Do or Die escrita por LadyThyssa, Dr Hannibal Lecter


Capítulo 18
Capítulo 18 - O Dia em Que Eu Sou Preso em uma Tumba!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo ficou meio grandinho, mas não faz mal.
Boa leitura :)



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O fim esta chegando! Eu conseguia sentir isso dentro de meu ser, os satélites eram destruídos um por um e a destruição do jogo avançava rapidamente. Queria ver a cara dos criadores, quando viam mais um de seus lindos satélites explodindo. Dois já se foram, agora faltam apenas três. Senti alguns chacoalhões, comecei a recuperar minha consciência aos poucos. Uma garota com um grande óculos me encarava, ela usava roupas rasgadas e tinha uma espécie de pássaro no ombro. Maysa!

– Voraz - Ela estava sussurrando, eu fiquei com os olhos cerrados por conta do sono.

– O que foi? - Minha voz era enrolada, eu queria muito deitar e dormir novamente. Percebi que outras pessoas dormiam estendidas no chão, consegui ver Alaric, Nicolle, Tommy, o menino gordinho, Theo e... - Cadê Layla? - Maysa deu uma leve risada.

– Ela esta atrás de mim cabeção - Pan e Layla me acenaram ao longe, ambas com cara de sono - Vamos conversar antes que os outros acordem - Nos afastamos e paramos todos perto de um prédio. Não vou lhe narrar o lugar agora, pois estava com muito sono e quase nem olhei ao redor.

– Eu só quero saber o que os dois estavam fazendo com o meu papel - Ela continuava sussurrando, nos encarando bravamente.

– Que papel? - Eu realmente não tinha noção sobre o que ela estava falando.

– O que eu estou fazendo aqui? - Pan estava com os cabelos bagunçados e dava para notar que ela também estava com sono.

– Quando acordei Layla você acordou junto, então achei melhor você vir junto. Para não acordar os outros - Pan rolou os olhos - Enfim, como vocês conseguiram aquele papel?

– Que papel? - Layla também estava confusa. Maysa enfiou a mão em meu bolso e tirou um papel que dava para se ler:

"Na primeira hora a água nos tornaremos;

Na segunda hora assim como o fogo queimaremos;

Na terceira hora como pássaros voaremos;

Na quarta hora a solução destruiremos;

Na quinta hora ao cheiro de sepulcro e com um corpo oco teremos a morte para a contemplação da vida;

Assim a meia-noite chegará e a chave abrirá, e cegante a realidade então a tomara"

Este papel! - Percebi que ela começou a se irritar - Ele não deve ter aparecido misteriosamente em seu bolso!

– Logo que acordei na floresta, ele estava no chão - E esta era verdade, eu realmente tinha visto ele no chão. Na hora achei que fosse alguma pista e não algo pessoal da antiga jogadora.

– Pois fique sabendo que isto não é de seu interesse! - Ela realmente estava irritada, enquanto Pan estava bocejando prostrada ao meu lado.

– Então você estava com a solução do jogo o tempo todo? - Layla pareceu se irritar - Como você tinha a solução do jogo?

– Isto é a solução do jogo? - Maysa estava aumentando a voz, percebi que os outros começaram a se mexer - Subam comigo, quero conversar com vocês em um lugar onde ninguém conseguira nos ouvir. No topo do prédio.

Maysa chutou a porta e conseguiu derruba-la, o prédio por dentro estava todo empoeirado. A recepção era ampla, com três extensos sofás e uma grande mesa com um computador em cima. As paredes eram brancas cheias de teia de aranha, no chão tinha somente um extenso tapete colorido. Layla já estava apertando o botão para chamar o elevador, quando Maysa a interrompeu. "Se eu fosse você não confiaria nos elevadores deste lugar". Então subimos até a sacada, pelas escadas. Depois de subir vários andares, Pan começou a murmurar, minhas pernas já estavam doendo, Maysa corria na frente, parece que aquela garota não se cansa nunca.

– Pode entrar - Ela abriu uma porta de vidro, estávamos no topo do prédio. O céu estava escuro, não tinha amanhecido ainda. Tudo estava um silencio só, um vento gelado corria e a vista era linda. Fui até a beirada do prédio, dava para se ver vários prédios de vários tipos, varias casas, vários lugares, cada um de uma maneira diferente, eu estava em uma gigantesca cidade. A cidade era lotada de prédios espelhados e gigantes, as ruas estavam todas vazias.

– Que lindo! - Layla encarava a cidade e o escuro céu, com apenas algumas nuvens.

– Ainda bem, que gostaram - Maysa estava ao nosso lado, nós três estávamos em pé na beirada de um prédio observando a tranquilidade da manhã - Eu costumava vir aqui com Thiago - Percebi uma tristeza em sua voz. Maysa sentou-se, balançando suas pernas ao vento, eu e Layla fizemos o mesmo. Enquanto Pan se aproximou e ficou deitada ao nosso lado - Thiago era meu namorado - Ela me encarou segurando as lagrimas.

– Mas onde ele esta? - Dentro de meu interior eu já tinha certeza do que tinha acontecido com o garoto, porém mesmo assim perguntei.

– Ele esta morto Voraz. Thiago morreu - Uma lagrima escorreu pelo seu rosto, deslizando vagarosamente, marcando um curto caminho. A lagrima caiu de seu rosto e foi em direção ao solo. Partindo do topo do prédio até o chão. Pairando no ar - Este papel é a única lembrança que tenho dele, a única coisa dele que me restou - Ela cuspia as palavras com muito sofrimento e dor - Eu e Thiago tínhamos uma forte aliança, começamos apenas como parceiros. Ele era inteligente e muito fofo - Ela deixou escapar um leve sorriso, enquanto enxugava as lagrimas - As coisas foram indo e indo. Até que nos beijamos, foi um momento magico! - Seus olhos brilhavam e sua mente vagava para um pensamento passado. Ficamos em silencio, enquanto a garota remoía o passado dentro de seu peito.

– Dias após nosso beijo ele me pediu em namoro, eu aceitei no mesmo momento. Eu era a sua garota! Ele me protegia de todas as pessoas ruins, ele corria na frente destruindo os perigos e eu o seguia. Mesmo dentro deste horrível lugar eu era feliz, ele conseguia me fazer sorrir nos piores momentos e ter vontade de viver - Ela falava e parava momentos após, tudo o que ela dizia tinha um tom de sofrimento indescritível - Até quando eu passei de fase, levantei sorrindo na certeza de que ele estaria ao meu lado. Mas ele não estava. Tinha somente uma enorme poça de sangue e esta folha - Eu queria falar algo, mas as palavras tinham fugido de minha boca.

– Mataram ele porque ele sabia a solução do jogo, de algum modo Thiago sabia como sair do jogo - Layla nos encarava, com seus cabelos jogados ao vento.

– Foi neste prédio, foi exatamente aqui que no beijamos pela primeira vez - Ela começou a chorar muito - As vezes quando acordo ainda consigo sentir seu caloroso abraço, seus braços envolto em meu corpo ou o seu doce beijo. Em meus sonhos consigo ver seu sorriso, em meus sonhos consigo caminhar de mão dadas com ele. Em meus sonhos Thiago ainda esta vivo e nunca morrera - Ficamos todos quietos, enquanto o sol nascia. Iluminando a cidade, dando e brilho e cor as coisas. Fiquei sentado assistindo aquele belo fenômeno, Maysa deu um longo suspiro - In another life,I would make you stay – Suas lagrimas escorriam vagarosamente, enquanto ela cantava suavemente - So I don't have to say– Ela suspirou profundamente e soltou as ultimas palavras -You were the one that got away– O sol tomou conta do céu, três letras enormes e douradas se destacaram na imensidão do céu "D.O.D". A sigla de Do or Die, também tinha um enorme visor que indicava 36h : 00m - Vamos, temos um dia e meio para completar essa fase.

– Antes de descer - Parei bruscamente e virei para trás - Quero que ouça as seguintes palavras Maysa. Traidor. Satélites. Rafael. Donald. David. Chave. Sobreviver. - As palavras que eu tinha escrito na areia. Pan encarava Layla, Eu encarava Layla e Maysa encarava Layla. Aquelas palavras eram somente para ter ficado entre eu e ela, não para o resto do grupo. Porém agora já foi, o resto do grupo já sabia sobre os satélites e agora Pan e Maysa sabiam sobre minhas vagas lembranças.

– Traidor? - Maysa balbuciou, pensativa - Deve ser mentira, quem seria burro de trabalhar para os criadores? Com tudo que eles fazem para nós, com todo o sofrimento, quem teria coragem de ajudar eles? - Layla olhava ao longe. Pan encarava os próprios pés calada. Eu encarava Maysa - Donald e David, Thiago tinha me falado algo sobre isso. Algo sobre estes nomes estarem interligados com o projeto - Ela forçava sua mente para lembrar. Ouvimos um grito agudo - Acho melhor começarmos a fase, principalmente por ter tempo .

Corremos em direção as escadas, para voltar junto ao grupo. Observei um vulto na porta de vidro se distanciando, alguém estava nos espionando e ouvindo toda nossa conversa. Layla apontou para onde o vulto tinha fugido e corremos atrás dele. Maysa foi na frente saltando os degraus e se aproximando cada vez mais do vulto. A misteriosa pessoa virava as escadas, corria o mais rápido possível. Nós avançávamos cada vez mais rápido, naquela estranha perseguição pela escada. Até que o vulto tropeçou e rolou escada abaixo. Chegando na recepção, Alaric estava jogado no chão. Seu nariz sangrava e ele encolhia seu braço mecânico.

– Porque raios você estava nos espiando? - Pan estava com as mão na gola de sua camiseta, o chacoalhando cada vez mais - Fale logo! - Ouvimos outro grito, que parecia ser de Nicolle. Pan lançou fuzilou Alaric com o olhar - Da próxima você não escapa! - A garota jogou ele no chão e corremos para fora. Uma menina de cabelo verde estava estirada no chão, morta, no seu peito tinha uma lança cravada.

– Parece que os outros jogadores não serão amigáveis com nossa equipe - Nicolle tirava sua lança do peito da garota.

– Esta fase é um tanto quanto difícil - Maysa encarou todos - Vamos precisar de armas, agilidade e sangue frio! - Ela foi em direção ao pulso da menina morta e começou a tirar um chip dourado. O mesmo chip da fase do circo.

– Na dica esta escrito - Theo se impôs com um papel na mão - Que precisaremos de quatro chips cada um e uma chave para o grupo - Essa ideia de matar outros competidores não me agrada, afinal são vitimas assim como eu.

– Exatamente - A menina com o pássaro de metal no ombro parecia conhecer e saber tudo - Os chips estão no pulso de cada um e as chaves é dada quando ganhamos um desafio. Atrás da dica tem um mapa, marcando onde podemos ganhar uma chave para o grupo. Eles fazem isso para nos pressionar a fazer alianças, nesta fase vamos lidar mais com vários gru... - Layla estava parada atrás da menina, com o machado na mão. Ela deferiu um golpe, Maysa se chegou no chão e conseguiu desviar.

– Você esta ficando louca? - Maysa estava confusa, todos estávamos confusos. Porque Layla tentou matar a menina? Maysa deu uma rasteira na garota dos olhos cor de âmbar, que ficou no chão com seu machado na mão. Pássaro de Maysa então cresceu até chegar entorno de uns três metros, se tornando um gigantesco abutre, pegou a menina pelos ombros e a arrastou pelo ar.

– O que estão esperando? - Layla estava suada - Corram atrás daquele maldito pássaro! Atirem! - Toda a equipe seguiu o pássaro gigante no céu e os gritos de Maysa por socorro. Os outros jogadores nos encaravam enquanto corríamos entre os gigantescos prédios. O pássaro parou em um gigantesco lugar, cheio de velas, flores murchas, um cemitério!

Na entrada tinham duas gigantescas estatuas, uma em cada ponto e no meio um enorme portão escancarado. O lugar era quieto, o cheiro de sepulcro era evidente, com varias tumbas espalhadas. Bem ao meio do cemitério a ave de metal estava parada, em cima de uma espécie de casa. Suas asas estavam abertas e seus olhos eram vermelhos. A ave soltou um estranho granido e veio em nossa direção, dando um rasante. Abaixei e senti seu corpo metalico, quase encostando em mim. Levantei e vi que ela tinha pego alguém, Layla! Rapidamente corri e me agarrei em uma de suas gigantescas penas. A ave subia cada vez mais, eu estava penso balançando muito e agarrando com apenas uma mão. Escalei a ave e fiquei em sua superfície, tentei enfincar minha espada porém ela era imune. A espada não penetrava em seu corpo biônico, enquanto a ave descia e dava outro rasante. Alaric deu um salto e se pendurou em seu pescoço. A ave voou com muita velocidade, se abriu inteira e nós despencamos em direção ao chão.

Bati minhas costas bruscamente no chão, Alaric e Layla caíram ao meu lado. Percebi que não estávamos no mesmo lugar, ainda era o cemitério só que do lado oposto. A ave parou em pé e com as asas abertas em nossa frente, sua cor era prateada, suas penas eram do meu tamanho, o numero três brilhava em baixo de sua asa direita. "Na terceira hora como pássaros voaremos" Parece que Layla tinha achado o terceiro satélite e ele queria nos matar. Alaric se levantou com o arpão na mão e atirou em direção ao olho da ave, a lança pegou em cheio, bateu e caiu no chão. A ave não teve dano nenhum, Layla se levantou girou com seu machado e cravou no corpo da ave. Que não aconteceu nada, nós três nos encolhemos e se afastamos vagarosamente. A ave se aproximava cada vez mais, com seu tamanho gigantesco e seus olhos vermelhos como rubi.

– Nós vamos morrer - Eu estava apavorado e parecia que isto iria acontecer em breve. Atrás de nós tinha um muro e na nossa frente estava a ave, de três metros de altura, com suas asas abertas. Não tinha para onde correr e não tinha como ferir, a ave se aproximou e consegui sentir seu calor metalico. Naquele momento fiz uma ultima prece.

– Esperem! - Esta era a voz de Maysa, a ave parou lentamente - Eu sei como matar ela! - A ave virou com toda velocidade. Maysa não correu ou coisa do gênero, ela se jogou no chão. A ave parou em sua frente com o bico aberto, expondo um pequeno pedaço de vidro. O gigantesco pássaro de metal foi pega-lá, então arremessei minha espada. Maysa fechou os olhos, assisti minha espada cortando o espaço em nossa frente, chacoalhando no ar, enquanto a ave se abaixava. Naquele momento o tempo tinha parado, enquanto minha espada chegava cada vez mais perto, uma lagrima escorreu na face de Maysa, o animal estava muito perto, minha espada se aproximava cada vez mais.

Uma brisa gelava me cortava, o cheiro de cadáver entupia minhas narinas e com todo meu ser esperava que minha espada chegasse a tempo. Quando o animal foi abocanhar a menina, minha espada entrou em sua garganta, destruindo o pequeno vidro. Todo o corpo da ave ficou vermelho, foi então que ela explodiu. Uma onda de terra avançou em nossa direção, vários túmulos eram jogados até mim. Fechei meus olhos e senti um paredão me arrastar.

A única coisa que sentia era a terra correndo em volta de meu corpo, tentei abrir meus olhos e não consegui ver nada. A sensação era de ser pisado por uma multidão, eu não conseguia nem se quer respirar. A terra parecia não acabar mais, o desespero momentâneo era inexplicável. Até que finalmente aquilo parou, abri os olhos e não vi nada. Comecei a me debater com todas minhas forças, aquilo estava me exigindo muito esforço. Parecia que eu não saia do lugar, até que finalmente consegui respirar novamente. No céu as letras "D.O.D" reluziam, eu estava encima de uma montanha de terra e ossos velhos. Ao longe dava para se ver um enorme buraco da explosão e não consegui ver ninguém ao meu redor.

Até que uma familiar voz soou de dentro de uma enorme tumba, chamando por meu nome. A tumba era como uma pequena casa, alta e extensa o suficiente para caber entorno de oito pessoas. Na frente da pequena casa tinha uma porta de ferro, logo em cima quatro gárgulas com horríveis feições me encaravam. A casa tinha seus pequenos muros pretos, abri com força a pesada porta e entrei. O lugar cheirava mofo e estava todo escuro, comecei ir mais adentro e parecia que estava vazio. Não consegui ver nenhuma janela ou algo do tipo, o cheiro de morte me enojava. Até que atrás de mim uma vela se acendeu, um garoto com uma cicatriz na sobrancelha me encarava.

– Sentiu saudades? - Cold me encarava com um sorriso amedrontadora no rosto, com duas pequenas chaves na mão. Ele trancou a tumba lentamente, comecei me aproximar dele passo pro passo. Cold estendeu a mão e me entregou uma das chaves, entendi o que era para ser feito. Ambos colocamos a chave em uma das mãos e engolimos. Senti o gosto metalico percorrendo minha garganta, seguindo pelo meu corpo. Aquela seria uma luta onde apenas um sairia vivo - Saque sua espada! - O garoto disse com uma voz firme. Saquei minha espada e ele sacou a dele. Dei um grito e corri em sua direção, o garoto fez exatamente o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Tradução daquela fala da Maysa:
"In another life,I would make you stay (Em outra vida, eu faria você ficar) - Suas lagrimas escorriam vagarosamente, enquanto ela cantava suavemente - So I don't have to say (Para não ter que dizer" - Ela suspirou profundamente e soltou as ultimas palavras -You were the one that got away (Você é aquele que foi embora)"
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