Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 15
Doando um falso sangue...


Notas iniciais do capítulo

Oie gente....depois de um belo tempo eu voltei u.u alguém sentiu falta????

Bom quero agradecer todos que comentaram no cap anterior muitoooo obrigada gente, tambem quero dizer que por ser final de ano estou demorando a escrever...

FELIZ ANO NOVO ( adiantado kkkk) ......

Bom eu tou um pouco curiosa, por isso quero perguntar:

O que vcs acham que vai acontecer daqui para frente na fic? quem vai ficar com quem? o que vc quer q ocorra na historia?

So curiosidade para saber...

bjs e até gente
..........*___*



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Enquanto andava atrás do Simon de volta para minha casa, as únicas coisas que eu conseguia pensar eram que tinha alguma coisa errada, mas em nenhum momento imaginei o que fosse isso.

Logo que cheguei em casa, todos se encontravam lá (quando digo todos , quero dizer a Meg, o pai do caipira, o próprio caipira, e o Jack).

– O que aconteceu? – sou arrancada dos meus devaneios pela voz do Simon.

– Ainda não sabemos direito como ocorreu - diz Meg com a voz fina como se quisesse chorar.

– Ocorreu o quê? - pergunto aflita e com uma dor estranha no coração.

– Er, aconteceuumacidentecomseupai – diz o caipira rapidamente. Eu não entendi nada, mas pela cara do Simon ele tinha entendido e muito bem.

– Simon o que aconteceu? – pergunto com a voz falha.

– Ocorreu um acidente com o nosso pai – ele responde me olhando e esperando alguma reação minha, mas nada eu conseguia expressar ou falar. Como tinha acontecido? Quando foi? Como eles estavam? Essas eram as perguntas que me assombravam, mas por causa do choque nem isso eu conseguia perguntar.

– Você esta bem? – Simon questiona chegando perto de mim e me segurando gentilmente pelos ombros. Apenas balanço a cabeça, ainda sem conseguir falar.

– Sabem como aconteceu? – Simon pergunta ainda olhando para mim.

– Eles estavam tentando voltar para casa ontem lá pelas 7 horas, já que a ponte tinha sido arrumado, mas no meio do caminho recomeçou a chover e pelo que ficamos sabendo um animal passou na frente, e acabou ocorrendo o acidente

– Lipe explica com a voz baixa.

– Como estão todos? – falo pela primeira vez depois de ter descoberto sobre o acidente.

– Não temos notícias deles, pois eles foram direto para o hospital ontem mesmo e desde então... - Meg deixa a frase no ar.

– E o que ainda estamos fazendo aqui? - inquiro nervosa, mordendo freneticamente o lábio inferior.

– Estávamos procurando vocês que estão sumidos desde ontem – Meg conta levemente irritada. – Além do mais, onde vocês estavam? – ela aproveita pra perguntar, me olhando com os olhos cerrados.

– Isso não interessa agora - diz Simon com a voz dura - É melhor nos arrumarmos e irmos logo - diz Simon sem perder tempo.

Subo para o meu quarto rapidamente, arrumo algumas coisas e desço para o andar de baixo com uma bolsa. Vejo que fui á última a chegar, pois todos já estavam lá.

– Quem vai? - Pergunto quebrando o silêncio.

– Todo mundo exceto meu pai e o Jake que já foram embora, mas disseram que se precisássemos de qualquer coisa podíamos contar com eles. - responde o caipira.

– É melhor irmos logo assim chegamos mais rápido - quem disse foi a Meg.

– Vão indo para o carro, eu e o Lipe já vamos - pede Simon.

Enquanto nos dirigíamos para o carro nem eu e muito menos a Meg falamos nada, apenas entramos no carro, cada uma no seu próprio canto e com sua própria dor. Depois de poucos minutos, que para mim pareceu horas a fio, Simon e o Lipe voltaram e para meu total espanto quem dirigiu foi o Lipe e não o Simon (o meu irmão nunca deixava ninguém dirigir o carro dele, e para ele deixar isso acontecer era porque ele realmente estava mal).

A viagem até Pontes e Lacerda durou em média 40 minutos, isso por que Filipe estava indo em 120 km. Durante todo o percurso todos permaneceram em silêncio, não era um silêncio ruim e nem bom. Era um silêncio agonizante que não parecia ter começo e muito menos fim. Talvez eu tenha cochilado ou apenas pensei que tinha, pois logo que chegamos ao hospital já estava bem desperta.

– Como será que eles estão? – pergunto me espreguiçando.

– Se eu soubesse não estaria tão preocupada – alfineta Meg curta e grossa.

– Qual é o seu problema garota? - indago irritada com ela.

– Deixa-me ver: Minha mãe e irmã estão no hospital e eu simplesmente não tenho notícia nenhuma. Elas podem estar correndo perigo e eu estou aqui com vocês – especula nervosa.

– Pelo que eu saiba, meu pai também estava no carro. Então, eu também estou preocupada, mas nem por isso saio dando coice igual á um cavalo nas pessoas. – enfrento-a com olhos cerrados.

– Como se você ligasse muito para o seu pai né? Você passou anos sem o ver e nem sabia que ele estava vivo. Agora se preocupa com ele? Poupe-me né – Fala recheada de desdém.

– Você não sabe das coisas – murmuro sem força.

– CHEGA! – Lipe adverti antes que Meg pudesse dizer qualquer coisa. – Bom, nós iremos fazer assim: o Simon e a Meg entram para saberem notícias deles, enquanto eu e a Bia vamos achar um lugar para estacionar o carro, até porque o carro não pode ficar parado no meio da rua. - Foi só aí que caí na real e percebi que o carro já estava parado.

– Porque tem que ser a Meg com o Simon? - Pergunto inconformada.

– Porque a Meg é filha da Rose e eu sou o mais velho daqui, além do mais, eu pedi para o Lipe levar você para comer algo – Simon anuncia de forma doce. - E talvez vá precisar que eu tire sangue por isso não posso ficar com você. – ele termina de dizer e me olha com cumplicidade. Jurei que ele estivesse lendo minha mente naquele instante.

– Ok - digo por fim, já que sabia que não teria outro jeito.

Saio de dentro do carro com a intenção de passar para o banco da frente, mas Simon me para.

– Vai ficar tudo bem – Então ele me abraça e isso me faz ficar bem, como eu sempre me sentia quando estava com ele por perto.

– Espero que sim. - Digo me afastando dele e me sentando no banco que antes ele estava. Observo-o entrar com a Meg no hospital, no mesmo momento em que o Lipe arrancava com o carro.

Simon

Dor? Quantas vezes imaginei saber o que era sentir isso? Pensei que realmente já tinha sentido dor, mas todas as vezes estava enganado. Quando quebrei o pé aos cinco anos senti uma dor muito grande, até pensei que ia morrer.

Puro exagero de criança! Quando ganhei o primeiro fora de uma garota pensei que ia ter um ataque só por ter recebido um não, e pensei que aquilo que senti, era dor. Mas eu estava enganado. E essas não foram as únicas vezes que eu me enganei, não. Enganei-me tantas vezes que agora olhando para trás percebo como fui ao bobo pensar que aquilo era sentir dor. Dor mesmo foi o que senti quando vi meu pai lá, deitado em uma maca de hospital sem se mexer ou falar. Dor foi o que senti ao perceber que talvez ele pudesse nunca mais acordar, que nunca mais poderia escutar ele me chamando de filho ou me dando algum conselho. Dor foi o que eu senti ao me dar conta de que nunca tinha dito para ele o quanto eu o amava e que talvez hoje pudesse ser tarde demais. Tarde para voltar atrás e poder dizer aquilo que no passado, por medo ou até mesmo por vergonha, não fui capaz de dizer.

– Simon? – olho para trás e vejo Meg olhando para mim.

– Como está sua mãe e a Sophie? - pergunto tentando ser forte , mas acho que estava falhando miseravelmente.

– Elas estão bem, pelo menos na medida do possível. - diz sorrindo fraco - Minha mãe quebrou o braço e torceu a perna e teve uns leves arranhões. A Soph quebrou a perna e assim como minha mãe só leve arranhões, mas acho que isso deve ao fato dela ter estado atrás. – Sentencia gesticulando desconfortavelmente - E seu pai, como ele está? - Indaga olhando com um olhar que eu não soube descrever. Tinha compaixão com algo a mais, algo a mais que não demoraria muito para eu saber o que era.

– Ele quebrou a bacia, uma perna, arranhões por todo corpo, quase furou o pulmão e entrou em estado de coma logo que deu entrada no hospital. Os médicos disseram que se ele não sair até depois de três dias do coma, entra em coma profundo e desse é quase impossível sair. – Mantenho os lábios em linha reta, olhando para o rosto do meu pai totalmente imóvel, sendo ligado a diversos aparelhos, para conseguir sobreviver. Sinto a mão de Meg em meu ombro.

– Ele vai ficar bom – me consola com a voz embargada, e logo em seguida me abraça. Um abraço doce e confortante. Naquele abraço eu sabia que não precisava me fingir de forte ou que não sentia medo. Me senti bem, ali, nos braços dela. Como não tinha me sentido desde que descobri do acidente.

– Com licença - olho para porta e vejo o doutor Patrick – Não queria atrapalhar, mas precisamos que você faça uma transfusão de sangue, já que seu pai perdeu bastante no acidente. O fato de vocês serem pai e filho ajuda muito. - diz o medico em um fôlego só.

–Tudo bem – Respondo me afastando um pouco da Meg.

– Por favor, me siga - Pede o médico educadamente.

– Ok - Assinto e me viro para Meg. – Obrigado por ter ficado aqui comigo e por ter me ajudado. Não imagina como precisava disso. – A abraço e respiro fundo. Sinto seu perfume doce, assim como o mel, logo em seguida saio de lá. Sigo o medico até uma salinha onde ocorreria a tiragem de sangue. Escuto algumas instruções da enfermeira, que parecia ter uns 24 anos, cabelos vermelhos e pele clara, muito bonita.

Depois de um tempo, meu sangue é tirado e sou aconselhado a esperar na sala de espera, quando chego á sala, vejo Meg sentada em um banco mais afastada e vou até ela.

– Oi... - cumprimento sentando ao lado dela.

– Como foi lá? - pergunta me olhando intensamente.

– Normal... - abrevio desviando o olhar.

– Será que vai demorar? - questiona inquieta.

– Acho que não. Cadê a Bia e o Filipe? - interrogo nervoso, até porque não gostava muito da aproximação do Lipe.

– Devem estar comendo algo. - diz com um dar de ombros.

O assunto morreu aí. Durante o tempo que passou, em média uns 10 minutos, tanto eu como a Meg ficamos em silencio. Era isso que tínhamos em comum, nós gostávamos do silêncio. Gostávamos de olhar para o céu e ver as constelações, de contar as estrelas e imaginar o que havia além da imensidão do céu. Gostávamos de ser livres como um cavalo indomável, ser de ninguém e ao mesmo tempo de todo mundo. Acho que de todas as coisas, isso que me fez me apaixonar por ela. Sim, pode parecer idiota e até mesmo hipócrita ao dizer isso, mas eu já fui apaixonado pela Meg. Apaixonei-me pelo jeito meigo e determinado dela, pelo jeito amiga, pela risada única, pelo sorriso mais belo, pela alegria, mas como tudo na vida, isso acabou, o sorriso se apagou, a risada acabou, e alegria sumiu, tudo que me fez apaixonar por ela deixou de existir, e com isso talvez o que sentia também. Se me perguntar se o que eu senti por ela foi igual ao que sinto pela minha irmã, a resposta será não. O que senti por ela era nada comparado pelo que eu sinto pela Bia. O que senti ou sinto pela Meg era algo saudável, bom e certo, ao contrario do que sinto pela Bia, totalmente o contrario.

– Simon? – ouço o médico me chamando e me levanto com Meg.

– Sim?

– O exame de sangue já foi feito – conta vagarosamente e com o olhar meio perdido.

– E o meu sangue deu certo? - pergunto apreensivo.

– Para falar a verdade seria impossível dar certo – responde o médico com uma expressão ilegível.

– Como assim? – Meg interfere.

– Seu sangue não é compatível – ele diz.

– O que quer dizer com isso? – pergunto não acreditando no que ouvia.

– O que eu quero dizer, bem... Não existe nenhuma compatibilidade no seu sangue com o paciente Lúcio. Em outras palavras, sinto informar, mas vocês não são pai e filho. – assim que termino de ouvir, a primeira coisa que passa pela minha cabeça é: Não sou irmão da Bia?


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Notas finais do capítulo

Oiieeeee gente e ai gostaram???? comentar , favoritar e recomendar tudo vale.....beijinhos.....

Bom link da minha nova fic ( so 4 cap e tah terminada ) se interessarem fiquem a vontade para ler........

SINOPSE:

Duas vidas, um destino e duas almas interligadas por um segredo.
Ele dono de um concessionária, rico e galanteador, se vê atraído por ela uma linda modelo, com um sorriso travesso, mas que por trás da feliz máscara esconde um distúrbio.

Mulheres são presas fáceis ele diz.

Não importa a ocasião eu sempre causo problemas ela comenta.

Duas belas almas predestinadas se veem dispostas a lutar ate o final da noite. O prêmio? O prazer da vitória.

http://fanfiction.com.br/historia/448868/Two_Atormented_Souls/