Ficar em uma casa vazia apenas com Santana não era muito fácil, ainda mais quando ela ficava beijando meu pescoço à todo momento. Eu não podia deixar isso perder o controle, eu precisava conversar com ela.

– S-santana... pare com isso. – eu disse a empurrando.

– Você não quer? – ela perguntou, ainda beijando meu pescoço.

– Não, eu não quero.

Ela se afastou e olhou para mim confusa.

– O que disse?

– Eu não quero, não agora.

– Está bem.

A senti se afastar, meu corpo gelou, queria aquele calor novamente.

– Nós precisamos conversar. – eu disse.

Me sentei na cama e olhei para ela, que fez o mesmo.

– Não vai me dizer que quer terminar, vai? Por favor, não faça isso. Eu sabia que aquela história com Finn te ajudando com o armário era mentira.

– Santana, eu não vou terminar com você.

– Não?

– Não. Eu quero saber por que você não deixou Finn vir à sua festa?

– Ele te disse isso?

– Eu perguntei primeiro.

– Eu não deixei porque não queria ver ele, está bem?

– Não, não está bem. Você fez isso só porque eu ficaria com ele na festa?

– Não. – ela respondeu, cruzando os braços e virando para o outro lado.

– Santana, você não pode proibir as pessoas de se aproximarem de mim, só porque você gosta de mim, muito menos bater nelas.

– Posso sim.

– Você não pode, e o que você fez com Finn foi errado.

– Você é minha, não dele.

– Santana, olhe para mim.

Ela se virou para mim, acariciei seu rosto e lhe dei um leve beijo.

– Eu sou sua, mas agora. Antes eu não era de ninguém, então não pode bater no Finn por eu não ter sido sua. Eu já disse que te amo, não lhe deixarei por ninguém.

– Me desculpe.

– Você terá que ir até Finn e pedir desculpas, e sem ameaças, escutou?

– Sim. – ela respondeu revirando os olhos.

– E você está de castigo.

– O que?

– Uma semana sem tocar em meu corpo.

– Mas, Rachel!

– Pensava melhor antes de bater em Finn.

Santana bufou, me deitei e comecei a brincar com meus dedos, a vi tirar sua camiseta e deitar em cima de mim.

– Santana... o que está fazendo?

– Você disse que eu não posso tocar em seu corpo, mas não disse que você pode.

– Isso é a mesma coisa.

– Não é, não.

A empurrei e me sentei.

– Não quero agora.

– Rachel...

– Eu vou para casa. – respondi me levantando.

– Não vai...

– Te vejo amanhã na escola.

Peguei minha mochila e fui até a porta, Santana me puxou e começou a me beijar. Seu corpo estava distante do meu, mas seu beijo era selvagem. Coloquei minhas mãos em seus ombros e lentamente a puxei para perto, mas ela logo se afastou.

– Até amanhã.

***

Senti meu corpo pesado quando entrei em casa, ele estava quente, joguei minha mochila no chão do quarto, tirei minha regata e a joguei em cima da cama e entrei no banheiro. Terminei de me despir, me joguei debaixo do chuveiro, tomando banho gelado, fechei meus olhos e pensei em Santana, aquele corpo perfeito, aqueles lábios carnudos, os olhos vibrantes. Meu corpo ficava cada vez mais quente. Me enrolei em uma toalha, fui para o meu quarto e me joguei em minha cama. Eu me sentia cansada, fechei meus olhos e novamente pensei em Santana. Eu a queria ao meu lado, a queria ali deitada comigo.

Abri meus olhos, ouvi meu despertador tocar, minha cabeça estava latejando. Com esforço desliguei o despertador, me sentei e senti uma leve tontura. Me desenrolei da toalha e a joguei longe. Eu não me sentia bem, não consegui me levantar, então me deitei novamente e voltei a dormir.

Ouvi meu celular tocar, estava distante, dentro do bolso da minha saia, que estava no banheiro. Abri meus olhos, a luz do sol batia em meu rosto, o que fez meus olhos doerem, então me cobri novamente, voltando a dormir.

Aquela campainha me irritava, ainda mais naquele momento que eu queria estar dormindo. Ela tocou mais duas vezes, me sentei com dificuldade e ouvi meu celular tocar. Quem quer que seja, estava desesperado, não esperava eu levantar. Olhei para o relógio, já passava das duas da tarde. Me senti mais fraca, meus olhos doíam, minha cabeça nem tanto, meu corpo ainda estava cansado e quente. Novamente me deitei. Quem quer que fosse, poderia esperar mais alguns minutinhos.

– Rachel... – ouvi a voz da Santana.

Abri meus olhos e a vi olhando para mim, em pé ao lado da cama.

– S-santana?

– Você está bem? Eu te liguei, fiquei mais de uma hora tocando a campainha e ligando, mas você não atendia, então achei que não seria má ideia entrar e ver se você estava bem.

– Eu estou bem...

Ela se aproximou e colocou sua mão em minha testa, em seguida em meu pescoço.

– Rachel, você está queimando em febre. Onde tem remédio por aqui?

– No armário do banheiro deve ter.

Santana correu até o banheiro e voltou com um comprimido na mão e um copo com água na outra. Eu me sentei lentamente, tomei o comprimido e novamente me deitei. Santana ficou me olhando, parecia preocupada.

– Santana... deite comigo?

Rapidamente ela tirou seu tênis e deitou ao meu lado.

– Oh... Rachel! Você está sem roupa.

Eu sorri, ela segurou minhas mãos e olhou em meus olhos.

– Dorme um pouco, logo você estará bem.

Fechei meus olhos, ouvi sua respiração ficar pesada, então os abri novamente.

– Me desculpe, mas... sabe? Você está sem roupa e... eu quero tanto te tocar.

Segurei sua mão e a levei até minha cintura, ela suspirou e fechou os olhos.

– Você está tão quente...

– Me abrace?

– Oh, querida... não precisa pedir.

Ela se aproximou mais e me abraçou, escondi meu rosto em seu pescoço, fechei meus olhos e meu coração começou a bater mais forte.

– Santana.

– Hum?

– Fique do meu lado.

– Eu estou, meu amor.

– Para sempre?

– Claro. Nunca lhe deixarei.

Beijei seu pescoço, acariciei seu braço e suspirei, voltando a dormir.