A Invasão da Terra escrita por Goldfield


Capítulo 6
Capítulo Sexto




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Capítulo Sexto

Operação: Resfriado.

Em Nova York, Gorsk Koskorva encontrava-se sentado num trono localizado numa ampla sala do último andar do Empire State Building of Victory.

O ditador russo parecia impaciente. Perguntou se Harper havia dito que iria demorar aos dois guardas que vigiavam a porta da sala, mas eles responderam negativamente.

Nisso, o ex-general megatopiano entrou na sala, seguido por seis guardas que escoltavam dez belas mulheres.

–         Eis as dez mais belas mulheres deste planeta! – disse Harper.

–         Ótimo! – disse Gorsk, dando um raro e estranho sorriso. – Vocês duas, me abanem! Vocês outras duas aí, me dêem de comer em minha boca e as outras seis, fiquem todas aqui, em volta do meu trono!

As mulheres viram-se obrigadas a seguir as ordens do ditador, sob a mira de vários canhões laser.

Otto comunicou-se. Gorsk perguntou:

–         Todas as refinarias já estão sob o seu controle?

–         Falta uma, e seus proprietários estão resistindo! – respondeu o zamuriano. – Alguns resistentes eliminaram um quinto do meu destacamento!

–         Droga! Ande logo com isso antes que eles organizem uma resistência!

–         Sim, Gorsk, mas espero que depois me dê o que é meu por direito!

–         Fique tranqüilo... Agora faça o que eu mando!

–         Certo.

Nesse momento, dez homens de Gorsk entraram na sala, escoltando um velho de longa barba branca.

–         Aqui está o mago, senhor! – disse um dos soldados. – Ele estava escondido numa caverna perto do Cairo!

–         Muito bem... – murmurou o ditador. – Ótimo trabalho. Vocês serão condecorados. Agora podem sair!

Os dez soldados russos saíram rapidamente. Gorsk, enquanto era acariciado por uma das mulheres, perguntou com extrema grosseria:

–         OK, velhote! Qual é o segredo das pirâmides de Set?

–         Nunca lhe direi, Gorsk Koskorva! – respondeu o mago. – Você usará o segredo para castigar ainda mais este planeta. A Irmandade do Tempo existe há tempos na Galáxia para manter a paz entre os orbes habitáveis!

–         Besteira! – exclamou o russo. – Eu sei que o segredo das pirâmides é permitir uma viagem no tempo... Eu sei disso!

–         Mas sem condições favoráveis, isso não acontece! Os seres criam as máquinas e as condições favoráveis e nós permitimos ou não uma viagem no tempo. Você, por exemplo, usando a bomba Apocalipse, criou condições favoráveis para uma viagem no tempo na Terra devastada, por enquanto, já não mais existente: Éden. É um segredo milenar...

–         Você vai revelar o segredo, por bem ou por mal! – exclamou o russo, apontando um dos dedos indicadores para o mago e atirando um raio elétrico.

Porém, o mago não sofreu nada com o ataque.

–         Essa sua força não funciona com os Magos do Tempo! – riu o mago. – Você nunca conseguirá o que quer!

–         Será? – riu o russo. – Harper! Leve-o para a sala de tortura!

–         Certo – respondeu o megatopiano, que ainda estava presente. – Ele irá falar tudo...

Harper e seus homens levaram o mago, que ria. Gorsk murmurou algo em russo e começou a aproveitar a situação de estar entre dez belas mulheres e ser o homem mais poderoso do mundo... Pelo menos por enquanto...

Na refinaria de Ken Robinson, Derek Wilson ansiava por um banho. Ele queixava-se de ter perdido o seu dente de ouro e ainda estar cheio de meleca zamuriana...

Gerald levou o cadáver do zamuriano até o laboratório de Einstein e pediu que ele fizesse uma autópsia, a fim de descobrir algum ponto fraco na raça alienígena. O gênio prometeu fazer o que ele havia pedido.

Ken Robinson preparou todas as modestas armas de defesa da refinaria para resistir contra um iminente ataque zamuriano. Eles seriam completamente massacrados se isso acontecesse, mas pelo menos lutariam até a morte...

Enquanto Peter Janissary lubrificava sua mão mecânica, Eva tomava algumas pílulas de proteína e Ken, que já não estava tão interessado na vaqueira como antes, lia um jornal cuja manchete era “A ONU se rende perante Gorsk Koskorva”. Nesse momento, o responsável pelas comunicações da refinaria entrou correndo na sala onde os três estavam, dizendo que ele havia feito contato com o maior porta-aviões (esse tipo de embarcação ainda tinha esse nome, mas carregava naves-caça) dos EUN, o USS Jimmy Carter, que não estava sob o comando da Marinha americana nem da ONU.

Os três seguiram o responsável pelas comunicações até a sala de rádio, onde ele sentou-se de frente para um aparelho um tanto ultrapassado e começou a falar:

–         USS Jimmy Carter, responda!

–         USS Jimmy Carter ouvindo alto e claro!

–         Posição atual.

–         Canal do Panamá.

–         Carga.

–         Cem naves-caça XY-25.

–         Estão sob comando da Marinha ou da ONU?

–         Negativo.

–         Podem mandar as cem naves-caça para auxiliar defesa contra a frota zamuriana?

–         Coordenadas.

–         Oitocentos metros a leste de Techión, elevação de cem metros, as coordenadas oficiais não são exatas!

–         Certo. Tempo para a chegada das naves-caça estimado em dezoito horas, devido à manutenção e ao carregamento das armas.

–         Dezoito horas?

–         Afirmativo. As naves-caça participaram de uma investida contra a frota zamuriana e perdemos vinte delas. Perdas zamurianas estimadas em cinco naves-caça.

–         Certo. Esperando chegada dos reforços. Desligo.

Ken sorriu, mas ainda parecia preocupado. Mesmo com a ajuda das naves-caça, seria impossível vencer a poderosa frota zamuriana.

As conquistas dos invasores não se restringiam somente à Nova York e à Guatemala. Com a rendição de todos os exércitos do mundo, os efetivos dos invasores triplicaram. Oitenta por cento do território dos EUN já estava ocupado militarmente e, na União Européia, noventa por cento. Na Ásia, a Sibéria, país independente que não fazia mais parte da Rússia e a China eram países que estavam completamente ocupados. No Japão, que, após o derretimento das calotas polares havia se limitado a uma pequena ilha do tamanho original de Nova York, havia pequena resistência, que já estava sendo domada. A Austrália servia de base para ataques a guerrilheiros que resistiam nas quase inexistentes e também alagadas ilhas da Indonésia. Na África, todo o leste já estava ocupado e havia pouca resistência por parte do oeste. Nos deltas do Nilo, perto do Cairo, as tropas de Gorsk Koskorva guardavam dia e noite as pirâmides de Set, pois o ditador russo insistia em descobrir qual era o segredo daquelas construções...

Em Nova York, Gorsk Koskorva estava sentado em seu trono, cercado pelas dez mais belas mulheres da Terra. Naquele momento, o mago que fazia parte da Irmandade do Tempo estava sendo torturado por Harper e seus homens. O russo estava confiante e tinha certeza de que o mago contaria tudo sobre o segredo das pirâmides de Set.

O plano de Gorsk era viajar no tempo e evitar que Gerald Grey o impedisse de usar a bomba Apocalipse. O planeta seria completamente devastado, mas o ditador escaparia numa nave. Porém, para isso, precisava descobrir o segredo milenar guardado pela Irmandade do Tempo, um grupo de magos que supostamente controlava o tempo e tentava manter a paz na Galáxia.

Mas ainda havia uma coisa que o russo sem escrúpulos desejava obter: vingança. Após tomar o controle total do planeta, ele iria mandar um esquadrão da morte para eliminar Gerald Grey, comandado pela famosa Zínia, uma assassina e caçadora de recompensas zamuriana que usava um desintegrador de partículas como arma, guardando o pó que sobrava de seus adversários dentro de um jarro.

Além disso, Otto estava interessado pela, segundo ele, “mais bela das zamurianas”, e, depois que ela terminasse o serviço, Gorsk a prenderia e a assassina não poderia sair da Terra, sendo obrigada a desposar o rebelde zamuriano.

Naquele momento, Otto contatou Gorsk. A primeira pergunta do ditador era previsível:

–         Tomou a refinaria?

–         Ainda não, mas um dos meus homens fez um retrato-falado de um dos principais resistentes que invadiram meu acampamento e a descrição bate com o rosto daquele tal de Gerald Grey. Estou lhe mandando um fax neste momento.

Um dos soldados do russo entregou a cópia do retrato-falado a uma das mulheres que rodeavam Gorsk, que a entregou ao ditador.

–         De fato, é ele! – exclamou Gorsk.

–         O que faremos? – perguntou Otto.

–         Ataque essa refinaria com toda a sua frota e tente capturar Grey, levá-lo até a sua nave de comando e, só depois, mate-o, e eu e minhas belas companheiras estaremos vendo tudo daqui, através de uma câmera que você providenciará!

–         Entendido. Desligando.

As mulheres em volta de Gorsk riram. O ditador, após desprender com os dentes e engolir uma das uvas de um cacho que uma das mulheres segurava, deu uma longa e sinistra gargalhada...

A nave de Zínia entrava na órbita da Terra. Carregava a assassina interplanetária e mais trinta fiéis zamurianos.

A zamuriana estava sentada numa espécie de trono, com o jarro que continha os restos de suas vítimas debaixo do braço direito. Com o braço esquerdo, segurava um espelho onde contemplava seu rosto.

–         Espelho, espelho meu... Existe zamuriana mais bela do que eu?

–         Não, senhora! – respondeu um zamuriano, que era o preferido entre os homens a serviço da assassina, de pé em frente ao trono.

–         Você só me bajula, Zuni... – murmurou, chamando o zamuriano pelo nome.

–         Quando a senhora vai largar essa vida de assassinatos e recompensas e viverá normalmente? Afinal, é a mais bela de toda a Zamuria...

–         Até o Imperador já quis me desposar... – murmurou Zínia. – Mas eu não sou zamuriana de viver ao lado de um ser do sexo oposto para sempre... Se fui, não sou mais! Eu não quero ter compromissos! Se eu quiser cair na farra, basta que eu vá até aquela boate nos subúrbios da capital...

–         Ora, senhora... Mas, mudando de assunto, por que estamos neste planeta?

–         Forças rebeldes e mercenárias o tomaram. O novo líder quer que eu comande um esquadrão para eliminar um sujeitinho. Ele prometeu pagar bem.

–         Assim eu espero, senhora.

–         Por que tu me chamas assim? Não sou casada! Não é melhor me chamar de senhorita?

–         Mas a senhora é viúva...

–         Não me lembre disso! – exclamou a assassina, liberando algumas gotas de ácido pela boca, uma capacidade um pouco estranha que os zamurianos tinham além da telepatia, mas nem todos a possuíam, ao contrário do dom de ler os pensamentos dos seres da mesma raça.

–         Desculpe-me! – disse Zuni, saindo.

A caçadora de recompensas voltou a contemplar seu semblante no espelho.

A nave, então, pousou no terraço do prédio das Nações Unidas em Nova York. Zínia e seus homens foram recebidos por Gorsk, Harper e alguns soldados.

–         Bem-vinda a Terra, Zínia! – saudou Gorsk.

–         Onde está a minha presa? Quero acabar logo com isto!

–         Siga-me. Eu lhe darei armas, homens e transporte. O resto é por sua conta!

Zínia e seus homens entraram no prédio, seguindo Gorsk e sua laia.

Enquanto isso, na refinaria de Ken Robinson, Einstein saíra de seu laboratório e ganhara a refinaria, pulando aos gritos, exclamando:

–         Heureca! Consegui! Descobri o ponto fraco dos zamurianos! Heureca!

–         Qual é? – perguntou Gerald, aproximando-se.

–         Eles não têm qualquer tipo de imunidade contra o vírus da gripe! Se fossem expostos a esse vírus que para nós é o menos ameaçador de todos, morreriam imediatamente!

–         Mas como nós vamos conseguir o vírus da gripe no ano 2040? Ele foi completamente erradicado durante a Revolução Tecnológica!

–         Eu posso produzi-lo em meu laboratório!

–         Faça isso! É a nossa única esperança!

–         Imediatamente!

Peter e Eva, que haviam ouvido a conversa do andar superior, pularam de alegria. Finalmente, uma nova e inabalável esperança tomara conta daqueles bravos humanos.

Gerald, se aproximando de Eva, perguntou:

–         Acha que conseguiremos vencer os invasores?

–         Creio que sim – respondeu a vaqueira. – Se você comandar a ofensiva...

–         Eu?

–         Sim! Você é um grande comandante!

–         Eu era um grande comandante...

–         Ainda é! É o meu grande comandante...

Os dois se beijaram. Nesse momento, Peter, que saíra dali, voltara, e, vendo os dois, murmurou:

–         Vocês dois não perdem tempo...

–         Peter, nós... – oscilou Eva, sem ter certeza do que iria dizer.

–         Vocês estão namorando? – perguntou Janissary.

–         Peter, não é nada disso – respondeu Gerald. – Nós só estávamos...

–         Falem a verdade!

Após um instante de silêncio, Eva disse:

–         Nós passamos uma noite, juntos...

–         Quando? – perguntou Peter.

–         Antes daquela incursão contra o acampamento zamuriano – respondeu Gerald. – O que há de errado?

–         Nada! – respondeu Peter, se aproximando de Eva. – Eu só pensava que a senhorita Tucson era uma mulher de respeito...

–         Quê? – exclamou a texana. – Peter, sinceramente, eu não esperava isso de você!

–         Por que vocês dois não vão, de mãozinhas dadas, até o acampamento zamuriano? Talvez eles tivessem compaixão do casalzinho e não nos atacassem!

–         Cale a boca! – exclamou Gerald.

–         Vem calar!

Gerald deu um soco em Peter e este último recuou, com a boca sangrando.

–         O que está havendo aqui? – perguntou Ken Robinson, que vira aquela deprimente cena.

–         Peter estava insultando a mim e a Eva! – respondeu Gerald.

–         Ninguém vai brigar nesta refinaria – disse Ken. – Se quiserem se matar, que façam isso bem longe daqui!

Peter saiu dali, lançando um olhar amedrontador sobre Gerald.

–         Não precisava bater nele... – murmurou Eva.

–         Como contentar as mulheres? – perguntou-se Gerald.

–         Nossos radares detectaram algumas naves zamurianas sobre nós – informou Ken. – Eles devem estar realizando um reconhecimento mais detalhado da refinaria.

–         Eles atacarão logo... – murmurou Gerald. – Nós devemos estar preparados!

Enquanto isso, uma pequena nave de transporte zamuriana cruzava as desgastadas terras do México. Dentro dela estava Zínia, seu fiel escudeiro Zuni e um esquadrão de mercenários, formado por três russos, três zamurianos e três megatopianos.

–         A senhora tem certeza de que quer realizar essa tarefa? – perguntou Zuni a Zínia.

–         Claro – respondeu a assassina interplanetária. – Koskorva pagará muito bem.

–         Mas a senhora sabe quem está comandando as forças zamurianas invasoras?

–         Quem?

–         Otto, aquele rebelde que tentou tomar o poder em Zamuria.

–         Otto? Não pode ser verdade...

–         Infelizmente, é a mais pura verdade, cara senhora.

–         Esse tal de Gerald Grey é um verdadeiro herói, não?

–         Sim. Ele salvou a Terra da insanidade de Koskorva numa verdadeira odisséia espacial, que é bastante conhecida em qualquer lugar da Aliança pelo nome de “Colombo-2035”.

–         Ele será uma presa fácil...

–         A senhora está certa disso?

–         Eu sempre estou certa... Lembra-se daquela vez, naquele bar da capital?

–         Lembro-me perfeitamente, senhora. A senhora foi fantástica naquela ocasião.

–         Por favor, pare de me bajular!

–         Sim, senhora...

A nave, numa velocidade impressionante, ganhou o território da Guatemala e logo se aproximou da frota zamuriana, comandada por Otto.

A aeronave espacial de Zínia entrou dentro da nave de comando zamuriana através de um dos hangares de naves-caça. A assassina e seu esquadrão foram recebidos pelo próprio Otto, junto com Zamur e mais dez soldados.

–         Bem-vinda, bela Zínia! – saudou Otto.

–         Sem bajulações! – disse Zínia, irritada. – Vamos logo ao que interessa!

–         Koskorva é muito indeciso. Ele não sabe o que quer: ou manda você e seu esquadrão matar Gerald Grey ou manda que nós o capturemos, para que eu o mate aqui na nave.

–         Afinal, o que ele tem contra esse tal de Gerald?

–         É uma longa história... Se quiser, posso contá-la...

–         Não há tempo! Quero depositar as cinzas desse herói em meu jarro o mais rápido possível! Leve-me até minha presa!

–         Sim, bela Zínia!

Os soldados de Otto levaram Zínia e seu esquadrão até uma outra nave de transporte.

–         Ela é bem arrogante... – murmurou Zamur.

–         Não ligue – disse Otto. – Ela logo será minha, e, então, poderei domá-la.

–         Isso mais me parece masoquismo...

–         Eu ouvi isso!

–         Você conseguiu ler a mente de Zínia?

–         Sim, mas não vi nenhum zamuriano em sua mente... Ela não ama ninguém...

–         O marido dela era um grande comerciante, não?

–         Sim. Kiwi Ok-Zurk era um grande comerciante. Sua nave foi derrubada por rebeldes em Arcádia. Zínia era uma mulher extremamente submissa ao marido. A transformação foi brutal.

–         Concordo plenamente, senhor.

–         Vamos para a sala de comando.

Os dois zamurianos seguiram na direção da sala de comando da nave.

Nesse exato momento, na refinaria de Ken Robinson, todos se preparavam para uma iminente batalha. Enquanto os trabalhadores armavam-se com canhões laser, Ken, seus hóspedes e Einstein preparavam quatro mísseis que continham o vírus da gripe.

–         Tudo está pronto – informou Einstein. – Mas onde está a frota do USS Jimmy Carter?

–         Logo eles estarão aqui – respondeu Ken. – Estamos em menor número, mas venceremos se trabalharmos em equipe!

–         Eles chegaram! – exclamou um trabalhador da refinaria. – A frota do USS Jimmy Carter chegou!

–         Vamos lá, pessoal! – exclamou Gerald. – Preparem-se para a batalha aérea mais emocionante desde a Terceira Guerra Mundial!

Cem naves-caça XY-25 se aproximavam da refinaria. Uma estratégia de ataque já estava estabelecida: os quatro mísseis com o vírus seriam divididos entre duas naves-caça, sendo elas a que seria pilotada por Gerald e a que seria pilotada por Pedro. Peter e Wilson também pilotariam uma nave cada um. Eva, Ken e Einstein comandariam a força terrestre, composta pelos trabalhadores da refinaria. Ela se encarregaria de aniquilar as tropas terrestres inimigas que sobrevivessem ao ataque com o vírus.

O alvo dos mísseis seria a nave de comando zamuriana. Se ela fosse destruída, todas as naves-caça inimigas, com seus computadores de bordo desativados, sem espatifariam no chão. De acordo com os cálculos de Einstein, metade das forças terrestres zamurianas seria destruída com a “chuva de naves”.

As naves-caça que seriam pilotadas pelos quatro hóspedes de Ken recebiam os últimos preparos para a batalha, na garagem de naves da refinaria. Eva e Ken, com a ajuda de alguns trabalhadores da fábrica, armaram as XY-25 com os mísseis que continham o vírus da gripe.

–         Lembre-se, caro Gerald – disse Einstein, enquanto o herói entrava em sua nave-caça. – A operação só obterá resultados se os mísseis atingirem em cheio a nave de comando zamuriana. Tome cuidado com a esquadrilha desse tal “Barão Verde”. Dizem que é o melhor piloto de toda a Aliança.

–         Eu sei me cuidar, amigo! – exclamou Gerald, preparando-se para a decolagem. – Onde você vai ficar?

–         Ken construiu um veículo blindado com Stelix. Eu, ele e Eva ficaremos dentro dele, comandando a operação.

–         Cuide-se!

As quatro naves-caça que estavam na garagem da refinaria iniciaram o processo de decolagem. Com os mega-jatos ligados, as quatro XY-25 ganharam o céu alaranjado daquele fim de tarde.

–         Frota do USS Jimmy Carter! – disse Gerald pelo rádio. – Alguém me escuta?

–         Líder de esquadrão ouvindo alto e claro.

–         Vocês têm em mãos a melhor nave-caça da Aliança Estelar. Além de um par de canhões laser e seis mísseis Liberty, a mobilidade desta aeronave espacial é incrível. Espero que gostem deste “brinquedinho”. Todos prontos?

–         Afirmativo.

–         Operação: Resfriado, em ação! Acabem com esses malditos alienígenas!

–         Nem precisa falar duas vezes!

Vinte naves-caça se juntaram às quatro XY-25 pilotadas pelos hóspedes de Ken. Logo surgiram várias naves-caça zamurianas, lideradas pelo Barão Verde.

–         Aniquilem os terráqueos! – exclamou o tenente Zork.

As XY-25 abriram fogo, fazendo as naves zamurianas se dispersarem, sem nenhuma baixa.

Peter Janissary surpreendeu-se ao ver que cinco naves-caça zamurianas o perseguiam. Antes que pudesse se desviar, a nave do terráqueo foi atingida no tanque de combustível.

–         Eu necessito de cobertura! – exclamou Peter pelo rádio. – Fui atingido! Estou perdendo muito combustível!

–         Estou indo! – exclamou Wilson, após aniquilar uma nave inimiga.

O ex-militar americano, atirando com as armas da nave-caça sem parar, destruiu dois dos cinco perseguidores de Peter.

–         Não é o bastante! – exclamou Peter. – Eu vou ser aniquilado!

–         Você é muito exigente!

Com um míssil, Wilson destruiu as outras três naves inimigas, que voavam juntas.

–         Valeu, cara! – exclamou Peter. – Vou ejetar!

–         Cuide-se!

Peter ejetou-se, chegando lentamente ao chão através de um par de propulsores presos às suas costas, enquanto sua XY-25 se espatifava no centro de Techión.

–         Perdemos Janissary e outros pilotos! – informou Pedro pelo rádio. – Vamos agir logo!

–         Afirmativo – respondeu Gerald. – Vamos lançar os mísseis!

–         Necessitamos de cobertura!

Dez naves entraram em formação de ataque junto com as dos dois aventureiros.

–         Cubram-nos enquanto lançamos os mísseis! – exclamou Gerald.

–         OK.

As naves-caça de Gerald e Pedro se alinharam na direção da nave de comando zamuriana. O brasileiro lançou o primeiro míssil que continha o vírus da gripe.

Da nave de comando, através de um radar, Otto, Zamur e Zínia viram que o míssil se aproximava deles.

O líder rebelde zamuriano, pensando rápido, começou a meditar e, por telepatia, se comunicou com o Barão Verde, que, automaticamente, lançou um míssil que destruiu o lançado por Pedro. Os danos foram mínimos.

–         Droga! – exclamou o brasileiro. – Eles interceptaram o míssil! Tente você, Gerald!

–         Pode deixar!

Enquanto isso, em terra, no veículo blindado construído por Ken Robinson, este, Eva e Einstein averiguavam a situação:

–         Estamos perdendo muitas naves – disse Ken. – Logo não restará nada.

–         Também são muitas as baixas em terra – disse Eva. – Os veículos inimigos estão dizimando nossas forças e logo começarão a usar munição especial, penetrável em couraças de Stelix!

–         Ande logo, Gerald... – murmurou Einstein.

O herói, naquele momento, se alinhava na direção da nave de comando inimiga.

–         Morram, alienígenas! – exclamou Gerald, lançando um míssil com o vírus.

O Barão Verde, rápido como um raio, interceptou o míssil com disparos laser. Este não explodiu no ar: caiu em terra e aniquilou um terço das forças terrestres zamurianas.

–         Fui atingido! – exclamou Pedro pelo rádio. – Vou ejetar!

–         Deixe comigo, amigo!

Gerald, então, se alinhou mais uma vez na direção da nave de comando zamuriana, e, gritando, lançou seu último míssil com o vírus.

Aquele momento pareceu durar um século: fazendo curvas e por pouco não sendo atingido por disparos, o míssil entrou perfeitamente num dos hangares de naves-caça da aeronave espacial, que se encontrava aberto, atingindo em cheio a parte central da nave...

O que se seguiu foi uma chuva de naves-caça zamurianas que, como já era esperado, aniquilou de uma vez por todas as forças invasoras terrestres. A nave de comando caiu lentamente sobre Techión, provocando uma grande explosão. Sua carcaça seria visitada pelas gerações seguintes como um dos símbolos da vitória sobre os invasores.

Pouco depois, toda a área se encontrava coberta de fumaça, enquanto Ken, Eva, Einstein e os sobreviventes da força resistente terrestre procuravam Peter e Pedro, que haviam se ejetado de suas naves.

Eva desesperou-se ao encontrar Peter, desmaiado, ao lado de uma nave zamuriana caída, com a perna esquerda mutilada.

–         Um médico, rápido! – exclamou a vaqueira. – Como isso aconteceu?

–         A nave caiu bem próxima dele – respondeu Ken. – O médico da refinaria cuidará dele. Não se preocupe, pois ele irá sobreviver...

–         Assim espero...

Pedro logo foi encontrado, festejando a vitória. No ar, tudo era festa: Gerald bebia no gargalo uma garrafa de champanhe francês, enquanto o comandante da frota do USS Jimmy Carter fumava um charuto cubano. O próximo alvo dos resistentes logo estaria definido: Nova York.

Continua... 


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