assim como a mãe do Jake tinha nos dito, olhei para frente e vi a mãe do Jake ao lado dele, os dois estavam muito bem arrumados, não que eu goste de ficar elogiando homens, porém eu desejei estar no lugar do Jake, não que eu quisesse casar com a Meg, mas gostaria poder me casar com a Bia, gostaria de poder ter essa chance, mas eu sabia que isso era impossível, por diversos motivos.
Cheguei ao local em que se encontravam as cadeiras dos padrinhos, e fiquei em pé do meu lado com a Nanda. Olhando para a Luana, sorri e logo em seguida me alegrei ao vê-la retribuir o sorriso, um sorriso que tinha virado um dos meus preferidos, mas não era o único. Não sei quanto tempo passou, mas não muito, apenas o tempo suficiente para quatorze padrinhos entrarem e todos se posicionarem nos seus lugares. E logo o tão esperado momento chegou, era a hora de a noiva entrar.
[...]


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Notas finais do capítulo

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