–Viollet querida Patrícia amiga da mamãe vai passar o dia conosco, ela vai trazer o filho, lembra-se do Diego. – minha mãe entrou no meu quarto abrindo as cortinas e tagarelando sem parar.

–Que saco mãe, que Diego? – deixei o livro que estava lendo do meu lado na cama.

–Aquele Diego de olhos verdes que você dizia que era seu príncipe encantado quando vocês eram pequenos.

–Ah o gatinho, o que tem ele – fechei os olhos entediada.

–Você não está prestando atenção – ela gritou

–Claro que estou – disse indiferente

–Então o que eu disse? – ela me encarava esperando

–Do Diego mãe – sai da cama indo para o banheiro

–Viollet – ela gritou me fazendo parar – Ele e a mãe vão passar à tarde conosco hoje e você vai ser uma boa anfitriã para Diego

–Eu não, essa parte é sua.

–Vista alguma coisa... – ela me olhou de cima a baixo – Decente e desça para esperá-los. – disse saindo batendo a porta.

Ótimo vou ter que vestir a mascara de boa filha e atuar mais um pouco para as visitas.

O dia estava quente e ao contrário que minha mãe disse vesti um biquíni e desci para a piscina, iria ficar lá o dia inteiro, passei pela sala lentamente para que ninguém me visse, já estava quase chegando à porta para o jardim quando Dona Patrícia me notou.

–Viollet – ela falou alto me assustando

Fiquei parada sem saber como reagir já que ela tinha me visto.

–Oi – me virei rápido abrindo um sorriso alegre para ela.

–Como você cresceu minha querida – ela começou a andar, não tinha como escapar e seu filho não tirava os olhos de mim.

–É né... – a abracei meio envergonhada por estar somente de biquíni.

–Nossa que corpão garota, queria voltar a ter um desse – ela ria pegando na minha cintura – Lembra-se do meu filho Diego – ela me puxou me arrastando mais para sala onde seu filho estava.

“não, não, não. Droga” – Pensei quando vi Diego, ele mordia o lábio tentando fixar os olhos nos meus.

–Ah oi Dy quanto tempo – disse sem graça

–É... Muito... Tempo – ele estava mais envergonhado do que eu pela sua reação a me ver.

–Olha, Viollet me deu uma ideia, porque vocês dois não vão para a piscina enquanto eu e Patrícia conversamos – minha mãe sugeriu sorrindo para nós.

Era só o que me faltava, estava me praguejando mentalmente por ser tão burra que nem percebi quando já estávamos indo para a piscina.

–Então vai nadar assim?- perguntei para o loiro de olhos verdes que não dizia nada.

–Você quer que eu fique pelado? – sorriu maliciosamente para mim

–Ai garoto faz o que você quiser – disse irritada me virando para sair

–Qual é – ele segurou meu braço me puxando colando seu corpo no meu – Não sou mais seu príncipe encantado? – falou ao pé do meu ouvido.

Aquilo me fez arrepiar e ofegar, ele realmente tinha mudado.

–N-não – empurrei ele me soltando

–Mas você continua uma princesa e... – olhou de novo para meu corpo e sorriu – Gostosa.

Parei na borda da piscina olhando para ele, sorri lhe mostrando meu dedo do meio e mergulhei, quem aquele palhaço pensa que é?

Quando voltei à superfície do outro lado da piscina ele estava lá somente de short me olhando, e ainda esse filho da puta era gostoso. Pai me ajude!

–O que foi, gostou? – ele reparou que eu não parava de olhar para seu peito definido em músculos.

–Não – respondi fria saindo de perto dele, antes de mergulhar novamente ele agarrou meu tornozelo me puxando fazendo eu me afogar

–Ei, calma, se afogou? – ele segurou meu rosto

–Não, me deixa tentação – a ultima frase saiu sem querer de minha boca o fazendo rir me encurralando na parede da piscina.

–Para – eu batia minhas mãos tentando jogar água nele para se afastar

Diego chegava cada vez mais perto encaixando seu corpo no meu me deixando tensa, suas mãos agarraram meus pulsos me fazendo parar de jogar água nele.

–Di... – não deu tempo de falar, ele me beijou.

Sua língua explorava minha boca igual sua mão que explorava meu corpo como se aquilo fosse dele.

“isso é errado, é errado” - eu me censurava mentalmente, já estava sem fôlego quando uma imagem de Elliot veio em minha, imediatamente empurrei Diego para longe, estávamos procurando o ar que de repente parecia ter me abandonado.

–Nossa como você beija bem – ele falou levando a mão a boca

Eu estava tremendo, não podia ter feito aquilo, como sou burra.

–Você está branca, está bem? – ele estava voltando para perto de mim

–Não se aproxime – falei brava apontando para ele.

–Ah é mesmo? Você e mais quem vai me impedir? – ele já estava novamente me segurando

–Para Diego eu não posso – tentei afastá-lo

–Ah eu vi mesmo esse anel, não tem como não ver – ele ria – Eu não me importo e seu namorado não está aqui.

–Ma eu me importo seu idiota – consegui desviar dele e sai da água.

–Não adianta fugir Viollet, eu concordo que formamos um belo casal – ele saiu da água também me seguindo.

Essa praga não me deixava em paz.

–Olha aqui seu imbecil não formamos nada bonitinho e você mudou muito desde quando era menor – disse irritada levantando a mão para bater nele.

Ele agarrou meu pulso e novamente me beijou só que dessa vez me segurando para não fugir.

–Olha já estão se entendendo – Patrícia chegou bem naquele momento nos pegando de surpresa.

Paramos de nos beijar pelo susto que ela nos deu.

“Está atrasada, poderia ter chegado a alguns minutos mais cedo e contido seu filho” - Pensei

Fiquei ali parada olhando ela e minha mãe discutindo em como formávamos um casal perfeito e como seria juntar as duas famílias, não queria ouvir nada daquilo, sai correndo de lá para o quarto. Isso não estava acontecendo comigo.

Fechei a porta atrás de mim ofegante pela corrida do jardim até o quarto, me deitei na cama molhando o lençol, eu sabia que não devia ter viajado, mas agora só faltavam alguns dias e eu tinha que sobreviver a eles.

A porta foi aberta rapidamente me fazendo assustar, Diego estava na minha frente.