POV Thalia
Estou correndo nas escadas da Torre de Astronomia, logo após ouvir os passos demorados da gata Nor-r-ra, sinto meus passos cada vez mais rápidos, Filch vem atrás da gata resmungando de algo relacionado a pães de queijo, ruivos, Grifinória e explosões, as escada parecem infinitas, percebo os passos e a voz ficarem dificilmente audíveis, abro um sorriso, mas não paro de correr, de repente me vejo caindo e dando cambalhotas na escada, quando chego ao fim, paro de pé no meio da escuridão de Hogwarts.
–Gatos sempre caem de pé, acho que sou um gato
Começo a andar rápido, acelero, e logo estou correndo novamente, chego aos barris da entrada da Sala Comunal da Lufa-Lufa, devo ser rápida e ao mesmo tempo cuidar para que seja preciso no ritmo de Helga Hufflepuff, lembro sempre do monitor da Casa dizendo "Dê um tapinha no segundo barril de cima pra baixo, no meio da segunda fileira, no ritmo de Helga Hufflepuff, e a tampa se abrirá. [...] Se baterem na tampa do barril errado, ou se o ritmo da batida for outro, o intruso será encharcado em vinagre.", digamos e convenhamos, não estou afim de tomar banho de vinagre. A tampa finalmente se abre e rastejo até o Sala, agora que estou segura de Filch e sua gata fresca caminho mais calmamente, a medida em que a adrenalina vai embora percebo os estragos da corrida e da queda na escada, meu tornozelo dói como se alguém tivesse o acertado com uma flecha, a ultima batida de cabeça resulta em um belo corte, estou suada, e digamos que a mistura de sangue e suor não é das melhores, quase caio quando o fantasma Frei Gorducho aparece na minha frente.
–Oi, o que faz aqui menina?
–Ahn, é...
–Oh, tudo bem, te vejo aqui quase todas as noites, encaro como uma companhia por alguns minutos, o que aconteceu com sua testa? - Esqueci que esse era o fantasma mais simpático de todos, sinto que ele sempre gostou bastante de mim
–Ah, nada, eu cai, está tudo bem, eu preciso dormir agora, com licença
–Ah, ok, boa noite, coloque um curativo nisso - Me pergunto o que esse fantasma fica fazendo da noite inteira
Subo as escadas com um pouco de dor, por causa do tornozelo, entro no quarto fazendo o máximo de silêncio possível, entro no banheiro, o pouco de dor no pé fica mais forte, encho a banheiro de água e meus sais de banho, entre outros produtos Ivone, entro na água quente, me pergunto se não poderia viver ali para sempre, olho pela janela, o céu está começando a ficar laranja, o nascer do Sol, entro em desespero, coloco meu pijama do Mickey e finjo estar dormindo até o amanhecer. Cinco segundos após eu ter realmente pegado no sono, Jessie me ataca com um travesseiro.
–Na minha humilde opnião, você deveria trocar de travesseiro, esse dai tá duro demais, como você dorme com isso? - Falo escondendoa meu rosto de futuras pancadas travesseirais de Jessie Marrie
–Acorda logo, todos já sairam para o café e o banheiro é todo seu, para passa os seu vinte e sete creme contra cravos, espinha, oleosidade, olr.. orel..olheiras arg, palavra difícil, continuando...
–Ta, ta já entendi, eu passo muitos cremes, ok. Mas lembre-se, é a Emily que passa creme de abacate no cabelo - Levanto da cama com dificuldade devido ao meu lindo pé que não para de doer
–Cuidado para não deixar cair esfoliante de menta no olho de novo, você tem um treco quando isso acontece, é tipo "AAAH MINHA NOSSA SENHORA DAS VARINHAS, TEM ESFOLIANTE DE MENTA NO MEU OLHO, PEDRINHA ARDIDAS DE MENTA, ME SALVEM" - Péssima imitação de mim, eu nunca faço escândalo
Fecho a porta do banheiro e começo a minha linda seção/ritual, prender o cabelo, escovar os dentes, limpar o rosto e...
–JESSIE SUA MACUMBA FUNCIONOU, OLHA AQUI, TEM ESFOLIANTE DE MENTA NO MEU OLHO, PEDRINHAS QUE ARDEM, SOCORRO, CHAMA A POMPOM, AI SANTA MACUMBA DE MERLIN, COMO DIRIA A ANNE, EU TO FICANDO CEGA, AS PESSOAS VÃO OLHAR E DIZER, OLHA A ESQUISITA CEGA DE MENTA - Estou gritando até que eu bato a cabeça na porta amarela
–Passa água, vai logo, eu to com fome - Ela fala por trás da porta
–Obrigada, senhora eu-não-estou-nem-aí-pro-seu-olho
Já no Salão Pricipal, ou como eu gosto de chamar "Salão do rango e avisos do DumbDumb", sento na mesa da Lufa-Lufa e como é de se esperar, seis seres desalmados, sem mesa e ladrões de torrada vêm se sentar junto a mim.
–Bom dia, Elena, bom dia, Jason, bom dia Isaac, bom dia, Anne, bom dia, Emily e bom dia Raymond.
–Bom dia - Emily, Raymond, Jason e Isaac falam juntos
–Bom dia piriquitu - Elena rouba uma torrada
–Bom dia frô de laranjeira - Anne rouba outra torrada, o que desencadeia a todos roubarem minhas torradas
–Se estivéssemos em um deserto, e eu só tivesse comida suficiente pra mim, vocês roubariam - Falo pegando alguns pãezinhos com manteiga
–É bom saber que você tem consciência disso - Raymond termina sua torrada e encara meu pão
–Nem vem, colega, isso aqui é meu, vocês não têm Casa? Não tem comida pra vocês, não?
–Roubada é mais legal - Anne bebe meu suquinho de uva
–Ei, ninguém bebe do meu suquinho a não ser eu, você sabe que meu suquinho é importante, tira as patas dele - Depois de alguns minutos de furtos e discussões sobre o meu suquinho, percebo que Elena e Jason não falam nada desde o "Bom dia", me viro para eles e vejo duas criaturas de melação - Elena e Jason, estamos tentando bater um papo aqui, e sinceramente, não estou afim de ver vocês enfiando a língua na guela um do outro, por favor
–Ai, Thalia, quanto mau-humor - Elena desgruda do namorado
–Eu não dormi, minha filha, junta isso com o mau-humor da manhã, pois é, aliás, vc também parece que não dormiu, está passando o creme para olheira que eu te dei? Eu passo e olha pra mim, parece que acabei de sair de um sono de beleza de vinte anos
– Isso depois de ter um mega surto por causa de uma porcaria de esfoliante que entrou no olho dela - Jessie aparece do nada, roubando a última torrada
–Será que eu não posso comer em paz, Merlin, Querupita, Nossa Senhora das varinhas, Pai João, Senhor?
–Não - Todos respondem em conjunto
–Beleza, hora da aula, paz pra geral - Levanto da cadeira com muita dor - Vamos Emily e Raymond, minha aula é com vocês hoje
–Você 'tá mancando, porquê você está mancando? - Isaac meio que grita, valeu amiguinho, eu te mato
–Ahn, eu cai, da escada, vindo pra cá... ontem, é isso
–Hm, deveria ver isso com a Madame Pomfrey - Você deveria ver com a Madame Pomfrey esse soco na cara que eu vou te dar, claro que eu não falei isso, sou muito fofa pra isso, apenas concordei e saí andando (i'm a lady, bitch)
–Eu também acho melhor você ver isso com a PomPom - Emily fala enquanto andamos pelos corredores
–Pois é, você está mancando demais - Raymond concorda
–Foi só uma torcida, daqui a pouco está tudo bem
–Ok, você quem sabe - Emily disse antes de Snape entrar na sala
–Abram na página 394 - Nossa migo, sua felicidade me impresiona, quer um balão?
Após uma chata aula teorica de poções, decido pedir a Emily me ajudar a ir até a Madame PomPom pois aquilo estava demais, mas quando me viro para onde ela estava sentada não há ninguém, quando não tenho Emily, devo usar o estabanado do Raymond mesmo.
–O que você anda comendo? - Ta me chamando de gorda, esse vagabundo
–Nada, desde que vocês entraram na minha vida e no meu café da manhã, nada e para de me chamar de gorda, seu vagabundo
–Não é gorda, é pesada, tipo uma baleia, vc ta pesada como uma baleia, mas não gorda como uma, ai vou parar de falar
–É melhor parar mesmo, hm, você ta sentindo esse cheiro de bosta de jumento?
–Como você pode ter certeza que é de jumento?
–Meus tios, são fazendeiros, conheço cheiro de bosta de jumento, não discuta, namorado da baleia
Depois de baleia pode-se ouvir um burburinho entra as pessoas no corredor e então o grande espetáculo da noite: Draco Malfoy coberto por cocô de jumento.
–É, pela cor, é cocô de jumento, agora podemos ir pra porcaria de Ala Hospitalar? Obrigada
...
–Ah, não é possível - Bela recepção, Pomfrey, quer o Oscar por essa performance? - Vocês quatro me amam mesmo, não é? Querem que eu faça parto que vocês também?
–Bom te ver também, Madame PomPom, ah, e ser for de graça, eu até posso aceitar - Falo me ajeitando
–O que você tem no pé menina?
–Não sei, me diga você, você é a médica, eu caí da escada ontem
–Deixe-me ver, - Ela pega meu pé e começa a examiná-lo - hm, deslocou um nervo, deite aí, vamos ter de engessar - Enquanto ela foi buscar os instrumentos de tortura observei a sala e então, banga
–Anne? O que houve contigo?
–Desmaiei - A garota começou a caminha até mim - Vai engessar o pé?
–É, seu namorado estava certo, parabéns, um novo médico na família - Deito a cabeça
–Vou chamar as matracas - Ela sai tão rápido quanto um foguete
...
–Como você torceu o pé?
–Elena, eu contei isso no café da manhã, mas acho que você estava muito ocupada com o Jason né? Eu caí da escada - Penso em contar a verdade
–Esperta - Emily revira os olhos
–Ei, estava escuro!
–Como estava escuro se era de dia? - Anne levanta uma sombrancelha, ela sabe quando eu minto, arg
–É... eu estava de olhos fechados?!... Droga, Anne!
–Fala, Thalia, agora - Anne levantou a voz
–Eu caí a noite, nas escadas da Torre de Astronomia fugindo do Filch e aquela gata do capeta, ai vocês perguntam "por que você estava lá?" eu precisava de uma passagem para Hogsmead, o tal "bilhete do Fred" eram cordenada para lá, ai vocês perguntam "pra quê ir pra Hogsmead?" eu precisava trabalhar na loja de doces, pois o irmão da Melissa está sozinho nesse mundo cruel e então eu prometi ajudar ele dando dinheiro que eu ganhar, fim, perguntas?
–Por que não contou pra gente? - Elena parece estar meio emocionada, como se ela estivesse vendo filmes de cachorro
–Vocês deixariam? Me deixariam me arriscar tanto assim? - Elas abaixam a cabeça
–Só tem um problema, você vai ficar andando de muletas por aí por um mês, como você espera ir pra lá de novo? - Anne, sempre com suas perguntas sem resposta
–Pronto, achei as muletas, eu realmente preciso arrumar isso aqui, - PomPom aparece afastando as minhas coleguinhas - um mês assim, e vocês tentem se manter longe de problemas
–Isso vai ser difícil, PomPom - Anne sendo amávelmente amável - ei, cadê a Emily?
–Eu não sei - Elena, parecia sair de um transe utópico
–Eu a vi saindo para a direita, ela deveria querer ir no banheiro, estava bem apressada, não sei por quê, tem um banheiro bem aqui - Pomfrey aponta o banheiro
Anne e Elena me ajudam a andar com aquelas coisas esquisitas chamadas muletas, quando eu menos espero elas resolvem virar a direita e me puxam com tudo, delicadas... Avisto duas morenas conversando no fim do corredor e tenho quase certeza que uma delas é nossa amiguinha sumida, Elena começa a correr mais rápido e Anne a acompanha, então, pra ir mais rápido elas resolvem me levantar, o que não dá muito certo, Anne me pega no colo e sai correndo até as duas.
–Emily - Anne me solta e Elena me ajuda com as muletas
–Ahn, oi, amigas, irmãs, perfas, minas que moram no meu core e Elena
–Por que você saiu do nada? - Elena deixa os olhos semicerrados, eu tenho um pouco de medo quando ela faz isso
–Oi, Anne, Thalia e Elena, tudo bem? - A garota do lado dela fala, percebo de quem se trata, da querida irmãzinha de Emily
–Oi, Cece