– Você está terrivelmente ferido... Se eu puder fazer alguma coisa – Uma mulher colocou minha cabeça em seu colo.
– Não me toque – disse com a voz falhando
– Diga... Era você que estava me chamando todo esse tempo?! – perguntou
– Eu posso ouvir... – Vi o rosto de minha velha amiga – Você?!
Aquela mulher tocou em meu rosto gentilmente
– Você... – Fez carinho em meu rosto – Seu olho...
– Perdi a vista para ganhar poderes – Sentei – Não se preocupe. Só de ouvir as vozes eu posso...
– Qual o seu nome?! – perguntou
– Erik.
– Erik... – repetiu
Pude ouvir os movimentos de duas pessoas do conselho mágico.
– Cobra da Nova Oracion Seis, correto?! – Perguntou Lahar.
– Nós já levamos os seus companheiros, então por que você não nos acompanha pacificamente?! – Falou Doranbolt
– O conselho né?! – Falei
– Esperem! Esse homem... – As mãos daquela mulher estavam diferentes – Esse homem...
– Mas o que?! Eles vão resistir?!
“Essa garota parece não ter poderes mágicos...” Pensou Lahar
“Não há o que fazer. Todos que forem aliados da Oracion Seis devem ser presos” Pensou Doranbolt.
Ao ouvir esses pensamentos, tive que tomar alguma atitude é claro, não deixaria aquela mulher, minha velha amiga, ser levada.
– Está bem – Falei para os dois – Vá embora – sussurrei para a moça.
– Mas... – ela gritou – Espere! Era você, não era?! Era você que estava me chamando! Ei!
– Não sei do que está falando – Me doía dizer aquilo.
– Quem é esta garota?!
– Uma companheira sua?! – perguntou Lahar
– Não, nunca a vi – Menti novamente – Parece que estava andando por ai, procurando um amigo...
– Entendo – disse Lahar
– Você está desistindo muito facilmente – Falou Doranbolt.
– Sim, bem... – Me virei para olhar pela ultima vez minha amiga – Mas sabe, é bom ter amigos. Só de saber que você tem um que pode lhe trazer paz.
Fomos caminhando para a prisão.
“Erik... Você me chamou, não foi?! Você pode ouvir minha voz?!” Eu finalmente ouvi sua voz.
Isso aconteceu há três anos, durante a busca do relógio infinito. Ainda estou pagando pelo os meus crimes contra todas as pessoas, mas aquela lembrança era a única coisa que me mantinha feliz naquele lugar.
– Cobra – Doranbolt apareceu – Está na hora.
– De que?! – Perguntei
– O novo conselho quer conversar com você
Fomos até a sala do novo conselho, já que o antigo foi destruído pelos demônios do livro do Zeref. Durante uma longa conversa, eles decidiram me soltar. Saí da prisão, não sei se foi por audácia minha, mas fui até Fairy Tail. Ao chegar lá, não fui recebido como um inimigo.
– Cobra?! – Natsu sorriu – Te soltaram?! Vamos lutar, estou animado.
– Natsu – Erza o puxou pelo pescoço – Deixe-o.
– Erik – Pude ouvir minha velha amiga.
– Kinana – perguntou um homem – Você conhece esse cara?!
– Sim, Mestre Macao – Ela sorriu.
– Então você foi solto, Cobra?! – Makarov apareceu.
– Sim – falei – Paguei pelos meus crimes, e se não for muito, gostaria de entrar para a guilda.
– Claro – Makarov bebeu um pouco de cerveja – Agora temos cinco Dragons Slayers na Fairy Tail, vamos comemorar!
Eu estranhei aquela festa toda só por estar entrando naquela guilda que fiz tanta maldade e tantos membros sofrerem com minha escuridão. Natsu, Gajeel e Erza me trataram como um amigo de anos, como se o que eu tinha feito no passado com eles, não fosse nada.
– Então, você realmente entrou na guilda – Disse Erza.
– É – Mostrei a marca da Guilda da cor roxa, que está localizada no meu pescoço.
– Vejo que encontrou sua luz – Ela pensou na Kinana.
– Sim... – sorri – Eu encontrei finalmente, mas tem algo que quero perguntar...
– Pergunte!
– Eu fiz tantas coisas ruins com você e seus companheiros, por que estão me recebendo assim?!
– Você nos ajudou com o Eclipse, salvando a humanidade daqueles dragões. É digno do perdão da nossa guilda e agora, você é um dos nossos companheiros, todos têm um passado, ele sendo bom ou ruim.
– HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY, COBRA – Natsu gritou – VAMOS LUTAR.
– Natsu – disse à loira que esqueço o nome – Não quebre a guilda.
– Lucy, então vamos fazer alguma missão, você fica toda molenga – Natsu abraçou a loira.
– Esta guilda é meio maluca – sussurrei
– Se ela não fosse não seriamos tão felizes....
– Kinana...
– Erik, estou feliz de você ter entrado para a Fairy Tail – sorriu – Quero conversar com você depois, está bem?!
– Claro...
“Estou ansiosa para perguntar sobre meu passado” Pude ouvir seu pensamento.
– Vai contar para ela?! – Makarov sentou do meu lado.
– Não sei, o que você acha velhote?!
– Todos precisam saber a verdade – Outra loira falou aparecendo do nada.
– Hã?! Quem é ela?! – perguntei assustado.
– Esta é Mavis, a primeira mestra – disse Makarov – Apenas as pessoas com o símbolo da guilda podem vê-la.
– Entendo – ainda estava um pouco assustado por ver aquele fantasma – Então vou contar...
– Está fazendo o certo – A primeira sorriu – certo Terceiro?!
– Certo primeira.
Sai um pouco do saguão da guilda, fui para os arredores da cidade, claro que com uma capa, pois ainda era considerado um criminoso pelas pessoas. Acho que andei tanto que não me dei conta que já era de noite, então sentei perto de uma árvore que fica no centro de uma praça, ouvi um pensamento.
– Como soube que eu estava aqui... Kinana?!
– Não sabia...
– Então, quer saber do seu passado?!
– Sim...
– Por que você acha que eu sei de seu passado?!
– Por que, mesmo estando preso, você me chamou, durante esses três anos...
Ela podia me ouvir, fiquei tão feliz com isso.
– Você era uma cobra chamada Cubellios, uma grande amiga de um rapaz, um dragon slayer de Veneno, um dia, vocês foram separados e você se transformou em humana...
– E esse dragon slayer é você... E por isso perdeu a vista?!
– Sim, como falei no nosso primeiro encontro com você humana, perdi a vista para obter mais poderes.
Ela me abraçou.
– Bem vindo de volta... Meu Erik – Disse entre lágrimas.
– Cubellios... Não, agora você é Kinana... Minha Kinana...
E foi assim, que voltei para minha grande amiga, minha grande companheira. O que restava da escuridão em mim, se foi para sempre, pois a minha luz está do meu lado agora.