Renascer - uma nova chance escrita por Mary P


Capítulo 7
Capítulo sete




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RENASCER - UMA NOVA CHANCE

CAPÍTULO SETE

Escurecia. Já passava da hora dos pais recolherem seus filhos e os levarem para casa. Todos já tinham ido, exceto um: Sasuke. A criança brincava distraída com alguns cubos de montar. Ele estava determinado a fazer uma cidade com aqueles brinquedos. Noutro canto da sala Hinata guardava os brinquedos e preparava os materiais que seriam usados no dia seguinte. Estava preocupada por Naruto estar atrasado.

– Papai está demorando hoje– reclamou, deixando os brinquedos e indo para onde Hinata estava.

– A Hokage-sama deve ter inventado algum trabalho extra de última hora. - sorriu para acalmara a criança que parecia aborrecida. - Não se preocupe logo ele chega.

Sasuke não parecia satisfeito, mas voltou para os brinquedos. Hinata sorria ao perceber que ele era tão impaciente quanto Naruto em sua infância. Nesses dois meses em que conviveu com a criança percebera também que, como Naruto, ele tinha uma necessidade constante de receber atenção.

Uma hora se passou. Algo estava seriamente errado. Não era feitio de Naruto se atrasar. Sasuke estava cada vez mais impaciente. E tinha razão, ela própria estava se sentindo inquieta. Estava tarde, provavelmente já passara da hora de Sasuke jantar. A própria Hinata sentia seu estômago se contorcer pedindo comida. Estava decidida a esperara Naruto, mas estava com fome, Sasuke também devia estar. Havia também os funcionários que esperavam para fechar a Academia, não seria justo atrasarem-nos. Tomou uma decisão.

– Sasuke-kun venha aqui...

****

A reunião estendia – se há horas. Naruto estava impaciente. Há muito já dera a hora de buscar Sasuke, mas não podia sair no meio de uma reunião. Desde que Tsunade lhe informara que o prepararia para se seu sucessor vinha lidando com questões importantes da Vila. Mas nunca envolvera em um caso tão delicado como este: uma disputa entre dois clãs por algo banal. Tsunade lhe dissera que era comum este tipo de conflito. Naruto achava um absurdo tal coisa. Os dois clãs disputavam a posse de uma árvore que sobreviera a todas as Guerras Ninjas. Ambos os líderes expuseram os motivos pelo quais deviam ter a posse da referida árvore. Às vezes entraram em vias de se agredirem. Teria que tomar uma decisão que agradaria a todos, mas nenhum parecia disposto a ceder. Irritado com ignorância dos dois líderes Naruto propôs uma solução radical: citou a hipótese de dividir a árvore em duas, de modo que cada um ficaria com uma metade. Os dois homens reagiram como se Naruto tivesse proferido uma blasfêmia contra os deuses. Este também se irritou:

– Se essa árvore é tão importante assim por os dois não contribuem para que ela seja preservada e respeitada, em vez de ficarem brigando entre si, como dois idiotas. Se estiverem realmente interessados em tê-la como patrimônio, partam-na ao meio. Mas se quiserem honrá-la como um símbolo histórico, criem um espaço neutro, realizem festivais em memória da árvore, mas se comportem como pessoas racionais. Existem coisas mais importantes do que a simples posse de uma árvore.

A reclamação de Naruto pareceu ter tirado os homens do sério. Cada vez eles falavam mais depressa e rápido provocando uma dor de cabeça em Naruto.

– Hokage-sama, - se dirigiu a Tsunade - por favor, transforme essa árvore em um símbolo histórico de Konoha. Assim ela será patrimônio de todos em exceção, e atingirá ao objetivo dos dois. Eles ficarão muito satisfeitos em ter sua querida árvore venerada por toda a vila. - ao ver que os dois líderes não estavam concordando se irritou ainda mais. - Quando decidirem me avise. - fez uma pausa. –Se me dão licença tenho um filho esperando por mim.

Saiu deixando os dois líderes discutirem entre si. Andava apressadamente pelos corredores do prédio Hokage quando um oficial o abordou.

– Naruto-sama. – Naruto parou e olhou irritado. – Deixaram esta mensagem para você. É da academia.

– Obrigado. – quando o oficial saiu ele abriu o pergaminho. Era uma mensagem de Hinata. Ela avisava que tinha levado Sasuke para sua casa. Indicou seu endereço para que Naruto pudesse encontra-la.

****

– Prontinho Sasuke- kun, a janta está pronta – Hinata sorriu para o menino - Venha lavar as mãos.

Sasuke a seguiu. Estava contrariado pela demora de Naruto, mas por gostar muito de Hinata foi para casa dela depois de esta o garantir que tinha mandado um recado para Naruto contando onde estaria.

– Está gostoso. – sorriu para Hinata. – É diferente das comidas que o papai prepara – disse se deliciando com seu rámen.

– O que seu papai faz para você?

– Sempre comidas que tenham verduras. É gostoso, mas o rámen é tão diferente. Muito gostoso. O papai nunca fez rámen de porco para mim. Sempre coloca verduras. – Disse indignado.

Hinata deu uma risadinha.

– Naruto- Kun deve estar querendo que você cresça saudável. Mas de vez em quando não faz mal, pode comer tranquilo seu papai não vai ficar bravoIgualzinho ao Naruto-kun.– pensava Hinata ao ver que Sasuke gostava de rámen de porco.

Hinata rapidamente lavou a louça depois que terminaram de jantar. Sasuke brincava na sala enquanto ela terminava seus afazeres. Ouviu um barulho vindo do portão de sua casa. Não sentia a presença de Naruto o que estranho. Quem quer que fosse parecia estar escondendo seu chacra e entrar despercebido em sua casa.

Foi para onde estava Sasuke. Ele brincava tranquilamente. Havia sempre a possibilidade de tentarem sequestrar a criança. Tal como aconteceu com ela. E ao pensar nisso ficou apreensiva. Precisava protegê-lo. Discretamente ativou seu byakugam. Para seu espanto e preocupação era um Hyuuga mascarado que invadia sua casa.

A janela estilhaçou e para proteger Sasuke dos cacos de vido se pôs em sua frente, recebendo o impacto dos cacos da janela que se quebrava.

– Vá embora. - Gritou para o homem que estava a sua frente.

_ Hyuuga Hinata, volte para o clã. – disse em uma voz fria.

– Quem é você? – Estava preocupada, não conseguia ver o rosto do homem e sua vos tinha um dispositivo que impedia sua identificação. Sasuke agarrava sua calça. – Não se aproxime- estava nervosa, mas, apesar de todo o medo que estava sentindo, decidiu lutar e proteger Sasuke. Entrou em posição de luta.

– Você é fraca demais, nunca conseguirá me vencer em uma luta. Não importa o quanto tente. – Fez um selo.

Hinata ficou tensa antes de se curvar no chão em espasmos de dor. A dor era excruciante, mas não gritaria. Não importa o quanto doesse.

– Para!- ouviu a voz de Sasuke- Para está machucando a Tia Hinata – a criança tinha sua cabeça em seu colo

– Sasuke- kun– suspirou baixinho- não se preocupe comigo. Fuja, não deixe machucar você.

– Não seja estúpida Hinata. Você deixou o clã para viver nesse lugar, para cuidar dos filhos dos outros. No clã você teria conforto, não precisaria se sujeitar a este tipo de serviço– falava com desprezo observando a casa simples.

– Não existe nada para mim lá. – Se levantou com dificuldade – Nunca existiu. A minha vida inteira eu vivi numa mentira contada por outra pessoa, e quando descoberto as consequências caíram todas sobre mim. – respirava ruidosamente - Mesmo eu não tendo culpa nenhuma. Você em nenhum momento, você se preocupou comigo. Nunca. Vivi vinte anos de minha vida tentando fazê-lo se orgulhar de mim. Lutei, fiquei forte, mas nunca foi o suficiente. – lágrimas caiam de seus olhos. - Em nenhum momento hesitou em me humilhar na frente de todo o clã. Não teve nem a decência de me contar o que se passava. De me contar que eu não era sua filha. Selou-me e ativou o selo na frente de todos e disse que eu era uma usurpadora. – olhou fixamente para o homem a sua frente. - E ainda espera que eu volte. Para sofrer mais humilhações. Para me deixar estirada no chão debaixo da chuva de novo, sem ter ninguém para me acolher. NUNCA! –Hinata estava descontrolada. – O byakugam está protegido. Não existe nenhum motivo para se preocupar. Já me humilhou bastante, todos já sabem que sou uma bastarda, muitos já não me respeitam por esse fato. Não posso nem entrar em determinados locais agora que não sou mais a primogênita de Hyuuga Hiashi. Você já conseguiu sua vingança. Agora vá embora. Não vou voltar. Não vou deixar de seguir meus sonhos e voltar a ser a fracassada ex - herdeira do clã, não vou continuar sendo humilhada por você a cada vez que cruzar o seu caminho.

Hiashi tirou a máscara que cobria seu rosto e olhou.

– Para uma fracassada você melhorou bastante. Até conseguiu me identificar enquanto usava a mascara– debochava do esforço que a garota fazia para permanecer em pé. Mas não será o suficiente. – pausou enquanto se aproximava- Você sabe que tem culpa sim. Por sua culpa meu irmão morreu. Meu sobrinho morreu para te salvar, por que você é fraca demais para se defender. Eles se sacrificaram porque pensavam que você é minha filha. – olhava com desprezo para uma Hinata ofegante e ferida.

– Você nunca me amou? Nem mesmo quando eu era pequena? – perguntava desiludida. Hinata parecia sentir toda a raiva que o homem que um dia chamou de pai dirigia a ela. Estava desolada. – Você quer que eu volte para quê? Para ativar esse selo todos os dias até eu morrer. Para me manter presa e me torturar? Já não bastam todos os anos em que vivi sendo rejeitada e humilhada? Já não basta a dor que faz sentir? Já não basta ter me torturado? Perfurado alguns de meus órgãos?

– Não! Eu quero que você lembre todos os dias que você...

– Eu tenho as marcas me meu corpo, cicatrizes do que você me fez. Tenho o selo para me lembrar do que realmente sou para você. Mas principalmente, tenho as memórias em minha mente. Eu lembro quando você disse que você não se importaria se eu morresse. – Hinata chorava, ao se lembrar da tortura que sofreu na mão de Hiashi quando ele descobriu que ela não era sua filha. – Me lembro de que não possuo ninguém para cuidar de mim, para me dar apoio. Que não tem ninguém para se importar.

– Eu amo você tia Hinata, e o papai também gosta de você. - Sasuke falava baixinho a ela. Ele estava com medo daquele homem que machucava Hinata e a fazia sofrer. Não entendia sobre o quê eles discutiam, mas sentia que ela estava machucada e sofrendo muito. Não gostava das pessoas que machucavam as outras. – O homem é mal, mal como a Sakura - fazia a comparação em sua mente.

– Você modificou o selo que pôs em mim. Ele não destrói apenas meu cérebro. A cada vez que você o ativa faz com que uma artéria de meu coração se rompe. Eu vou morrer na próxima vez que o ativar. – Hinata via que Hiashi parecia surpreso, com a constatação precisa de Hinata. – Eu fiquei internada quando consegui escapar do clã. Duas vezes em minha vida tive o coração perfurado em uma luta. Várias vezes você ativou o selo. Não vou viver muitos anos mais. Não, se continuar sendo atacada a cada vez que você ou qualquer outro Hyuuga me veem. Já não posso usar chacra como antiga.... –não conseguiu terminar uma onda de tosse a fez se curvar sobre seu corpo. Sangue saia de sua boca assustando Sasuke e Hiashi.

Hinata se contorcia e quando Hiashi fez menção de se aproximar, Sasuke o impediu.

Não. Você não vai machucar tia Hinata mais. Vai embora. – estava parado frente à Hinata que tossia e respirava com dificuldade expelindo sangue no chão da sala.

– Me deixa em paz, por favor. Você já conseguiu o queria. – Hinata apelou, fracamente.

Hiashi a olhava sem saber que decisão tomar. Era óbvio que ela não estava bem e que não mentiu sobre a possibilidade de vir a morrer se tivesse o selo ativado amis uma vez. Ele queria que ela sofresse que sentisse além da dor psicológica uma dor física, tal como Hizashi e Neji. Mas queria que a dela fosse superior e constante. Queria que ela sofresse, tanto quanto ele com a mentira criada pela mãe dela e sua falecida esposa.

Mas percebeu que em algum momento ele passou do limite psicologicamente são. Olhando-a agora, caída lutando para se manter viva e ser feliz entendeu que ela foi muito mais atingida do que ele. Ela sofrera com a mentira da mãe e com as ações dele. Ela em nenhum momento tivera como perceber que era diferente, não se parecia com ele. A mãe se recusara a cuidar dela quando pequena, se recusara a amamenta-la.

Com sua vingança machucou a pessoa mais inocente de toda a trama. Ele devia ter desconfiado quando sua esposa dissera que o bebê era prematuro, embora não parecesse, Hinata sempre fora pequena. Sua consciência doeu. Se deixasse ela podia sufocar e morrer, mas ela e garoto não pareciam querer a ajuda dele, depois de tudo.

Sentiu um chacra se aproximar.

– O Naruto – Kun está chegando... – Hinata disse a Sasuke que a amparava em seu colo. Foram suas ultimas palavras antes de perder a consciência.

Com a possibilidade de ser pego Hiashi fez um jutso e desapareceu. Mas antes deu um ultimo olhar a Hinata. Não mais a incomodaria.

***

Algo está errado – sentia Naruto quando se aproximava da casa de Hinata, podia sentir dois chacras em conflito sendo que o dela estava fraco quase se esvaindo. Apressou-se.

A casa estava silenciosa e uma das janelas quebrada, A luz estava acesa. Bateu mas ninguém atendeu. Resolveu entrar. Assustou-se ao ver Hinata inconsciente com as roupas manchadas de sangue. Sasuke estava com a cabeça de Hinata em seu colo. Chorava.

– Sasuke... – abaixou-se junto ao filho.

_ Papai... Homem mal machucou tia Hinata.

Naruto percebeu o apelo mudo Sasuke. Com cuidado ergueu a moça em seus braços. Pediu Sasuke para segurar-se nele e fez um jutso de teletransporte. Entrou correndo no hospital.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos pelos comentários, logo estarei respondendo.