O Impostor.

Como Combinado Michel e Carlos Daniel marcaram um encontro em um restaurante bem reservado...

– Michel! Disse Carlos Daniel se aproximando da mesa onde Michel já o esperava.

– Carlos Daniel, que bom te ver! Disse animado.

– Bom, Não Podia faltar, sua ligação me deixou preocupado! Disse tomando seu lugar na frente de Michel.

– Bebe alguma coisa? perguntou Michel sorrindo.

– Não, Obrigado! Disse o olhando seriamente.

– Acho melhor beber alguma coisa porque o que tenho para te contar não vai ser nada fácil! Aconselhou.

Carlos Daniel levou apenas alguns instantes para erguer a mão chamando o garçom e logo pediu um copo de whisky duplo...

– Antes de qualquer coisa você precisa saber a verdade... Precisa saber o quão injusto foi com a Paulina! Disse Michel o olhando muito seriamente.

– Injusto? Perguntou Carlos Daniel sentindo seu coração acelerar.

– sim... Injusto! Disse Michel confirmando enquanto se apoiava na mesa e abaixava um pouco o tom de voz, já que aquele assunto não era para os ouvidos dos demais. – Paulina Nunca te enganou com o Douglas! Disse sem rodeios.

Carlos Daniel ficou o olhando em silencio por alguns instantes, como poderia acreditar na palavra de Michel se não pode acreditar na palavra da mulher que ama? Perguntava-se confuso.

– Sabia que chegando aqui e lhe dizendo assim você não acreditaria nunca! Disse Michel sorrindo.

– Como posso? Perguntou Carlos Daniel em um tom angustiado.

– e é por isso que tenho alguns vídeos que você precisa assistir! Disse Michel colocando o notebook em cima da mesa e virando para Carlos Daniel que colocou o fone de ouvido já que estavam em um lugar publico.

– Como conseguiu essas imagens? Perguntou Carlos Daniel surpreso ao ver Douglas Maldonado no vídeo.

– Assista e depois explicarei tudo que quiser! Disse enquanto o observava.

Carlos Daniel sentiu seu mundo ruim... “Eu fui atrás da Paulina na Espanha porque sabia que ela estava la com aquele idiota” Dizia Douglas no vídeo. “Foi preciso apenas um Beijo na hora certa para separar aqueles dois” continuava Douglas falando de forma divertida. “Carlos Daniel bracho não merecia a mulher que tinha, nem a deixou explicar... de qualquer forma, ele não acreditaria em uma só palavra que saísse de sua boca” continuava Douglas enquanto ria divertido.

– Não posso ver mais! Disse Carlos Daniel fechando a tela do notebook. - Não preciso ver mais nada... acredito!

Michel não sabia o que dizer... como consolar o homem arrasado que se encontrava em sua frente...

– Paulina tem sofrido muito todos esses meses que estão separado! Disse Michel quebrando o silencio.

– E agora ela vai me odiar para sempre! Carlos Daniel disse olhando para Michel de forma angustiada. – nada que eu faça, não importa quantas vezes eu peça perdão ela nunca vai me perdoar! Completou enquanto em um gesto nervoso passava a mão no cabelo e virava de uma só vez o conteúdo em seu copo.

– Definitivamente você não conhece o enorme coração que tem sua esposa! Disse Michel sorrindo.

–Ex-esposa... O corrigiu enquanto o olhava seriamente. - e ela mudou muito Michel!disse Carlos Daniel em tom amargo. – e eu fui o responsável por essa mudança!

Michel ficou em silencio, afinal Carlos Daniel tinha razão e Michel não diria nada para diminuir uma culpa que ele tinha... afinal sua amiga vinha sofrendo muito esses últimos meses e Carlos Daniel merecia essa culpa...

– Paulina é a melhor pessoa que já conheci em minha vida! Disse Michel depois de um momento de silencio. – ela te ama... apesar de tudo... ela te ama mais que tudo nessa vida! Disse lhe oferecendo um sorriso. – bom, nem tudo eu diria! Disse pensativo enquanto Carlos Daniel o olhava sem entender o que ele queria dizer...

“Será que ela se apaixonou por outro homem?” se perguntava Carlos Daniel enquanto olhava Michel tentando entender o significado de suas palavras. “mas ele disse que ela me ama... ou me amava!” pensava.

– Peça perdão... ela provavelmente não vai te perdoar! Disse olhando Carlos Daniel de forma seria.

– Se sabe que ela não vai me perdoar porque devo pedir perdão? Perguntou sem entender Michel.

– Ela pode não te perdoar nesse momento... mas com o tempo... ela te ama! Concluiu. – a conquiste novamente... já fez isso uma vez é pode fazer novamente, se me lembro bem quando se conheceram não se suportavam! Lembrou divertido.

Carlos Daniel permaneceu em silencio olhando o copo de bebida a sua frente, pensativo... Michel apenas o observava em silencio...

– Como conseguiu que Douglas lhe contasse essas coisa? Perguntou Carlos Daniel finalmente quebrando o silencio e o olhando com curiosidade.

– Da ultima vez que nos encontramos na Inglaterra eu estava saindo de viagem, disse para a Paulina que tive alguns problemas com o trancamento da minha matricula na universidade, na verdade eu estava vindo atrás do Douglas! Explicou calmamente enquanto levava seu copo de whisky à boca e tomava um pouco.

– Porque não disse a verdade a Paulina? Questionou Carlos Daniel. – vocês são tão amigos! Completou.

– acha mesmo que ela permitiria que eu me metesse nesse assunto se soubesse dos meus planos? Perguntou Michel divertido. – já havia algumas semanas que estava em contato com o Douglas sem que ninguém soubesse de nada!

– Tem razão... Paulina jamais permitiria! Disse Carlos Daniel dando um pequeno sorriso irônico, conhecia Paulina bem demais para imaginar como ela reagiria se soubesse das intenções do amigo.

– Bom... vim para o México e assim que cheguei me apresentei para Douglas Maldonado como um investidor multimilionário! Disse sorrindo enquanto se recostava na cadeira com um sorriso convencido no rosto.

– e ele acreditou? Perguntou Carlos Daniel com a sobrancelha erguida.

– bom, ele precisava acreditar! Disse seriamente. – sua empresa esta na ruínas e de repente aparece um investidor, acha mesmo que ele se ligaria a detalhes menos importantes do que minha conta bancaria? Perguntou divertido.

– mas você não tem dinheiro! Rebateu Carlos Daniel o olhando com a testa franzida.

– Uau! Disse Michel rindo. – Não tenho tanto dinheiro como disse que tinha! Disse Michel sorrindo. – mas um dia terei! Brincou.

Carlos Daniel apenas riu... mas logo voltou sua atenção para a narrativa de Michel de como ganhou a confiança de Douglas Maldonado.

– Primeiro tive que convencê-lo de que estava a seu lado, de que era da mesma laia que ele, precisei inventar algumas historia, contem algumas mentiras... dizia pensativo. – bom, foram muitas mentiras pra dizer a verdade, mas era o único modo de fazê-lo confiar em mim, o convenci que tinha muito dinheiro e de que investiria em sua empresa! Disse pensativo. – Não foi fácil... a parte mais fácil foi fingir ser rico... e acredite algumas vezes eu cheguei a pensar que Douglas havia me descoberto... Não sei do que ele seria capaz! Completou sorrindo.

– Douglas é um homem perigoso Michel... você se arriscou muito! Disse Carlos Daniel seriamente. – e nunca poderei te agradecer o suficiente pelo que fez! Completou.

– Faça minha amiga a mulher mais feliz do mundo e estaremos quites! Disse o olhando seriamente.

– se ela me permitir eu a farei feliz! Disse Carlos Daniel pensativo. ´- darei minha vida para fazê-la feliz! Completou com um sorriso de canto.

Carlos Daniel e Michel passaram mais algumas horas conversando... e quando já era noite se despediram e enquanto Carlos Daniel seguia para casa não conseguia tirar de sua mente aquela imagem de Douglas debochando de sua infelicidade e a culpa cortava seu coração.

“Como pude ser tão idiota, meu deus? Como?” se perguntava enquanto esperava que o sinal abrisse... “Perdi a única mulher que amo, por causa de um ciúmes idiota!” completou. Em poucos minutos Carlos Daniel adentrava com seu carro pelos enormes portões da mansão Bracho.

– Boa noite! Disse Carlos Daniel entrando na sala da mansão Bracho onde seu irmão Rodrigo conversava com vovó Piedade.

– Boa noite meu neto! Disse dona Piedade o olhando. – porque essa cara? Perguntou seriamente.

–P-por nada vovó! Disfarçou. – e Paulina? Perguntou ao não encontrá-la reunida ali. – onde esta?

– Não se sentiu bem durante o jantar! Disse Rodrigo.

– o que ela tem? Perguntou demonstrando preocupação.

– Nada demais meu neto... não se preocupe! Disse vovó com um meio sorriso.

– vou vê-la! Disse se dirigindo a porta rapidamente e seguindo direto para o quarto.

Carlos Daniel seguiu com passos largos ate o quarto e teve de parar e ganhar coragem e recuperar o fôlego...

– Rodrigo disse que não se sente bem! Disse quando entrou e a encontrou deitada.

Paulina não o respondeu, apenas voltou seu olhar para ele o olhando com desconfiança...

– precisa de alguma coisa? Perguntou se aproximando enquanto a olhava e sentia seu coração acelerar.

“Como posso dizer a ela que fui um idiota? Depois de todos esses meses...”se perguntava enquanto a encarava.

– Não preciso de nada que venha de você! Rebateu desconfortável com a forma que Carlos Daniel a encarava.

– Paulina eu... dizia, mas deteve-se. – não é o momento! Disse a olhando nos olhos.

Paulina não entendeu, mas preferiu ignorá-lo, estar assim sempre na presença de Carlos Daniel não estava lhe fazendo muito bem e nas ultimas horas vinha sentindo coisas estranhas e temia por seu bebê...

Não podia deixar de pensar que todo os stress, a tensão que estava vivendo estaria prejudicando seu filho...

Carlos Daniel decidiu que o melhor era esperar... não adiantaria em nada entrar em um assunto tão delicado se era bem obvio que paulina não queria nem se quer olhar em sua cara... “e com razão!”pensou enquanto entrava no banho.

Quando saiu notou que Paulina já dormia, mas parecia inquieta... Carlos Daniel aproveitou-se daquele momento e ficou a olhando, ainda mais linda do que a alguns meses atrás,e pensar nisso não pode afastar de sua mente o momento que se recusou a ouvi-la e a expulsou de sua vida.

– Vou conquistar seu perdão! Sussurrou enquanto a olhava. - vamos ser felizes ainda!

Depois de alguns minutos assim, apenas a olhando Carlos Daniel seguiu ate seu gélido e desconfortável sofá e deitou-se demorando um pouco a conseguir dormir devido tudo que havia descoberto.

Carlos Daniel acordou assustado durante a madrugada quando Paulina esbarrou no abajur o derrubando...

–O que ouve?perguntou a Paulina, ainda confuso pelo sono.

–v-volte a dormir! Disse Paulina com um fio de voz enquanto com dificuldade se trocava.

– aonde vai?perguntou a olhando vestida.

–Não é da sua Conta! Disse nervosa evitando olhá-lo para que não visse as lagrimas em seu rosto.

–ainda é de madrugada!Observou se colocando de pé e a olhando sobre a fraca luz do quarto.

–P-por favor, Carlos Daniel... pediu paulina com a voz embargada se mantendo de costas para ele.

– o que você tem paulina? Perguntou se aproximando dela e a virando para que pudesse olhá-la. – porque esta chorando? Aonde vai a essa hora? Perguntou cheio de preocupação.

–Carlos Daniel... dizia, mas antes que pudesse dizer algo que se arrependeria deixou a frase morrer, “ele não merece saber!” pensava enquanto soluçava.

Carlos Daniel já ia questioná-la mais uma vez quando Paulina soltou um gemido de dor e curvou-se em sua frente...

–Paulina! Disse abaixando-se em sua frente. – o que você esta sentindo? Perguntou a olhando com preocupação.

– me leve ao hospital! Pediu em meio a dor.

– O que você esta sentindo? Perguntou enquanto a ajudava a sentar-se na cama e preocupado corria ate o closet pegando apenas um casaco.

–preciso ir para o hospital! Disse Paulina chorando em desespero. – não posso perdê-lo! Dizia entre soluços mais para si mesma do que para qualquer outro.

Carlos Daniel não entendia o que ela queria dizer, mas correu em sua direção para ajudá-la a se levantar para irem a um hospital... mas sentiu seu sangue gelar quando a ajudou a se levantar e ali tinha uma mancha de sangue... paulina ao ver o sangue nos lençóis apenas chorou, chorou colocando a mão em seu ventre, o medo por seu filho a cada instante aumentava... e em meio a um choro desesperado ela desmaiou e antes que seu corpo pudesse atingir o solo Carlos Daniel a segurou em seus braços e a carregou para fora rumo a garagem onde seu carro estava guardado...

– Por favor, meu amor... você não pode morrer!pedia Carlos Daniel enquanto a colocava no banco do passageiro e corria para seu lugar e dava a partida no carro.