Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 23
Pássaros na gaiola


Notas iniciais do capítulo

Hey! Aqui é a Ju. Nem acredito que consegui terminar esse capitulo hoje. Mas terminei enfim. Quero dedicar esse capítulo a Nicole, que nos deixou uma recomendação linda! Este capítulo é focado no Victoria + Ivan e Ches + Natasha. E como eu disse, é importante. Mas acabou não sendo tão decisivo assim, tive que adiar a bomba para o próximo capítulo! Então, espero que goste, ele é dedicado inteirinho a você! Nos encontramos nas notas finais



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Victoria tomou o ultimo gole de vinho na taça de cristal legitimo enquanto esperava por Ivan em cima de sua cama, as duas malas – uma tinha seus pertencentes e as outras coisas que pertenciam a Ivan - junto ao seu pé. Já tinha bolado todo um plano em sua mente, ao chegar à madrugada eles sairiam da mansão e iriam direto para casa de Azazel no interior de Londres. E seu plano ia até a chegada deles na casa de Azazel, não sabia o que poderia vir a seguir. Você precisa leva-lo daqui, Rick lhe dissera mais cedo... Se você quiser um futuro com ele, ele também lhe disse, mas duvidava muito se existia algum futuro para ela e Ivan em que estivessem juntos.

Ela escutou os passos firmes e característicos de Ivan no corredor, e eles ficaram mais altos à medida que ele se aproximava do quarto. Quando ele abriu a porta ela soltou uma lufada de ar no quarto. Ele a encarou da porta antes de fechá-la e por fim aproximou-se pedindo o porquê de estar ali.

– E por que essas malas? – perguntou fitando as duas malas no chão de linóleo brilhante do quarto.

– Está na hora... – diz a primeira parte, pois sua voz falha. – De voltar para o menino.

– O quê? Que menino? – sua feição é de completa confusão.

– Vai tudo fazer sentido... Eventualmente. – suspirou e levantou pegando em suas mãos. – Eu só preciso que confie em mim. Nós precisamos sair daqui.

– Eu não posso. Tenho uma divida. – dessa vez Victoria bufou indignada.

– Esses vampiros não salvaram sua vida. – lhe jogou na cara de uma vez. – Eu posso te contar tudo, mas você precisa vir comigo.

– Pra onde? – a olhou fundo nos olhos.

– Você verá.

•••

As pernas brancas e torneadas pisaram no concreto esburacado da calçada, a ruiva quase torcera o pé enquanto andava em direção à porta de entrada do prédio. Para as pessoas era um escritório de advocacia, mas isso era só uma fachada. Ela andou pelos corredores agindo naturalmente, cumprimentando pessoas, ela parou no fim de um corredor especifico e mostrou seu crachá para o homem alto e moreno parado a porta. Piscou para ele antes de descer as escadas segurando o café morno do Starbucks e uma caixa de donuts. No ombro tinha sua bolsa da Prada favorita, uma verde água que havia ganhado do pai.

– Natasha! – o guarda mais velho gritou por seu nome quando a viu. Ela deixou o café e os Donuts na mesa com um abajur pequeno iluminando alguns papeis. Ele agradeceu. – 507?

– Sim. – ela disse, ele se virou por um segundo para pegar as chaves. – Acho que eu posso ir sozinha dessa vez. – deu um largo sorriso ao final da frase.

– Não é uma boa ideia. – ele manteve a expressão séria.

– Olhe, se acontecer alguma coisa Chad está logo aqui. – ela apontou para o homem de cabelos loiros que estava parado na parede próxima a eles – Preciso de privacidade.

– Ok. – cedeu lhe entregando as chaves.

– Muito obrigada! – diz e se vira em direção ao corredor mal iluminado, com uma lâmpada a cada cinco celas. Ali jaziam as criaturas que ousaram perturbar a paz dos Powell durante os anos. Eles acham punição mais eficaz que a morte.

Seus saltos agulha batiam no chão com piso molhado devido às goteiras em direção à cela de Chester. Ela olhou uma ultima vez para o corredor escuro antes de abrir a pesada porta de ferro, ao adentrar a cela ela fechou a porta ficando no escuro com Chester. Ao tentar girar seu corpo para ir de encontro a Chester, ela foi surpreendida pelas mãos dele a impedindo de se mover enquanto a segurava pela cintura.

– Você enlouqueceu? – perguntou, a voz trêmula escondida atrás do atrevimento da mulher em perguntar isso para um vampiro. Os lábios de Chester roçaram no pescoço dela. – Eu vim te tirar daqui. Nós precisamos se rápidos. – ele parou no meio do caminho de tirar sangue dela. Se esforçando para se acalmar, ele afastou-se da ruiva.

– Ok. Como faremos isso? - a voz rouca, como se tivesse passado a noite toda gritando.

– O que pretendia fazer comigo? – o encara na luz fraca que entra da janelinha da porta. – Me matar?

– Se não parar de falar agora sua morte vai vir mais cedo. – ameaçou. A mulher enrijeceu em cima dos saltos. Aquela que era tão corajosa sentia medo naquele momento. Lidar com pessoas não é o mesmo que lidar com seres sobrenaturais, ela anotou mentalmente. – Ótimo. Agora fale.

Ao invés de falar ela puxou uma das alças da bolsa enorme e a abriu, tirou de lá uma blusa social, uma calça jeans e um blazer preto. Chester observou intrigado.

– Mary Poppins ruiva... – comentou com um sorriso de lado brincando em seu rosto.

– Cale-se e se vista. – ela empurrou as roupas nas mãos sujas de Chester sem a menor delicadeza. Ele observou as roupas e depois a olhou. – O que foi? Foi o melhor que pude arrumar.

– Ok. Mas você, por favor, pode segurar as roupas? – ele jogou as roupas de volta nas mãos de Natasha, que revira os olhos. Imediatamente ele tira a blusa, Natasha passa os olhos pelo seu abdômen definido minuciosamente e volta os olhos ao rosto do vampiro, que sorri. Logo ele começa a tirar o cinto.

– Eu não preciso assistir ao strip-tease. – diz virando as costas para Chester. O celular da mulher vibra quando ele está pondo o blazer. Era uma mensagem de Wayne, o guarda moreno que ficava a porta no andar de cima.

O pássaro já pode sair da gaiola.

– Está na hora. – guarda o celular na bolsa e de lá tira um pacote de lenços umedecidos e entrega quatro para Chester. – Você está sujo. – empurra a porta de ferro e a fecha depois que o vampiro sai atrás dela.

– Por acaso você não teria um creme hidrante não é? – pergunta com o cenho franzido. Na luz fraca do corredor ela começa a procurar pela bolsa, mas para quando Chester solta uma risada.

– Muito engraçado. – sua expressão era séria. – É o seguinte. Eu vou ficar pra entregar a chave para Bill, assim você terá mais tempo despercebido lá fora. Meu carro está estacionado na esquina. – ela entrega a chave para ele. – Entre e me espere lá.

– O que te faz achar que não vou ir embora sem você? – pergunta segurando a chave.

– Estou confiando em você. – confirma a ele. – Agora vá. Os guardas são meus amigos.

No próximo segundo Chester não está mais lá, ele passa por onde a mesa de Bill fica em sua velocidade vampiresca e logo está no topo da escada abrindo a porta enquanto Natasha anda despreocupadamente pelo corredor. Ele se esgueira pela porta cuidadosamente, seus olhos são surpreendidos pela luz das lâmpadas fluorescentes no corredor, assim que se acostuma com a claridade, olha para o guarda parado junto à porta, como Natasha havia dito. O homem o cumprimentou assentindo com a cabeça, o guarda analisava seu rosto, os olhos estavam fundos e sem vida. Sem se demorar mais a ali, ele segue pelo corredor abotoando os três botões do blazer de tecido e corte elegante.

No caminho para a porta de entrada as pessoas o olhavam desconfiadas de sua presença ali, mas nenhuma delas se arriscou em abordá-lo, nem mesmo os outros guardas, pareciam todos ter sido comprados pela intimidadora Natasha. Ele cruzou a porta de vidro sem problemas e parou por uns instantes para observar a vizinhança perigosa e esquisita sob a noite fria que fazia. Não era a paisagem que imaginava ver ao sair da gaiola. Não teve que dar muitos passos para chegar à esquina, onde Natasha havia dito que deixara seu carro.

Chester sacou as chaves do bolso da calça e apertou o botão para desarmar o alarme, encontrando assim o carro vermelho da ruiva. Ele sorriu e foi até o carro, adentrando-o.

– Aqui está. – Natasha pôs a chave na mão de Bill e deu um sorriso contido. Antes de sair do subsolo do prédio ela deu uma ultima olhada em Chad e piscou brevemente enquanto Bill estava de costas.

Ela saiu do prédio da mesma maneira que entrou, cumprimentando as pessoas no caminho, lançando sorrisos falsos e enfim foi de encontro ao seu carro. Deu duas batidas no vidro e Chester destravou a porta só para dizer a ela:

– Eu dirijo. – ele olhou fundo nos olhos azuis de Natasha. Ela hesitou um pouco e deu a volta para se sentar no banco do carona. Após ela pôr o cinto Chester ainda continua com as mãos em cima da perna despreocupadamente.

– Ok, o que está esperando agora? – fita Chester de perfil. Quando ele se vira veias saltam de seu rosto, os olhos não estão mais castanhos, e sim negros como a cela escura que ele estava minutos atrás. – Ches... – seus lábios não conseguem emitir o nome inteiro do vampiro, por que no segundo seguinte eles estavam rígidos pela atitude de Chester. Que segurava sua nuca com firmeza enquanto cravava os dentes em seu pescoço.

Ele só a soltou quando em seu corpo não havia mais nenhuma gota de sangue quente da mulher, os dentes afiados ainda a vista. Observou o corpo sem vida da ruiva jogado no banco, e com polegar retira a única gota de sangue que escorria pela sua boca. Com o rosto de volta a sua aparência normal, ele segura o volante de maneira firme e dá partida no carro.

•••

O relógio marcava 4 horas da manhã quando Victoria saiu de seu quarto indo em direção ao de Ivan. Ela olhou para os dois antes de entrar no quarto. Na cama Ivan dormia tranquilamente virado para a janela que estava aberta deixando entrar a luz da lua em sua fase cheia. Victoria revirou os olhos antes de balança-lo, o homem murmurou alguns xingamentos em direção a ela antes de acordar.

– Como você pode dormir enquanto estamos em pleno plano de fuga? – questiona indignada enquanto ele se senta na cama.

– Estava à espera que você desistisse desse plano maluco. – ao ouvir isso, Victoria bufa e o puxa pelo braço.

– Vamos, é bom não perdemos tempo... – ele levanta sem muita vontade, mas se veste mesmo assim movido pela curiosidade de saber ao que levaria aquele plano. Enquanto ele se veste ela tira as duas malas debaixo da cama. Entrega uma para Ivan antes de saírem do quarto com cautela. – Rick me deu a chave do carro dele. Está na frente da casa. – sussurrou.

Eles fizeram o resto do trajeto em pleno silencio, afinal, moravam em uma mansão cheia de vampiros. Assistiram os passos tomando cuidado para não fazer barulho. Desceram as escadas com um tapete vermelho cobrindo-a, a porta principal ficava bem de frente para ela. Quando saíram para o quintal Victoria pode soltar o ar que prendia em seu pulmão, pareceu um suspiro de alivio por não encontrar nenhum vampiro lá fora.

Ivan franziu o cenho enquanto desciam as escadas brancas em direção ao carro.

– Rick cuidou deles. – Victoria explicou diante da confusão de Ivan. Ela abriu a porta do carro para Ivan, que se sentou no banco do carona um pouco contrariado, por ele iria dirigindo, mas ele não sabia para onde estava indo.

Antes de entrar no carro Victoria sentiu um olhar sobre ela, e voltou os olhos para a mansão. De uma das janelas do andar de baixo Mary a observava seriamente. Victoria lhe deu um breve aceno antes de enfim adentrar a picape verde. No portão de saída da propriedade dos Petrova havia a necessidade de pôr uma senha, e Victoria não se demorou a digita-la e seu coração parou por um momento quando o portão abriu, revelando o mundo livre da obrigação de cumprir a divida frente a seus olhos.

Respirou fundo na estrada longa para a casa de Azazel. Ligou o rádio e olhou por um momento para Ivan que parecia aéreo com seus pensamentos mirabolantes.


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Notas finais do capítulo

Oi, nos encontramos de novo. Antes de sair não se esqueça de deixar-nos um comentário, se não o Tio Jason vai ir lhe visitar essa noite (: E garanto, circulo de sal não vai funcionar, conselho de uma bruxa. Caso o tio Jason não funcione eu mesma me encarrego de lançar um feitiço para trazer do oculto os fantasmas que assombram essa história. É isso, até o próximo capitulo! E Nicole, você é obrigada a comentar u.u



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