Pov´s Amy

Hoje faz exatamente dois anos que a busca pelas pistas terminou, e agora eu levava uma vida calma, sem preocupações, riscos, o que tornava tudo "perfeito". Mas, pra ser sincera comigo mesma, eu ás vezes, só ás vezes, sinto falta do perigo, não das perseguições dos meus loucos e nada amigáveis parentes, mas sim, das pistas, das charadas, dos enigmas. E antes que pergunte, NÃO, eu definitivamente não sinto falta de Ian Kabra. Eu sei que sou um pouco confusa, até por que, eu queria uma vida calma e agora eu sinto falta do perigo. Eu com certeza sou um problema sem solução. Era o ultimo dia de aula e eu estava ansiosa para que as férias começassem logo, faltavam dois minutos para tocar e enquanto eu esperava, rabiscava coisas sem sentido no caderno esquecendo tudo a minha volta:

– A guerra fria foi um período marcado por grandes...– o professor de historia dizia, ele não para de falar nunca - TRIMMMMMMMMMMM – o sinal tocou alto interrompendo sua fala e eu me assustei – bom, boas férias alunos –ele repetiu como sempre.

Graças a Deus (pensei). Sai da sala andando (Lê-se voando), passei pelos corredores e esbarrei em algumas pessoas, me despedi das minhas amigas e logo fui para a entrada principal. Avistei Nellie segurando Dan pela mão e vasculhando os cantos atrás de mim. Seus olhos se encontraram com os meus e logo me dirigi até ela:

– FÉRIASSSS – Dan gritava

– Nossa já não aguentava mais – falei entusiasmada com as férias que acabaram de começar.

– Difícil vai ser aguentar vocês dois brigando a viagem toda e... - Nellie deixou escapar.

– hahaha como você é engraçada Nel... Espera, você disse VIAGEM? – Dan falou.

– Não, claro que não quem falou em viagem? – Nellie tentou mentir

– você falou, eu ouvi muito bem – eu disse.

– eu também – Dan admitiu

– esqueçam isso – ela disse

– Nunca! - Dan desafiou

– Dan, deixa de papo e entra no carro - Nellie disse para fugir do assunto

Bufei!

Nellie não iria falar de jeito nenhum. Entrei no banco da frente e como sempre o Dan reclamou escandalosamente por ter que ir atrás. Fiquei pensando no que Nellie disse, eu odiava quando a Nellie começava um assunto e nos deixava curiosos de propósito. Bom, não vai adiantar nada reclamar, fiquei olhando pela janela do carro e vi paisagens urbanas que eu nunca havia visto, pois sempre voltava para casa lendo um livro. Enquanto aqueles prédios e arranha-céus passavam, eu ia pensando na vida. Durante a busca pelas pistas eu não imaginava como seria a minha vida quando a caçada acabasse. E agora estamos aqui. Levando uma vida normal. Eu definitivamente não queria isso. Eu queria poder viver uma nova aventura, sem aqueles riscos todos da busca, mas queria. Chegamos logo em casa (Tá mais pra Mansão). Dan parecia um furacão, correu logo pra dentro da casa e eu não fiquei muito atrás. Tio Fiske nos esperava na sala:

– Boa tarde – ele disse

– boa tarde – falamos em uníssono

– Bom – ele começou levantando-se do grande sofá verde que se destacava na sala – a Nellie já deve ter dado uma dica para vocês sobre as férias para estarem assim, eufóricos - ele a olhou de relance e ela corou levemente – tudo bem, sem rodeios. Vocês irão fazer uma viagem nesse verão – ele completou

– PRA ONDE? – Dan perguntou eufórico

– FALA LOGO TIO – eu disse

– pra... – ele começou

– pra... – Dan repetiu

– CALIFÓRNIA – ele disse muito entusiasmado.

– CALIFÓRNIA, SÉRIO? – eu perguntei muito feliz e quando tio Fiske confirmou, corri e dei-lhe um abraço.

– CALIFÓRNIA?- Dan gritou – EU VOU PRA CALIFÓRNIAAAA- e ele começou a fazer uma dancinha estranha e um pouco anormal, mas tudo que é anormal é normal para Dan.

– pode ir parando ai dançarino, guarde pra Califórnia – Nellie se pronunciou.

– mas... – tio Fiske começou

– ferrou, sempre tem um mais, nunca é bom demais pra ser verdade – Dan reclamou.

– calma Dan – tio Fiske começou – eu só ia dizer que eu não vou com vocês

– por que não? – eu perguntei

– tenho muitos assuntos pra resolver e a Nellie vai com vocês, não se preocupem - ele respondeu e Nellie sorrio.

– mas eu queria que você fosse – eu disse.

– eu também – foi à vez de Dan

– tudo bem eu quero que se divirtam – ele disse – vocês vão amanhã de manhã

– logo amanhã, por que tão rápido tio, as férias mal começaram? – eu perguntei

– quanto mais rápido forem, mais se divertem – ele disse com sorriso no rosto.

Tive um mau pressentimento.

Mas o tio Fiske nunca faria nada de ruim pra nós, né. Qual é, estamos falando do tio Fiske. Subo para arrumar minhas malas:

– eu vou para a Califórnia, eu vou para a Califórnia. – eu repetia cantarolando.

Mas, minha mente não conseguia livrar-se do pensamento negativo sobre a viagem, alguma coisa iria acontecer, eu posso sentir isso. Mas o quê?A busca acabou, estou longe de qualquer Cahill perigoso. O que poderia acontecer?

Argh! Quer saber, eu não estou nem ai. Essa viagem vai ser ótima, eu tenho que pensar positivo, né.

Deitei na cama e com um olhar sonhador penso:

O que será que me espera na Califórnia? Coisas boas é claro...

Quer dizer, eu acho.