Axu: Journey escrita por asemn


Capítulo 10
Wiery: ontem e hoje




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Seu nome? Una Wiery! Idade? Se não me falha a memória, acho que, nessa época, ela tinha aproximadamente doze anos.

– Papai! Papai! Por que meus dentes são tão afiados? Já me cortei tantas vezes com ele… - Una perguntou a seu pai, que se chamava Lucius.

– Minha filha… Ai Ai! Você e suas perguntas, não é? Já se esqueceu de que somos vampiros? Precisamos de “outros” para sobreviver… - disse Lucius, levantando Una do chão - Você é um pouco esquecida! Haha!

– E o que dizem do senhor, é verdade?

– O que dizem de mim? Que sou um monstro? Sua mãe sabia muito bem que o que dizem por aí é…

– Mentira? A mamãe dizia que nós somos vistos desse jeito pelos “outros”. - Una argumentou, interrompendo seu pai.

– Quando você for mais velha e mais forte, irá entender tudinho o que sua mãe falou! E, provavelmente, irão falar muitas coisas sobre seu pai aqui… - Lucius respirou fundo - Una, preciso que você fique no castelo pelo resto da semana. Seus tios irão cuidar de você…

– O senhor vai lutar novamente?

– Sim, irei. Preciso sair amanhã de manhã. Se tudo der certo, seremos muito felizes, Una! Lembra do sonho que seu bisavô tinha?

– Sim, papai… Mas se não der certo? O senhor promete voltar caso algo dê errado? Por favor! - os olhos de Una se enchiam de lágrimas.

Lucius estava preocupado por dentro, mas por fora, tentava não dar sinais de que algo ruim estava para acontecer. Sua filha era uma garota muito esperta, notaria facilmente. Enquanto estavam conversando no quarto de sua filha, um dos subordinados de Lucius batia na porta:

– Senhor, teremos que partir mais cedo do que o esperado! As tropas inimigas estão avançado sem controle durante o dia! Quais são suas ordens? - o subordinado perguntou sem entrar no quarto.

– Fricco, já o avisei que quando o assunto for a guerra, apenas fale comigo em particular! Por acaso você é surdo?! Preparem os cavalos imediatamente! Sairemos em algumas horas! E não se esqueçam de Vincent! - Lucius gritou.

– Mas senhor… E se o sol nos alcançar? - Fricco perguntou.

– Não me questione! Preparem os cavalos! Agora! - novamente, Lucius gritava.

Una, por ser muito próxima do pai, presenciava muitas cenas como essa. Principalmente após a morte de sua mãe… Odiava ouvir seu pai gritando, dando ordens de um modo agressivo. Muitas vezes, tapava os ouvidos e se escondia em baixo de sua cama, com medo. Apesar de tudo, era uma garota frágil e muito sentimental

– Papai, você não vai jantar comigo? - Una perguntou.

– Una, tenho que acompanhar este soldado que veio até mim. Como já te falei, voltarei daqui a alguns dias…

– Mas pai…

– Não se preocupe, Una… Tudo irá acabar bem

Tudo iria acabar bem?

Oito anos depois…

– Vocês dois aí no canto, tragam o prisioneiro para o interrogatório! Agora! Ela está chegando e não quero nenhuma confusão por aqui, entendido? - disse um guarda.

– Sim, senhor! Já o deixamos numa cela mais próxima!

Uma caverna. Uma masmorra. A masmorra de Quenin, uma das mais temidas por aprisionar pessoas muito perigosas. Escravos, prisioneiros de guerra, traidores, monstros e criaturas horríveis eram jogadas e permaneciam alí…

Enquanto os guardas preparavam o interrogatório, uma carruagem parava na frente da entrada da masmorra

Lando, preciso que você fique alerta… Sinto um cheiro estranho no ar. Vou entrar na masmorra sem seguranças nem guardas! - disse um dos passageiros da carruagem, uma mulher...

Una, você só pode estar brincando! Uma mulher entrando em Quenin sozinha?! Mas que… - Lando, o segundo passageiro, a questionou.

– Cuidado com suas próximas palavras, Lando! Não me subestime! Nunca! Aquele prisioneiro sabe muita coisa sobre a batalha de oito anos atrás! Se você ficar em meu caminho, vai se arrepender! - disse Una, interrompendo Lando.

– Se você tem tanta certeza, não irei me intrometer… - Lando estava preocupado demais - E o que vai fazer depois de conseguir as informações?

Eu vou matar aquele prisioneiro! Meu pai foi morto por alguém ligado a ele, e irei matar um por um! - disse Una, entrando na masmorra.

Após oito anos, Una havia mudado drasticamente… Uma garota medrosa e sentimental se transformou em uma mulher cruel e cheia de ódio em seu coração! Una Wiery, o terror de muitos! Muitos!

Enquanto andava, suas botas faziam um som alto e agressivo, todos os guardas e prisioneiros notavam sua presença rapidamente. Muitas mulheres eram consideradas apenas mulheres e mais nada… Mas Una havia conquistado muitos direitos perante a sociedade e era um símbolo notável de bravura ( e crueldade).

Chegando na sala do interrogatório, puxou seu chicote que estava amarrado em sua cintura e, agressivamente, gritou:
Marco Viegri, poupe meu tempo e diga logo o que quero saber!

Um homem estava acorrentado no meio da sala. Esse homem era Marco.

– Maldita seja a família Wier… - Antes que Marco pudesse terminar sua frase, o chicote de Una o atingiu no pescoço.

– Não ouse terminar a frase, Marco! Me responda logo! Quais foram os reinos que nos traíram? E quem matou o meu pai? - Una girava seu chicote, esperando para infligir o próximo ataque.

Slagria? Sinerga? Irvínia? São tantos que não me lembro… - disse Marco.

– Você se acha muito esperto, não é?

– Você acha que vai me matar antes que meus “amigos" apareçam?

Una estava certa! Alguém tinha planos de libertar Marco e, provavelmente, se livrar dos demais “incômodos” alí presentes! Olhou para os lados, balançou seu chicote e o prendeu no pescoço de Marco.

– Já tenho todas as informações que preciso, estou muito agradecida… - após terminar a frase, Una puxou seu chicote e, em questão de segundos, matou Marco deslocando alguns de seus ossos.

– Una! Una! As sombras estão aqui! Os três guardas da entrada estão mortos! - disse Lando, entrando na sala em que Una estava.

– Sombras? Apagou as tochas pelo caminho?

– Sim, apaguei! Assim elas não podem tomar forma e atacar!

– Você viu quantas sombras estão aqui? - Una perguntou enquanto apagava cada tocha da sala.

– Dez ou mais! Temos que fugir! Estou sem minha espada! - Lando olhava para os lados, preocupado.

E quem disse que isso é motivo para fugir? - disse Una ao apagar a última tocha da sala, deixando o local completamente escuro.

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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Pretendo postar toda semana! Só preciso arrumar algumas coisas e mais capítulos irão aparecer! ;)



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