Uma escolha escrita por hollandttinson


Capítulo 27
A vida não é gentil.


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito pra postar por causa da escola, vocês não tem noção do quanto está difícil conciliar escola, Fanfics e a vida pessoal. Sem contar que eu estou toda atarefada. Então, para que vocês fiquem mais felizes da vida, fiz um capítulo bem grandinho. Vou esperar as reviews de vocês, :)



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POV: DRACO.

Eu não estava exatamente surpreso com a gravidez de Astoria, a algum tempo eu estava me preparando para que alguma boa notícia viesse, qualquer uma, mas nada poderia ter me preparado para esse momento, nada. Era um fruto meu dentro dela, uma vida, um coração batendo, ele tinha o meu sangue, o meu DNA. É o meu filho com Astoria e isso já faz dele mais que especial.

Mamãe já sabia da gravidez e tinha voltado para Londres - ela e papai estavam morando na Alemanha - pra ficar perto de Astoria. Ninguém deixaria que meu bebê sofresse alguma coisa de novo, ele nasceria dessa vez. Papai viria quando Astoria completasse exatos 7 meses, porque é quando é mais propício o parto prematuro.

Por causa do aborto espontâneo que Astoria sofreu á quase 1 ano atrás, ela enfrentaria alguns problemas no parto, como por exemplo: Talvez nosso filho nascesse mais cedo do que deveria, ou ela vai ser obrigada á não ter o filho de um parto normal, que era o que mais assustava mamãe. Ela dizia que uma criança que nasce de parto cesário é porque não teve como nascer de parto normal, o que definitivamente NÃO é normal.

Eu e Astoria decidimos não nos preocupar com isso e só pensar nele ou nela até o dia do parto, e o que fosse para ser, seria.

Dafne liberou Astoria de seus trabalhos, mas só quando a sua barriga já estivesse grande, afinal, estava complicado cuidar da loja agora que estava grávida de novo. Uma menina, foi o que ela descobriu. Não fazia ideia do nome que colocaria, mas daria um jeito no final. Caleb estava feliz demais pra se preocupar com um nome qualquer na filha. Sim, ele tinha finalmente aprendido á amar Dafne, apesar dos defeitos e tudo mais, e eu acho que essa é uma forma muito bonita de amar, apesar de tudo.

Thamyris e Blásio não estavam necessariamente felizes. Eles brigavam muito, mas também se davam muito bem. No geral eles queriam ver Cecília sorrir. E daí que ela tem só 6 meses de idade? Ela ainda é o pequeno frutinho deles, e Blásio é totalmente apaixonado pela menina que parece crescer muito á cada dia. Ela é enorme pra uma garota de 6 meses. Evoluída demais. E olha que ela nem foi de parto cesário! Mas mesmo assim, eles discutiam por motivos banais como por exemplo: Blásio não aceitava o fato de Thamyris não ter parado de trabalhar para ficar com a filha, e ter contratado uma babá pra ficar com ela. Simplesmente não aceitava de jeito nenhum. Eu e Astoria achamos isso tudo uma besteira porque com certeza Thamyris não largaria seu emprego, que é uma coisa fixa, para uma incerteza, que é Blásio Zabini na sua vida e na da filha. "Eu nunca deixaria a minha filha sozinha" ele sempre dizia. Mas quem seria louco o suficiente para acreditar plenamente em Blásio? Eu não sou.

Mas Astoria e Dafne não eram as únicas grávidas do momento, não mesmo! Parece que o mundo decidiu abrir uma maternidade múltipla. Até gente que eu nem sabia que estava junto, vai ter filho. Luna Lovegood e Neville Longbottom por exemplo. A garota está grávida de 2 meses e parece estar mais pirada do que o normal, é claro. Pelo que eu sei, ela não vai á um hospital e baseia sua gestação em misticismo. Eu não sei como o Longbottom permite isso, mas aparentemente ele é mais feliz quando finge que não sabe que a esposa é uma doida de pedra.

Hermione Granger casou-se com o cabeça de cenoura, ela também está grávida, mas a sua barriga é enorme, acho que ela está com 7 meses ou algo do tipo. Ela foi tirada de seu posto no trabalho para cuidar da criança, parece que é uma menina, e ela pode ter complicações no parto também, como Astoria.

A irmã do cabeça de cenoura casou-se com o santo Potter - apesar de não ter mais nada contra ele, não consigo vê-lo diferente, e os antigos apelidos permanecem - e eles têm 1 filho de 1 ano de idade, mas ela já está grávida de novo, e também está perto de dar a luz. 

— A sua consulta é amanhã cedo, então por favor não fique de manha quando eu for te acordar, okay?- Eu pedi, enquanto carregava Astoria para o nosso quarto no colo. Ela ficou muito manhosa depois da gravidez, ela vive dizendo que está cansada, mas é só drama. Não que eu me importe, já que eu me sinto lisonjeado de poder mimá-la.

— Mas Draco...

— Mas nada.- Eu dei risada do biquinho maravilhoso que ela formou nos lábios. Deitei ela calmamente na cama.- Não é justo me fazer de escravo.- Ela gargalhou.

— Foi você quem me engravidou, seu irresponsável!- Ela brincou e eu revirei os olhos.

— Você estava bem satisfeita quando aceitou que eu te engravidasse, nem vem pôr a culpa em mim.- Eu disse. Ela riu jogando a cabeça para trás. Eu revirei os olhos tentando não rir, e cruzei os braços.

— Ah, qual é! Eu estava hipnotizada com você, seus olhos são lindos demais.

— Astoria, eu não sei se você sabe disso, mas você gosta de ficar de olhos fechados quando...

— Sério? Mas eu sempre vejo você.- Ela disse, dando de ombros. Eu revirei os olhos.

— Vai dormir, teu mal é sono.

— Dorme comigo.

— Eu sempre durmo com você.- Ela mostrou a língua para mim e eu sorri.- Eu vou tomar banho, arrumar a cozinha e a sala, já que a Senhora deixou tudo uma bagunça só, e já venho!- Ela fez biquinho.

— Vai demorar.- Eu sorri e me abaixei até ela, coloquei a boca no seu ouvido e sussurrei:

— Não conta pra ninguém, mas eu sou um bruxo.- Ela gargalhou de novo e eu fui fazer as minhas “atividades”. Precisava mesmo contratar alguém pra cuidar da casa agora que Astoria é uma manha ambulante.

Ela já estava dormindo calmamente quando eu voltei. Seus sonos tem sido sempre calmos, o que não é normal já que ela se mexia tanto na cama que eu quase sempre ficava descoberto e tinha que ficar abraçado á ela para que ela parasse. Ultimamente ela tem sido calma, o que me faz pensar que talvez ela esteja mesmo cansada.

Thamyris estava nos esperando na porta do St. Mungs, quando nos viu ela abriu um enorme sorriso.

— Pensei que não viriam mais... Que cara de sono horrenda, Asty! De onde você veio a maquiagem não foi fabricada ainda?- Ela perguntou, rindo para a minha esposa que lhe mostrou um dedo do meio. Eu revirei os olhos e sorri, ela me olhou de cara feia.

— Draco não me deixaria faltar nem que essa fosse a última coisa que ele faria no mundo. Nosso filho nem nasceu ainda e ele já é pai coruja. Fala sério, eu podia ter dormido por mais um pouco!- Ela disse, cruzando os braços irritada para mim. Eu revirei os olhos de novo.

— Nós já conversamos sobre isso. Entre nesta porcaria de hospital e se prepare para saber do nosso filho ou filha, o resto é resto. Não precisa se preocupar com mais nada além disso.- Eu disse, abraçando a cintura dela. Foi a vez de Thamyris revirar os olhos.

— O médico de Astoria já chegou faz tempo, mas eu acho que vocês estão no horário certo, não precisa olhar feio para a Asty, Draco.- Thamyris riu, me repreendendo, eu suspirei. Que foi? Um pai de primeira, que é na verdade segunda, viagem não pode ficar ansioso?

— Não estou olhando de cara feia. Vamos logo porque eu quero saber logo do meu filho.- Eu disse, segurando a mão dela e entrando. Thamyris veio conosco e falou muito sobre Cecília. Pelo que descobrimos, a babá estava de folga hoje e ela deixou a garota com Blásio, que não ficou nada feliz por ser acordado cedo.

— Ele fica reclamando que eu não largo o trabalho para ficar com ela, mas quando está de folga, prefere dormir ou sair a noite toda.- Disse Thamyris, balançando a cabeça.

— E você esperava o quê? Ele tem só 23 anos, Thamyris, é natural querer cair na saideira.- Disse Astoria, revirando os olhos.

— Draco não te deixar sozinha pra “cair na saideira”, deixa?- Perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.

— Não, mas eu e Astoria somos casados e você e Blásio são só agregados. Fala sério, você não esperava que ele começasse á agir de outra forma, não é? Blásio teve uma filha, a ama, mas ele não foi abduzido!- Eu disse, gesticulando com as mãos. Thamyris revirou os olhos.

— Mesmo assim, ele devia pelo menos pensar no quanto é difícil ficar com Cecília. Eu tenho um emprego muito trabalhoso! Folgas apenas quando eu fico de plantão, acham que é fácil ficar de plantão quando se tem uma filha pequena que não te deixa dormir direito á noite? Pelo menos Cecília já consegue comer qualquer tipo de comida e nós já estamos preparando ela para começar á andar e falar.- Disse Thamyris, como se fosse fácil fazer uma criança andar e falar só porque ela quer.

— Acho que você tem que parar de cobrar de si mesma, Cecília e Blásio. A sua vida seria bem mais leve se você deixasse de preocupar com esse tipo de coisa.- Eu disse dando de ombros. Thamyris ia responder com um belo de um fora, quando uma mulher velha chegou olhando ela de cara feia.

— Atrasada.- Ela advertiu. Thamyris bufou.

— Já estou aqui, não estou? Tenho certeza que ninguém morreu. Agora com licença, eu vou para o meu trabalho, porquê não faz o seu? Tenho certeza de que não é supervisionar a minha vida. Volte para a sua mesa de recepção.- Disse Thamyris e foi andando á passos firmes até algum lugar. A mulher ainda estava de cara feia e bufou, indo embora também.

O médico de Astoria era um senhor de mais ou menos 52 anos e era muito gentil, estava sempre tentando fazer com que ela ficasse o mais confortável possível, e eu também.

— Vocês realmente estão fazendo boa coisa não se preocupando muito com o parto agora, é uma preocupação vã e pode prejudicar muito o psicológico. Deixaremos essa parte por conta do destino e viveremos em paz, certo?- Ele disse, com um sorriso gentil que Astoria retribuiu aliviada. Ele olhou para mim.- Essa mocinha anda se cuidando?

— Perto de mim pelo menos, sim. Mas ela reclama muito de cansaço, isso é normal?- Perguntei. Eu ia dizer “ela anda manhosa demais e me faz de escravo 24 horas por dia, perto de mim, pelo menos” mas achei que ele não precisava saber dessa parte. O médico sorriu.

— Acho que a Sra. Malfoy anda fazendo brincadeirinha com o marido pai de primeira viagem, certo? Não, Sr. Malfoy, isso não é a coisa mais anormal do mundo, mas ela está grávida de apenas 3 meses, ela não precisava estar cansada. É só manha.- Ele disse, rindo para Astoria que cobriu o rosto com a mão e eu revirei os olhos.

— Pensei que fosse.- Eu disse e Astoria sorriu para mim, pegando na minha mão.

— Mas e quanto ao meu filho? Está tudo bem com ele?- Perguntou, assumindo uma expressão séria. O doutor sorriu para ela.

— Preciso fazer um exame mais aprofundado, mas acredito que ele esteja perfeito, por ora. Sua barriga ainda está muito pequena então eu acredito que ele não vá ser muito grande quando nascer, o que nos traz um problema.- Ele deixou de sorrir para ficar sério e eu engoli em seco.

— Problema?- Perguntei. Ele concordou com a cabeça e Astoria apertou a minha mão.

— Quando um bebê nasce muito pequeno, geralmente ele fica muito tempo no hospital, tomando várias poções. Normalmente ele nasce meio desidratado, e isso é um grande problema porque ele pode chegar ao óbito já que ele é pequeno demais para receber tantas poções.- O doutor viu que eu e Astoria congelamos e suspirou.- Então eu queria pedir que você se alimente o melhor possível e coma exatamente 6 vezes ao dia, mas nada de beliscar, ok? Comer mesmo.

— Mas eu vou ficar enorme desse jeito!- Astoria disse, depois revirou os olhos. Ela e eu não acreditamos que ela estava preocupada com isso, o médico não pareceu ficar surpreso.

— Na sua idade, é comum que as mulheres se preocupem muito com esse tipo de coisa, mas também você deve saber que seu corpo é jovem e vai voltar ao normal rapidamente se você quiser que isso aconteça. Logo você estará pronta para outra, fisicamente falando.- Ele disse e piscou para mim. Eu revirei os olhos e Astoria suspirou aliviada.- Posso passar uma lista de alimentos, se você quiser.

— Mas ele vai nascer bem e saudável se ela seguir essa lista?- Perguntei. O médico fez uma careta.

— Por partes... Ele vai nascer com uma porcentagem relativamente boa de hidratação no sangue, o que já é bem importante.- Ele sorriu compreensivo para mim.

— Mas ele ainda vai correr o risco de morrer?- Perguntou Astoria, tremendo na última frase. O doutor pigarreou.

— Astoria... Draco... Não importa o que vocês façam, o risco de Astoria e o bebê morrerem vão estar sempre perseguindo vocês. Sempre.

(...)

O desespero de perder Astoria e meu filho me corroía todos os dias desde a consulta. O médico também falou algo como “se esse risco for muito grande, você pode escolher entre ele ou ela”, mas que porra é essa? Escolher entre a mulher da minha vida e a vida que eu e ela geramos? Isso não é justo, simplesmente não é justo! Batalhei demais para conseguir me apaixonar por alguém, Deus sabe o quanto foi difícil para alguém como eu, não posso simplesmente jogar tudo fora. Eu estava tão feliz por ter um filho e agora eu terei de escolher entre ele e Astoria? Não é justo.

— Mas é só se tiver um risco muito grande, não é? Não precisa ser assim.- Disse Blásio, tentando me acalmar. Era uma noite de sexta-feira e amanhã seria a consulta de Astoria. Ela estava com 5 meses agora e nós já poderíamos saber o sexo do bebê.

— Blásio, as chances de o risco ser muito grande são de 75%. O médico disse que na maior parte das vezes, a mãe morre e o bebê vai para um orfanato porque o pai não consegue suportar a perda da esposa e ver o bebê faz com que ele fique pior. Eu nunca seria capaz de mandar meu filho para a adoção, assim como não seria capaz de deixar que Astoria morra, não depois de tudo o que nós fizemos para ficar juntos, depois de tudo o que passamos. Não é justo.

— Sei que não é, mas você precisa ser forte, certo? Por vocês 3.- Ele disse, se levantando e colocando a mão no meu ombro. Eu suspirei.

— Eu tento. Juro que tento.- Eu disse,apertando as têmporas com os dedos indicador e dedão. Ele suspirou.

— Acredito em você.

— Mas não é fácil. Principalmente quando Astoria está entrando numa porcaria de depressão e eu não posso fazer nada para acalmar, ajudar ou qualquer coisa do tipo, e sabe por quê? Porque já, já eu entro em depressão também.- Eu disse, suspirando.

Era terrível admitir isso, Deus sabe o quanto eu estava sofrendo. Acho que nunca me senti assim, nem quando eu estava mesmo depressivo, depois da batalha. Nada se compara á dor que eu estou sentindo agora. E é terrível. Não desejaria isso nem ao meu pior inimigo, acho que a dor é tão forte que eu nem sou capaz de sentir um ódio grande o suficiente para ter um inimigo. Só dói e isso já é o suficiente.

— Não pode fazer isso.

— Não posso evitar. É maior que eu.- Eu disse. Tudo é maior que eu ultimamente, me sinto tão pequeno, tão inútil, tão... Zero á esquerda. É como se o mundo todo estivesse me rejeitando e dói. Meu Deus, eu não consigo outra definição para tudo isso além disso: Dói.

— Tem que existir algo maior do que isso, Draco! Você não pode ser pessimista, não é bom pra você, não é bom pra Astoria e nem para o bebê. Vamos lá, eu sei que você consegue ser melhor!- Blásio estava tentando me animar e eu só queria que ele me deixasse sozinho.

— Blásio, eu sei que você está sendo amigo e tentando me ajudar, mas não há nada que você possa fazer. Me deixe só um pouco, preciso me preparar para chegar em casa e tentar fazer com que Astoria pare de chorar loucamente.- Eu disse, suspirando enquanto organizava os pergaminhos na minha mesa. Não ia ficar surpreso se fosse demitido por trabalhar tão mal, estava péssimo mesmo. Em tudo, aliás.

(...)

Astoria não fez manha naquela manhã, aliás, foi ela quem me acordou. Mas seu rosto estava inexpressível e eu estava bastante preocupado com o que se passava na sua cabeça. Thamyris tentou levar ela para comprar as coisas para o bebê, mas ela não se animou nem um pouco. Talvez ela pensasse como eu: Pra quê comprar coisas de bebê se nós nem sabemos se ele realmente vai nascer? E se nascer, pode morrer um piscar de olhos depois, ou quem sabe, quando o último piscar de olhos for o de Astoria.

A barriga dela estava enorme e isso só fazia com que as coisas ficassem mais difíceis, lá dentro tinha uma vida que corria um risco tão grande. Era mais seguro que ele ficasse lá, quietinho e seguro. Mas ele teria que sair. Meu Deus, um dia ele sairia!

— Astoria, nós não podemos ficar assim.- Eu disse, segurando ela pelo braço. Ela se virou para mim com uma sobrancelha erguida.

— Do que você está falando?- Ela perguntou, se soltando e cruzando os braços. Eu suspirei.

— Assim, deprimidos e pessimistas. Eu sei que é difícil mas a gente tem que pensar pelo ângulo bom também... Porque eu não vou suportar viver desse jeito.- Ela abaixou a cabeça.

— Desculpa, eu estou complicando as coisas pra você não é? Não consigo imaginar o quanto deve ser difícil, mas é difícil para mim também.

— Pode ter certeza que eu sou plenamente capaz de imaginar o que você está sentindo, mas continuo com a minha opinião: Não dá pra viver assim.

— E o que a gente vai fazer? Não dá pra viver de outro jeito.

— Esse é o ponto: viver! A gente nem ta fazendo isso, amor!- Eu disse e ela abaixou a cabeça de novo, cruzando e descruzando os dedos.

— E o que você sugere?

— Eu não sei. A gente precisa fazer isso juntos.- Eu disse, segurando as mãos dela. Ela estava chorando.

— Eu não quero morrer, mas não quero que ele se vá. É tão pequeno e puro, e eu lutei tanto por ele. Por que ele precisa morrer? Por que nós 3 não podemos ficar juntos? Por quê? Será que ninguém é capaz de me responder? Estou cansada de não ter respostas e ter que esperar uma boa ação do destino, que nunca vem!- Ela disse, me abraçando com força enquanto molhava toda a minha camisa com as suas lágrimas mais doídas e sinceras. Eu não podia chorar agora.

— A vida não é gentil, a gente é quem faz a gentileza. É muita grosseria desistir da vida e do nosso filho assim, só porque uma porcaria de médico disse que não tinha outra saída. Mas quem ele é, Astoria? Ele é só um médico, ele não é Deus. Ele não sabe nada sobre a vida, ele não sabe nada sobre a morte e ele não pode nos dizer o que fazer daqui pra frente. Nós fazemos a gentileza e escrevemos o próprio destino. Entendeu?- Eu olhei ela nos olhos enquanto falava isso. Astoria limpou o rosto e sorriu de leve.

— Nós 3 vamos ficar juntos?

— Nós vamos ser gentis.- Eu disse e ela sorriu abertamente.

(...)


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Notas finais do capítulo

O maior capítulo da FIC ♥ Foi bem trabalhoso, espero que vocês curtam.
ATUALIZADA EM 05/08/16