Renascer - uma nova chance escrita por Mary P


Capítulo 3
Capítulo 3




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RENASCER - UMA NOVA CHANCE

CAPÍTULO TRÊS

Estava frio, muito frio. Mal, era muito mal. Se eu tivesse ficado quietinho ainda estaria no lugar aonde tudo era bem quentinho e gostoso e não nesse lugar onde é frio, e tem uns barulhos assustadores. Não gosto daqui..., eu quero voltar... - choramingava, pois estava assustado e doía se tentasse se mexer. Tentou ficar confortável, mas todas as posições eram incomodas. Não conseguia abrir os olhos, pois a luz os feria.

Aos poucos foi se acostumando, mas uma hora ou outra esbarrava em algo e era incapaz de segurar um gemido de dor. Foi ficando cansado e acabou dormindo. Sonhou que alguém lhe segurava perto do peito e lhe aquecia. A sensação foi boa. Era quase como se fosse real. A pessoa era forte e conversava com ele. Falava palavras que não entendia, mas tinha uma voz forte, bonita, que lhe dava uma sensação de paz, que o fazia se sentir protegido. É muito gostos, quentinho... A melhor sensação que existe. Aconchegou-se bem e finalmente pode descansar.

Um tempo depois escutou a voz novamente. Ouvira-a apenas uma vez e já a amava, e podia perceber que ela falava com amor. Bem diferente da outra voz. Ela não gosta de mim. Diz que eu sou mal. Que eu incomodo. Mas eu não queria incomodar, só queria ter um pouquinho mais de espaço. Mas esta parece me amar tanto, diz que vai cuidar de mim. A lembrança o deixava angustiado, mas a nova voz o acalmava.

***

Tsunade encontrara com Naruto. Não conseguia acreditar no que vira, por que era inacreditável. Sasuke estava vivo e era um bebê. Tinha várias ressalvas para fazer Naruto desistir daquela criança. Mas não podia. Não podia negar nada a Naruto. Então o devia ajudar. Explicou-lhe sobre os cuidados com os bebês. Fez uma lista de coisas que Naruto precisaria comprar para Sasuke. Por fim concordou que ele não devia voltar a Konoha, num primeiro momento, daria a ele uma licença para ficar longe da Vila. Isso garantiria que não fosse considerado um desertor. Também providenciaria algum dinheiro e documentos para Sasuke. Sasuke Uzumaki. O nome soa bem - pensava Tsunade ao ver o carinho cuidado que Naruto dispensava à criança.

Após terem tudo resolvido determinou que Naruto destruísse o pergaminho de Itachi como medida de segurança. Em dois dias Naruto, enviaria um sapo para buscar os documentos e o dinheiro, além de parte de suas coisas. Combinaram também de manterem contato. A cada três meses, Tsunade viria vista-los. Despediu-se. Teria várias coisas a resolver.

Em Konoha, a notícia da morte de Sasuke, foi recebida com alívio. Sakura não reagiu bem. E jurou dar uma surra em Naruto assim que este aparecesse. Também não gostou nadinha quando soube que Naruto passaria uma temporada fora de Konoha.

Alegava que ele estava sendo egoísta. Que não tinha motivos para querer viajar, pois já ficara fora por alguns anos. Sakura realmente consegue ser irritante, é egoísta e não percebe. Pensa somente em seus sentimentos. Naruto tem motivos reais para criar Sasuke fora de Konoha. Analisava Tsunade após a dada a notícia do falecimento de Sasuke. Sua discípula ainda não tinha amadurecido.

***

O choro de Sasuke o assustou, embora Tsunade tivesse lhe deixado várias instruções de como proceder. Sasuke estava envolto em sua capa ainda.

- Sasuke, está querendo tomar um banho? Eu acho que sim. – disse se lembrando de quando eram crianças. Sasuke sempre foi muito limpinho diferente dele que naquela época nunca se importou com suas condições de higiene. Naruto observou que o bebê se acalmou assim que o pegou e começou a conversar com ele.

Seu clone preparou o banho. A água não estava nem muito quente, nem muito fria, conforme instruído por Tsunade. Sasuke soltou um gritinho espantado quando entrou em contato com a água. Por um instante Naruto se preocupou, pensou que tivesse feiro algo errado. Mas logo o bebê estava feliz dando palmadinhas na água e perecia feliz.

- Está gostando, Sasuke? - perguntou com um sorriso no rosto. – Logo, logo eu vou comprar alguns brinquedos para você, e aí sim vai ser divertido. – já estava imaginado como seria divertido os dois brincando. – Papai também vai gostar de tomar banho e de brincar com você.

Colocar a frauda e vestir o macacãozinho que Tsunade lhe comprara tomou-lhe tempo, era difícil vestir uma criança se ela se mexia o tempo todo, ainda mais com todos aqueles botões minúsculos. Mas Sasuke agora estava pronto. Limpinho, cheiroso. Muito bonito – pensava Naruto.

Naruto o alimentou, o fez arrotar – Não foi uma tarefa fácil, estava assustado e suava frio durante o longo processo. Primeiro precisava precisara preparar a mamadeira com uma fórmula especial para recém-nascidos, depois devia esfriá-la, pois se estivesse quente o bebê poderia queimar-se. Na sequencia fazer com Sasuke mamasse calmamente para não engasgar e por fim, depois de terminada a mamadeira fazê-lo arrotar. Bebês recém-nascidos regurgitam e se não arrotarem podem morrer sufocados.

Quando tudo terminou ficou encantado. Sasuke fechou os olhos e adormeceu em seu colo. A forma como as pequenas mãozinhas se fechavam agarrando sua camisa e a cabecinha encostada em seu pescoço, demostravam total confiança. Pareciam realmente pai e filho. Mas somos pai e filho – Naruto pensou. Sasuke fora seu amigo, seu irmão, seu rival, e nos últimos anos se tornara seu inimigo. Dentre tantos títulos e diferentes sentimentos jamais pensou que haveria a possibilidade e vir a ser pai e Sasuke e que se sentisse bem com isso, que esse fosse o verdadeiro vínculo que os ligava- É difícil acreditar que num dia estava lutando contra Sasuke, que devia mata-lo e no outro estava cuidando, amando, se tornara pai de Sasuke. É estranho sentir que Sasuke me pertence, que estamos unidos por esse vínculo.

***

O chalé finalmente ficara pronto. Três meses para realizar os reparos, preparar jutsus que garantiriam a segurança do local. O chalé que Tsunade lhe emprestara ficava nas montanhas. Era um lindo lugar, mas por estar abandonado fora necessário alguns reparos. E Naruto tivera que fazer tudo sozinho. Aproveitara para colocar algumas barreiras e incrementar a mobília do local.

A despensa fora bastecida. Comprara um berço para Sasuke, além de roupas e brinquedos. Comprara também um álbum e uma máquina fotográfica para registrar o crescimento de Sasuke.

Sasuke estava excitado com a mudança. Olhava tudo com os olhos arregalados de curiosidade. Fazia sons engraçados sempre que Naruto lhe mostrava uma coisa nova. Tentava agarrar tudo.

Tudo para ele era novo. As cores, as formas.

- Está vendo Sasuke. Essa é a nossa nova casa. É bem legal. Você vai adorar. – Naruto estava divertido com a euforia de Sasuke, que não parecia em nada com seu ex-companheiro de time. – Olha só o seu quarto. Seus brinquedos já estão aqui – Naruto lhe mostrava seu quarto. Um berço de madeira branca fazia contraste com as paredes azuis claras. A cômoda também branca guardava suas roupas e fraudas. Tinha também uma estante com vários livros de histórias ricamente ilustrados. Sasuke amava quando Naruto lia para ele. O chão era acarpetado, o que possibilitava brincar sem se preocupar com o frio. Naruto também colocara uma poltrona para ler com Sasuke antes de dormir. E havia brinquedos. Muitos brinquedos.

Sasuke logo estendeu as mãozinhas para um coelho de pelúcia. Era seu preferido. Naruto comprara assim que recebera os documentos oficializando sua paternidade sobre Sasuke.

***

A nova casa é muito bonita. Sasuke tem um quarto só dele. Mas gostava mais de quando dormia na cama do papai. Mas o papai falou que eu estou ficando grande. E meninos grandes tem um quarto só para eles.

Meu quarto tem umas cores bonitas. O bercinho é legal dá para segurar e ver tudo em volta. Na cama Sasuke não consegue. Papai colocou todos os brinquedos no quarto novo e brinca no chão todos os dias. Mas a melhor parte é antes de dormir, quando papai conta uma história para Sasuke.

Naruto colocou Sasuke para brincar no berço com o coelhinho e foi arrumar suas coisas. Era incrível como o garoto ficava entretido com aquele brinquedo. Podia ficar tranquilo por alguns minutos. Sasuke normalmente era uma criança calma, mas tinha certa carência de atenção. Provavelmente por causa de seus pais biológicos e Naruto fazia de tudo para compensá-lo. Percebia que Sasuke gostava de sua presença e dedicava parte de seu dia apenas para brincar e contar-lhe histórias. Era gostoso ver o brilho de reconhecimento toda vez que Sasuke o via. Também havia o fato de Naruto ter crescido sozinho. Também gostava de se sentir necessário, amado e forma como Sasuke buscava a ele preenchia um vazio que existia em seu coração. Um vazio causado pela ausência de uma família para amá-lo e poder amar.

***

Em pouco tempo uma rotina foi se estabelecendo. Cuidar de Sasuke era a prioridade de Naruto. Mas graças a suas habilidades shinob, fazia pequenos serviços em casa sem ter de deixar Sasuke. Também estudava. Depois da Guerra percebera que se quisesse ser Hokage deveria melhorar suas habilidades. Não podia agir sempre por instinto. Precisava aprender a raciocinar, aprender diplomacia e ouras artes políticas. Por causa da displicência de sua infância tivera que começar quase do zero, mas agora estava bem adiantado. Estudava a história do mundo shinob, a política das condutas vitoriosas dos chefes das nações. Tentava ver onde seus antecessores erraram para não repetir seus erros. Também estudava justo sua habilidade como shinob crescia a cada dia.

Uma vez ao mês, ia a um vilarejo próximo e reabastecia a despensa. Comprava fraudas e a fórmula especial para Sasuke se alimentar. Às vezes comprava - lhe um brinquedo novo.

Sempre tinha alguém que se admirava de um rapaz tão jovem, cuidar de um bebê. Ainda mais ao constatar que o bebê estava limpo, aquecido e feliz. Sempre que lhe perguntavam Naruto dizia que a mãe falecera no parto. Seria essa história que contaria à Sasuke quando lhe perguntasse por que não tinha uma mãe. Naruto esperava que essa pergunta demorasse vários anos para ser expressa, mas se preparava. Certo dia fez um clone transformou-o na versão feminina de Sasuke e tirou uma foto. Seria aquela foto que mostraria a Sasuke quando este perguntasse por que não tinha mãe. Não gostava de mentir, mas naquele caso era uma necessidade.

***

A chuva estava forte. E o vento batia nas janelas de vidro. O reflexo de relâmpagos formavam sombras nas paredes. Houve um estrondo. A criança acordou assustada.

O barulho é horrível. Tem umas coisas se movendo lá fora. Dá para ver da janela. É muito assustador Parecesse com as histórias de monstros que comem criancinhas malvadas. – Sasuke se lembrou de uma história que Naruto lhe contra certa vez. Agarrava-se nas grades do berço, e se encolhia a cada novo trovão. – Os monstros querem me pegar, mas eu não quero ir. Elas não podem abrir a janela. Não podem levar Sasuke, eu não seu um menino malvado. Papai diz que ama e que eu sou bonzinho..., elas não podem me levar... A tempestade se intensificou, deixando-o apavorado. Sasuke agora chorava baixinho. Quando um galho se desprendeu da árvore e bateu com força na janela Sasuke gritou:

- Dadá... Papá, Papá... Papai... – finalmente conseguiu articular a palavra corretamente. – Papai, papai - gritava desesperado, com o barulho o assustando. Estava desolado –Papai...papai – estava pensando que o pai não escutara e não viria salvá-lo dos monstros que queriam entrar em seu quarto.

***

A tempestade poderá fazer inúmeros estragos - pensava Naruto desanimadamente, pois lhe tomaria bastante tempo consertar tudo. Tempo em que ficaria longe de Sasuke. Pensou ter ouvido a voz de Sasuke.

- Devo estra enganado. Ele ainda não fala. – resmungava, mas resolveu dar uma olhada na criança, que poderia ter acordado com o barulho.

No quarto encontrou Sasuke agarrado nas grades do berço. Ele estava chorando e o chamando baixinho.

- Estou aqui Sasuke. – disse. Acendeu a luz e pegou o filho.- O que aconteceu? – Sasuke lhe agarrava desesperado. Naruto verificou a frauda. Estava limpa. Fora à chuva que o acordara. – Não precisa ficar com medo. É só uma chuva. –tentava acalma-lo. Nesse instante uma rajada de vento fez o galho bater com mais força na janela. Em seguida um clarão e um estrondoso trovão fez Sasuke chorar mais.

Naruto percebeu as sombras o barulho do galho raspando no vidro da janela e os relâmpagos e trovões, era o que estava assustando Sasuke.

Com a criança ainda em seu colo, foi para seu quarto. Lá a chuva não batia na janela.

- O que você acha de dormir com o papai hoje?- percebeu que se continuasse falando logo Sasuke se acalmaria- Sabia que estou muito orgulhoso de você Sasuke? Você falou sua primeira palavra, logo, logo vai estar falando igual gente grande. Você está crescendo muito rápido. – Naruto estava percebendo o quanto Sasuke se desenvolvera em oito meses de vida. – Quando você estiver maior papai vai te ensinar um monte de jogos e nós vamos nos divertir muito. Só nós dois. Você vai ser uma criança muito esperta. - Naruto estava sorrindo se lembrando de sua própria infância onde Sasuke sempre teve vantagem sobre ele. Naquela época não gostava nadinha, mas hoje ficaria muito feliz ao ver que seu filho, e não o colega de time uma vez este não existia mais, era mais inteligente que ele.

Sasuke parou de chorar. Papai está feliz e orgulhoso de Sasuke. Sasuke não é mal. Papai não ficou bravo por Sasuke estar chorando. Ficou feliz por Sasuke estar falando igual á papai. Logo Sasuke vai ser tão grande como o papai. Sasuke ficou entusiasmado e sorriu de volta e logo adormeceu nos braços de seu pai.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos pelos comentários.Até o próximo.