Another Hogwarts escrita por Sorrow Queen, Ciba, Rafeullas, brubs


Capítulo 55
Flores são unissex


Notas iniciais do capítulo

Eae negada, tudo em cima? Demorei? Sim. Porém só a diva e linda da Kety comenta e EU DEDICO O CAP. SÓ PARA ELA. Pô, gente, magoa vocês que não comentam :(
Enfim, bom cap... admito que não é um dos meus melhores cap., mas aproveitem, cherosos
Ps.: Provável que tenha alguns erros e coisas sem sentidos ai, pois meu Word deu erro e o outro editor é podre, desculpa ai. E também, não tem parágrafo, porque essa merda não coloca parágrafo, então ficou centralizado, blz? blz



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POV Anne Green

A vida é uma coisa interessante. “Não é possível viver sem a vida” já dizia Sócrates. Enfim, é basicamente o seguinte: você faz sua mãe ficar com o bucho grande por nove meses para que possa ganhar uma chance de viver nesse lugar. Você chora todas as noites para tomar leite do peitinho da mamãe porque senão não haverá forças para viver a vida. Você começa a andar e que ser livre para voar até conseguir quebrar algum membro do corpo e ter que aquietar o fogo. Com o tempo, a vida começa a lhe fornecer mais e mais coisas. Como um dente novo depois que o dente de leite cai e os bobões o colocam debaixo do travesseiro pra ganhar moeda (coisa de pobre). E também tem aquele momento em que a vida faz o carrinho de sorvete parar na esquina para que você possa comprar um de morango. E acontece igualmente quando uma coruja invade a janela da sua casa informando que você vai para Hogwarts (mas isso não se aplica às crianças trouxas, desculpa ai).
Porém, naquele dia a vida me trouxe a esperança, me trouxa uma dádiva: o final de semana.
Depois daquele infeliz acidente com o Imperius, tive que passar pelo menos uma vez por dia na Madame Pompom para ver se eu ainda estava sobre feito de drogas. Minerva tem torrado a minha paciência com perguntas. E os professores usaram e abusaram da minha mente nesses dias. Então a sexta-feira chegou. E sexta-feira é sinônimo de “véspera do sábado”. E sábado é sinônimo de “felicidade”.
Eu acordei com alguma coisa humana embaixo de mim, abrindo os olhos consegui ver que havia um bíceps no meu lindo rosto. Eu soltei um bocejo e me apoiei sobre os cotovelos no tanquinho exposto do meu namorado, que era o ser embaixo de mim. Isaac roncava baixinho, o que me fez soltar uma risada. Então eu vi que eu havia babado no tanquinho de Isaac e neste momento eu não sabia se ria ou se chorava. Peguei a camiseta dele, que estava jogada no chão da sala comunal sonserina, e limpei a baba (que nojinho). Levantei-me, desajeitada porque dormir em cima de uma pessoa não é aconselhável, e me agachei ao lado de Isaac.
–Meu amor, acorda. –falei, gentilmente, como um anjo, mas ele não acordou, apenas virou de lado e continuou roncando. –Vamos lá, dorminhoco do meu coração. –tentei mais uma vez e o resultado foi o mesmo. –Acorda logo, palhaço. –fiquei irritada e berrei no ouvido dele.
A cena teria sido cômica se ele não tivesse agarrado uma caneca e apontado para a minha pessoa. Mas, para Anne Green, tudo engraçado. Mas imagina só: seu namorado/marido/ficante/amante/peguete da balada/boymagia está sem a camisa e entra um assaltante na casa, então o seu namorado/marido/ficante/amante/peguete da balada/boymagia pega uma caneca e aponta para o assaltante. Meu Merlin, isso faz até eu fazer xixi na calça.
–Anne, o que foi isso? –ele indagou, abaixando a caneca.
–Você não queria acordar, amor. –eu respondi entre risadas.
No final, Isaac também riu. Poderíamos ficar ali, do jeito que dormimos, pelo o resto do dia porque era sábado (!), mas os pervertidos das cobrinhas começaram a descer dos dormitórios e eu e Isaac vazamos dali, depois que ele colocou a camisa, é claro.
–Você ‘tá com bafo de onça, hein, Anne? –disse Isaac, de repente enquanto íamos para o Salão.
Parei de andar e olhei indignada para ele.
–Pois saiba que foi dessa boca com bafo de onça que saiu a baba que grudou no seu tanquinho. –retruquei e algumas pessoas no corredor me olharam espantadas. Dei os ombros para elas. Antes que Isaac se tocasse do que eu havia falado sobre minha baba, sai correndo em direção à Torre da Grifinória.
Graças à Mulher Gorda, minha salvadora da pátria, consegui entrar na sala comunal antes que Isaac chegasse perto, ou seja, ele foi bloqueado por uma mulher pedindo a senha. Eu ri histericamente. Depois de me recuperar, subi para o meu dormitório. Ele estava vazio. Bem, eu estava de bem com a vida, tive um ótima noite, então simplesmente abri a porta do banheiro com tudo, porque, na minha mente, se o quarto estava vazio, o banheiro também estaria. O problema é que Mione estava lá dentro.
–Minha nossa Senhora dos ataque cardíacios, Hermione! -gritei, colocando minha mão em meu peito esquerdo. -Dá para trancar a prota, amigona? -eu já ia fechando novamente a porta quando percebi que nenhum chinelo havia voado na minha cara e que Mione nem prestara atenção em mim porque estava sentada ao lado da privada, com os olhos parecendo de pandas e os cabelo iguais àquela vassoura que ela usava na cabeça durante os primeiros anos em hogwarts. -Mione, o que aconteceu, meu bem? -entrei no banheiro e Hermione começou a chorar. Okay, minha mãe não me preparou para uma situação dessas, socorro.
Ela levantou o olhar e os soluços vieram rapidamente.
–Ele... eu não posso acreditar, Anne... por que comigo? -Mione me indagou em meio aos soluços e depois chorou mais alto ainda. Sem controle sobre a situação, dei um tapa nela. Ela prendeu a respiração e me olhou, boquiaberta.
–Isso foi necessário. -disse eu, agarrando o ombro dela. -Agora fala o que aconteceu, mas devagar porque a Anne não consegue processar quando você fala rápido.
Hermione respirou fundo e pegou um pedaço de papel para limpar o nariz.
–O Rony, Anne. Foi ele que aconteceu. -respondeu ela em prantos. Mordi minha língua e franzi o cenho, confusa. Mione me olhou, esperando a resposta, que não veio. -Qual é, Anne. Eu tenho um abismo pelo Rony desde o terceiro ano! Mas ele me tratou da mesma forma que você tratava Jace!
Eu recuei, surpresa com as palavras dela.
–Ai, essa doeu. -murmurei, voltando a me levantar.
–Desculpa! -ela exclamou me puxando para um abraço. -Me desculpe, Anne. Eu falei sem pensar. Desculpa! É que o idiota do Rony agora está se agarrando com a Lavander Brown e eu não suporto ver aqueles dois se engolindo!
Minha única reação foi abraça-la de volta. Depois de alguns segundos, me desgrudei de Mione e segurei o rosto dela entre minha mãos hidratadas.
–Escuta aqui, Hermione, você não vai chorar pelo bobão do Weasley, entendeu? Eu sei que você pegou meu rímel ontem e não quero que ele seja desperdiçado por causa de ruivos, nem por morenos, muito menos por loiros. Então agora, coloca uma roupa decente, faz uma maquiagem boa e toma um banho. Não necessariamente nessa ordem. -Mione assentiu. -Bem, eu preciso escovar os dentes, licença. -pedi.
Ela saiu do banheiro e eu fiz minha higiene matinal. Troquei de roupa, fique mais gostosa e sai do quarto, que já fora desocupado por Mione. Novamente, abri a porta como uma pessoa inocente e quase tive outro ataque ao ver Miranda encostada na parede do corredor.
–Oi, Anne! -ela disse, me abraçando.
–Ah, oi. -murmurei de volta, me recuperando do susto. -O que você quer?
Miranda olhou para mim fazendo beicinho e se virou para descer as escadas, comigo logo atrás.
–Anne, deixa eu te perguntar uma coisa. -falou Miranda, entrelaçando nossos braços. -Sua amigas acham que foi eu quem lhe lançou aquele Imperius, não é?
Meus olhos devem ter ficado arregalados com a acusação, mas eu neguei.
–Não! Puff! Por que elas achariam? O quê? Puff, lógico que elas não acham. -aprenda a mentir com Anne Green. Miranda revirou os olhos e continuou a me encarar. -Okay. Sim. -admiti, desconfortável.
–Mas, querida, por que eu saíria por aí com minha varinha para lhe lançar uma maldição?! - a voz de Miranda ficou nervosa. -Você é... é minha amiga. Eu não faria isso com você. -olhei para ela, mas seu olhar não estava direcionado para mim. -Se você quiser, eu tenho um álibi! Eu estava fazendo minha redação de preparação para os N.O.M'S na aula do Snape. Pode perguntar para a Ginny, se quiser. Quer saber, eu acho muito vacilo...
–Calma, moça. Eu não acredito que tenha sido você.
–O que? -um alívio se espalhou pelo rosto de Miranda. -Ai, graças a Merlin porque eu realmente pensei que você estava me evitando depois do incidente...
Ela continuou tagarelando coisas nas quais eu não prestei atenção porque minha barriga começou a roncar e meus pensamentos foram para os café da manhã que me esperava no Salão. Eu andei com Miranda pelos corredores até chegarmos perto do Salão, onde encontramos Thalia conversando com Mason perto de uma das estatuas. Ao chegarmos perto dela, Thalia parou de falar e olhou sugestivamente para Miranda.
–Bom dia, flores do dia. -disse Mason, sem perceber a tensão no ar.
–Eu... eu acho que esqueci meu livro de poções no dormitório. -falou Miranda, dando três passos para trás enquanto falava.
–É, eu também acho que você esqueceu. -grunhiu Thalia.
–Mas hoje é sábado! -protestei, porém Mirando já tinha ido embora. Voltei a olhar para Thalia. -Cara, pra que intimidar a garota? -perguntei fazendo minha cara de gueto.
–É, Tha, você tem que mostrar para as inimigas como jogar purpurina por ai. -completou Mason, passando um braço pelo ombro de Thalia.
–Tha? -disse a mocinha.
–Inimigas? Purpurina? -disse eu, olhando torto para o amigo da amiga. -Escuta aqui, flor, não se exalte.
–Flor? -Thalia olhava confusa para nós enquanto Mason ignorava minha frase.
–É. Flor. Porque flores são unissex. Ai, parece que são idiotas.
Thalia continuou me olhando estranho ao entrar no Salão. Rayzinho estava saindo bem na hora, mas minha amiga lufana passou reto por ele, como se não tivesse o visto. Eu não sabia porque, mas estava toda a cambada na mesa da Sonserina, só que Lene não estava lá, então quem comandava o bonde era Isaac. Porque ele é meu namorado e divos namoram divos. Me sentei ao lado do meu sonserino lindo e dei um selinho nele. Peguei uma torrada, passei geleia de uva nela e olhei para as pessoas que estavam sentadas. Emily discutia com Fred o quanto ela estava gorda, o que eu acho mentira e que a única verdade é que ela está com airbags no lugar dos peitos. Lena coelha e Jason coelho estavam ausentes. E Thalia lia o Profeta junto com Isaac e Mason.
–O que temos no Profeta hoje, texuga? -perguntou Fred, colocando o queixo no ombro da namorada. Ai, que meigo, porém Thalia estragou a cena lançando um olhar para Fred.
–Não sei porque vocês leem esse cocô. -disse eu. -Vocês me envergonham desse jeito. Eles só escrevem mentiras ai. Me diga, Thalia, me diga se tem alguma coisa sobre a guerra ai. -pedi, mas antes que Thalia falasse, peguei outro jornal de dentro da minha bolsa bonita. -Leiam O Pasquim, assim saberam o que realmente 'tá acontecendo.
Todos me olharam depois do meu mini discurso. A verdade é que o Profeta segue ordens do Ministério e, segundo minhas suspeitas, logo o Ministério seguirá ordens do carinha sem nariz. E o carinha sem nariz não segue ordens de ninguém, ele não pode ser controlado, ele é divergente. Enfim, eu entreguei O Pasquim para eles.
–Você quer que a gente leia o jornal do pai da Di-Lua Lovegood? -indagou Isaac com escárnio e eu olhei feio para ele.
–Não a chame de Di-Lua. -ralhou Emily pegando o jornal.
Fred cochihcou algo no ouvido de Emily e a abraçou pela cintura.
–Eca, assim eu é quem vou colocar as tripas para fora. -resmunguei, tomando meu suco.
–Ai, Anne, vai se satisfazer com seu namorado, amiga. -retrucou Emily, fazendo uma careta e se levantando com Fred, de mãos dadas e rindo. Só faltava os dois filhos e um hipogrifo do lado deles.
Continuei comendo e conversando com Isaac, já que Thalis deixou a mesa junto com Mason, alegando ter que dar um pulo na biblioteca. Depois de tomar meu suco de uva, Isaac e eu saímos dali e fomos para o jardim.
–Está com vontade de vasculhar a cabeça de loiros hoje? -perguntou Isaac, parando de andar e se enconstando em uma parede, me mantendo na frente dele. De repente, ele começou a rir. Franzi o cenho.
–O que foi, palhaço? -indaguei.
Isaac riu mais um pouco e pegou a manga da blusa dele.
–Sua boca 'tá suja de suco de uva. -ele disse, limpando a minha boca.
Mostrei a língua para ele, que me abraçou. Ficamos abraçados ali sob a luz do sol, só faltava nossas línguas começarem uma batalha em nossas bocas. Antes que eu pudesse fazer isso, alguém começou a me chamar. Olhei para as escadas do castelo e vi o Potter correndo na minha direção.
–Anne! Onde você se meteu noite passada? -Harry falou, ofegante, ao chegar perto de mim. Isaac sorriu malicioso do meu lado.
–O que aconteceu, flor? -perguntei, fazendo sinal para que Harry se acalmasse e ele se acalmou, mas me olhou confuso.
–Flor? -os dois garotos disseram.
–Gente do céu, flores são unissex, queridos. -argumentei, revirando os olhos. -Enfim, Potter, qual o motivo do escândalo?
Harry continuou me encarando, mas depois só balançou a cabeça e voltou a uma postura formal.
–O jogo contra a Corvinal é no próximo final de semanda, queridona...
–Não me chame de queridona. -pedi.
–É, não chame ela de queridona. -Isaac reforçou.
–...e nós teremos um treino hoje à tarde. Anne, pelo amor de Merlin, depois que você almoçar, vai para o campo. Não esqueça! Porque a Corvinal tem um treino depois do almoço. Então, não se esqueça...
–Já entendi, gato. Eu tenho que estar lá durante o almoço. Pode ir. -falei com a doçura de um limão e Harry deu meita volta, voltando para a sua vida de Eleito.
Me espreguiçei e bocejei, me voltando para Isaac, entrelaçei meu braço com o dele e nós entramos no castelo. Deixei que Isaac me guiasse até perceber para onde ele me levava.
–Ah não. Isaac estou cansada de vasculhar a cabeça de loiros. -reclamei, colocando o peso do meu corpo em cima do meu namorado. -Por favor, amor.
–Vamos lá, Anne. Quero saber quem é que fez aquilo com você para que eu possa quebrar o nariz plastifcado da pessoa. -Isaac me puxou pela mão até o próximo loiro de sua lista.
Ai, como meu namorado é amoroso. Segui ele e tirei um pente fino da bolsa porque eu sou uma ótima atriz e preciso de instrumentos para vasculhar cabeças alheias. Até agora nenhum loiro foi reconhecido como o desgraçado que resolveu me imperiuazar. Alguns loiros são verdadeiros deamais, outros são oxigenados demais. Nenhum loiro é o loiro da floresta. Mas eu continuava tentando reconhecer porque eu amo treta e quero ver o Isaac quebrar o nariz do fedelho porque não queria decepcionar Isaac.
Nós paramos uma loirinha fofa de olho azul, uma lufana do segundo ano, no corredor. Ela estava na roda de amigos e nós a puxamos de lado. Aquela era a quinta pessoa com o cabelo revistado. A loira ficou nos encarando durante um bom tempo até eu pedir para ver seu cabelo, alegando, como sempre, que Hogwarts estava com uma infestação de piolhos e que essa epidemia estava atingindo principalmente os galegos. Subi em um banco e peguei no cabelo da menina. Bem, poderia ter sido só mais uma pessoa normal, mas não era. Assim que eu comecei a mexer no cabelo da menina, só para disfaçar, vi que tinha uma coisa no couro cabeludo. Estranhei e peguei o pente, só por curiosidade. Então, acho que meu berro foi escutado por toda Hogwarts quando um bicho foi puxado junto com o pente.
–Ai, tira isso de mim. Tira isso de mim, Isaac! -pedi, pulando de um lado para outro. Isaac pegou nos meus ombros, tentando me aquietar.
–O que foi, Anne? -gritou ele, com os olhos arregalados. A menininha também estava com assustada com meu ataque.
–Tinha... tinha uma... sei lá... uma barata no cabelo dela. -chorei e parei de pular, entregando o pente para Isaac. Ele analisou o pente e viu aqueles bichos gordos andando ali, depois jogou aquilo no chão. -Ai senhor, o que era aquilo? Aliens estavam tentando se infiltrar no cabelo da guria?
Isaac riu, nervoso, e se virou para a garota, que parecia que ia chorar. Acho que eu assustei ela, só acho.
–Eae pequena, tudo bem? -ele perguntou e a menina balançou a cabeça em negação. Coitada. -Olha, que tal você dar um pulo na Madame Pomfrey? Sua cabeça linda está com piolhos. -reto e direto.
A menina assentiu e saiu correndo ali, com a mão no cabelo.
–Aquela barata era um piolho? -perguntei com a voz fina. Isaac me olhou e riu.
–Sim, era um piolho. Pobre menina.
Eu entreguei o pente para ele, dizendo que não colocava mais a mão no cabelo de ninguém. Então, começamos a andar para a Torre da Grifinória, porém Minerva apareceu no nosso caminho e eu juro que quase tive um treco ali porque ela não sabia que eu estava mexendo no cabelo de inocentes.
–Srta. Green, por favor, vá para a minha sala. -ela mandou e simplesmente voltou para o seu caminho, sem esperar para ver se eu estava a seguindo.
Mandei um olhar nervoso para Isaac, mas ele me sorriu amarelo e me desejou boa sorte antes de sair andando. Revirei os olhos e segui Minerva. Enquanto eu entrava na sala dela, pensei em mil e uma desculpas para meus erros. E quando ela me ofereceu um chá, tive que recusar porque, se aquela coisa tiver poção da verdade, eu não precisaria das desculpas.
–Olha, tia Minnie, eu juro que o que eu fiz foi por uma boa causa.
–Srta. eu não estou aqui para lhe julgar.
–Eu não fiz nada de mal, pergunte a qualquer um.
–Se acalme, Green.
–Eu só queria dormir sem pensar que alguém vai querer me lançar um Imperius.
Essa última frase deve ter tocado o coração de Minerva porque a boca dela se entreabriu. Ela se sentou e ficou me analisando. Eu queria sair correndo, mas é claro que eu não o fiz. Sou uma princesa e princesas não desistem nunca.
–O professor Slughorn e eu analisamos a garrafa que foi encontrada no lugar onde a senhorita levou... hm... a maldição. -ela me olhou, esperando um reação, mas eu apenas assenti, como uma pessoa civilizada. -Aquela bebida estava envenenada...
–Filhos de uma rapariga! -gritei, mas voltei à minha pose formal.
Minerva me olhou assustada, porém continuou:
–E, bem, a garrafa estava direcionada ao diretor Dumbledore.
A subdiretora continuou falando, mas minha mente entrou no modo brisa. Lembrei de quando estava lá, indefesa e inocente como sempre, e um feitiço me atingiu, um feitiço que fez com que eu não ficasse consciente de meus atos. Então, quem quer que fosse o loiro entre as árvores, queria deixar Dumbledore doidão? Não, não. A cria queria matar o velho! E ia me usar para isso. Merlin, o que eu lhe fiz? Eu seria responsabilizada por uma coisa que eu não sabia que estava fazendo. Estava tão presa em meus devaneios que nem havia percebido que Minerva me chamava até ela gritar comigo.
–Anne, eu sinto muito, está bem? -ela me olhou com pena. -Agora você pode ir para o seu almoço, já deve estar perdendo a metade dele.
–O que? -olhei para ela e engoli em seco. -Minerva, o almoço já começou? -ela assentiu, confusa. -AI SENHOR, O POTTER VAI ME MATAR!
Sei que é falta de educação, mas saí correndo sem me despedir. Agradeci aos deuses por não ter ninguém que me atrapalhasse no caminho. Entretanto, só peguei uma multidão de desocupados na entrada do Salão. Saí chutando a canelas deles e entrei. Mais um ponto para mim, pois Lena, Jason e Thalia estavam juntos na mesa da Grifinória. Os três me olharam surpresos quando parei perto deles depois da minha corrida de gazela.
–Thalis, Lena, minhas negas. Oi Jason. Eu preciso de comidas saudáveis. -disse, ofegante para eles. -Mas não esqueçam de pegar uma carne suculenta e do molho. Levem para o campo de quadribol rápido. Eu estou atrasada. Virem passarinhos e voem para lá. Até logo. SEJAM RÁPIDOS.
Virei e saí correndo do Salão, mesmo que os três tenham me olhado confusos. Tirei minha capa de quadribol da mochila e coloquei por cima da roupa. Cheguei, derrapando, no campo e fui pegar minha vassoura. Potter já estava batendo os pés de impaciência.
–Anne, eu falei para você não se esquecer! -ele me ralhou, mas eu fingi não ouvir ele.
–Soltem esses balaços, seus molegas. Temos um trabalho a fazer.
No meio do treino, vi que meus lindos amigos estavam na arquibancada com a comida. Lena estava deitada no colo de Jason e ele brincava com o cabelo dela enquanto Thalia olhava com recalque para eles. Quase levei um balaço na cabeça. Quase arranquei o braço de Kate. E assim foi meu treino. Potter me deu parabéns e pediu para que eu entrasse com foco no jogo do próximo sábado. Fingi entender o que ele falou.
Jason e Thalia desceram com a minha comida. A Lena folgada veio saltitante, deixando o trabalho duro para os outros dois. Abri os braços para minha comida, porém, quando dei a primeira mordida na carne, Potter, Mione e Weasley Jr. apareceram.
–Preciso falar com você. -disse Harry.
–Queridão, eu preciso me alimentar. -reclamei, mas Mione me olhou com cara de pidona e eu não tive como resistir. -Fiquem com a comida, eu já volto. -disse para Thalia, Jason e Lena. Jason largou a comida no chão (delicadeza) e se virou para caminhar com Lena pelo gramado. Nossa, que fofos. Thalia mandou um beijo para mim e saiu dali. -É bom que seja importante, Potter.
O trio de ouro me levou para o vestiário. Mione e Rony ficaram um de cada lado do Potter. Eu colocaria um terno preto nos dois e óculos escuros. Harry começou a mexer nas próprias mãos.
–Fala logo, Harry. -falou Hermione, entredentes, como se ela achasse que eu era surda.
–Meu Deus, mulheres são tão impacientes. -resmungou Weasley.
–Não é que eu seja impaciente, o problema é que eu tenho mais o que fazer.
–Tipo o que? -Rony se virou para Hermione. -Enfiar a cabeça em livros?
–Garanto que isso é melhor do que enfiar a cabeça na boca da Lilá!
–Isso mesmo, garota! Fiquei orgulhosa! -gritei, levantando um punho para comemorar. Rony me lançou um olhar mal-humorado e eu lhe mostrei a língua, já Mione sorriu convencida.
Por fim, os três começaram um discussão por olhares e eu fiquei ali aguardando porque eu sou uma pessoa legal. Eles terminaram de se encarar e me encararam. E eu lhe garanto: não é legal ter três pares de olhos te encarando.
–Você poderia me dizer algo, Anne? -falou Potter, finalmente.
–Claro, capitão. -respondi, cruzando os braços.
–Quem te atacou na floresta? -perguntou Hermione.
Revirei os olhos e me sentei, em perna de índio.
–Realmente acha que se eu soubesse quem fez isso eu estaria aqui conversando com os três bobões? -ai, como eu sou delicada. -Por que a pergunta?
Eles voltaram a se encarar e eu me segurei para não dar na cara deles. Esperei pacientemente até que voltaram a se lembrar da minha presença.
–Harry acha que Malfoy se tornou um comensal. -disse Rony, sem rodeios.
Encarei Potter, me lembrando da brisa que tive quando vi Malfoy na sala comunal noite passada. Mas mesmo, comecei a rir alto, jogando a cabeça para trás, só parei quando minha cabeça começou a doer.
–O Malfoy... Comensal? -ri mais ainda e Potter ficou com o rosto de vermelho de raiva. -Calma, moço. É só que... que tipo de pessoa que quer dominar o mundo faria do Malfoy um seguidor?
–Foi isso que eu falei para ele! -gritaram Hermione e Rony juntos.
–Você deveria escutar seus amigos, Harry. -continuei, de maneira gentil. -Aposto que Você-Sabe-Quem só colocaria Malfoy se ele não tivesse medo de perder. Como por exemplo, dividir-se em sete partes em objetos espalhados pelo mundo que, se destruídos, ele morre. Mas isso é impossível.
Os três arregalaram os olhos e se boquiabriram, espantados, como seu eu tivesse dito algo totalmente extraordinário. Aquilo realmente me assustou porque, sei lá, porque as pessoas ficam esquisitas com os olhos arregalados.
–Anne... -sussurrou Rony. Então, ele pigarreou.
Harry balançou a cabeça e recomeçou a falar:
–Mas... você tem certeza que não era Malfoy aquele dia na Floresta?
–Desiste, Harry... -falou Hermione.
Pensei no método em que Isaac e eu estávamos fazendo para o reconhecimento de cabelo e eu, com toda a certeza que posso dar, não colocaria minhas mãos no cabelo duro de gel do Malfoy. Fiz uma careta e me levantei.
–Se é só isso... Eu tenho mais o que fazer. -resmunguei, pegando minha bolsa e saindo do vestiário. Porém ouvi os passos dos três atrás de mim.
–Poderia nos fazer um favor, Anne? -pediu Mione, parando do meu lado. -Por favor.
Revirei os olhos.
–Fale, então.
–Vá na biblioteca e vê se consegue achar um livro chamado "Segredos das Artes mais Tenebrosas"? Provável que esteja na Seção Reservada -Hermione só faltava pular em cima de mim.
–Tá bom, tá bom. Mas, se eu pegar um detenção por isso, eu juro que... bem... eu já estou acostumada com isso, então beleza.
Fiquei mais um minuto parada ali, esperando que eles me pedissem mais alguma coisa ou que me oferecessem alguma coisa em trocas, mas, como eles não falaram nada, saí andando em direção ao castelo. Eu odeio a sensação de ter que andar debaixo do sol quando já se está suada. Aquela coisa pegajosa, chamada suor, fica grudada nas suas roupas. Okay, não sei porque eu estou falando isso. O que importa é que eu cheguei na biblioteca e fui até as últimas prateleiras. Encontrei Fred e Emily ali. Os dois estavam um grude, meu Deus. Fred estava brincando com Emily enquanto a coitada tentava ler um livro, sem sucesso. Tentei passar por eles despercebida, mas passar despercebida nunca dá certo quando você não quer ser percebida.
–Anne, o que você está fazendo aqui, mulher? -perguntou Emily, surpresa. -Você ouviu a nossa conversa? -ela parecia em pânico.
–Calma, eu não ouvi a conversa sobre qual camisinha usar. -reclamei, fazendo cara feia.
–Então o que tu quer? -indagou Fred, aquietando a franga e se sentando.
–Que foi? Uma linda e pura menina não pode vir a biblioteca?
–Não quando essa menina linda e pura não tem nada de linda e pura. -retrucou Emily sorrindo.
–Me deixem ser estudiosa. -mostrei a língua para os dois e me virei, só me voltei para eles de novo quando virei na plateleira. -E, só para constar, eu prefiro a de morango.
Saltitei até a seção reservada, onde Madame Pince montava guarda. Ótimo, agora entendi porque o trio pediu aquilo para mim. Só um ninja poderia distrair a Pince e entrar na sagrada seção. Andei lentamente até ela, que estava concentrada em um livro. Assobiei, apoiada em uma mesa, até ela levantar o olhar rabugento para mim.
–No que posso lhe ajudar? -perguntou ela com uma voz de pouco amigos.
Sorri abertamente e me aproximei ainda mais.
–Sabe, minha linda bibliotecária, eu esqueci minha ficha com a assinatura de Minerva, que autoriza minha entrada na seção reservada. A senhora poderia me deixar entrar, mesmo assim? -pisquei repetidas vezes, mostrando a minha fofura interior.
Por um momento eu achei que ela deixaria, mas Pince fechou seu livro com força e se levantou.
–Não. -disse ela, secamente, e ficou ali, em pé, para dificultar meu plano.
Mandei um olhar fulminante para ela e dei meia volta, pisando duro. Dei uma volta pelas prateleiras, pensando em outro plano. Até que uma luz se acendeu dentro de mim e corri até onde havia encontrado Fred e Emily. A moça estava encostada na estante e seu ruivo acariciava o ombro dela e trocavam sorrisinhos e palavras sussurradas.
–Weasley, me ajude! -eu pedi, agarrando ele pelo colarinho. Emily me olhou, brava, e cruzou os braços.
–Se acalma ai, Green. -disse o ruivo, fazendo eu soltar ele. -O que você quer? -ele também cruzou os braços, levantando uma sobrancelha.
–Você tem, não sei, alguma coisa que faça a pessoa vomitar no seu bolso?
Os dois cerraram os olhos para mim, desconfiados.
–Isso vai ter um pre...
–Eu te dou dez galeões depois, mas, por favor, me ajuda.
Fred levantou os braços, em forma de rendição, e pegou uma balinha verde de dentro bolso. Ele me entregou, dizendo que aquilo resolveria qualquer seja o meu problema. Agradeci e voltei para a seção reservada, sem que a Madame Pince me visse. Uma menina do primeiro ano passava por ali e aquela foi minha grande oportunidade. Cheguei por trás dela e enfiei a bala dentro da boca dela. A coitada ficou assustada, mas não deu tempo nem de ver o que havia a atingido, pois ela colocou a mão na barriga, cambaleou até Pince e vomitou bem no colo e no livro da bibliotecária. Fiz uma dança da vitória enquanto Pince e garota corriam para fora da biblioteca.
Abri a porta da seção reservada e entrei. Bem, como aquele era o Dia Internacional para Assustar Anne Green, quase que cai para trás quando vi uma cabeleira loira agachada no canto das plateleiras. Acho que a menina nem percebeu a minha presença porque ela continuou remexendo nos livros, abrindo alguns e depois os deixando de lado. Parecia que estava procurando alguma coisa. Um minuto depois, eu reconheci a criatura.
–Cece! -exclamei, fazendo ela dar um pulo e bater a cabeça na estante.
–Ai, ai. -ela reclamou, massageando o lugar onde batera. -Anne, você me assustou!
–Ah, acredite, você também me assustou.
–O que você está fazendo aqui? -ela perguntou, desconfiada.
–O que você está fazendo aqui? -repeti, cruzando os braços.
–Eu sou uma funcionária desse castelo, tenho o direito de passear por ai. Há, ponto para a Cece. -ai, essa mina é boa de argumentos, senhor. Porém, Anne Green é melhor.
–Funcionários de Hogwarts também têm o direito de bisbilhotar o castelo? Há, ponto para a Anne!
Cece se sentou numa mesa e ficou me encarando. Hoje também é o Dia Internacional de Encarar Anne Green? Bem, eu não sustentei o olhar dela porque comecei a varrer os olhos pelos livros nas estantes, observando os livros com as inciais "S" de "Sadia", ops, de "Segredo" até que outra pessoas chegou no clubinho. E essa era a última pessoas que eu queria que aparacesse.
–Srta. Green, cadê a Madame Pince? -perguntou Severus Snape, cínico.
Me virei e vi que Cece abriu um sorriso vitorioso.
–É que... bem... Madame Pince teve um problema e me pediu para ficar aqui. -menti.
–E por que eu não acredito em você? -disse Snape, lentamente e fazendo um movimento com a boca, o que eu imaginei ser um sorriso.
–Porque é mentira! -disse Cece atrás de mim. Minha mão formigou, pronta para dar na cara da fedelha.
–Ah. Srta. Cece, preciso falar com você. -disse Snape e Cece levantou. -E, você, -ele olhou maldoso para mim. -vá embora daqui se não quiser ganhar mais um detenção.
Por que a primeira regra do livro "Adolescentes Civilizados" é "não retrucar adultos"? Mas, enfim, eu tive que sair dali enquanto Snape levava Cece para algum lugar para conversar. Esses dois... Eu estava tão nervosa quando saí da biblioteca que acabei caindo em cima de alguém.
–Ai, descul... -olhei para o sujeito com quem trombei e vi mais uma pessoa indesejada: Jace.
–Ah, oi, Anne. -disse ele, normalmente. Franzi o cenho e peguei a minha bolsa que havia caído no chão. Sem falar nada, voltei a andar pelo meu caminho até a Torre, porém Jace me seguiu. -Estava pensando que só iria te ver na formatura.
De repente, parei de andar, o que quase fez com que Jace caísse.
–Por que você está falando assim? -indaguei, com desconfiança. -Você deveria estar planejando algo para me magoar, não é?
–Anne, você não vai esquecer isso?
Olhei indignada para ele.
–Você acha que eu esqueceria de que você, do nada, resolve parar de falar comigo. Depois pega uma menina só para me fazer ciúmes e ainda tenta bater no meu namorado. Não, obrigada, mas isso é impossível de se esquecer.
Jace revirou os olhos, mas pareceu não se abater com minhas palavras
–Eu estava pensando se nós poderíamos voltar a... ser amigos.
–Belém, belém, nunca mais estou de bem... -comecei a cantarolar e voltei a andar.
–Não seja infantil, Anne. -ele riu. Repito, ele riu!
–Flor, eu tenho que ir. Depois, quem sabe, a gente se fala.
–Flor?
Me virei para ele, abrindo os braços e olhando para cima.
–OH MERLIN, QUANTAS VEZES IREI TER QUE FALAR QUE FLORES SÃO UNISSEX?
Jace fez uma cara engraçada de surpresa. Mas eu bati no pé do chão e dei as costas para ele, voltando para meu caminho feliz, esperando não encontrar a Bloody Mary no caminho.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Rodolfo merece reviews? ahushush
Beijos