Sweeter Than Fiction escrita por Miss Tunney


Capítulo 2
O que há por trás desse sorriso?




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Eu, mais uma vez, tremia. Deve haver alguma coisa de errado comigo. Porque, sempre que estou com ele, eu fico desse jeito? Não consigo me controlar...

-E então, Lisbon? Posso entrar ou não?

-O que você está fazendo aqui? 

- Bem, eu sei que você fica sozinha o dia todo então eu trouxe algumas iguarias japonesas para preparar pra você.

-Você o que? Jane... -Ele não me deixou terminar de falar e já foi logo entrando e colocando o buquê de flores em cima da mesa.

-Gosta de comida Japonesa? -Eu fiz que sim com a cabeça, mas não estava prestando atenção no que ele dizia. Minha cabeça ainda estava tentando ''digerir'' toda aquela situação. 

- Jane, não fique bravo comigo...eu adorei a surpresa mas prefiro ficar sozinha e pedir uma pizza.

-Você não me quer aqui, não é mesmo? Tudo bem, eu não me importo...

-Não é isso... Jane, não é isso...

-Tudo bem, Lisbon, já estou acostumado com isso. -Oh Deus, porque ele tinha que ser melodramático desse jeito? Ele sabe que tem o total controle sobre mim e isso me irrita.

-Tudo bem, fique! Faça o que quiser. -Ele abriu aquele famoso sorriso malicioso que quase me faz explodir de raiva.

Jane se sentia à vontade e abria todos os armários procurando panelas e temperos. O cheiro começou a ficar convidativo.  Ele conversava comigo tão animado, tão sorridente, tão...estranho. Eu o ajudava a por a mesa e desviava o rosto quando nossos olhares se encontravam por conveniência. 

-Acho que está pronto. Vou servir pra você. -Ele pegou o prato que eu estava segurando e colocou um pouco de comida. Meus olhos logo identificaram o sushi. 

-Droga, isso está maravilhoso! -Meus olhos se reviraram. Jane leva muito jeito na cozinha.

-Que bom que gostou! - Eu o observava sorrindo. Mas ele estava diferente.  Eu larguei os hashis que estavam nas minhas mãos e  encarei Jane tentando decifrar o que estava se passando na sua cabeça.

-Jane, o que há por trás desse sorriso? -Ele se fez de desentendido. 

- Como?

-O que fez você vir aqui? O que você está escondendo?

-Pensei que o ''mentalista'' aqui era eu...

-Fale, Jane. Se abra comigo. -Ele também parou de comer e, logo, tirou aquele sorriso do rosto. Senti como se uma máscara tivesse caído dali. Agora ele estava limpo e transparente. E aquela imagem me assustou.

Jane estava triste. Eu estava vendo dor e angústia na sua face.

-Eu...eu encontrei isso hoje de tarde. - Ele tirou uma folha de papel dobrada, do bolso do seu paletó. Era um bilhete e, pela letra, fora escrito por uma criança. No final do bilhete havia uma assinatura: ''Charlotte''. Jane havia se lembrado de sua filha.

Eu sabia! Sabia que havia algo escondido por trás disso tudo.  Por um segundo eu fiquei enfurecida e triste ao mesmo tempo. Perdi a fome. Mas não queria jogar nada na cara dele.

-Oh Jane, eu sinto muito, de verdade... -Eu não tinha muito o que dizer.

- Essa carta foi do dia em que ela aprendeu a escrever...

- Não sei posso fazer muita coisa pra te ajudar. Eu só...

-Olha acho que você tem razão. Eu não devia ter vindo aqui, te atrapalhar. Foi um erro, eu sinto muito.

Jane se levantou e estava prestes a ir embora. Uma parte de mim queria, realmente, que ele fosse embora, mas outra parte via o sofrimento que ele passava.  Eu agarrei seu braço e o impedi de sair. Hoje, eu já havia lhe deixado escapar uma vez, não deixaria isso acontecer de novo.

Ele olhava pra mim e eu mantinha  minhas mãos no seu antebraço. Eu o beijei.

Meu Deus, o que foi que eu fiz? Aquele não era o momento...Ele estava angustiado. Mas o beijei. E agora?

Jane parecia não corresponder então eu parei.

-Oh Deus...me desculpa, me desculpa, me desculpa. Você deveria ir embora...-Ele me olhava, ainda calado, e me encarava estranhamente. De repente, ele me agarrou ainda mais forte e me beijou novamente. Desse vez, havia mais força e volúpia. Jane parecia ter sede e fome, mas não de comida  e nem de água. Ele era insaciável... Suas mão começaram a tentar rasgar minhas roupas com selvageria...


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