Vidas Em Guerra - O Falcão e o Lobo escrita por A Granger


Capítulo 19
Continuando a viver – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Capítulo sem revisão, me desculpem por isso.

Esse e o próximo serão meio que introdutórios pras mudanças que vão acontecer de uma forma muito brusca até eu diria.......estou tentando amenizar o máximo isso na narração.
Espero que gostem



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POV Narradora

– Entre Lord Hawkey – disse a voz firme da Rainha Elizabeth.

– Boa tarde, Majestade – cumprimentou Eliot fazendo uma reverencia – Vim assim que recebi sua convocação. Do que se trata para que eu precisasse ser chamado? – ele pergunta se aproximando e sentando numa das cadeiras de frente à mesa de mogno do escritório da rainha.

– Tenho certas coisas à cumprir. Certos pedidos feitos que devem ser realizados agora – falou Elizabeth retirando de uma gaveta dois envelopes, um deles estendeu diretamente à Eliot – Essa correspondência foi deixada aos meus cuidados. Agora, infelizmente, eu terei de entrega-las.

Eliot pegou o envelope e viu i “H” desenhado sobre a cera. Ele soube nesse momento que aquilo havia sido escrito por Sarah. Elizabeth apenas aguardou quando notou que ele começava a abrir o envelope. Depois de ler o próprio nome escrito Eliot simplesmente precisou abrir; ele tinha que saber imediatamente o que a filha havia deixado para ele. Por isso não se importou com a presença da rainha e começou a ler. Dentro do envelope havia uma carta.

~~~~~~~~

À Eliot Hawkey

Eu sinto muito se você estiver lendo isso meu pai, porque se estiver significa que eu não voltei. Saiba que eu estava preparada para essa possibilidade. Eu já estava pronta para aceitar a minha derrota para a morte quando ela viesse pra mim, eu escapei dela por pouco muitas vezes, tantas que já a considero uma velha amiga. Mas se eu não voltei, ao menos acredite quando digo que lutei até minhas ultimas forças para retornar.

Mas vamos à parte complicada da coisa, não é? Se eu não voltei, então as coisas devem estar muito complicadas agora. John.....eu não consigo imaginar como ele estará, porque sei que isso dependerá de como tudo aconteceu. Mas ele não me preocupa, é um adulto e terá que saber lidar com a perda, assim como já lidou antes. Tommy já é praticamente um homem feito, saiba que me orgulho desse rapaz como se fosse mesmo meu filho. Ele precisará de apoio, já lidou com a perda de uma mãe quando era novo demais e agora perdeu outra; será um golpe muito forte pra ele.

Aria é que é a minha preocupação meu pai. Ela é mais Hawkey do que nós dois juntos e você vai notar isso quando puder conviver com ela por alguns dias. O que me preocupa é que ela se fecha. Ela não vai permitir que a sua dor saia e seja vista, eu conheço bem a minha filha para ter a certeza disso. Tommy pode ajudar um pouco, eles sempre foram muito ligados um ao outro; apesar de não serem realmente irmãos, para eles é o que são. No entanto, acho que quem mais entende e sabe lidar com a minha pequena guerreira é o Príncipe Rendon. O tempo que eles passaram juntos quando tive que manda-los para fugirem dos assassinos que estavam atrás dele pode ter sido um tempo muito reduzido, mas acredito que muita coisa aconteceu com eles e os dois passaram a ser muito próximos. Eles se entendem e penso que é ele quem mais vai poder compreender e ajudar Aria nesse momento. Isso é, quando ela se permitir ser ajudada.

De toda forma meu pai, eu tenho alguns pedidos a fazer á você. O primeiro deles é: garanta que John se recupere, ele vai ficar abalado, mas precisa e recuperar. Ele é um grande comandante e existem homens que precisam da liderança dele na guerra. O segundo pedido é quanto ao meu menino: termine o treino de Tommy com o arco, ele é um arqueiro com grande potencial, mas faça-o ser ao menos mediano com a espada para que não dependa unicamente de suas flechas. Sei que isso vai requerer que o senhor mude um pouco sua rotina, mas.....se aceitar meu terceiro pedido acredito que terá de se mudar.

Meu terceiro pedido é que treine Aria, como me treinou, mas de uma forma ainda mais rígida e longa. Sei que ela irá suportar o treinamento, ela é forte e determinada e, o mais importante, ela quer aprender. O Livro dos Hawkeys estará entre as minhas coisas que ficaram quando eu viajei, entregue-o à ela. Acredito que já esteja pronta para lê-lo e entende-lo. Mas aviso-lhe que ela aprenderá rápido, muito rápido. Por isso sugiro que lhe faça as seguintes exigências para quando começarem:

1- Enquanto a treinar ela não deve discutir, nem contrariar, nem questionar nenhuma de suas ordens ou motivos (coisa que acredito que o senhor faria de qualquer forma, como vez comigo, mas a obrigue a jurar que será assim);

2- Enquanto estiver sendo treinada ela não deve, nem pode, se envolver em conflitos com quem quer que seja, lembre-a de que ela deve se dedicar aos treinos ao invés de ouvir e aceitar provocações que eu acredito que existirão, mas sei que Elizabeth vai tentar fazer com que elas sejam menores em respeito a mim;

3- E por ultimo: quando ela começar a ver que está num nível superior ao da maioria ela vai acreditar que já está completamente treinada, o que acredito que não vai ser a realidade ainda, então diga a ela antes de começarem que, por uma exigência minha, ela terá de fazer duelos regulares com oponentes escolhidos por você e que só terá terminado seu treinamento quando conseguir vencer 200 duelos seguidos. Eu sei que isso parece muito, mas ela só tem 10 anos e, como eu disse, ela vai aprender rápido. Não quero que ela se sinta pronta muito cedo.

Antes de acabar essa carta e me despedir, quero ainda contar algo a você pai. Antes mesmo de eu confirmar que estava esperando Aria eu conheci uma velha mulher. Ela soube que eu carregava uma criança antes mesmo de eu mesma ter a certeza disso. Ela também me disse no dia que seria uma menina que nasceria saudável e forte, mas um pouco depois do tempo. Ela acertou tudo isso como eu fui descobrir alguns meses mais tarde. Mas ela também me disse outra coisa, meu pai. Ela me disse uma profecia. Eu não acreditei nela na hora, mas depois de tudo não há como contrariar aquelas palavras.

“Interesses vão a guerra prolongar até que nasça a pessoa destinada a ela por fim. Quando, pela mão do ferreiro se quebrarem as espadas, do sangue de feras selvagens surgirá o definitivo protetor do Reino. Aquele cuja lâmina vai liderar exércitos, cuja bravura vai inspirar guerreiros e cujos ideais vão unir pessoas”

Foram essas as palavras da mulher. Conto-as ao senhor apenas agora porque penso que essa profecia diz respeito à Aria. E tenho medo por isso, tenho medo de estar certa, mas não acho que esteja. Agora que eu não estarei mais por perto, acredito que o senhor deva ter conhecimento disso. Até porque, assim pode entender um pouco do que eu entendo hoje e pode prepara-la para o que ela terá que enfrentar.

Eu não sei se poderei me despedir apropriadamente de você meu pai. Por isso deixo aqui minhas palavras de adeus. Você foi o melhor pai que eu poderia ter e sempre o vi como um grande homem, guerreiro, pai, marido e avô. Saiba que lhe amo meu pai e sinto muito tê-lo deixado.

Adeus meu amado pai

Ass. Sarah Hawkey

PS: A Rainha Elizabeth vai precisar de ajuda, de alguém confiável que possa fazer o que eu fazia por ela nas reuniões do conselho. Uma pessoa com conhecimento para dar conselhos sobre as batalhas. Ninguém melhor do que você pra isso meu pai. Se puder, ajude-a. Ela é uma boa rainha e uma grande mulher, saberá aproveitar suas opiniões e conselhos assim como aproveitou os meus.

~~~~~~~~~~

Ao terminar de ler os olhos de Eliot estavam marejados, mas ele não chegou a chorar. No entanto, havia um pequeno sorriso em seu rosto. Calmamente ele dobrou a carta e voltou a coloca-la dentro do envelope. Elizabeth estava encarando-o, mas sequer pareceu interessada em perguntar o assunto da carta. Quando terminou de guarda-la Eliot voltou à encarar a rainha.

– Essa carta é para John – falou ela estendendo outro envelope à Eliot – Por favor, gostaria que o senhor a entregasse. Existe ainda uma terceira carta em meu poder, para Aria, mas eu tenho instruções de não entrega-la até que....até que eu sinta que Aria está preparada para conhecer essas ultimas palavras de Sarah. Não creio que seja a hora ainda.

– Minha filha confiava muito em você Majestade – murmurou Eliot sorrindo.

– Assim como eu confiava nela Senhor Eliot – disse Elizabeth com um sorriso triste.

– Sarah me deixou alguns pedidos e desejos; que eu pretendo cumprir na integra – falou ele – Acredito que precisarei de um aposento permanente aqui. Também terei de enviar uma mensagem à Academia sobre os acontecimentos aqui e sobre a minha permanência.

– Claro, providenciarei que aposentos permanentes sejam dedicados à você – falou Elizabeth já se levantando.

– Majestade – Eliot disse fazendo-a olhar para ele que ainda estava sentado – Sarah me pediu para auxiliar à você também. Ficarei aqui para cuidar do treinamento de Aria e Tommy, mas também irei substituir Sarah nas reuniões do conselho.

– Sarah sempre se preparava para tudo, não é? – murmurou Elizabeth sorrindo tristemente – Vou preparar tudo.


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