Desesperada em meio a multidão, com Draco logo atrás de mim segurando minha mão, eu avistei Gina e tentei chegar o mais rápido possível até ela.

– O que aconteceu? – perguntei.

Gina estava se segurando para não chorar.
– Levaram Neville! - ela disse, exasperada.

Fiquei estática. Neville?
– Ne-Neville? – perguntei, incrédula.

– S-Sim. – ela afirmou.

– MAS COMO ASSIM LEVARAM NEVILLE? – explodi.

Gina respirou fundo e continuou.
– Não vemos Neville há quanto tempo, Hermione?

– Não o vejo há dias. – olhei para Draco – Ele tem aparecido nas rondas?

Draco considerou o fato.
– Não. – respondeu.

– Hoje encontramos um bilhete, no meio das coisas que ele deixou no antigo dormitório. Dizendo que... – Gina não conseguiu continuar.

– Dizendo o que, Weasley? – Draco a encorajou.

– Dizendo que eles não estão com paciência de esperar. – Gina disse em meio a soluços.

Meu olhar estava fixo no chão. Levaram Neville. Neville. Sabe-se lá para onde.

Olhei para Gina.
– Mas se levaram Neville... Por que a escola está esse caos? Como um bilhete teve esse poder se eles nem sabem do que se trata? – perguntei, confusa.

– Encontramos outro bilhete. – ela disse e se limitou a isso.

– PELO AMOR DE MERLIN! EXPLIQUE AS COISAS COMPLETAMENTE! – berrei.

Ela suspirou.
– Encontramos o outro perto do lago negro, junto... junto com o corpo de uma das crianças do Terceiro ano. Aparentemente, ela foi esfaqueada, não usaram magia. Uma menina da Grifinória, nem mesmo fecharam seus olhos. – ela parou e olhou para mim – O mais impactante de tudo é que ela tinha olhos castanhos e era extremamente parecida com você, Hermione.

Um arrepio desceu pela minha espinha. Eles mataram uma criança. Levaram Neville.

Uma criança. Uma pequena menina que não tinha culpa de nada, que não sabia de nada, teve a vida tirada. Ela estava sentada sobre seu futuro e de repente o chão se abriu e ela foi engolida, e ela não tinha mais apoio.

– E o que dizia nesse, Gina? – perguntei, mesmo que eu não quisesse ouvir a resposta.

Gina olhou dentro dos meus olhos.
– “Você pode escolher ter um fim melhor.” – ela disse.

Posso escolher ter um fim melhor? Eu prefiro ter esse fim a me unir a pessoas que são covardes a ponto de matar crianças para darem avisos.

Ri cinicamente.
– E como seria esse fim melhor? Uma morte menos dolorosa? – eu disse.

– O que vamos fazer agora? – Gina perguntou, desesperada.

– Aqui não vamos conversar. – Draco começou. – Juntem todo mundo na sala precisa hoje à noite, depois do horário de dormir.

– E o que vamos fazer lá? Esperar para sermos descobertos? Isso não funcionou uma vez. – Gina disse.

Draco a encarou.
– Exatamente. Não funcionou e esperam que a gente procure outro lugar. Eu tenho um plano, só reúnam as pessoas.

Ele me deu um beijo e desceu o corredor as pressas.

Gina olhou pra mim.
– Às vezes seu namorado é assustador. – ela disse.

Olhei-a ignorando o comentário.
– Gina... Onde está a Luna?

Gina me olhou.
– Arrasada. Provavelmente chorando no banheiro da Murta.

– Vamos achá-la. - agarrei o braço da ruiva e descemos o corredor na direção oposta.

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– Seja lá quem fez isso, não fez sozinho. Tem alguém em Hogwarts trabalhando pra ele. – Luna falou, entre soluços.

– Ou alguéns. – eu disse.

– Você acha que ele tem espiões? – Luna perguntou.

– Eu não acho, eu tenho certeza. Assim como a gente tem, ele também tem. – Gina falou.

– E como explodimos esses caras? – Simas perguntou.

– Não vamos explodi-los, Simas. – uma das Patil revirou os olhos.

– Alguns a gente até conhece de longa data. – Harry disse e olhou para Draco e Zabini.

– Sou o informante da Minerva, Potter. Menos. – Draco revirou os olhos.

– Temos uma listinha de quem podem ser os inimigos. Pessoas em que não podemos confiar daqui pra frente. – Zabini disse.

– Mostre, então. – Chang pediu.

Zabini começou:
– Bem, vamos lá: Pansy Parkinson da Sonserina; Astoria Greengras da Sonserina; Thomas Hudson da Corvinal; Gerald Cornell da Sonserina; Candance Cavella da Lufa-Lufa; Marco Glaren da Sonserina e... – Zabini hesitou.

– Mais quem? – perguntei.

Zabini olhou nos meus olhos.

Não acreditei nas palavras que saíram de sua boca.
– Ronald Weasley, da Grifinória.