Rodrigo e Manu estão na cama, exaustos... Ainda ofegante ela descansa a cabeça no peito do marido que brinca com as pontas do cabelo dela enquanto tenta também controlar a respiração.

R: Sério... se o resultado é esse, temos que brigar mais vezes!

Manu levanta a cabeça e olha para o marido: Não fala isso nem de brincadeira Rodrigo, é uma tortura ficar brigada com você e sem contar que a gente não precisa estar fazendo as pazes para ter uma noite boa.

Rodrigo se inclina e beija Manu: Verdade.... você tem razão, mas vamos concordar que hoje batemos alguns recordes... Ele fala com um sorriso presunçoso.

M: Mas você se acha né? Pois saiba que eu tava tentando compensar a nossa interrupção no buffet... ficou me olhando de um jeito que parecia um cachorro sem dono.

Rodrigo cai na risada e levanta um pouco o corpo, girando Manuela para que deitasse na cama enquanto ele estrategicamente cobria ela com seu corpo novamente.

R: Ahhh... então foi pena é? Desculpa, não tive essa impressão... nem no carro, nem no corredor e muito menos aqui na nossa cama.

Manu se esforça para não ficar com vergonha quando lembra da trajetória dos dois até o quarto, mas falha, o que faz Rodrigo rolar de rir até deitar do lado dela.

M: Você é muito besta mesmo.... mas falando sério.... tenho que concordar com você que quase não me reconheci... Há quanto tempo que a gente não transava no carro?

R: Acho que a única vez que você cedeu foi quando ainda morávamos com sua avó, logo depois que casamos, lembra?

M: Nossa é verdade, mas a gente tinha até uma desculpa naquela época né?

R: Como tinha... lembro que fazia um século que a gente não conseguia ficar sozinho, a Julia tava dormindo no nosso quarto e a cota motel já tinha acabado naquele mês.... ou eu te agarrava no carro, ou eu ficava doido!

Dessa vez Manu cai na risada também, lembrando do desconforto dos dois, da própria vergonha daquela época, misturada com o desejo que ia sendo descoberto com o passar do tempo ao lado do Rodrigo.

M: Bom meu marido, agora que somos adultos, que nossa filha não está nem dormindo em casa, poderíamos ter um pouco mais de autocontrole, não acha?

R: Acho que não... eu adorei não ter que esperar chegar em casa para te ter... e depois disso, fiquei chocado com a distância da porta até nosso quarto... imagina se a Julia estivesse em casa e tivesse indo pegar água ou ao banheiro...

M: Imagina que eu ia deixar rolar se a Julia estivesse em casa... nunquinha que eu ia arriscar.

R: Então quando a gente tiver outro filho, vou ter que restabelecer a cota motel? Pelo menos a gente ganha mais agora... dá pra ser mais frequente...

Manu que estava rindo da conversa, murcha visivelmente, e seu silêncio chama a atenção de Rodrigo.

R: O que foi? Falei alguma besteira?

M: Não, imagina, estava pensando só que já ta tarde.

R: Amor, eu te conheço, foi porque falei da gente ter outro filho não é? Calma amor, vai acontecer...

M: Mas tá demorando tanto meu amor.... A médica disse que tínhamos que ter paciência, mas já faz um tempão que suspendi o remédio e desde que voltamos a gente transa praticamente todo dia...

R: Essa é a melhor parte... Rodrigo sorri, mas logo se recompõe quando vê que Manu não curtiu a brincadeira.

Calma amor... eu tô brincando... eu acho que deve ser normal, afinal você tomou remédio por anos.... mas se você está insegura, a gente pode voltar na sua médica, calcular o seu período fértil, essas coisas... Eu viro seu escravo sexual com horário marcado na hora que você quiser.

Manu abre um leve sorriso: Até que a ideia não é ruim... Os dois se beijam com carinho.

M: Acho que eu fiquei assim porque quando estava em Salvador eu estava muito desconfiada... enjoei algumas vezes, ando com muito sono, essas coisas... Mas quando minha menstruação veio, senti que voltei à estaca zero.

R: Amor... você devia dividir essa preocupação comigo, eu estou doido para ser pai de novo, para te ver com nosso filho, mas a gente tem que colocar na mão de Deus e eu te prometo que nós vamos ser muito felizes com qualquer caminho que Ele escolher pra gente.

M: Eu sei, depois do casamento vou marcar uma consulta.

R: Ok! Eu te amo muito.

M: Eu também te amo!

Os dois se beijam de novo, e se preparam para dormir.

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No dia do casamento de Ana, Manu está com Nanda no buffet, dando as últimas instruções para que a festa saia conforme planejado.

No escritório, Nanda está entediada, vendo finalmente Manu entrar e se preparar para ir embora.

N: E aí cunhadinha, podemos ir? Você sabe que vai perder a hora no salão né? Eu não vou pra esse casamento, mas você é madrinha, tem que estar impecável e a minha unha está um lixo!

M: Deixa de ser agoniada que ainda temos muito tempo...

Quando se abaixa para pegar sua bolsa, Manuela sente um mal súbito.

N: Manu, você está legal?

Manuela responde que sim, para logo depois perder os sentidos e cair sobre a poltrona do escritório. Em alguns segundos, depois de Nanda lhe sacudir levemente, ela recobra a consciência.

N: Manu o que aconteceu? O que você está sentindo?

M: Nada Nanda, só foi uma tonteira, já está passando!

N: Como assim, você desmaiou, foi rápido, mas desmaiou. Acho melhor ligar para o Rodrigo.

M: Não precisa Nanda.

N: Como não Manu? Eu tenho que falar pro meu irmão, você tem um dia intenso pela frente, não vou me perdoar se algo te acontece.

M: Calma, sério, eu não ia falar nada, mas a verdade é que eu já senti isso antes e passa... já falei pro Rodrigo que assim que passar o casamento, vou ao médico, não quero preocupa-lo, pelo menos não por hoje.

N: Ok, mas o que você anda sentindo exatamente?

M: Ah, uns enjoos, ando cansada e de vez em quando sinto essas tonteiras quando me levanto muito rápido, ou algo assim.

N: Manu, será que você não está grávida?

M: Eu até cogitei, mas quando estava em Salvador eu menstruei e eu e o Rodrigo, enfim... só retomamos nossa atividade há uma semana, não daria tempo.

N: Mas você tem certeza que foi sua menstruação mesmo? Veio tudo normal?

M: Que pergunta Nanda.... veio menos que o normal, mas pensei que fosse pelo stress de estar lá.

N: Manu, vem comigo ao hospital rapidinho, a Celina disse que ia ficar lá agora de manhã, a gente faz um exame rápido e depois do salão pega o resultado pode ser?

M: Você não ouviu o que eu disse? Eu prometo que na semana que vem eu vou ao médico.

N: Eu ouvi e continuo achando que você está gravida, até onde eu lembro é normal rolar uma fake menstruação no início e você não tem escolha, ou me obedece ou eu ligo pro Rodrigo que vai ser muito pior do que eu,

M: Affff... são poucas as vezes que eu acho vocês dois parecidos.... tudo bem, a gente passa lá, mas eu só vou fazer se for rapidinho, não vou perder minha hora no salão.

N: Então, me dá a chave do carro que eu garanto que vai dar tempo de fazer tudo...

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Horas depois, conforme prometido, Nanda e Manuela, já maquiada e com o cabelo pronto, semi arrumada para o casamento que se daria no fim da tarde, pegam o resultado no hospital.

No carro:

N: E aí, não vai abrir?

M: É que agora eu estou com medo.

N: Medo de ser positivo? Mas você mesma não estava o dia inteiro tentando me convencer que não estava grávida?

M: Estava, mas a ideia me deu uma esperança e acho que vou ficar meio mal se for negativo.

N: Ai Manu, estou arrependida de ter forçado a barra. Se você quiser eu guardo esse exame e te entrego quando você quiser.

M: Imagina Nanda, você estava certa, até mesmo porque se eu não estiver grávida, tenho que descobrir o que são esses sintomas que venho sentindo. Abre pra mim?

Nanda abre com cuidado o envelope e lê o resultado, seu rosto não entrega nada.

M: E então?

N: E então cunhadinha é que você vai ser mãe!

Manu abraça Nanda, com os olhos cheios de lágrima. Nanda que também está chorando tenta controlar as emoções.

N: Melhor a gente se controlar, porque eu até consigo consertar uma maquiagem meio borrada, mas lavada por lágrimas já é difícil.

Manu enxuga com cuidado o resultado de seu choro feliz e se olha no espelho, certificando-se que continuava apresentável.

M: Ai Nanda, eu estou tão feliz, mal posso esperar para contar pro seu irmão

N: Então eu vou logo te deixar em casa.

M: Não, esqueceu que vou me arrumar na casa da Ana com a Julia? Só vou vê-lo no casamento e quero encontrar um momento perfeito para contar.

N: Eu estou muito feliz por vocês!!!

As duas se abraçam de novo e Nanda sai com o carro, dando seguimento aos planos do dia!

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O casamento de Ana e Lucio foi emocionante, todos estavam visivelmente felizes, nem mesmo a presença de Eva conseguiu atrapalhar o brilho do evento.

Já no fim, quando apenas os mais íntimos estavam, Ana e Lucio se despediram e partiram para o quarto do hotel onde estavam, visto que só viajariam no dia seguinte.

Julia e Thiago estão nas últimas brincadeiras, sob o olhar atento de Lourenço e Celina (que pisca disfarçadamente para Manu).

Manuela e Rodrigo eram os únicos que dançavam, ao som da música baixinha que tocava enquanto a equipe do buffet desmontava a festa.

R: Você está sempre linda, mas hoje.... uau!

M: Está querendo garantir sua noite é?

R: Ela não está garantida não? Do jeito que a Julia está correndo de um lado pro outro ela vai desmaiar quando chegar em casa e eu – ele encosta a boca no ouvido dela – vou até poder te fazer gritar.

Manu se arrepia com a sugestão: Você anda muito metido mesmo! Acho que vou te colocar uns dias na geladeira de novo pra ver se esse ego fica menor.

R: Não faz assim amor! É impossível um homem não ficar metido quando tem uma mulher como você!

M: Ok... acho que você se salvou com essa.

Os dois riem e Rodrigo para um pouco a dança e olha fundo nos olhos de Manuela.

R: Eu nunca pensei que a vida pudesse ser tão perfeita, que fosse possível ser tão feliz! Meu coração dá saltos quando eu vejo você e nossa filha! Eu amo muito vocês, com tudo que eu tenho.

Os dois se beijam levemente.

M: Será que seu coração consegue abrir espaço para mais amor?

Rodrigo olha confuso para Manuela.

M: Eu sei que eu te disse que ainda não tinha acontecido, mas hoje eu me senti um pouco mal e desmaiei...

Rodrigo fica logo preocupado: Como assim? Que horas? Porque não me ligou.

Manuela o beija na tentativa de interrompe-lo e acalma-lo, o que funciona.

M: Calma, está tudo bem, acabei fazendo um exame rápido com a Celina e ... Rodrigo, meu amor, acho que vamos ser ainda mais felizes...

Eu estou grávida... nós vamos ter um filho.

Rodrigo fica imóvel, encara Manuela com os olhos azuis cheios de lágrima, até que abre o sorriso mais lindo que Manuela já viu.

Ele levanta a esposa em um abraço forte e assim que seus pés encostam no chão ele a beija, tentando transmitir todo o amor e felicidade que está sentindo.

R: Manuela, amor, meu amor, você acabou de me fazer o homem mais feliz do universo!

Os dois se beijam de novo até serem interrompidos por Julia.

J: Mamãe, papai, vocês não podem namorar em casa? Eu estou cansada...

Rodrigo ri e responde: Claro que sim minha princesa... Ele carrega Julia e com o outro braço envolve a cintura de Manuela, percebendo que finalmente está com sua família completa!