A Seleção-Interativa escrita por Alice Zahyr


Capítulo 16
Bônus 2 - Leia para entender o próximo!


Notas iniciais do capítulo

Guuuuuys?! Já falei que fico pirando com os comentários? Poisé, só não percebi muito ânimo de vocês no bônus que eu postei do Jason, não curtiram a ideia? kkk ♥
Aí vai outro, conta muito spoiler do Jason e talvez do porque eu disse para os Team Maxon se prepararem hehehe ^^



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Sally Anders.

Esse nome tinha se tornado um fantasma para mim desde meus quinze anos de idade, e eu vinha fazendo de tudo para fugir do seu som. Sally foi a primeira garota. A primeira que amei, e que simplesmente conheceu um cara e foi embora. Desde então venho tentando recolher meus cacos, certo de que essa ferida aberta jamais cicatrizaria.

Ela era como America. Ruiva, mediana, rebelde. E isso, apesar de me aterrorizar em algumas noites, me aproximou, de certa forma, de America. Quando a Seleção começou, os chefes da Base Sul nos colocaram pra trabalhar. Nosso dever era ver tudo o que acontecia no castelo para saber qual o momento certo de atacar.

No início, fiquei entediado. A Seleção é uma coisa chata de se vigiar, porque um bando de garotas burras correndo atrás de um príncipe, ou melhor, um ator de coroa e expressão fingida, não me parece algo interessante. Até que pus os olhos nela. America.

De cara percebi: ela não era como as outras. Eu e meus parceiros da base ficamos boquiabertos quando vimos seu encontro com Maxon, na noite no jardim, em que ela soltara umas poucas e boas. Desde aí presto atenção mais nela que nas outras. Me parece maníaco, eu sei, mas é o meu trabalho, não psicoses quaisquer. Fiquei curioso com seu jeito de ser, e aquele discurso sobre as castas... Devo admitir que algo no jeito como eu a via mudou mais ainda.

Era como se ela fosse quase... sulista. Porque uma rebelde ela já era, só não conseguia mostrar seu potencial por inteiro por causa daquela droga de divisão chamada castas. Mas jurei a mim mesmo não pensar mais nas castas - eu mesmo faria valer a pena toda essa palhaçada quando pusesse as mãos em Clarkson. Ainda tentava descobrir o que poderia fazer com ele para me vingar, principalmente quando soube que ele vinha obrigando uma garota a dormir com ele para que esta ficasse na Seleção.

America era especial, eu sabia, todos da base sabíamos. Só não entendo porque ela ainda persiste nessa besteira de Maxon, que um dia a beija e no outro mal fala com ela. Sinceramente não compreendo as mulheres, elas complicam as coisas a ponto de parecerem masoquistas.

Saí de meus pensamentos quando senti o cheiro de carne. Mas era apenas a essência da proteína para ganharmos força até que chegássemos na base. A comida dos sulistas em época de ataques era assim - horrível. Nos davam pacotes de tudo quanto era coisa, menos comida de verdade. Essência de carne proteica, essência de carboidratos, lipídio á laranja, sacarose, essência de leite e até mesmo essência de água, em caso de extrema rapidez. Eram pacotes miúdos com o que parecia sal dentro, colocávamos o pó da essência dentro da garrafa térmica, que esquentava a "comida" e então, bebíamos. Era rápido o bastante para não termos de cozinhar nada em pleno combate e nutritivo o bastante para não enfraquecermos.

Hans me deu uma das garrafas e tratei de beber logo, imaginando uma suculenta carne á minha frente da qual saía uma fumaça vaporizada tão boa quanto seu gosto.

Mas era apenas a essência.

Terminamos e continuamos a andar. Hans e eu não costumamos jogar papo fora quando estávamos em missões como aquela, éramos soldados muito bons e sempre ficávamos de alerta. Mas devo dizer que America que me tirava a atenção mais que tudo naquele trajeto.

Ela virava demais, meio consciente. Seus cabelos volta e meia se bagunçavam no meu rosto e tiravam-me a visão. Não sabia se era melhor mantê-la desacordada ou acordá-la.

Até que chegamos á Base Sul.

Alguns camaradas me olharam de cima a baixo, e eu soube porque. Uma garota na base era algo raro. Tudo bem que aqueles caras nem se comparavam aos sulistas da subdivisão mercenária, que matavam as mulheres - e algo mais. Mas isso não mudava muito, apesar de eles me respeitarem.

Então disse a Hans que iria levar America para a Área Restrita. Não aguentei por mais de segundos aqueles olhares nojentos.

"E aí, chefe, agora gosta das princesas?" Um dos homens de farda disse. Virei-me para trás e vi quem era, Alec. Alec era um recruta, acabara de entrar, mas gostava de tirar uma onda porque seu pai havia sido capitão de ataques um dia.

Tratei de colocar Alec em seu devido lugar.

"Tá vendo isso aqui?" perguntei, apontando para o meu bordão na farda. Ele olhou, rindo. "O que diz?"

" Primeiro Sargento, senhor." Alec respondeu.

"Certo. E tá vendo isso aí?" perguntei apontando para o bordão de Alec.

Ele engoliu em seco.

"Recruta". Eu arqueei as sobrancelhas. " Recruta, senhor."

"Correto. No dia em que você merecer esse bordão aqui e ter a honra de ir ao palácio numa missão, você diz o que quiser. Só que você é só um recruta. Então respeite o que eu faço."

Os recrutas ao redor vaiaram, em voz baixa. Mostrei um meio sorriso nos lábios e dei uma chave em seu braço. Aquilo me daria moral por um bom tempo.

"Isso não foi por questões militares." sussurrei em seu ouvido enquanto ele tentava disfarçar a dor. "Foi por America. Nunca fale assim dela."

Soltei Alec e segui para a Área Restrita.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, lindos e lindas???? Comentem, por favor ♥
Só pra constar, Jason tem 20 anos, oquei? Explicarei como ele se tornou um sargente no próximo capítulo :P