Não basta abrir a porta escrita por LWoolf


Capítulo 7
O balanço


Notas iniciais do capítulo

Precisava dar ao Rodrigo a chance de explicar os últimos acontecimentos , vou me arriscar no ponto de vista de um cara apaixonado.

Tenho apenas que decidir se a conversa do próximo capítulo servirá para que os dois apenas se aproximem ou voltem de vez.. Não quero apressar nada, mas eles estão tão perto de ficarem juntos que estou um pouco impaciente.

Espero que me entendam..

Bjos



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POR RODRIGO:

Daqui a uma hora vou encontrar a Manu e convence-la de dar mais uma chance pra mim!

Será que vou conseguir? Será que a Manu vai acreditar em mim, confiar no meu amor?

Meu Deus, eu não consigo viver sem ela, isso não pode ser uma possibilidade!

Quando nosso casamento acabou, no meio de tanta confusão, não percebi o que aconteceu com ela, mas agora, olhando para trás, tenho um medo imenso de ela me cortar da vida dela como daquela vez, eu sei que deve ter sido difícil, mas ela é tão forte que sei que pode acontecer.

Não sei bem se minha abordagem foi a melhor em tentar recuperá-la, mas pensei que a primeira coisa a ser feita era me inserir de novo na vida dela, compartilhar com ela o que nos uniu da primeira vez, aquele senso de família.

Eu sei que forcei um pouco a barra, mas acho que peguei ela tão de surpresa que acabou dando certo.

Estar todos os dias naquela casa, ajudando na cozinha, conversando com a Manu foi ótimo. Como senti falta de dividir minha vida com ela, que no final das contas, foi minha única companheira, alguém que me fazia crescer, ser um homem melhor, um pai melhor... enfim...

Pude dividir com a minha mulher (porque ela é minha mulher!) os meus planos para o nosso futuro – ainda que ela não soubesse que estava pensando na gente – falar com ela sobre o meu trabalho, fazer planos para nossa filha, foi o que me recarregou e espero que ela também tenha visto aqueles momentos como uma coisa boa.

Quando percebi que não tinha conseguido mudar as coisas de fato, que ela ainda estava com aquele mané, me desesperei.

Só de pensar naquele dia que eu fui até a nossa casa e encontrei o tal do Gabriel lá, me enche de raiva.

Eu tinha tudo planejado. Com a desculpa do carro eu iria lá, puxava assunto, convencia ela a jantar comigo, quem sabe me declararia de verdade, daria um empurrãozinho para a nossa volta, de repente poderia até enfraquecer aquele namoro dela...

Mas quando vi a Manu abrindo a porta, senti meu sangue ferver! Ela estava tão atraente, como eu nunca mais tinha visto.

O cabelo bagunçado pelos dedos dela e dele que passaram por lá, o rosto com marcas da barba dele, a boca vermelha de tanto ser beijada, o vestido que estava levemente levantado com botões fora de ordem me deixaram certo que as mãos daquele babaca estiveram no corpo dela e eu não sabia se pulava de uma ponte ou no pescoço do Gabriel.

Se a minha visita não serviu para me aproximar dela, espero que com o constrangimento que eu causei, tenha ao menos prejudicado a noite que ele pensava que teria com a minha esposa.

Depois disso percebi que tinha que fazer mais, o que a Nanda me falou sobre não deixar ela em paz não saía da minha cabeça, até esconder material da Julia eu escondi, só para ter que levar na casa dela depois.

Mas parece que eu consegui pelo menos uma recompensa pelo meu esforço! Foi indescritível o momento em que, sem querer, flagrei a Manu saindo do banho!

Como ela está linda! Sempre foi, claro, mas agora parece que tem alguma coisa a mais, eu nunca quis tanto tê-la em meus braços como naquele momento. Me senti um menino levado, espiando a vizinha gostosa, quando na verdade eu sou um ex-marido apaixonado louco pela mulher gostosa que tanto amo.

Depois que eu levei bronca e praticamente fugi antes que ela pudesse brecar minhas visitas constantes eu até parei para pensar nessa parte do nosso relacionamento.

Cama nunca foi o nosso forte, não que eu não me sentisse atraído pela Manu, claro que depois que eu a percebi, não conseguia entender como não tinha reparado na beleza dela.

Mas era difícil, a gente vivia naquela casa em Gramado, com uma filha pequena e uma avó morando com a gente. Era complicado roubar momentos pra gente.

A gente tinha que se amar baixinho, no meio da noite e sempre com a preocupação de alertar alguém do que a gente tava fazendo, o que era um absurdo, já que poucas vezes consegui levar a Manu para cama antes de casarmos e depois disso ninguém poderia recriminar a gente.

Com o passar do tempo eu consegui romper aquela timidez dela, consegui tocá-la com liberdade e quando estávamos verdadeiramente sozinhos era ainda melhor. Só que no fundo eu sempre tive muito cuidado com a minha mulher, não queria ofendê-la ou assustá-la, afinal, apesar de não ter sido o primeiro homem na vida dela, ela com certeza não tinha experiência antes de ficarmos juntos.

Pensei que quando nos mudássemos para Porto Alegre as coisas iam ficar mais quentes, mas a verdade é que já tínhamos nosso jeito e por mais que eu desejasse a Manu, eu não sentia o descontrole que lembrava sentir quando olhava a Ana antes do acidente.

Para me ensinar, a vida resolveu me pregar uma peça, pois foi apenas quando não tinha mais a Manu que eu voltei a percebê-la.

Lembro quando a Nanda me disse que os caras queriam a Manu na balada, o quanto aquilo me preocupou, quando surgiu o Gabriel nem se fala, mas foi mesmo no momento que eu me libertei da Ana, que depois da cirurgia eu roubava olhares da Manuela que eu lembrei do quanto ela era maravilhosa. Uma companheira maravilhosa, uma mulher maravilhosa!

Não sei o que aconteceu, nem gosto de pensar que o idiota do Gabriel teve alguma parcela de contribuição para isso, mas de uns meses pra cá tenho achado a Manu tão mais mulher.

Os vestidos que eu sempre amei foram perdendo o casaquinho que a escondia, a forma como ela estava andando, falando, até de calça jeans eu vi a Manu nesses tempos, marcando cada curva que eu tanto queria voltar a tocar.

Enfim... além de toda a saudade que eu já estava sentindo, depois de vê-la naquele dia, saindo do banho, eu precisava voltar a ter aquela mulher nos meus braços e provar pra ela que tudo seria diferente, que tudo seria melhor!

Pelo menos agora parece que o caminho finalmente está livre! Claro que preferia mil vezes que ela tivesse terminado com ele do que ter visto o namoro acabar por conta de uma viagem dele.

Mal me contive de tanta alegria quando soube que meu rival iria embora! Abracei a Nanda aos risos, com tanta alegria que ela nem me recriminou.

Já estava pensando como iria abordar a Manu de novo quando aquela maldita foto foi aparecer na coluna social.

Quase quebrei o computador quando vi a legenda “A empresária Manuela Fonseca e o solteiro mais cobiçado do RS Gabriel Figueiredo em despedida de amor de cortar o coração”.

A foto dizia tudo, claro que eles estavam juntos, dava pra ver o quanto aquele beijo tinha promessas e eu não suportei, até o nome dela erraram, afinal, até onde sabia ainda estávamos casados e o último nome dela continuava sendo MACEDO!

Tentei tirar satisfações com a Nanda que de repente criou consciência e disse que preferia não divulgar nada da vida da amiga. Amiga?? Ela era minha irmã, ela me devia lealdade.... Tentei minha filha - cuja inocência era indubitável – que falou o quanto a mãe estava triste, com saudades do namorado.

Aquilo deu um nó na minha cabeça, meu ciúme me consumia e eu só conseguia sentir raiva do idiota que mesmo longe me atormentava.

Como não consegui descontar meu ódio em quem eu queria, acabou sobrando para a Manu, que na nossa nova rotina, teve que aguentar minhas patadas provenientes do ciúme que nem tentava conter.

Claro que ela iria tirar satisfação, já esperava por isso, o que não esperava era despejar nela, de forma totalmente diferente do que planejava, que a amava e que queria ela de volta.

Pelo menos a minha raiva serviu para me tirar dali antes de estragar tudo e agora, depois de pensar nisso o dia inteiro, chegou a hora de pegar o carro e voltar para minha casa, em busca da minha mulher!


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