Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 28
Assassino Psicótico


Notas iniciais do capítulo

Hey seres humanos que não sabem que os aliens os observam, estão bem? Já vou logo avisando que este capítulo vai ser muito ‘zuero’. E que eu quero dedicar a Emy, que chegou de repente e já está juntinho com a gente. Eu ri tanto com ele, e sei que vocês vão rir tanto quanto eu. É isso pessoas, nos vemos nas notas finais. Cuidado com os aliens.



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A mulher estava sentada na cama ao lado de Ivan, observava minuciosamente todos os detalhes de seu rosto cansado, castigado pelo tempo e as circunstâncias que o trouxeram até ali. A noite já havia chegado a Londres, fora um longo dia. Quando voltou do andar de baixo com o copo cheio do suco milagroso, Ivan ainda não havia acordado, e não ousou acordá-lo, quanto mais descansasse melhor. Quando fechava os olhos e dormia, era como se entrasse em coma por algum tempo e isto preocupava a bruxa. Victoria pensava na incapacidade que tinha de odiá-lo e de como isso era ruim para si. Os gritos no andar de baixo a alarmaram, a fazendo se levantar e ir até o corredor, mas hesitou na escada.

– E você... Seu maldito psicopata! – Victoria recuou com a voz de Azazel e voltou ao quarto, aquela briga não era dela, quando adentrou o quarto encontrou os olhos indiferentes de Ivan a encarando, bem acordados. Eles seguiram o movimento da bruxa até ela se sentar ao lado dele novamente.

– Isso é um suco feito de ervas especiais... Importante para as bruxas. – ela pegou o copo da escrivaninha. –Se o veneno for mesmo à base daquela planta, isto deve suspender o efeito... Exceto é claro que tenha sido exposto por muito tempo.

Ela estendeu o copo para Ivan, que apenas fitou o liquido.

– Você está fraco demais pra contestar. – a sua mão com copo ficou no ar por um tempo até ele a pegar, se rendendo. Ela deu um pequeno sorriso com a cara que ele fez ao primeiro gole, depois ela percebeu que seus olhos estavam em alguém.

Victoria virou cuidadosamente a cabeça para a porta, encontrando Joshua com parte da camisa manchada com sangue, seus olhos eram intimidadores aos de Victoria, mas não para os de Ivan. Para ele era só uma criança rebelde. Joshua sorriu com a tensão que o rosto de Vick tinha estampada e continuou seu caminho até o banheiro.

– Sinto o cheiro do medo saindo de seus poros. – diz Ivan, o sorriso no canto dos lábios. – Está temendo a pessoa errada.

– Ele não é só uma criança rebelde Ivan... – diz como se lesse seus pensamentos. – Quando ele estava com a faca em sua garganta mais cedo, eu via em seus olhos que não ia hesitar em matá-lo se não fosse pela Rebecca. Pensei que já houvesse visto muitos demônios nos seus olhos, mas esse garoto... Ele carrega o suficiente para dez de você.

•••

A manhã chegou como o seu pai em sua porta, uma terrível surpresa, o sol se esgueirando para o alto, mas algumas nuvens trataram de cobrir seu brilho quase tão rapidamente como ele nasceu. E logo estava nublado de novo, como o clima na mansão de Azazel, aquela tensão que dava pra agarrar com as mãos e chutar com os pés. O homem de cabelos bagunçados olhava para o lado de fora em uma fresta da cortina de uma janela na enorme biblioteca que ele estava, o lugar tinha cheiro de poeira, mas ele não se importava por que o lugar o acalmava de certo modo. O sofá em que estava deitado era de um vermelho-sangue e Azazel cheirava a uísque. As mãos em cima da barriga, o corpo de lado, os olhos mais perdidos do que nunca.

– Victoria? – Francis chama a mulher quando entra na cozinha, coça os olhos e se aproxima, sentando-se ao lado da mulher que sorri a ele. – O que faz de pé tão cedo?

– Pode me chamar de Vick. Com tudo que aconteceu ontem, eu não consegui pregar o olho por mais de vinte minutos. E você?

– Também não consegui dormir. – diz, pensando em finalizar por ali, mas toma coragem e recomeça a falar. –Mas por que eu preciso te falar algo e preciso que seja forte.

– Fale de uma vez. – a expressão de Vick se tornou séria enquanto ele procurava as palavras.

– Sua sobrinha Anne... Eu a conhecia.

– Por que não me disse antes? Sabe onde ela está? – diz, eufórica.

– Na verdade sim. – sua expressão era de dor. – Eu morava com ela na Grande Londres...

– Você é o namorado. – Victoria apenas afirmou, prestando atenção em Francis, que assentiu.

– Anne e eu ajudamos Joshua a descobrir sobre a família Powell... Ela também tinha assuntos mal resolvidos com eles. E há cerca de quase um mês atrás... Ela morreu Vick.

Os olhos de Vick apenas piscaram inúmeras vezes antes que ela pudesse se sentir segura a fazer algum movimento.

– Isso não pode ser verdade. – ela começou a balançar a cabeça negativamente várias vezes. Levantou as mãos aos cabelos longos, bagunçando-os. – Não pode ser.

– Vick... – Francis estendeu a mão para o seu ombro. Ela afastou-a bruscamente, os olhos derramando lágrimas raivosas.

– Você devia ter tentado protegê-la. É um vampiro! – gritou em sua face, dando as costas.

– Eu sei. – Francis disse, mas Victoria já estava subindo as escadas de volta para o quarto.

A campainha foi tocada insistentemente às 7 horas da manhã, a mansão estaria um silêncio se não fosse pelo seu barulho irritante ecoando pelos cômodos. Azazel permaneceu onde estava antes da garota tocá-la, as mãos tremiam e a cada toque na campainha ela tinha um espasmo. Sentia que devia segurar-se em algo para não cair a qualquer momento. No andar de cima Victoria abraçava os joelhos em cima da cama e Francis deitara na sua e fitava o teto com veemência. Joshua não dormia, mas mantinha os olhos fechados. Ivan entrara em um daqueles repentinos estados de coma, mas estranhamente ele tinha consciência da campainha tocando e não conseguir esbravejar por aquilo o deixava agoniado, como se não tivesse controle sobre seu corpo.

Levante seu idiota! Acorde! Ele gritava em pensamento.

Rebecca estava com preguiça demais para se levantar, então apenas virou-se para o outro lado para ignorar a campainha até que a pessoa desistisse.

Chester apertou os olhos, incomodado com o som, pôs o travesseiro acima da cabeça inutilmente. Obrigou seu corpo a se levantar da cama confortável, o peito nu, usava apenas a calça de moletom emprestada de Francis quando andou pelo corredor como um zumbi e desceu as escadas indo de encontro à porta. A garota do outro lado da porta pensou em ir embora até que um grito vindo do lado de dentro a fez congelar onde estava.

– É melhor ser importante! – Chester avisou antes de abrir a porta, a lufada de ar frio atingindo seu rosto e corpo, o fazendo arrepiar. – Charlotte? – falou a garota parada de costas para ele.

Ela girou o corpo todo de uma vez e seus olhos se arregalaram, não querendo acreditar no que via. Sua boca ficou seca de repente, os joelhos não estavam mais moles e sim rígidos como uma pedra.

– Charlie? – a chamou pelo apelido, temia que ela tivesse um ataque cardíaco, a garota estava pálida.

– Ai meu Deus... – foi o que conseguiu dizer por fim.

– Mas pode me chamar de Chester. – ele deu um sorriso de lado e foi surpreendido por um abraço de Charlotte que o podia matar sufocado se ele fosse um humano.

– Chester, você está vivo! – falou em seu ouvido e beijou sua bochecha várias vezes. Ela se afastou um pouco para olhar seu rosto, mas não se soltou do abraço. – Não pode ser.

– Ok, também estou feliz em vê-la, mas... Agora pode me soltar. – a menina descolou-se do corpo de Chester, só então se dando conta que ele não usava blusa, o que a fez corar.

– Desculpe. – diz desviando os olhos do peito dele para os olhos que sorriam junto com sua boca. – Achei que nunca veria seu rosto novamente... Que aqueles monstros tivessem te matado.

– Mas eu estou aqui... Vamos, entre. – ele deu passagem para que ela entrasse. – Espere aqui.

Não deu tempo de Charlotte responde-lo, pois praticamente voou escada acima. Ela olhou em volta, contemplando os detalhes da mansão de Azazel.

– Eu esperava pela sua visita... – a garota se virou rapidamente em direção à voz. Não podia ver seu rosto na sombra, mas sabia quem era e não o respondeu. Ele se aproximou vagarosamente e seu rosto belo foi revelado a Charlotte.

– Como sabe que desejo vingança? – questionou.

– Talvez tenha sido apenas um palpite. – ele sorriu ao final da frase. Charlotte sabia que estava mentindo, mas resolveu não questionar mais.

– Acompanhe-me até a sala, temos muito a conversar. – a garota imediatamente olhou para a escada. – Chester se juntará a nós logo.

Ele a guiou até a sala, sentir os olhos dele em suas costas não era algo confortável. Sentou-se no sofá, e Azazel sentou em sua poltrona cruzando a perna em seguida, o queixo apoiado em uma das mãos que por sua vez estava apoiada em uma das pernas. Charlotte tentou se acomodar no sofá de um jeito que se sentisse melhor, mas com os olhos do homem o tempo todo em cima dela era impossível.

– Me chamou aqui apenas para ficar encarando como se eu fosse uma presa? - fala com uma falsa coragem. Azazel sente seu medo de onde está, mas não comenta nada.

– Eu te oferecia uma bebida, mas não quero corromper uma criança.

– Eu não sou uma criança. – entre dentes ela diz.

– Não se preocupe, não pretendo te fazer de presa. – Azazel responde a sua pergunta, seu corpo se dobrando para frente. – Pra derrotar os Powell eu preciso de olhos dentro da mansão... E eu quero que seja os meus.

– Você quer que eu espione? Está louco! – a voz fica esganiçada ao chamá-lo de louco.

– Eu pensei que fosse mais corajosa.

– Posso acabar morta, como... – ela parou no meio da frase.

– Como sua mãe não é? – Azazel completou a frase por ela. – Estou te oferecendo uma chance de ser capaz de se vingar daqueles que mataram sua mãe. Se aceitar a proposta não vai passar a vida toda pensando em como seria ter ficado ao nosso lado quando Carmen e Joel caírem... Para sempre.

Charlotte engoliu em seco.

– Eu aceito. – sua natural alegria e doçura não estavam naquelas palavras. Ela colou a bolsa que estava no colo ao seu corpo e levantou-se. – Como vai ser?

– Dê-me seu celular. – ele estendeu a mão, ela apenas o fitou. – O celular.

Contrariada ela sacou o celular da bolsa e o entregou, os dedos ágeis de Azazel digitaram um número e entregou-o de volta a ela.

Lionel? – pergunta quando ao ver o nome falso que inventara pra encobrir sua identidade nos Contatos de Charlotte.

– O quê? Eu curto Lionel Ritchie. – ele levantou as mãos ao falar. Charlotte revirou os olhos e colocou o celular de volta na bolsa.

– Nós temos um acordo. – estendeu a mão para de Azazel, que a apertou. – Adeus.

– Charlie? Já está indo? Mas tão cedo. – ele a segurou pelos cotovelos quando ela se virou para o corredor.

– Tenho que voltar a mansão antes que sintam minha falta. – explicou. Analisou o rosto de Chester, tentando memorizar todos os detalhes dele e daquele momento. – Até mais?

– Até mais. – ela não o abraçou novamente, apenas seguiu para a porta de entrada. – O que fez com ela? E o que diabos ela veio fazer aqui? – questionou a Azazel, que não havia movido nenhum músculo. Continuava sentado como antes.

– Faz parte do plano. – foi o que ele disse pra justificar.

Rebecca chegou às escadas a tempo de ver o corpo magro de Charlotte sair da casa. Ela franziu o cenho e desceu-as rapidamente, se apressando em direção à sala.

– O que a pequena Charlotte estava fazendo nesta casa? – foi a primeira coisa que disse ao adentrar o cômodo.

– Bom dia pra você também Becca! – ela ignorou, e continuou a encarar Azazel.

– Faz parte do plano. – repetiu o que havia dito a Chester.

Vendo que não conseguiria arrancar mais nada do apanhador, se juntou a Chester no sofá. Todos sentiram a presença de Joshua quando ele chegou à soleira da porta, observando de um jeito sombrio. O olhar mais cortante era direcionado a Azazel, e ele o retribuía.

– Ele está com aquele olhar. – Chester comentou com Rebecca.

– Que olhar? – diz desviando o olhar de Joshua por alguns segundos.

– Aquele olhar de ‘vou te matar enquanto estiver dormindo’. – o comentário fez Rebecca soltar uma risada. Joshua pôs os dois pés na sala e ainda observando Azazel, ele caminha pela sala.

Psycho killer... Fafafafafafafafafafarbetter... – ela cantarolou como trilha sonora para o momento digno de filme de Joshua. Ele a encarou perto da mesa de bebidas, aqueles olhos azuis penetrantes a fuzilando. – Runrunrunrunrunrunaway...

Depois que Rebecca finalizou o momento e Chester conseguiu controlar suas risadas a sala se preencheu com um intenso silêncio.

– Então, o que fazemos agora? – Chester perguntou com os braços cruzados.

– Sentamos e esperamos o plano de Azz dar certo. Mesmo que seja contra a minha vontade.

– O que aconteceu com o plano de atacar Bond girl? – Joshua perguntou de costas para ela.

Rebecca revirou olhos lentamente. A sala foi entregue ao silêncio novamente, só o que se ouvia era o som da madeira queimando na lareira, até que uma Victoria com os olhos marejados e inchados apareceu na sala.

– Meu Deus! – Rebecca exclamou com o estado da mulher.

– Eu preciso de velas. – diz, a voz rouca não parecia pertencer a ela. – Está na hora de devolver as memórias de Ivan.


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Notas finais do capítulo

Eae, riram? Sim né, está muito bom :) Tem tempo que eu queria um capítulo mais descontraído, engraçado. E mesmo com toda essa tensão a Julia foi ninja e conseguiu fazer um capítulo brabo. Ah como eu e a Julia estamos viciadas nessa música. Psycho killer, qu'est ce que c'est. Fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, far better ♫
Ouça -> http://www.youtube.com/watch?v=O52jAYa4Pm8
Ah uma coisa, hoje é a estréia do blog *-*
Clique e veja como está lindo. -> http://pesadeloapresenta.blogspot.com.br/



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