Pov's Yumi.

Terminei de comer e pedi a conta, precisava sair o mais rápido que desse daquele lugar.

Enfim peguei meu skate e sai do local, ele me seguiu. Fiquei desesperada e entrei em uma rua qualquer aumentando a minha velocidade, ele continuava a me seguir, quando me dei conta estava num beco sem saída. Ele aproveitou essa oportunidade para me cercar.

Pov’s Renan.

Ela estava se tremendo muito, não a culpo, qualquer um estaria assim no lugar dela.

–O-o que vo-você quer?- Me perguntou com sua voz tremula, visando a melhor forma de sair do local.

Peguei minha adaga cristalina, bem amolada, que sempre carrego comigo e posicionei próximo ao seu pescoço.

–Acho que já deve ter percebido que estava te observando.

Ela ficou pasma e sussurrou algo inaudível, aproximei ainda mais minha adaga de seu pescoço.

–Me desculpe, o que disse?- Perguntei como se estivéssemos tendo uma conversa normal.

–Você estava lá...- Fiz uma expressão confusa, forçando-a a esclarecer o que havia dito.- Você estava lá no programa.

–Sim, estava. Alias, estarei te observando até amanhã, mais quero que saiba que seu futuro irá depender de tudo o que você irá fazer daqui pra amanhã.- Tirei minha adaga de seu pescoço e a guardei, ela continuava imóvel e... Chorando?- Hey, não chore,- Teimei em limpar algumas de suas lágrimas, mais o que eu estava fazendo? Provavelmente terei de matá-la.- Procure ficar viva. Sabia que você é uma presa fácil?- Instantaneamente comecei a rir.

–Hey!- Yumi falou em protesto.

Me virei de costas para a mesma e comecei a andar. Um, dois, três e peguei uma velha faca minha, dos tempos em que treinava para ser o que sou, e joguei-a para a cantora.

–Se cuida.

Pov’s Yumi.

Estava a espera de sentir uma adaga atravessando minha garganta quando vi que ele tinha percebido que eu sussurrei, mais como assim o meu futuro depende de mim?

Peguei meu skate e tratei de voar de volta para o apartamento, já imaginando a bronca que iria levar de Andressa...

No apartamento.

–VOCÊ ESTÁ DOIDA?- gritou ela.

–Bem, é que...

–VOCÊ SABE O QUANTO FIQUEI PREOCUPADA? SABE HORAS SÃO? PENSEI QUE TIVESSE SIDO SEQUESTRADA!

–Quase...- Sussurrei, mais de nada adiantou.

–O QUE DISSE?

Caramba, o povo está ficando com uma super audição.

–Nada!

–ACHO BOM MESMO, AGORA VÁ PARA SEU QUARTO E NÃO QUERO NEM SONHAR QUE VOCÊ SAIU DE LÁ! TÁ ME ESCUTANDO?

–Claro. Oyasuminasai (boa noite).

Entrei no meu quarto e me tranquei.

–Que cara estranho, “seu futuro depende do que você fizer”,- imitei a voz dele- o que você quis dizer com isso?- Peguei a faca que ele havia me dado- Afinal, o que ele quer? Quase me matou e depois me deu essa faca e disse se cuida...

Observei a faca, estava meu rachada.

–Cara, que responsabilidade a sua, ainda me deu uma faca rachada- liguei a lanterna do meu celular para ver se tinha mais rachaduras e alguma parte começou a... brilhar?- O que é isto?

Tentei tirar a sujeira mais parecia que ninguém limpava aquilo a séculos.

–Onde será que eu coloquei aquele pano?- Procurei em todas as gavetas até que... –Achei! Agora é só limpar esta faca.

Do lado de fora do quarto da cantora...

–Madame, está tudo bem?

–Não muito, Hadie. A Yumi está me preocupando muito.- Respondeu Andressa.

–Madame, se me permite dizer, mais eu acho que a senhorita Yumi só está agindo assim porque a senhora não está dando espaço para ela viver.- Falou Hadie.(N/A: Hadie é o mordomo da cantora).

–Pensando por esse lado... É acho melhor deixa-la por um tempo.

No quarto da Yumi.

–Caramba, nunca pensei que uma faca toda empoeirada pudesse ter esse valor.

–Senhorita Yumi, posso falar com a senhora?- Perguntou Hadie abrindo a porta.

Me assustei e guardei minha... correção a faca “dele”.

–Ah, oi Hadie. Entre e feche a porta.

–Está tudo bem?- Ele perguntou parecia ter mudado de personalidade.

–Não muito, Dylan. Sabe que quero parar com isso e ser o que realmente quero.

Estava sentada em minha cama e ele se aproximou, ah sim, chamo ele de Dylan porque esse é o verdadeiro nome dele e também só falo com o suposto mordomo porque ele é meu único amigo.

–Dylan, você conhece algum Renan da família Minamoto?- Perguntei.

–Renan Minamoto, tá de brincadeira? Ele é meu amigo de infância. Por que? O conhece?- Perguntou com uma cara confusa puxando uma cadeira para se sentar.

–Seu amigo?- Fiquei mais confusa que ele.- Pois é, eu o conheço e nosso encontro não foi um dos melhores do mundo.- Falo ironicamente.

–Não me diga que está sendo julgada por ele?- Dylan perguntou sério.

–É estou.

Ele estava surpreso com minha resposta.

–Não se preocupe, estarei com você quando for julgada.

–Muito obrigada.- Me aninhei em seu ombro, acho que se eu tiver uma ajuda assim do meu lado será meio difícil para o Renan prosseguir com seu trabalho, o que me dá um tempo a mais de vantagem sobre isso.

Minutos se passaram e Dylan já havia cumprido sua carga horária, já que hoje ele tinha a noite de folga.

Pov’s Dylan.

–E então Dylan, quando vai voltar para os Minamoto?- Perguntou Renan.

–Sei que é difícil se acostumar com a ideia de que faço parte de uma família que se encarrega de cumprir casos que nem mesmo a policia quer fazer, mais gosto do meu novo emprego... Pelo menos nele eu consigo fazer amigos com a certeza de que ninguém chegará para mim e me pagará pra mata-los.- Respondeu Dylan olhando para o céu escuro, iluminado apenas pelas luzes das estrelas e uma belíssima lua cheia.

–Entendo. Mais estaremos sempre a sua espera.- Falou Renan num tom aconchegante.

–Obrigado Renan, mais... Eu queria te perguntar uma coisa.

–O quê?-Perguntou curioso.

–É verdade que você está envolvido em um caso que tem como consequência a Yumi Daisuke?-Perguntou Dylan. (N/A: Consequência é um código que os Minamoto usam para saber quem é a vitima da missão)

–Sim.-Respondeu Renan cabisbaixo.- E quero pedir sua ajuda, tenho até amanhã para dar um fim neste caso.

Após pensar um pouco com cautela, já estava decidido.

–Pois bem, te ajudarei.-Renan estava aliviado, conheço ele a muito tempo e sei que ele precisa de mais do que uma semana para julgar alguém.- Mais...

–Mais o quê?-Cortou Renan.

–Só com uma condição.

–Que seria?- Perguntou curioso.

–Responderei como responsável pela consequência submetida em seu caso. Abortarei sua missão, pois não tem significado algum ela ter sido escolhida para a lista de matança.

Continua...