Prometi a mim mesma que era a ultima vez que chorava por alguma coisa sobre minha mãe.

Promessas vazias. Hunf! Claro que eu não conseguiria...

Eu estava sentada na beirada da Torre de Astronomia, cogitando seriamente a possibilidade estatística de morrer de uma maneira rápida e precisa me atirando de lá. Mas era tão egoísta pensar em morrer que eu não me reconhecia.

Enfim, esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida. E eu estava sentindo. Muito.

Pode parecer patético, mas quando você ama alguém, sua ultima intenção é abandoná-lo, a não ser que seja preciso. Foi, e quando eu estava superando: BOOM!

Ela voltou.

E voltou com tudo.

E eu estou aqui, chorando pelo simples fato de não ter ideia se ela voltou por minha causa. E se não for isso, eu sofrerei ainda mais. Caso contrario, ela voltou no pior momento possível.

Fecho os olhos e tento esvaziar a minha mente por dez segundos, o vento frio bate em meu rosto e seca minhas lagrimas. Tudo isso era muito precipitado.

Um minuto se passou... dois... três... dez.

Enfim, resolvi organizar minha vida em dez minutos:

Um dia com Draco.

Amigos.

Hogwarts.

Natal.

Mãe.

Guerra.

E seja o que Merlin quiser.

Olhei para o chão, meus pés estavam balançando no ar. Não sei como eu estava suportando ficar ali, eu odiava altura, mas agora aquilo parecia tão insignificante.

Levantei-me e ajeitei meu uniforme, era agora ou nunca. A escola devia estar um caos, o mundo. Imaginei onde Luna estaria, e deduzi que estivesse no lago negro.

Eu tinha que ir atrás da minha amiga, mas estranhei os corredores. Eu achei que estariam abarrotados de gente, mas não se via nem uma alma viva. Franzi o cenho e me encaminhei para os jardins, ninguém.

Foi então que tudo escureceu.

Um raio cortou o céu, seguido de relâmpagos, os trovoes que se seguiram a partir dai fizeram as estruturas de Hogwarts estremecerem. Um vento fora do normal quase me arrastou. Eu estava assustada, a escola estava vazia. O que raios estava acontecendo?

Antes de me virar totalmente e começar a correr para o castelo vislumbrei algo no céu. Vassouras. E então eu vi, uma caveira verde se formando no céu, de sua boca saia uma cobra. Senti um calafrio sobrenatural, então, comecei a correr.

Luna nunca estaria na Sala Precisa numa hora dessas, ela estaria na Corvinal. Enquanto corria pelos corredores para a Grifinória, pensava em onde estaria Draco numa hora dessas.

Na Sonserina, oras!

Isso não era bom, nem um pouquinho.

Subi as escadas rapidamente e num piscar de olhos o quadro já tinha se aberto. Dei dois passos e parei onde estava.

O Salão Comunal da Grifinória estava impecavelmente vazio.