Malfoy me conduziu ate um local perto das masmorras, ele não esperava que eu entrasse no salão da Sonserina. Ou esperava?

De repente ele parou. Perto de uma estatua de uma águia, tocou o bico da mesma empurrando para baixo, uma porta de madeira apareceu, velha, porém bonita. Ele a empurrou para que eu entrasse primeiro, um gesto de cavalheirismo. Hesitei.

- O que foi? – perguntou.

Eu queria dizer.
Não sei se devo confiar em você.
Mas não saiu.

Minhas pernas apenas ganharam vida própria e entraram no recinto.

Malfoy trancou a porta atrás de mim, e acendeu a luz.
Era um lugar bonito, haviam sofás no canto esquerdo, quadros, era equipado tecnologicamente como um quarto de jogos no canto direito e decorado nos tons da Sonserina.

Virei-me para ele admirada.
- Malfoy, como você tem acesso às coisas trouxas? E como isso – falei apontando para o quarto – esteve dentro de Hogwarts e ninguém sabe?

- É o meu canto. – ele deu de ombro observando o local – Pra onde eu fujo quando quero pensar, obra dos Malfoy’s. – terminou orgulhoso.

- É ótimo.

- Sim. – ele sorriu um pouco.

- Por que estamos aqui? – perguntei.

Ele apontou para o sofá.
- Sente-se.

- Malfoy? – chamei já sentada.

- Ridley quer conversar com você de novo.

Só confirmava o que eu tinha em mente.
- Imaginei.

- Ela vai lhe contar... quem ela é.

- Você sabe? – perguntei esperançosa enquanto ele remexia na pequena cozinha.

- Digamos que sei tanto quanto você.

- Como pode confiar nela?

- Confiando. – ele abriu a geladeira – essa geladeira parece uma piscina, só tem agua. – resmungou.

Ri. Ele virou-se pra mim oferecendo uma lata de refrigerante. Jogou-a e eu a agarrei no ar.
- Obrigada sombra.

Ele fez uma careta ao ver seu novo apelido.
- Denada. – ele apontou para mim com a lata – aguarde pelo seu apelido.

Arqueei as sombrancelhas surpresa.
- Malfoy sendo amigavelmente zuero? Temos um milagre de Jeová?

Ele sorriu divertido.
- Talvez. – ele caminhou ate mim, sentando-se no mesmo sofá. – é como ver você em um lugar como o Rune.

Sorri.
- Você não sabe nem o inicio Malfoy.

Ele ficou surpreso.
- Então conte-me suas aventuras Hermione.

Quando ele me chamava de Hermione era como se estivesse fazendo um enorme esforço para que eu o chamasse de Draco.

O negocio é que eu não chamaria.

Contei a ele sobre as inúmeras vezes que sai de Hogwarts. Sabia que não tinha importância falar, por que ele saíra também. Se ele me ferrasse, iria se ferrar junto.

Malfoy estava surpreso por conhecer essa Granger.
- Deixe-me ver se eu entendi. Você já passou um dia inteiro fora de Hogwarts por que dormiu em um desses Clubs por ai e os gêmeos também e só puderam voltar de noite? E ninguém sentiu falta de vocês?

- É, dar falta deram, o negocio é que eles sabiam onde provavelmente estávamos.

- Hermione. – ele chamou.

Ele estava me olhando intensamente com uma interrogação no meio da testa.
- Quem é você e o que fez com a Granger-Sabe-Tudo?

- Só resolvi aproveitar meu ultimo ano.

- Da maneira politicamente errada.

- Talvez.

- Tem certeza que é isso que você quer? Essa vida?

Suspirei.
- Não sei.

Ele ficou aliviado com a resposta.
- É bom saber que você não tem certeza disso.

- Por que?

- Por que mesmo que seja bom, é momentâneo.

- Já ouvi isso uma vez. – recordei-me de Gina.

- Quem bom.

Resolvi mudar de assunto.
- Onde esta a Black?

- Ela sempre se atrasa. Por que esta preocupada? Minha companhia terrível te atormenta? – ele brincou.

- Pelo contrario. – as palavras saltaram da minha boca.

Era a vez dele de jogar.
- Temos uma evolução aqui, você gosta da minha companhia.

- Não disse isso. – rebati.

- Quis dizer. – ele sorriu.

- Talvez.

Ele sorriu.
- Também gosto da sua companhia Granger.

- Granger? – franzi o cenho.

Ainda sorrindo:
- Quer que eu volte a te chamar de Hermione? Chame-me de Draco e esta tudo certo.

- Não sei se devo.

- Não precisa saber. Só chame. – olhei-o desconfiada. Ele prosseguiu. – ande Granger, é só um nome.

- Por que essa amizade toda?

Ele se aproximou. De novo. Segurou meu queixo como se quisesse que mantivéssemos olhando um nos olhos do outro.
- Por que talvez eu não queira ser seu inimigo.

- Por quê? – saiu como um sussurro, mas ele ouviu pelo silencio da sala.

Ele sorriu timidamente.
- Por que eu gosto de você, muito.

Ele aproximou seus lábios dos meus lentamente. Malfoy estava mesmo dizendo que gosta de mim? Como era possível? E por que eu estava deixando ele me beijar sempre? Eu não tinha mais o autocontrole, não perto dele.

Nossas bocas estavam a milímetros de distancia. Seria o único...

Escutei um pigarro alto.