Raiga escrita por Zetsubou no Kami


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Sugestão Musical: MONKEY MAJIK - Fast Forward
http://www.youtube.com/watch?v=R9J2107I9v8

Essa música serviu de inspiração para esse capítulo, pois ouvia ela enquanto escrevia grande parte dele. Então... espero que curtam ela, da mesma forma que eu!

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430593/chapter/2

CAPÍTULO II

ESQUADRÃO ONMYOUJI

As correntes que se erguiam do chão pareciam ter vida própria e Sara, de alguma forma, as estava controlando, já que seus braços se moviam coordenadamente junto com as correntes.

Foi então que eu vi algumas pessoas, três para ser mais exato, correndo em direção à Sara. Seus cabelos eram brancos e seus olhos vermelhos, além disso pareciam estar carregando espadas.

Eles corriam em direção à Sara e era possível sentir uma aura assassina vindo deles.

– Arghhhhhh! Um deles gritou enquanto avançava com sua espada apontada para a garota.

Sara moveu seu braço esquerdo para cima e uma corrente surgiu diante de um dos atacantes, lhe arremessando para o alto, fazendo ele ir de encontro com um poste que se encontrava naquela calçada.

Os outros dois nem se incomodaram com o que acabara de acontecer ao parceiro e continuaram o ataque contra Sara, que utilizava suas correntes para se defender das lâminas.

– Como vocês são insistentes! A garota exclamava furiosa enquanto percebia que sua defesa não duraria muito tempo.

Eu ficava cada vez mais fascinado com aquilo, apesar de ainda estar confuso com o que estava vendo.

Uma das correntes que se movimentava violentamente cortou o braço de um deles, mas isso foi inútil, já que eles pareciam não se importar com dor.

Os ataques continuavam e depois de se defender de todos os ataques, Sara caiu de joelhos no chão, desta forma as correntes que ela tinha sobre seu controle desapareceram no ar, se quebrando em inúmeros pedaços, como um copo ao se estilhaçar no chão.

Indefesa ela não podia mais parar os ataques e no momento em que as duas lâminas foram e direção a seu pescoço, um feixe de luz cinza cortou a cabeça dos homens que estavam prestes a dar um golpe fatal em Sara, fazendo com que eles caíssem imediatamente ao receberem o golpe.

– Francamente! Será que você não sabe fazer nada sozinha?

Disse um jovem rapaz alto, másculo, com cabelos marrons bagunçados, pele parda, olhos castanhos,trajando um quimono e portando em seu ombro uma enorme catana.

Ao que parece ele foi o responsável por fatiar os atacantes dali.

– Eu ainda não domino muito bem essa habilidade! Gritava a garota, ainda ajoelhada no chão.

– Como pode um yokai não dominar a técnica especial de seu clã? Retrucava o jovem.

– Cala a boca! Idiota! Ela continuava gritando com ele.

O rapaz não disse nada, apenas embainhou sua espada e passou a mão sobre os cabelos.

Eu não sabia se ficava mais impressionado com a habilidade que ele tinha ao manejar uma catana daquele porte ou com a drástica mudança de personalidade da garota séria que que conheci hoje.

De repente duas pequenas esferas vermelhas começaram a se aproximar rapidamente em minha direção. Foi então que eu percebi que dos três, o jovem havia apenas acabado com dois e o outro agora se dirigia para mim.

Eu não conseguia me mover, eu estava em choque por saber que minha vida poderia acabar ali mesmo.

Quanto mais aquele vermelho sedento por sangue e aproximava mais eu ficava assustado e a notar que aquilo que eu acabara de ver afetava, e muito, o senso comum que eu tinha.

– O que você está fazendo aí parado, garoto?!

Tudo o que eu fiz foi olhar para direita e ver que ali se encontrava um homem que, como o jovem que ajudou a garota, também utilizava um quimono e portava uma espada, porém estava possuía um tamanho normal. Em um piscar de olhos ele apareceu em minha frente e atacou aquele ser ,que se aproximava de mim, cortando-lhe a cabeça

– Yo, Heiji! Disse o garoto que ajudou Sara.

– O que você faz aqui? Respondeu o homem que acabara de salvar minha vida.

Ele era alto, magro, utilizava um rabo de cavalo para arramar seus longos cabelos azuis, possuía um olhar frio e confiante e seus olhos possuíam a cor do mais belo azul que já havia visto.

– Era pra você estar patrulhando o leste da cidade hoje! Ele continuou a dizer enquanto embainhava sua espada.

– Foi mal. Eu senti que Sara precisava de ajuda - O outro lhe respondeu com um sorriso sarcástico no rosto.

– E esse garoto quem é? Ele continuou.

Eu tentei lhe responder, mas minha voz não queria sair, eu conseguia ver seus lábios se moverem enquanto me olhavam, mas não conseguia escuta-los mais, e então minha mente se escureceu e eu vi tudo em minha frente desaparecer lentamente.

Ao acordar eu estava em deitado em uma cama e percebi que minha mãos e pernas estavam amarradas e minha boca tinha uma mordaça. Ao meu redor eu podia ver um pequeno local, provavelmente um quarto, feito inteiramente de madeira e com alguns poucos móveis que pareciam não serem limpos a séculos.

A porta do lugar se abriu e um velho senhor, careca e baixo surgiu diante dela.

– Como você está rapaz? Ele me perguntou.

Eu queria lhe responder da pior forma possível, mas minha boca estava incapacitada de dizer uma única palavra naquele momento.

– Oh, sim! Você não pode falar. Aguarde só um pouco que eu já irei lhe desamarrar. - Ele continuou enquanto se aproximava de mim e começava a remover a mordaça e as cordas que me prendiam, deixando apenas minhas mãos amarradas.

– Onde eu estou?

– Acalme-se, logo você saberá. - Ele me respondeu enquanto eu me levantava.

– Siga-me. Ele continuou.

Ao sairmos pela porta eu notei que a arquitetura daquele local era bem antiga e pelos feixes de luz que atravessavam a janela notava-se que era de manhã, ainda bem que era sábado e eu não tinha aula e nem nada planejado para fazer.

Após andarmos por um longo corredor paramos em frente de uma porta dupla e então o senhor que segurava a corda amarrada em mim bateu na porta.

– Desculpe a intromissão. - Ele disse ao abrir a porta.

Era uma enorme sala com uma mesa no meio e ao redor dela estavam algumas pessoas.

– Obrigado por tudo, Itou. - Disse um dos homens que se encontravam ali.

O senhor que me trouxera até o local se reverenciou e saiu da sala logo depois, me deixando em um lugar completamente estranho.

– Como você está garoto? Dormiu bem? - O homem que cumprimentou o senhor Itou me perguntou. Ele devia ter seus trinta e poucos anos, tinha um cavanhaque e seus cabelos castanhos escuros combinavam com seu penteado bagunçado.

– Sim... mais ou menos... - Era a única coisa que eu podia responder naquele momento.

– Vamos apenas mata-lo, já que ele nos viu. - Sugeriu um dos integrantes da mesa, que coincidentemente era o jovem de cabelos marrons da noite passada.

– Acho que isso já é um pouco forçado demais, não acha Kyou? - Um elegante rapaz de óculos, com longos cabelos negros,que estavam partidos e desciam pelos lados de seu rosto, respondeu o rapaz.

– É apenas uma criança. - Uma garotinha de cabelos castanhos disse enquanto colocava um pirulito na boca.

– Olha quem fala! - Dizia uma linda mulher de cabelos verdes e uma pele branca como a neve que chamaria a atenção de qualquer homem por possuir um corpo perfeito e grandes peitos.

– O que você disse gorda? A menina dizia enquanto tirava o pirulito da boca e ficava em pé na cadeira.

– Quem você chamou de gorda, pirralha?! Respondia a mulher.

– Vocês duas fiquem quietas, estão assustando nosso visitante. - Uma outra mulher de curtos cabelos negros, trajando apenas uma jaqueta, que estava aberta e deixava à mostra sua barriga e seu tórax, que possuía uma faixa servindo como sutiã, dizia, tentando amenizar a confusão que estava começando.

As duas se sentaram e então o homem que havia me cumprimentado se levantou e começou a falar.

– Qual o seu nome garoto?

– Raiga Satsuki. - Eu dizia ainda sem entender a situação em que me encontrava.

– Eu sou Kizuna Hajime, o comandante do Esquadrão Onmyouji. Ele me disse com um sorriso no rosto, demonstrando estar orgulho daquilo que dissera.

– Onmy... ouji...? Eu perguntei meio hesitante.

– Sim! Pode-se dizer que somos encarregados de cuidar daquilo que as pessoas normais não são capazes de lidar. - Kizuna me disse, ainda sorrindo.

– Então aquelas coisas que eu vi ontem eram... - Eu disse antes de ser interrompido pelo garoto de cabelos marrons novamente.

– Então quer dizer que você viu? Deveríamos apenas mata-lo e encerrar por aqui essa história.

– Não se preocupe. - A garotinha dizia enquanto abria outro pirulito. - Aqueles lá eram falsos, criados a partir de- Ela foi interrompida por um enorme livro que voou em sua direção, acertando-lhe o rosto.

– O que pensa que está fazendo sua gorda?! Exclama a menina enquanto se recuperava do ataque que recebera.

– Eu é que pergunto isso, pirralha! - A linda mulher respondia com um tom sério em sua voz.

– Apenas esqueça o que acabou de ouvir garoto. - Continuava a mulher.

– Não é isso! Eu apenas estava passando por ali quando- Mais uma vez eu fui interrompido, mas desta vez foi pela porta que se abriu.

Ao olhar para trás eu pude ver a garota que havia mudado o meu dia ontem.

– Sara... Eu sussurrei para mim mesmo.

Ela olhou para mim e se curvou enquanto dizia:

– Ele não tem culpa de nada. Deixe que eu assumo toda a responsabilidade pelo ocorrido.

– Não é sua culpa... eu apenas passei no lugar errado na hora errada. Eu disse tentando amenizar a responsabilidade que a garota havia colocado sobre si mesma.

– É um ato honroso assumir a responsabilidade de algo que não fez para proteger alguém, mas esse garoto presenciou algo que não deveria ter visto. O homem de óculos, que permanecera quieto até agora, se levantou e disse.

O silêncio tomou conta da sala por alguns instantes, antes do comandante começar a falar mais uma vez:

– Retorne para o quarto onde estava garoto.

– E se você tentar fugir eu terei que mata-lo. Continuava insistindo aquele rapaz.

Incapaz de dizer algo naquele momento eu apenas o obedeci e retornei para o quarto, enquanto a conversa continuava naquela sala.

–E então, o que acha que devemos fazer com ele? O homem de óculos perguntou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso!
Espero que tenham curtido e aguardem que logo sai o capítulo 3 com o desfecho da confusão em que Raiga se meteu e com mais alguns conflitos que mudarão a vida de nosso protagonista.
Qualquer erro, crítica ou elogios, não deixem de comentar e dar suas opiniões.

Até o próximo Capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Raiga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.