POV Anne Green

Essa Elena inventa cada coisa que Merlin me perdoe! Bem, mas é por causa dessas loucuras improváveis dela que eu a amo. Porém essa ideia da Lena me animou. UMA FESTA? Faz tanto tempo que eu não vou a uma que já estou me sentindo antissocial.

–Está bem Lena. –falei lentamente quando deixamos Thalia e Emily no lago conversando sobre a nova moda bruxa. Eu e Lena saímos em direção ao castelo, carregando nossas capas, pois o tempo resolveu ficar bipolar. –Eu posso chamar quem eu quiser?

Lena soltou uma risada um tanto quanto escandalosa e revirou os olhos.

–É claro, idiota! THIS IS OUR PARTY! –ela jogou as mãos para o ar e acabou batendo no nariz de um corvinal. O carinha da águia era o Ray e ele nos fuzilou com o olhar, murmurando mil maldições. Eu e Lena corremos e finalmente conseguimos chegar às escadas do castelo, fugindo das azarações de Ray. –Bem, convide seu povo leonino e eu convido minhas cobras divas. –ela fez uma jogada de cabelo, que bateu na minha boca e eu comecei a tossir dramaticamente. –ANNE, ANNE! PARA DE SER IDIOTA! –e, me dando um tapa no braço, eu parei com meu teatro.

–Isso é inveja do meu brilho. –Empinei meu nariz e sai andando de forma elegante. Lena riu e veio atrás de mim, porém logo percebi que ela estava distraída quando quase bateu a cabeça numa parede. Olhei para trás e percebi que ela e Jason trocavam olhares. Jason saiu de vista e sorri maliciosa. –Jason e Lena sentados numa árvore... –comecei a cantarolar e ela me olhou raivosa, mas eu continuei a cantar até que tive de desviar de um feitiço. –Tá, tá. Parei.

–É bom mesmo.

–Então, que dia é a festa? –perguntei quando nos aproximávamos do quadro da mulher gorda.

–Sábado. –ela sorriu amarelo e eu parei subitamente.

–SÁBADO? COMO? ELENA! É AMANHÃ! –ela recuou um pouco.

–Ah, pois é. Melhor se apressar. Você sabe, né... –Lena coçou a nuca e, ao perceber minha expressão, mudou de assunto: - Hm, não era hoje seu teste pro quadribol?

Meus olhos se arregalaram e eu me apoiei na parede na parede, com a boca semiaberta. Ai eu me recuperei do choque e saí correndo.

–MERLIN! COMO EU ESQUECI? –parei na frente do portal e cochichei a senha “Cabeça de dragão”. Antes de entrar ainda pude ver Lena rindo de mim.

Jace, Gina, Potter, Ron, Marie e Kate. A maioria era do time ou iria fazer teste, menos o Jace. Dei um desculpa para eles e corri para pegar minhas coisas. Coloquei minha capa de quadribol da Grifinória e peguei minha vassoura que ganhei de natal. –Nimbus 2003. É, mamãe e papai tão podendo. É a última lançada. Ok deixe-me voltar a ser humilde. Corri nas escadas e quase caí no final se Jace não estivesse ali no lado, encostado no sofá.

–Ei! Você é muito desastrada. –ele me falou e eu fiquei me perguntando quantas vezes eu já teria quebrado a cara se ele não estivesse ali comigo?”. Eu sorri para ele.

–Eu sei disso. É um dom. –então percebi que ainda me segurava nos braços dele. –Cara, como você consegue? Olha isso. –apertei o braço dele. Ui, que músculos. Isso é IN-TI-MI-DA-DE com meu melhor amigo, não sejam pervertidos. –Você nem joga quadribol e tem esses braços irados. –Jace arqueou as sobrancelhas e sorriu envergonhado.

–É um dom. –run, copiador de frases. Me virei para o time e Potter se remexia desconfortável pela minha demora.

–Ok, vamos. –caminhei até eles e ai me lembrei. –Ah gente, amanhã tem festa! –eu meio que sussurrei, pois não quero outras pessoas ouvindo. Indiquei a hora e lugar enquanto íamos para o campo de quadribol.

Chegamos ao campo e respirei fundo. Que Merlin me ajude! As outras concorrentes os batedores eram quase o dobro do meu tamanho e seguravam aquele bastão como se fossem atacas a cabeça de alguém. Senti um calafrio correr em minha espinha. É, eu estava nervosa. Jace com seu jeito meigo de ser veio e meu dar boa sorte do tipo:

–Se você tiver sorte, nós nos vemos depois. Mas estou torcendo para que nenhuma daquelas arranque uma parte do seu corpo. –ele apontou para meus caros concorrentes e depois foi para as arquibancadas, junto com Lena, Emily e Thalia. Minhas pernas vacilaram quando o Potter pediu para que chegássemos perto.

–Bem, vamos começar com os batedores e artilheiros – Harry falou, indicando os batedores, no caso: eu, Demelza, Ritchie Coote e Jimmy Peakes, e depois os numerosos artilheiros. Soltei um muxoxo para meu azar e subi na vassoura, trêmula. Já estava no ar e fiz um mero aquecimento enquanto Potter pegava a caixa com os balaços. Os pretendentes para artilheiros subiram para fazermos uma “prévia” –Vamos começar com, ahn, você Anne. –Potter apontou para mim e se preparou para pegar os balaços nervosos. Dei um sorriso forçado, pois é tanta gente para escolher e ele escolhe quem? Eu!

Ouvi um “VAI ANNE!” da arquibancada e vi Thalia, minha líder de torcida pessoal. Tentei sorrir mais uma vez, porém o Potter soltou os balaços e eu me posicionei. A primeira vez, eu quase errei, mas consegui jogar o balaço para longe da Katie Bell. Então vi o balaço mais uma vez em direção ao outro artilheiro, que estava no outro lado do campo. Curvei-me na vassoura e apressei-me eu bater o balaço, que por um triz não arranca a cabeça do Dean. As outras cinco jogadas foram fáceis e ágeis. Potter falou que fui ótima e pediu para Demelza ir. Assisti os outros batedores tentando manter a calma. Resolvi ficar no campo, assim não ficaria mais nervosa com meus queridos amigos falando palavras de incentivo deprimentes.

–Ok! Está ótimo. Venham até aqui. Já decidi qual é o time desse ano. –Potter pegou sua prancheta irada e analisou ela. Meu estomago já estava revirado quando ele anunciou: - O goleiro é Ron Weasley. –Ron sorriu aliviado e deixou os ombros relaxarem. Pelo canto do olho vi Cormac McLaggen xingando Potter. Não pude deixar de rir da desgraça alheia. –Artilheiros: Katie Bell, Jason e Ginny Weasley. –Katie e Alicia soltaram gritinhos de felicidades, mas Ginny estava ocupada demais fazendo uma dancinha da vitória. –E, por fim, as batedoras escolhidas são –meu coração bateu forte quando ele falou no feminino. –Anne Green e Demelza Robins. –minha boca se entreabriu, fiquei perplexa de felicidade. Ginny veio e me abraçou com felicidade.

–NÓS CONSEGUIMOS. –então, depois de sair do transe, eu e ela fizemos uma dancinha maneira, e acho que por ser uma dancinha legal, Katie Bell se juntou a nós, feliz da vida. Bati na mão de Katie e corri para as escadas das arquibancadas.

–Aqui vos fala a mais nova batedora da Grifinória. –eu pulei em cima de Jace quando ele e as meninas desceram da arquibancada. Depois abracei minhas amigas e prometi que nesse ano a Taça era da Grifinória.

–Nós somos ótimas amigas. Deixamos de fazer nosso dever de Transfiguração para vir te ver, Anne. –disse Thalia, me dando um tapinha no ombro.

–Ah sim, claro. Só vocês mesmo porque a Lena veio ver foi o Jason. –pois é valeu a pena ter deixado a Lena estressada.

–Eba! Vejo que temos mais um motivo para a nossa party hard. –disse Emily antes que Lena me batesse, cantarolando a última parte.

***

A noite de sábado chegou num piscar de olhos e, como sempre, eu estava atrasada. Motivo? Fui tirar um cochilo de meia hora e acabou virando um cochilo de duas horas. Sim, a vida de preguiçosa tem dessas coisas. Se não fosse uma Ginny apressada e uma Katie soltando purpurina, eu não teria acordado.

Então, lá estava eu. Desarrumando meu malão na procura de uma roupa com Ginny me apressando.

–Vamos, Anne! –ela me viu pegar um vestido vermelho e gritou: -Este aí está ótimo. –eu resmunguei e guardei o vestido de novo, me desviando de uma almofada jogada pela garota de cabelo em chamas. Depois de viradas e reviradas, achei um vestido para a festa. A parte de cima dele era preta, com as alças transparentes. O cinto era preto também e a parte de baixo era branca, parecendo uma saia.

–Calma, Ginerva. Mantenha a calma. –e entrei no banheiro antes que Ginny me matasse. –Pronto. Estou linda e diva. Já podemos ir. –É sério, eu estava uma completa diva. O vestido perfeito, meu cabelo solto e uma maquiagem leve.

As únicas pessoas na Sala Comunal eram Jace, Potter e Ron. O Potter fingiu de desentendido e começou a falar qualquer coisa com Ron quando nós descemos. Ele pensa que engana alguém. ‘Tá na cara que ele tá caidinho pela Ginny.

–Por que vocês, mulheres, demoram tanto para se arrumar? –perguntou Jace quando saímos sorrateiros da sala comunal. Dei um tapa no ombro dele, mas preferi não responder.

No meio do caminho, encontramos Thalia e os “certinhos” da Corvinal em direção à festa. Sorri para Thalia e nós seguimos para o local.

Ok se tem uma coisa que o amigo da Lena sabe fazer é festa. O local estava ma-ra-vi-lho-so. Com a decoração super WOW. As várias bebidas me chamando em um canto na sala. Uma música bem agitada soava na sala. Avistei Lena colocando mais um enfeite ao lado das bebidas e fui até ela com Jace.

–Meu Merlin. Isso daqui é demais. –admirei o lugar, maravilhada.

–Eu sei disso. –uma voz disse atrás de nós. Era o amigo ”modesto” da Lena.

–Mais humildade, Nott, por favor. –replicou Lena, revirando os olhos. –E obrigada, Anne. Nós somos divos, isso eu tenho que admitir. –ergui uma sobrancelha para ela, que riu. –Está bem, eu vou dançar. –e Lena saiu se sacudindo inteira. Pois é, essa é a Lena. Louca. Dançando no meio da pista praticamente sozinha porque quase ninguém havia chegado. Mas ela não ficaria assim para sempre, pois percebi Jason secando ela.

As portas da sala se abriram e Emily e sua “cambada” entraram saltitantes. E foi ai que a música rolou solta. Fui para o meio da sala, onde todos dançavam e fui para lá junto com Ginny, Jace e Thalia. Os últimos convidados chegaram e a metade do povo já estava doidão, inclusive eu. Perdi a conta de quantos whisky de fogo e Hidromel eu tomei. E acho que foi por isso que minha visão começou a ficar turva lá para as onze horas.

A última coisa que eu me lembro daquela noite foi de puxar algum menino para um canto.

***

POV Jace Lourrel

Festas são boas. Mas festas com pessoas loucas são mais legais ainda. Havia lufanos que conjuraram uma piscina de plástico e estavam pulando lá, bêbados. Sonserinos dançavam até o chão no meio da sala. Corvinais controlavam a caixa de som, ou seja, músicas completamente loucas. E os grifinórios eram os que estavam mais próximos da mesa de bebdia, porém eu, um menino educado, só bebi, sei lá, umas duas garrafas de Hidromel? Ou foram três? Ah, quem se importa? Mas eu não chegava ao ponto de sair correndo pela sala, seminu. Sim, uma menina da Grifnória acabou de fazer aquilo.

Eu já estou acostumado em ir a festas com a Anne. Ela sempre acaba doidona. E, agora, eu estava procurando ela no meio da bagunça que estava àquele local. Lá estava a Anne, no meio dos sonserinos, dançando loucamente, com uma garrafa de whisky de fogo na mão. Quando os olhos delas encontraram nos meus, ela sorriu e veio caminhando cambaleante até mim.

–Olá, Jace. –falou Anne, com um sorriso torto, dando mais um gole na garrafa. Eu iria cumprimenta-la também, mas ela fez uma coisa a qual eu não estava preparado. Anne me puxou pela gravata e me guiou para fora da sala. Ela parou de me puxar quando chegamos em algum andar completamente escuro. Quer dizer, apenas iluminado pela luza da Lua.

–Anne, por que diabos você me trouxe aqui? –perguntei jogando os braços para o ar enquanto ela soltava um risinho irritante e se apoiava na parede.

–Eu não sei. –respondeu ela, soltando mais uma gargalhada estridente. E foi ai que eu percebi que Anne estava bêbada. Ela jogou a cabeça para trás e começou a cantarolar.

–Ei, psiu, para! –falei colocando a mão no ombro dela. Anne voltou a olhar para mim, com um sorriso malicioso na boca. –Acho melhor voltarmos para a festa. Não vamos querer que nos peguem, não é?

–Ah, Jace relaxa. –ela jogou o peso do seu corpo no meu. –Vamos curtir. –ela me encarou, sorrindo e aproximou seus lábios dos meus. Porém eu recuei e Anne quase caiu, mas o que caiu foi sua garrafa, com um barulho surdo. –Ah, ops. –ela fez uma careta. Esperei um pouco, para ver se ouvia passos, mas nada. Quando voltei a olhar para Anne, ela estava mais próxima de mim. Então, ela me tomou um beijo.

Eu fiquei perplexo e quase retribui o beijo, mas a empurrei. Eu não podia fazer com ela, nem comigo. Anne estava bêbada, ela não se lembraria de nada no dia seguinte. Então por que eu me aproveitaria daquele momento?

Olhei para ela e, um segundo depois, ela desmaiou em cima de mim.

Por mais que eu tenha resistido, não posso negar uma coisa: o beijo da Anne é bom.