Vidas Em Guerra - O Falcão e o Lobo escrita por A Granger


Capítulo 15
A Notícia


Notas iniciais do capítulo

Tá pequeno, eu sei. Mas realmente prefiro colocar tudo o que vem a seguir em um único capítulo, então me perdoem.

Espero que gostem e prometo tentar trazer o próximo o mais rápido possível



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Era inicio de verão, em poucos meses Rendon completaria 13 anos e, logo após Aria faria 10. Ele estava em uma de suas aulas da tarde, incomodado com o calor e irritado por ter de ficar trancado dentro da biblioteca. O que o confortava era saber que Aria estava numa situação igual se não pior que a dele. A garota agora também tinha que estudar certas matérias e a mãe sempre cobrava-as de forma muito mais exigente do que qualquer professor. Claro que eram coisas mais interessantes que economia e história que ele tinha que estudar; mesmo assim, passar uma tarde toda dentro de um mesmo lugar era torturante para a menor.

As coisas haviam se normalizado no castelo. Ainda havia as péssimas notícias sobre a guerra, mas tudo parecia estar sob controle novamente. Sarah era voz ativa no conselho o que deixava os outros com uma profunda irritação. Mas os problemas do Reino consumiam grande parte do tempo da Hawkey então, mesmo tendo aceitado começar o treinamento de Aria, ela não o havia começado propriamente. Mesmo assim, as coisas começaram a adquirir uma certa rotina.

Rendon treinava com o Mestre das Armas do castelo durante a manhã enquanto Aria fazia treinos simples de preparo físico, impostos pela mãe como correr ou coisas do tipo. Após o almoço ele ia para as aulas na biblioteca e ela acabava com o mesmo destino, mas em locais diferentes. Ao final da tarde eles se encontravam no pequeno bosque na lateral do castelo perto do lado e conversavam sobre as coisas que haviam feito durante o dia ficando ali até o sol se pôr. Era nessas poucas horas que eles ficavam ainda mais amigos.

Rendon não tinha por outros a confiança que tinha nela e a garota não permitia a aproximação de outras crianças a não ser ele. Ambos possuíam uma relação de confiança que era muito importante para ambos já que, nenhum deles, conseguia encontrar outros amigos que fossem capazes de entende-los como eles faziam um pelo outro. Por vezes Elizabeth e Sarah viram o garoto sair apressado das reuniões do conselho que terminavam um pouco tarde; apesar de nunca ter deixado de prestar a devida atenção, assim que elas terminavam Rendon só queria sair do lugar.

Claro que ele contava à Aria tudo o que acontecia nessas reuniões. Assim como a mãe apreciava os conselhos da Hawkey mais velha ele também o fazia com os comentários da mais nova. E a pequena o agradecia com o olhar por dividir com ela aquelas informações. Se as mães deles os vissem sentiriam orgulho da forma clara e concisa com que eles debatiam assuntos tão complicados.

Mas a paz daquele lugar não poderia durar muito e a pequena Aria sentia nos ossos que algo estava para acontecer. E não era a única. Ela, Sarah, Tommy, Rendon e Elizabeth podiam sentir algo ruim se aproximando conforme as noticias da batalha continuavam a chegar sempre repetindo as mesmas informações: dificuldade, terreno mantido a duras custas, número de baixas nunca reduzindo. Pode-se dizer até que o tempo que demorou foi até razoavelmente grande antes daquela triste notícia chegar até eles.

O Verão estava na metade, Lord Prencyton havia acabado de sair da cidade devido a uma forte gripe que o impedia de comparecer as reuniões. Já a quase 5 meses os Hawkey’s estavam no Castelo Real quando um mensageiro chegou com uma notícia completamente devastadora.

Herefor Clinfort havia comparecido ao campo de batalha ao acompanhar um grupo de soldados por ele enviados para se juntarem às suas tropas. Durante sua estadia um ataque noturno pegou todo o batalhão junto a mais três batalhões de surpresa. Todos os comandantes ou estavam mortos ou haviam sido capturados com o claro objetivo de obtenção de informações. Entretanto, John Snown, o comandante do batalhão de Lord Clinfot, por não ser nobre e não estar alojado junto aos mesmos, não foi capturado.

Durante a bagunça que se instalou sobre os outros batalhões o Snown conseguiu organizar seus homens e, num ato de bravura e desespero, invadiram o acampamento inimigo. Era necessário resgatar os comandantes, mais pela desordem que a falta deles causaria do que pelas informações que eles poderiam dar ao inimigo. E foi isso o que John tentou fazer; e conseguiu, mas a um alto custo. Durante a fuga ele e mais 5 homens ficaram para trás. Dois deles sobreviveram porque John, ao se ver capturado junto à seus dois homens e prestes a serem mortos, disse aos captores quem ele era dizendo que aceitava ser levado se seus homens fossem soltos.

Pode parecer burrice, se ele não tivesse colocado uma faca na própria garganta. Sendo comandante de um dos melhores batalhões do exército do Reino ele era um prisioneiro valioso demais para ser morto. Por esse motivo os outros dois conseguiram retornar e comunicar isso ao Lord Clinfort.

Era começo de tarde quando o mensageiro chegou e a noticia não demorou a se espalhar, chegando até à Aria e Rendon que estavam na biblioteca. Ele foi o primeiro a saber e largou a própria aula para correr até ela. Os dois então foram juntos para o escritório de Elizabeth que era onde ela e Sarah deveriam estar discutindo o que fazer. Aria sequer bateu; apenas empurrou com força a porta que bateu na parede e entrou de uma vez na sala sendo seguida por Rendon que parou para fechar a porta. Tommy já estava ali também quando eles chegaram.

–-O que vai fazer?? – questionou a garota assim que encarou os olhos cinzas sérios da mãe.

–-Acalme-se Aria – disse Sarah antes de qualquer coisa vendo a expressão angustiada e até assustada da filha – Primeiro de tudo fique calma – repetiu a mulher se aproximando da garota e a abraçando.

POV Sarah

Eu reconheci aquela expressão na minha filha, me lembrava dela em meu rosto quando senti o cheiro de fumaça naquele começo de noite a tantos anos atrás. Era irritação e impotência em frente de algo que feria aqueles que ela amava. Eu sabia o que era aquilo.

–-Mãe, como vamos ajudar o Papai??? – ela sussurrou contra meu pescoço quando nos abraçamos, apenas para que eu ouvisse.

O “nós” que ela usou fez com que eu me arrependesse, pela primeira vez, de nunca ter aceitado treina-la da forma correta. Ela era uma Hawkey, como meu pai, como eu. Mas agora não havia tempo para arrependimentos nem reclamações, eu tinha algo a fazer e o faria.

–-Elizabeth – falei em voz alta o bastante para ela ouvir, já a muito tempo nos tratávamos como amigas e não como rainha e súdita – Preciso da sua permissão para liderar um grupo de soldados, do batalhão de Lord Clinfort, em um resgate.

–-Pode levar alguns da Guarda Real se... – ela ofereceu, mas eu não aceitaria.

–-Não, apensa preciso da sua permissão – falei soltando Aria, mas mantendo-a perto de mim.

Tommy nos olhava com um olhar preocupado e triste, com medo; medo de perder sua família outra vez. Aquele garoto era tão meu filho quanto Aria e eu me orgulhava disso, John também.

–-O que pretende fazer? – perguntou Elizabeth encarando meus olhos; eu respeitava essa mulher como a nenhuma outra, fora minha filha ela era a única que conseguia sustentar meu olhar quando eu não queria que o fizessem.

–-Vou trazer ele de volta – falei decididamente, podia sentir o olhar dos meus filhos em mim – E aproveitar pra destruir um dos acampamentos do inimigo se der tempo.


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Notas finais do capítulo

Nota: Espero estar te surpreendendo Eric Valdez ;)



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