Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 19
Amostra de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Hey, Ju aqui. Bom, primeiro quero comunicar algo a vocês, estamos participando de uma premiação! Se você acha que nossa história merece passar pra proxima fase, vote aqui: http://katfanfics.blogspot.com.br/2013/12/premiacao-fase-1-completa.html
Siga todas as instruções para seu voto ser valido ok? Bom, nos encontramos nas notas finais, onde tem mais uma coisa para comunicar. Boa leitura sweathearts.



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Após falar com Rebecca ao celular ele enfiou o celular no bolso e respirou fundo para controlar sua raiva, apoiou as mãos na escrivaninha perto da porta e fechou os olhos por alguns segundos. Arrastou as mãos pela madeira, arranhando a superfície com as unhas involuntariamente, tinha problemas para controlar sua raiva, isso era nítido em sua personalidade. Abriu os olhos e encarou as lascas de madeira na unha, escondeu as mãos atrás do corpo quando ouviu os passos de Francis na escada, seus cabelos loiros e cacheados estavam bagunçados e coçava os olhos ainda um pouco sonolento. Ele para quando chega ao primeiro andar.

– Bom dia. – diz a Joshua que não responde e depois segue para a cozinha. Joshua estava se dirigindo para o quarto quando Francis voltou ao hall. – Onde está Rebecca e Azazel?

– Nos deixaram para trás. – murmura e sobe as escadas. Quando fecha a porta atrás de si no quarto ele se senta na cama, descansa as mãos em cima das pernas e percebe que as lascas de madeira ainda estão no mesmo lugar. Ele as retira e quando acaba decide sair para caçar, fazia tempo desde a ultima vez que bebeu da veia. Ultimamente estava se alimentando do sangue frio das vitimas de Azazel, sentia falta do sangue quente que saia da veia pulsante de sua vitima.

Ele veste um casaco antes de sair do quarto, não sabe quanto tempo que ficou ali, mas quando sai encontra Francis saindo do banheiro, com os cabelos molhados e com a roupa trocada.

– Aonde vai? – pergunta imediatamente. Joshua se vira e o encara ao dizer.

– Vou caçar. – diz e vira as costas, mas Francis vem atrás dele. O segue enquanto desce as escadas.

– Em plena luz do dia? – pergunta, mas Joshua não o ignora seu questionamento e sai porta afora. – Espere. Eu vou com você. – e fecha a porta atrás de si.

Eles andam lado a lado em silencio por alguns minutos, mas Francis não consegue se privar do dialogo por muito tempo.

– Alguém está de mal humor. – comenta observando a expressão de Joshua. Ele o encara brevemente, e Francis se cala por segundos. – Vai me contar o que aconteceu? – esperou, mas a resposta não veio, então suspirou.

A caminho da cidade havia uma praça pouco movimentada, havia algumas crianças brincando acompanhada de suas mães naquela manhã de sábado. Ao ver aquelas crianças, mais uma vez Francis sentiu vontade de socializar com Joshua, que tinha a mandíbula tensa, o que indicava seu intenso mal humor. Uma pessoa normal não mexeria com ele nesse estado, mas não era qualquer pessoa, era Francis.

– Anne e eu íamos adotar uma criança. Talvez casar antes... – começou, e como não esperava que ele respondesse, enfiou as mãos no casaco, lembrando-se dos momentos com Anne. Ele queria ter matado o caçador com as próprias mãos. – Íamos nos mudar para um lugar mais afastado da cidade e quando a criança tivesse idade, deixaríamos escolher se queria ser como nós.

Joshua não entendeu por que ele estava falando daquilo até que observou a praça e bufou.

– Por que esse desejo idiota que as pessoas têm de ter uma criança? Eu odeio crianças. – para a surpresa de Francis, ele respondeu.

– Mas você já foi uma. – diz o analisando como se fosse um louco.

– Não um tipo comum. Que babam e correm em círculos. – ele estremeceu. – Odeio crianças.

– Você tem sérios problemas meu amigo. – diz reprimindo um riso. – Tem fobia de crianças.

– Não. – diz rapidamente. – Não é fobia. Eu desprezo crianças.

– Mas o que elas fizeram pra você? São só crianças. – ele aponta para a praça. – Olhe como são adoráveis.

Joshua revira os olhos e não olha pra praça novamente. Continua andando, e logo Francis recomeça a andar também.

•••

No banco de trás do carro de Azazel o corpo de uma Rebecca ainda desmaiada balançava, Azazel tentava prestar atenção na estrada, mas seus olhos sempre escapavam para o banco traseiro. Ela respirava tranquilamente, como em um sono tranquilo. Perguntava-se se demoraria para ela despertar, podia ver o furo que a agulha grossa deixou em seu pescoço. O que quer que fosse que ele tivesse injetado nela, paralisou seu metabolismo, impedindo-o de fechar o furo. Ele franziu o cenho ao observar isso, Rebecca se mexeu em um movimento rápido, mas não acordou, parecia estar sonhando.

A grama era verde e bem cuidada, ela sabia que estava deitada sobre a grama mesmo antes de abrir os olhos, pois a sentia roçar em seu corpo. Ela abriu os olhos encontrando um céu nublado, as nuvens negras pareciam carregadas de chuva que estava por vir. Apoiou os cotovelos na grama e levantou seu corpo se sentando, vestia um vestido rosa bebe com camadas. Levantou-se e teve que se equilibrar em cima do salto, só depois disso que percebe que está em um cemitério.

– O que dia... – ela começa, mas não termina, por que vê Anne caminhando até ela, estonteante em sua saia rodada e blusa rosa. – Claro que você está aqui. Quem mais teria escolhido um vestido como esse pra mim? – olhou para o vestido e depois para ela, a esperando falar.

– Eu quero lhe mostrar algo. – ela disse com a expressão séria e começou a andar na direção em que veio. Rebecca a seguiu, elas andaram pelos corredores de túmulos, e lápides brilhantes. Ela parou na frente de um tumulo alto e preto, tinha algumas flores em cima dele.

Rebecca leu o nome e franziu o cenho.

– Nina Fiorucci? Quem é essa? – ela olhou para Anne, buscando uma explicação, a garota suspirou. – Anne.

– É sua mãe. – diz e segura as mãos de Rebecca que solta o ar falhando pela boca. – Eu sinto muito.

– O quê... – respira fundo. – O que aconteceu com ela? E como você a encontrou?

– Eu estava investigando... Ela morreu há uma semana. Câncer. – Rebecca soltou as mãos dela e deu as costas.

– Ai meu Deus. Ela estava em Londres o tempo todo?

– Não. Nós não estamos em Londres querida, estamos em Nova Iorque. – ela se virou para a bruxa, e olhou para todos os lados do cemitério. E só então reconheceu, era o mesmo cemitério em que seus pais foram enterrados. A respiração de Rebecca começou a falhar, e ela se abaixou no chão, encostando-se no tumulo de sua mãe. – Rebecca. – Anne se abaixou para ampará-la.

•••

Joshua largou o corpo sem mais nenhuma gota de sangue no chão molhado do beco enquanto Francis observava com os dentes fincados no pulso de uma ruiva que tremia encostada no muro. Ele passou a mão pela boca na tentativa de limpar o sangue escorrendo pela boca e encarou o loiro que tirou os dentes do pulso da moça que apenas estava enfraquecida, mas bem longe de morrer. Joshua revirou os olhos.

– Por que demora tanto tempo para drená-la? – se aproximou. – Você só alonga mais seu sofrimento... – segurou o rosto da mulher entre as mãos.

– Se tivesse outro jeito... – diz Francis.

– Mas não tem. – Joshua se deu o direito de beber o resto do sangue da mulher. E logo ela estava no chão como a outra. – Vamos. – diz a Francis depois de retirar o isqueiro do bolso e pôr fogo nos dois corpos sem vida. Deu as costas para as mulheres enquanto Francis permaneceu alguns segundos assistindo-os queimar.

Eles andaram de volta a mansão de Azazel em silencio, Joshua conhecia Francis fazia alguns anos e toda vez que matava alguém permanecia calado, provavelmente repetindo o nome da vitima milhares de vezes em sua mente para não esquecer. Quando entraram na propriedade de Azazel perceberam seu carro parado próximo ao de Joshua, o mesmo apressou o passo para entrar logo na casa, e em sua velocidade vampiresca apareceu na sala de estar onde Azazel estava encarando um corpo no sofá.

– Seu apanhador de merda... O que você... – ele parou no meio da frase ao identificar o corpo no sofá. Era Rebecca. – Ela está...

– Rebecca! – Francis passou por ele esbarrando em seu ombro e se agachou próximo ao corpo da mulher. – O que aconteceu com ela? – Joshua soltou o ar pela boca quando pode ouvir a respiração de Rebecca.

– O Dr. Harrison aplicou algum tipo maldito de veneno nela, ela está apagada por horas. – diz Azazel. Joshua que até então estava parado na soleira da porta, adentra a sala de estar e se aproxima do corpo, parando ao lado de Francis.

– Precisamos de uma amostra do sangue dela antes que o veneno deixe seu sistema. – ele se apressou em pegar um copo de vidro perto das bebidas e se abaixou ao lado de Francis, retirou uma faca do bolso.

– O que mais você tem no bolso? Uma bomba? – Francis pergunta. Joshua revira os olhos ignorando sua pergunta.

Ele enterra a faca na mão de Rebecca e a aperta retirando uma boa quantidade de sangue.

– Não está curando. – ele analisou o que Azazel já tinha descoberto e ao olhar pra ele soube disso. Levantou-se e pôs o copo com o sangue em cima da escrivaninha.

– Ela está chorando. – diz Francis e os outros dois observando as lágrimas descendo dos olhos de Rebecca. – Aposto que está tendo um sonho ruim.

Em um movimento só e bem rápido o corpo de Rebecca se ergueu no sofá fazendo Francis se afastar por instinto, ela buscava pelo ar e tinha a mão ensanguentada no pescoço. Os olhos arregalados e as lágrimas não paravam de descer de seu rosto com um leve rubor nas bochechas, quando ela retirou a mão do pescoço sua mão já havia se curado e ela a encarava. Primeiro ela encarou Francis que pôs a mão em cima da dela.

– Está tudo bem. – ele diz em um tom baixo.

Azazel e Joshua estavam em silêncio esperando Rebecca se recuperar. Com a outra mão ela esfregou seu rosto secando as lágrimas que havia derramado.

– Ah meu Deus, aquele filha da mãe me nocauteou com uma seringa. O que diabos tinha naquilo? – pergunta com a voz arrastada.

– Joshua tirou uma amostra de seu sangue para que possamos descobrir. – Azz explicou.

– E os caras que estavam do lado de fora da casa? O que aconteceu?

– Eu dei um jeito neles. – ele sorri de lado.

– Talvez se eu estivesse lá isto não tivesse acontecido. – Joshua comentou. – Vocês ao menos revistaram a casa?

Rebecca e Azazel se entreolharam.

– Claro que não. – Joshua respondeu por eles. – Então o que foram fazer lá? Dar um passeio?

– Calminho aí Soberano Joshua. – Rebecca diz com toda sua coragem. – Eu e Azazel não precisávamos de você lá. – Joshua se aproximou de Rebecca, olhando nos olhos dela.

– Eu não teria tanta certeza tendo em vista que Azazel precisou fugir com você desmaiada no banco de trás. – diz Joshua, calmamente dessa vez. – Nós estamos nisso juntos... Becca.

Não deu tempo de Rebecca se revoltar com o apelido dela voltando outra vez aos lábios de Joshua, pois ele saiu da sala em passos rápidos para o andar de cima. Ela olhou para Francis que tinha uma expressão que não conseguia identificar. Parece uma mistura de tristeza com preocupação.

– Você está chateado comigo também? – pergunta a ele franzindo o cenho.

– De jeito nenhum. Essa briga não é minha. – responde-a. Ele sorri de leve e segura o rosto da morena entre as mãos geladas. – Estou feliz que esteja bem. – beija-lhe a testa e se retira da sala de estar também.

Por fim só restou Azazel e ela na sala, ele olhava em seus olhos e ela fazia o mesmo.

– Ficou preocupado? – conseguiu esboçar um pequeno sorriso no rosto abatido. Teria que guardar sua descoberta consigo mesma por um tempo, pelo menos até ver Chester novamente.

– Nunca. – ele responde quase que com a voz firme, mas esconder a voz atrás do copo de vidro o denunciou, mas Rebecca não comentou nada.

– Você acha que fomos muito duros com o Joshua? – ela pergunta, mas voltou atrás no mesmo instante. – Não, nós precisávamos proteger a missão dele. Sabe-se lá o que iriamos descobrir sobre Ivan.

Azazel permaneceu em silencio.

– Eu vou subir, preciso de um banho. – disse ao se olhar. Levantou-se lentamente para recuperar seu equilíbrio, Azazel hesitou um pouco em ajuda-la, mas ela conseguiu se recompor e andar até a soleira da porta, mas se virou para ele novamente. – Obrigada.

– Pelo quê? – pergunta confuso.

– Por não me deixar pra trás, eu sei que não me queria aqui no primeiro momento. – e se vira tomando o rumo para o quarto, deixando Azazel sozinho com seus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Nos encontramos de novo enfim. Quero comunicar que a partir desse capitulo, irei cumprir uma meta de palavras maior, ao invés de 1.000, vai ser no minimo 2.000! Yey.
Estou me adaptando ainda com essa nova meta, por isso estou postando Domingo e não Sábado. E enfim estou de férias, ou seja, mais tempo para a fiction. Não se esqueça de comentar o capitulo ok? (; Até o proximo.
P.S: Qualquer erro ortográfico pode me avisar.



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