Metamorfose escrita por debora_carvalho


Capítulo 16
Henry & Anne


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap pra nao deixar com agua na boca
bjooOOoO



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Henry X Anne




Depois daquele dia, Henry me evitou completamente. Todos estavam indiferentes comigo por causa da minha decisão. Uma coisa deu certo entre vampiros: Henry conquistou a confiança deles com a teoria da minha degradação.
O que ajudou muito foi que ele estava vulnerável perto das pessoas e que ser vegetariano mudou seu organismo e tem lhe causado efeitos colaterais perigosos – seu atraía mais pessoas que o normal – Jasper e Alice se tornaram seus companheiros, para que ele se controlasse... Aos poucos conseguiu o afeto deles.
As férias chegaram e tive todo esse tempo para experimentar toda a frieza que os Cullen conseguiam passar. Já tinha feito um ano completo que os conheci... Foi tão rápido que nem senti que o tempo havia passado.
No ultimo dia de aula fui pra Port. Angeles com Reneesme comemorar a liberdade, só faltava mais um ano e terminaríamos o segundo grau.
O dia em Port. Angeles estava quente e prometia um dia completo em La Push.
- Onde ta Jake? – Perguntei enquanto Reneesme dirigia meu carro.
- Em casa! – Reneesme disse atenta. – Estamos indo pra lá.
- E quanto aos Quileutes?
- Não tem problema!
- E Seth?
- Seth foi pra Miami! – Nossa, pelo jeito ele gostou do calor.
- Ele pretende voltar pra Forks?!
- Jake disse que ele está feliz por lá e que não sabe se volta! – Reneesme sorriu levando minha pergunta por outro lado como se eu tivesse mudado minha opinião sobre ele. – Ta com saudade?
- Reneesme! – Exclamei a fazendo rir.
- Perola, Seth não é um cara chato!
- Seth era legal até acontecer aquela coisa...
- O imprint!
- Isso aí! Eu não aceitei e ele também não!
- E quanto ao “Volture”?
- O que tem ele?
- Depois daquele dia que você me contou, não aconteceu mais nada entre vocês?
- Nada! – Confirmei – Ele ta insuportável.
- Como assim?
- Além de viver de tofu não fala comigo desde que me neguei a beber sangue.
- Tia Rosálie não sabe mais o que fazer pra te convencer!... Perola... Por que não faz o que eles querem? – Fiquei em silêncio sem responder sua pergunta... Deixei que ela argumentasse.
- Sabe, nós queremos o seu bem e não que se perca, que definhe como tem feito.
- Não é isso que eles tem me mostrado. – Me irritei – Todos tem me isolado e me tratado como se eu não existisse...
- Bom... Tão tentando se acostumar com a idéia. – Minha raiva deu lugar ao receio. – Prima... Me promete que vai ser sincera comigo?
- Denpende!? – Sorri.
- Então não vou perguntar!
- Ok, Ok... Desculpa Nessie... Pode falar vou dizer a verdade.
- Perola... Tudo o que tem acontecido com você é conseqüência... Do meu pai – Reneesme fez uma pergunta delicada, não começo não conversávamos por conta disso e depois de tanto tempo tocou em um assunto complicado. Não pensei que ela me perguntaria isso.
- Nessie... Eu sofri muito, não com o fato de que ele e Bella ficariam juntos... – O nó em minha garganta começou a se formar -... Mas porque foi embora , como se tivesse morrido, como se eu não tivesse sentimentos – A cachoeira se formou em meu rosto e minhas palavras saíam mais rápido, eu não desabafava com ninguém e era tão estranho tudo isso que era impossível não chorar – Eu não queria magoar Bella... Ela é tão maravilhosa quanto qualquer mulher ou vampira que já conheci... E Edward – Chorei e solucei – Ele... Ele... Não podia ter feito isso comigo.
- Isso o que Perola? – Reneesme perguntou confusa – Se você aceitou que meus pais deveriam ficar juntos... Por que essa magoa?
- Porque ele não cumpriu a promessa.
- Qual promessa?
- Que ficaria comigo! Que não partiria sem dizer adeus... Reneesme eu não cometeria nenhum sacrilégio... Eu apenas queria que Edward estivesse embaixo de meus olhos... Eu nunca vou poder tocar em homem nenhum ou coisa parecida sem matar em seguida... Seria o bastante apenas saber que ele estaria aqui.
- Perola, mesmo que tenha sido difícil todos percebemos que você ganhou um brilho desde o dia em que Henry apareceu... Prima eu queria ouvir de você... Acha que Henry mudou algo em você?
- Com certeza! – Rimos com minha afirmação – Henry é diferente... Ele tem algo que fez com que eu acordasse dessa vida zumbi que tive levando, ele se transformou em tudo o que eu precisava – indiretamente – é o bilhete da sorte.
- Impossível não se apaixonar! – Reneesme riu – Então por que não o corresponde?
- Ele não suporta nem mesmo olhar pra mim.
- Talvez porque não quer te machucar!
- Reneesme, Henry é tão perfeito que nem parece real... Ele nem fala comigo mais, tem me evitado e de certa forma isso tem me magoado bastante.
- Então foi por isso que desistiu de tudo?!
- Talvez não me entenda... Mas todos tentaram não me machucar e tenho vivido de forma masoquista o tempo todo... Essa falta, essa rejeição tem me feito acumular tudo o que já passei.
- Perola, fique sabendo de uma coisa, o seu silêncio tem a intenção de não magoar ninguém... O problema é que essa ausência de reação da sua parte tem magoado todos nós... Sabe... Lute contra isso, magoe, grite, bate o pé, eu tive que bater o pé pra estar com Jake... Faça com que Henry entenda isso. – As palavras de Reneesme ficaram como um zumbido perturbador , eu me sentia pior do que qualquer coisa, eu não tinha chances, eu não poderia trazer Edward de volta e Henry nunca seria meu por sua natureza e pela minha.
Uma bola se formou em minha garganta, senti meu corpo queimar e uma forte tontura, respirei fundo tentando fazer com que passasse.
- Tudo bem Perola?
- Sim! – Reneesme estacionou o carro em frente a casa de Jacob, o vimos sair da casa sorridente e acenando.
Descemos do carro, fechei a porta junto com Reneesme, a vertigem me atacou de novo com mais força, me encostei no capô do carro, Jake e Reneesme veio até mim preocupados.
- Prima de novo!
- Tudo bem Reneesme! Vai passar!
- Perola quer que eu chame Carlisle?
- Não! – Foi falar que meu corpo amoleceu, a visão escureceu e meus sentidos se perderam.




Meus olhos se abriram e o primeiro rosto que vi foi o de Rosálie. Ela acariciava minha testa e feliz em me ver.
- Perola, tudo bem querida? – Sua voz era suave e carinhosa. Olhei para os lados e estranhei o lugar.
- O que aconteceu? Não estou te queimando?
- Não!...
- Onde estou?
- No hospital! Carlisle está cuidando de você com...
- Mamãe eu...
- Mamãe... – Rosálie soprou com lagrimas nos olhos – Me chamou de mamãe!
- Sim... Eu... Chamei! – Apertei os lábios corando minhas bochechas com sua alegria materna.
- O que houve comigo?
- Você desmaiou, Reneesme a trouxe de volta com a ajuda do cachorro... Henry disse que seus poderes a estava sugando e você estava morrendo, Carlisle a trouxe para cá e fez uma transfusão de sangue em você... Agora está tudo bem... Henry disse que você vai melhorar.
- Onde ele ta?
- Está lá fora conversando com Carlisle...
- Quero falar com ele... Eu posso? – Perguntei manhosa.
- Vou chamá-lo... – Rose beijou minha testa e me deixou sozinha no quarto. Em alguns minutos Henry entrou em meu quarto um pouco acanhado, parecia tímido e com receio, deu passos lentos me encarando sem culpa. Se sentou de frente pra mim, a cabeça baixa, bufou e voltou a me olhar.
- Como você está?
- Bem! – Fixei meus olhos em seu rosto tentando prendê-lo.
- Parece melhor... – Ele não sabia o que dizer.
- Henry eu...
- Não Perola!... Eu me sinto tolo por ter deixado que isso acontecesse.
- Henry...
- Perola, a culpa é toda minha, eu deveria ter evitado tudo isso...
- Henry não quero que se culpe, se eu tivesse feito como você tinha dito não teria acontecido.
- Eu deveria tê-la obrigado...
- Eu não teria obedecido.
- Como consegue ser tão egoísta?
- Como consegue ser tão autoritário? – Henry pausou e soltou um sorriso abaixando a cabeça, passou a mão por sua nuca e ergueu a cabeça. Era o sorriso mais lindo que já vi... Tinha a semelhança de um garoto quando sorria, mostrava inocência, o que me tirava qualquer magoa – Eu não consigo dizer não á você.
- Senti sua falta... – Abaixei a cabeça um pouco envergonhada. Henry segurou minhas mãos e sussurrou.
- Também senti sua falta! – Me joguei em seus braços e encontrei o que mais precisava, seu abraço era como uma bela canção de ninar.
- Acho que amo você – Sussurrei em seu ouvido encostando a cabeça em seu ombro.
- Mas você me conhece tão pouco...
- É só responder minhas perguntas.
- O que quer saber? – Henry me soltou de seus braços dando lugar a nossa conversa. Pela primeira vez consegui conversar com ele sem que fosse monitorada. Carlisle e a enfermeira entraram na sala depois de uma hora com meu almoço, a enfermeira colocou a bandeja em um suporte, me aconcheguei esperando por suas observações – a comida de hospital era horrível, porem com a fome que eu tava comeria até pedra – A enfermeira foi até a janela e a fechou por conta do vento. Ela abandonou o quarto junto com Carlisle que disse:
- Depois que comer volto para vê-la.
- Carlisle me compra um X – burguer?
- Nem pensa... Dieta especial! – Ele sorriu fechando a porta. Henry se levantou da maca em direção a janela.
- O que vai fazer?
- Abrir a janela!
- Por que? – Ri sem entender.
- Seu cheiro ainda mexe com meus sentidos... – Ovento voltou a entrar no quarto assim como Henry se sentou novamente perto de mim.
- Certo... Onde estávamos?... Ah sim! A banda!
- Contarei assim que começar a comer. – Encarei aquela sopinha de letrinhas enquanto Henry me contava sobre os “Tudors”, como se formaram, e muitas outras coisas.
Me contou sobre a metamorfose e de um Volture poderoso, a traição por Jane ter sido livrada e ele não, que no começo não havia aceitado sua natureza, contou sobre seus anos de solidão até agora.
- Acabaram-se as perguntas? – Henry brincou com meu silêncio.
- Não... Estou pensando... Já sei...
- O que?!
- Seu nome é apenas Henry Tudor?
- Meu nome é Henrique Tudor, nasci no ano de 1927.
- E quando aconteceu a transformação?
- Aconteceu no ano de 1945...
- Na segunda guerra... – Fiquei pasma.
- Eu tinha 18 anos e voltei para Berlim para ajudar o Führer no esconderijo, eu havia chegado tarde, meus pais não suportaram ver o nazismo se acabar...
- Vocês eram nazistas?
- Sim! – Henry confirmou – Tudo o que saía da boca de Hitler era mais forte que qualquer laço fraterno. Eu era um dos favoritos dele, eu e muitos outros éramos exemplos da raça que ele sonhava colonizar o mundo. Sempre fui convocado em suas festas e reuniões e amei muito minha pátria e minha ideologia... Meus pais se orgulhavam de mim por isso.
- Eu sinto muito...
- Não se perturbe... Não éramos alemães por completos...
- Como assim?
- Minha mãe era Inglesa pura e meu pai era filho de mãe inglesa e pai alemão.
- Como eles se chamavam?
- Henry e Anne!
- Bom... Pelo menos eles deram certo... – Pra quem não sabe, Henrique Tudor e Ana Bolena foram os reis ingleses que mais causaram polemica na Inglaterra. – E o que mais?
- Eles preferiram morrer pela pátria e pelo amor ao nazismo do que seguirem em frente comigo... – Henry estava sombrio e triste – Eu odiei Hitler a partir daquele momento, foi por suas idéias que meus pais morreram. – Ele continuou – A guerra foi vencida em Berlim, tudo era cinzas e tristeza, os russos não perceberam que eu era nazista então escapei por um fio e conheci Aro...
- O Volture...
- Sim! Aro viu toda a minha angustia e o quanto eu estava afundado no desespero, ele me dizia que fui notado mesmo que meu sofrimento me igualasse a todos naquele lugar.
Ele me transformou em algo que joguei toda a minha fúria, fiquei intrigado com meus poderes e como a hipnose dominava minha vitima. Carlisle me tranqüilizou em meio a minha irracionalidade que demorei um pouco pra entender, eu era pior que uma fera... Por mais que existe isso algo humano em mim, aquilo tudo morreu rapidamente... Era tudo o que não consegui restaurar... Depois de um bom tempo parti dali e fiquei alguns anos na Itália e me tornei um Volture.
- Henry... Por que não acompanhou Carlisle?
- Carlisle tinha emoções humanas eu tinha congelado isso em mim por tanto tempo, ele tinha Edward para que dividisse isso, eu não tinha sentimento por nada... Então não seria o melhor a se fazer.
- E hoje?... O que sente hoje?
- Depois que fiquei sozinho recordei minhas lembranças humanas... Minha mãe me dizia que eu era um anjo que um dia teria asas.
- Então foi por isso que tatuou suas costas...
- Lembranças...
- E o que mais?
- Sinto que esperei por muito tempo que alguém me libertasse desse pesadelo, que me desse paz que tanto procurei... Que... Por mais incrível que seja á encontrei em você! – Parei por uns minutos analisando suas palavras... Eu estava maravilhada. – Ainda acha que conseguiu me conhecer?
- Um dia chego lá...
- Ainda acha que me ama?
- Você não faz idéia...
- Chocada?
- Não... Feliz por estar aqui.

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