Pov´s Natalie

Ai. Ai. Ai.

Era a única coisa que me vinha na cabeça. Dor. Mas por que eu estava sentindo dor? Realmente eu não sei. Eu estava no avião particular com o Ian indo para a Califórnia e tudo o que eu me lembro foi do avião começar a tremer e da aeromoça vindo em nossa direção dizendo:

- Por favor queridos, coloquem os cintos.

Mas não há ouvimos, até por que somos os Kabra, e esse é o nosso avião. Podemos fazer o que quiser. Até que os barulhos que o avião fazia ficaram maiores e o avião começou a tremer mais ainda, eu havia me segurado mais ainda na poltrona e vi Ian colocar o cinto. Coloquei o meu também e levei a mão até um pouco abaixo do meu pescoço, onde o colar com o pingente em forma de D repousava, fechei meus olhos e suspirei fundo...

E depois disso eu não me lembro de mais nada.

Fiz força para abrir os olhos e para levantar meu tronco. Levantei-me rápido e gritei ao ver o estado da minha roupa nova. Toda melada de areia. Começo a limpar desesperada com medo de alguém perto me ver naquele estado e... Espera Areia?

- AHHHHHHH – grito novamente.

Onde eu estou e por que eu estava caída na areia? Cadê o Ian???

- IANNNNNN- gritei - QUE BRINCADEIRA É ESSA, PARE COM ISSO JÁ.

Mas não obtive resposta e foi ai que me toquei.

Não era uma brincadeira, né?

Olho para todos os lados e vejo que estou completamente sozinha.

- TEM ALGUÉM AI? – eu disse – SOCORRO, O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Mas uma vez não obtive resposta.

De repente me lembro do colar que ainda estava no meu pescoço. Coloco minha mão sobre ele. Sei que é estranho mais, aquele colar me passa segurança, de alguma forma eu me sinto completa quando estou usando-o.

Caminhei em direção à floresta. Argh! Como isso está mal cuidado.

Ok, não importa. Foco!

Eu tenho que achar o Ian e dar o fora daqui. Nossa que nojo, estou falando igual ao Jonah.

Caminhei dentro da floresta por uns dez minutos e depois o que eu encontrei?

Mais areia e água.

Eu havia voltado a praia.

Eu ainda estava embaixo das árvores quando me viro para continuar a procurar meu irmão demente, ouço gritos:

- CADÊ VOCÊS?

Será que é o Ian me procurando? Mas, espera ai, se for ele gritando, por que ele esta dizendo vocês? Não importa, tem que ser o Ian.

Um sorriso se abre em meu rosto. Quando me viro meu sorriso se desfaz.

Não era o Ian.

Não era o Ian que estava gritando e que agora está na minha frente.

Era meu pior pesadelo.

Era Daniel Cahill.

Pov´s Dan

Natalie Kabra.

Natalie Kabra estava na minha frente e eu estava impossibilitado de dizer algo. Fiquei ali parado. Observando-a. Como ela estava linda, um pouco menos desarrumada do que o normal, mas continuava linda. Chacoalhei a cabeça.

Foco Dan!!!

Você os odeia, lembra?

- Tá olhando o quê? – ela disse em um tom insolente

- Nada – eu disse no mesmo tom – o que você está fazendo aqui?

- o que você está fazendo aqui? – ela repetiu

- eu perguntei primeiro – eu disse

Ela suspirou pesado.

- meu avião caiu né seu burro, ou você acha que eu estou aqui fazendo compras? – ela disse

- Olha só, eu não ia adivinhar que o seu avião caiu, até por que minha bola de cristal está no concerto, e vai saber se você não está fazendo compras. Seu gosto é péssimo. – eu rebati

Ai como eu sou um gênio. Palmas para mim.

- eu não admito que você diga que o meu gosto é horrível, tá. Eu fui premiada várias vezes como a mais bem vestida. – ela disse

- se esses concursos foram num asilo, você mereceu – eu disse irônico

Ela deu um salto em cima de mim e começou a me estapear. Cai no chão com o susto e ela caiu em cima de mim. Mesmo assim ela não se importou, continuou me batendo. Tentei segurar seus braços e fazer ela parar, sem sucesso. Então empurrei meu corpo para cima, fazendo-a ficar em baixo de mim. Segurei seus braços para que ela parasse. E não é que funcionou:

- sai de cima de mim, tá amassando minha roupa – ela disse.

- foi você que começou – eu disse

Levantei-me e ela se levantou logo em seguida. Ela começou a limpar a sua roupa desesperadamente:

- você que começou, quando disse que meu gosto era horrível – ela rebateu.

- mas é horrível, então a culpa é sua – eu rebati.

- não, é sua – ela disse.

- é sua – eu rebati

- é sua – ela disse

- mas que droga, por que é minha?- eu perguntei

O que eu tinha feito pra ela hein?

- por você ter nascido – ela disse

Tá, essa doeu!

- não é minha, é sua por que... – mas eu não consegui terminar. Minha fala foi interrompida.

- dá pra vocês dois pararem de brigar, estão parecendo duas crianças!

Fui interrompido por ninguém menos e ninguém mais do que...