–Naty? Tudo bem?

–Lara, me explica tudo.

–Ok. Você estava se preparando para sua festa de 18 anos. Saiu de casa e foi atropelada. Você entrou em coma. O melhor médico nesses casos era turco, sua família nao tinha como pagar e o Diego pagou por tudo. Seus pais ficaram aqui nas primeiras semanas, mas tiveram que voltar. Eu fiquei cuidando de você. O coma durou cerca de 1 mês, o Maxi era um dos ajudantes do médico. Ele cuidou de você, lia para você, conversava, ele era meio louco. então agora você melhorou e estamos voltando para casa!

–Ahhhh, nossa é muita história para entender.

–Sim, mas agora está tudo bem!

–Aham. -esse "tudo bem" soou estranho na minha cabeça. Pareceu a coisa mais errada que já fiz ao sair daquela casa. E aquele garoto, parecia estar falando a verdade. Estava indo para casa, mas nao tinha essa definição de casa no meu cérebro.

Chegamos no aeroporto, Lara conseguiu as passagens para daqui há 4h.

–Posso falar com meus pais? -perguntei.

–Sim. -Lara me estendeu o celular.

–Alô?

–Mãe! Sou eu, Naty.

–Oi filha! Tudo bem?

–Bom, acordei de um coma, mas estou bem.

–Coma? Que coma? O Maxi sabe disso?

–Ã? Mãe?

–Carlooooos!!! Sua filha tá falando besteira. Nao estou entendendo nada, coma? -minha mãe começou a berrar.

–Aisha! Me dá o telefone. Naty?–meu pai começou a falar.

–Pai, o que houve com a mamãe?

–Ela tomou uns remédios a mais e está meio louca.

–Oi? Louca é a sua Mãe! Aquela desgraçada, Ah, e vai xingar sua vó, Carlos Ricardo! –minha mãe continuou a gritar.

–Ok, pai. Eu estou bem do coma e estou voltando para casa.

–Tá bom, meu bem. Tchau.

–Tchau.

–E aí? -Lara perguntou.

–Mainha mãe ficou falando umas coisas estranhas. -Lara arregalou os olhos.

–Qué foi?

–Nada. -Lara disfarçou. -Aqui, o Diego quer falar com você.

–Naty?

–Oi, Di! Tudo bem?

–Naty, meu amor! Como está? Estava tão preocupado! Você está bem? Nao teve mais nenhum problema?

–Nao, eu estou bem! E voltando para casa!

–Estou te esperando aqui, ok? Agora tenho que cuidar de uns negócios.

–Ok, tchau!

–Tchau, te amo.

–Tchau.

Sim, nao disse que o amava. Porque? Porque nao o amo. Tá, isso foi um pouco rebelde! Mas nao sinto mais o que sentia, antes do coma. Nao sinto mais o que sentia quando pensava nele, quando ouvia sua voz... Mas porque isso? Eu era louca pelo Di! Sei lá. Minha cabeça tá tão confusa! Mas quando eu chegar em casa vai se esclarecer tudo, né?

Espero que sim.