The Walking Dead: Lifeline escrita por Doty Monroe


Capítulo 7
Another problem




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Era um grupo formado por sete pessoas, precisamente sete homens, com armas de alto calibre, em duas caminhonetes, que foram deixadas atravessadas na estrada, impedindo qualquer coisa de passar por ali, inclusive nós.

Saímos do carro, Shane caminhou em direção ao grupo, enquanto eu pegava minha besta na carroceria. Um dos homens ao perceber nossa presença logo se pôs a caminhar a nosso encontro, dois deles reviravam um carro parado no meio da estrada e o resto continuaram onde estavam.

– Achamos que éramos os únicos vivos nesse fim de mundo. – disse o homem vindo em nossa direção.

Shane nem se preocupou em responder; um longo silencio se seguiu.

– Precisamos que tirem os carros do caminho. – disse apontando para os mesmos.

– Precisam. – repetiu o homem.

– É... Vamos ter que passar por aqui.

O sujeito se voltou para grupo e riu.

“Qual é a graça?” pensei.

– Deve ter outro caminho.

– Não! Não tem... Tirem os carros. – disse Shane impaciente.

– Relaxa cara! Vamos fazer isso, mas por que tanta pressa? Temos um acampamento na floresta, temos cervejas, o que me dizem?

– Não, não podemos! Um dos nossos está por ai.

– Oh! Não vimos ninguém passar por aqui! – exclamou.

– Sem duvidas ela passou! – disse eu.

– Ela? – perguntou o homem meio surpreso.

– Uma moça. Ela saiu hoje de manhã, deve ter passado por aqui.

O homem se virou para o grupo novamente.

– Não vimos ninguém!

Uma pequena movimentação interna no grupo se iniciou, com direito a risadinhas e cotoveladas, alguns mantinham as cabeças baixas em conspiração insubordinada. Aquilo me pareceu muito estranho.

– Vocês são gente boa, então vamos ajudá-los a procurá-la.

Shane assentiu com a cabeça, mas aparentemente não gostou muito da idéia, eu também não.

– Irmão! – O homem esticou a mão para Shane, que ignorou aquele gesto.

– Qual é irmão... Aperte a minha mão! – insistiu.

Antes que Shane aceitasse o “acordo de paz”, alguém bateu com força em alguma coisa. Uma batida pesada e impaciente. Entreolharam-se, mas ninguém do grupo se ofereceu para descobrir o que causara aquele barulho.

– Caminhantes! – disse o homem.

Olhei em volta, minha atenção foi atraída para o carro no qual os dois homens remexiam antes, era parecido com o de Vanessa, fiquei perplexo com a idéia, - não via uma razão para que me sentisse de outro modo - observei cada detalhe para ver se havia alguma semelhança.

– É o carro da Vanessa! – disse ajeitando a besta nas mãos.

Ouvimos um grito abafado, devia ter sido “Shane”. Somente pensei que se tratava de um pedido de socorro. Apontei minha besta para o homem, que recuou um pouco.

– Ora! Ora! Quer mesmo fazer isso? Estamos em numero maior! – disse retirando uma arma do coldre.

Shane apontou sua escopeta na direção do homem.

– Cadê ela seu desgraçado? – falou com a boca contraída pela raiva.

– Vou te mostrar quem é o desgraçado! Traga a vadia aqui!

Aquelas palavras pesaram em minha mente.

Vanessa estava dentro de um dos carros, foi puxada para fora com força, lutava para se libertar, mostrando apreensão em seu rosto.

O homem agarrou-a pelos ombros, enterrando conscientemente os dedos perto dos ossos, certo de que isso provocaria dor.

– Ai estão seus amigos. Vá em frente, grite para eles, ande! Veja o que eles fazem.

Vanessa tentou correr para nós. Ele a segurou bem junto de si.

– O que há de mau, não está assustada, está? Eles não deveriam atirar em você, deveriam? De certo que não deveriam... Mas com certeza quando darmos as costas eles vão atirar em nós, então como garantia que isso não venha a acontecer, você vem com a gente. – disse bem próximo ao rosto de Vanessa que ainda tentava se libertar.

O sujeito agiu de modo que as coisas correram contra nós mesmos; se tentássemos um ataque surpresa poderíamos errar o alvo e acertar Vanessa.

– Solta ela! – disse.

O homem soltou uma risada, agarrou Vanessa novamente que tentava se esquivar.

– Temos assuntos inacabados para resolver. – disse passando um dos braços pela cintura de Vanessa.

Não precisa ser muito inteligente para saber o que ele queria; a conclusão era de que ninguém com miolos poderia subtrair aquilo que inconscientemente ele queria dela, ou seja, desobrigá-lo da responsabilidade da masculinidade.

Aquele maldito filho da puta! Me dava nojo só de pensar nas coisas perversas que aquelas pessoas poderiam fazer com Vanessa. Aquela idéia atravessou meu corpo como uma corrente elétrica de mil volts. Feriu meu cérebro como uma sensação de queimadura de luz incandescente. Apertei o maxilar numa forma de descontar minha raiva.


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