O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 14
Capítulo 13 – O Quadro de Lord Voldemort


Notas iniciais do capítulo

Olá

Antes de mais nada, desejamos um Feliz Ano Novo á todos!

Boa Leitura =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428781/chapter/14

Capítulo 13 – O Quadro de Lord Voldemort

– Você e seus amigos tentaram me matar, mas acabaram tirando a vida de alguém que nada tinha a ver com toda essa história. Você é um assassino, Alexander Miller.

Vi um misto de emoções passar pelo rosto do garoto: choque, surpresa, medo e depois raiva, então ele respirou fundo como se quisesse se acalmar e me olhou com um olhar cortante, só ai percebi que estávamos sozinhos e foi minha vez de sentir medo, não seria impossível ele me matar naquele momento.

– Você perdeu o juízo, Potter? – perguntou Alexander, sem conseguir esconder a irritação e o desconforto. Era algo que eu já havia me acostumado, sempre que alguém estava zangado ou queria provocar me chamava pelo último nome, mas eu não recuei.

– Ou talvez eu tenha acabado de encontrar! – Eu o cutuquei com o jornal. – Essa garota morreu por sua culpa... Vocês tentaram me matar! Confesse!

– Eu não vou confessar nada, você enlouqueceu. Por que exatamente eu iria te querer morta? – Disse Alexander fechando as mãos em punho, ele não parecia nem um pouco calmo, mas eu queria respostas e começaria do começo.

– Me diga você! Nos encontramos na Bulgária e não diga que é mentira, você me ajudou quando aquele caminhão ia me atingir e usou magia fora da escola! – disse para ele dando um passo a frente, ele se levantou parecendo nervoso e assustado.

– De novo esse assunto do trem, você tomou algo que não devia?! Atingiram-na com um feitiço para confundir?! Tomou alguma poção de insanidade por engano?! – Perguntou Alexander daquele jeito agressivo, como se quisesse por fim ao assunto, mas já cheguei longe demais e não iria parar. – Eu nunca estive na Bulgária e sem dúvida não usei magia fora da escola! E só para deixar as coisas claras, eu não tentei te matar!

Eu me aproximei a passos pesados e atirei o jornal nele com força fazendo-o recuar, a garota morreu por minha causa... Senti agonia, uma sensação no estomago como se minhas entranhas revirassem... Não a garota havia morrido por causa dele, porque eles tentaram me matar.

– Eu ouvi você conversando com aquela garota... Kirche. Estavam planejando o envenenamento! Agora confessa seu desgraçado! Se Hugo não tivesse me impedido de comer aqueles petiscos eu estaria morta e Elia estaria viva! – Eu meio que bati nele, atirei-me para frente ligeiramente fora mim. Ele tinha culpa no cartório e ficava negando, talvez eu quisesse descontar todo o estresse ou apenas estivesse irada, mas bati nele e continuei batendo até que as mãos dele pararam de tentar se proteger e fecharam em meus pulsos me impedindo e me segurando firme.

– Eu não fiz nada! – Disse Alexander com o rosto vermelho. Ele prendeu minhas mãos por traz, eu fiz força para me libertar, porém foi inútil. Ficamos próximos, eu lutei o máximo que pude e então desisti, ele se aproveitou de minha fraqueza e usou apenas uma das mãos para prender meus pulsos a outra foi até sua varinha que ele apontou para meu rosto. Ambos estávamos ofegantes e sentíamos a respiração um do outro. – Não sei o que você acha que ouviu, mas eu não tive nada a ver com isso, entendeu?

Um arrepio passou pela minha espinha, eu estava na mira de uma varinha sem poder me defender, engoli em seco e reuni minha coragem.

– Até parece! Eu li aquele artigo que você e Escórpio perderam. – Disparei para ver a reação dele, queria mostrar que não seria a ameaça de ser azarada que iria me deter, porém já não lutava mais contra o aperto firme que mantinha minhas mãos presas. – Anda praticando Artes das Trevas? – disse olhando os livros que havia na prateleira. Não pude imaginar onde ele havia consegui autorização para entrar na seção reservada ou ler os livros de lá. Ele ficou branco como papel de novo e levou alguns segundos para recuperar a compostura, a varinha cutucou meu rosto, mas não entregaria os pontos ainda. – Se me matar todos saberão onde estive – Menti, entretanto, ele não precisava saber disso.

– Não sei o que você acha que sabe – disse Alexander frisando cada palavra -, mas obviamente está errada, eu não vou te machucar. Apenas acho que você precisa dormir um pouco.

Então um feitiço atingiu meu rosto de lado, meus olhos ficaram pesados e se fecharam contra minha vontade. Acordei na manhã seguinte deitada em um sofá na sala comunal, coberta com minha capa da invisibilidade falsa e com a cabeça em um travesseiro que não era meu. Levou alguns minutos para eu me lembrar de como havia chego ali, por uns instantes quando o feitiço me atingiu eu achei que havia sido uma azaração da morte.

– Ai! – disse para mim mesma, minha cabeça latejou um pouco. – Ele deve ter ficado com medo de me matar tão diretamente... – disse para mim mesma, fui para meu dormitório me trocar pensando no que devia fazer em seguida e ao mesmo tempo amaldiçoando James por ter me enganado.

***

– Você não parece bem – disse Hugo pela milésima vez naquele dia.

– Apenas dormi mal – repeti pela milésima vez, minha cabeça ficou latejando o dia todo, não sei se foi por causa do feitiço para adormecer ou simplesmente por ter sido atingida na cabeça pelo mesmo, mas a dor de cabeça não desapareceu. Para completar, eu me sentia perturbada e nem um pouco senti confortável para contar o que havia acontecido para Hugo ou Tabitha, podia até imaginar o que eles responderiam.

“- Lily, você devia ser cautelosa! Imagina provocar o garoto assim em um lugar sem testemunhas! Você podia estar morta! – Essa seria a resposta de Tabitha.”

“- Lily! Não acredito que aquele sacripanta teve coragem de te azarar, se eu estivesse lá eu iria mostrar para ele quem é que manda! Vamos mandar uma coruja para seu pai e contar tudo! Ele é chefe dos aurores e vai resolver a situação! – Essa seria a reação de Hugo, contar para meu pai e ficar desejando estar lá para ser azarado também.”

As duas respostas seriam críticas e inúteis, fora que no fim não aconteceu nada e não descobri nada além do cara estar folheando os livros da seção reservada, o que não é bom sinal, eu não conseguia nem mesmo imaginar o que Alexander Miller poderia estar aprendendo com os livros mais sombrios que havia em Hogwarts.

Nos dirigimos para a aula de Transfiguração, onde prima Victoire passou a aula revisando a matéria que cairia na próxima prova e passou um trabalho particularmente difícil sobre transfiguração em animais.

Como uma calmaria antes de uma tempestade, a semana estava passando tranquila. James finalmente marcou os treinos para o jogo de quadribol que teríamos contra a Lufa-Lufa, e eu precisava capturar logo o pomo. Os treinos não iam bem, os passes coordenados entre os artilheiros eram mal feitos, o sincronismo era péssimo. Individualmente tínhamos a habilidade, o que nos faltava era trabalho em equipe.

Qualquer preocupação sobre minha vida estar em perigo começou a ficar em segundo plano naquela semana, estudei para provas e tive carga de dever extra de Defesa contras as Artes das Trevas que não estava indo bem. O Clube de Duelos consumia uma hora por dia e no geral era uma pancadaria sem sentido, uma vez que éramos proibidos de usar magia e agora era frequente visitas à ala hospitalar para cuidar desde olhos roxos a dentes partidos. A saída do clube era proibida já que valia nota e as aulas eram difíceis.

No geral eu estava indo bem em Feitiços, Herbologia, Transfiguração e principalmente Poções, onde o professor Slugorn adorava passar dicas para seus favoritos, eu sendo uma das favoritas entre os favoritos recebia um tratamento extra especial: as reuniões para vips eram ótimas, embora não desse para evitar determinadas pessoas que também frequentavam. Como se eu já não estivesse vendo Alexander e Escórpio por ai com uma freqüência assustadora...

No geral, sob recomendação de Tabitha, eu evitava lugares onde ficasse sozinha, Hugo insistia que eu devia reunir muita gente e armar uma emboscada, mas eu não via isso acontecendo, ele realmente parecia querer duelar e vencer Alexander, mas eu simplesmente não queria arriscar.

Durante essa semana que se seguiu, Hugo se empenhou em encontrar o fantasma de Fred, contudo, como não conseguiu nenhuma prova e estávamos cheios de trabalhos para fazer, meu primo foi forçado a abandonar a procura. Era uma sorte temos uma aluna da Corvinal como amiga, Tabitha sempre conseguia terminar cedo todos os relatórios, redações, pesquisas e depois conseguia tempo para nos ajudar com os nossos.

A situação no meu dormitório estava insuportável, o que antes era aturar três garotas mimadas que não viam nada além das roupas que usariam no dia seguinte, agora eram duas garotas mimadas que queriam controlar tudo o que as outras pessoas vestiam. Como luto pela irmã de Ester, Petra decidiu que todos deviam estar de preto o tempo todo, sempre que eu escolhia algo que não era característico de luto recebia comentários venenosos ou insinuações arrogantes e resmungos que me faziam incerta sobre o que eu vestia ser ou não apropriado.

O fim de semana que devia ser um momento de descanso se tornou uma fonte interminável de estresse, entre estudar e treinar quadribol, não sobrou muito tempo, o treino ia de mal a pior, parecíamos estar piorando, minha autoridade em comandar os jogadores provinha de James e como o mesmo não tinha autoridade nenhuma, ninguém conseguia por ordem nos jogadores que apenas voavam fazendo o que achavam ser melhor.

Em meio a toda essa pressão e falta de tempo, minha mente perdeu completamente Alexander e qualquer conspiração da memória. Não que minhas suspeitas tivessem terminado, mas as coisas estavam tranqüilas, tão calmas que eu me sentia uma estudante normal de magia, com problemas corriqueiros e comuns. Minha maior preocupação era a iminente derrota que teríamos no jogo e isso era, apesar de tudo, relaxante.

***

Na manhã do jogo eu dormi bem, parecia fazer anos que eu não tinha uma noite de sono como aquela, era uma das raras ocasiões que parecia como se a cama não queria me deixar levantar, mas reuni toda a determinação que tinha para poder me aprontar para o jogo. Nos reunimos mais cedo no vestiário, todos conversavam animados, parecendo ignorantes quanto as habilidades do time em jogar em equipe e a Lufa-Lufa era particularmente forte: o time era bem equilibrado e jogava com garra.

Quando caminhamos pelo campo em direção ao time adversário, ouvimos as vivas e vaias da torcida, a Sonserina foi, como sempre, ruidosa quanto aos insultos, aparentemente eles realmente queiram que a Grifinória fosse derrotada. Respirei fundo.

– Apenas tenho que ser rápida e pegar o pomo – disse para mim mesma, e madame Hoch mandou os capitães apertaram as mãos cordialmente, depois levantamos vôo ao ouvir o apito.

Senti o vento em meus cabelos e minhas vestes de quadribol esvoaçaram, planei acima dos jogadores e observei a formação do jogo antes das bolas estarem no ar. O time da Lufa-lufa parecia uma seta, enquanto o meu voava desordenadamente. Um arrepio passou pela minha espinha.

– Tomara que esse pomo seja fácil de encontrar – disse para mim mesma assumindo minha função e procurando o pomo, me concentrei de tal forma na procura do pomo que mal pude ouvir a narração e não estava preocupada com o placar, no fim me assustei quando ouvi a voz de Giovanna dizendo “Setenta a zero para a Lufa-Lufa, espero que a apanhadora apanhe logo o pomo, ou a Grifinória vai ficar em maus lençóis”.

– Obrigada – murmurei para o vento. Aquela era a dica inútil de Giovanna, ela estava dizendo que devíamos capturar o pomo ou perderíamos, como se eu já não soubesse disso... O problema é que saber disse pelos lábios de uma vidente aumentava a pressão.

Voei em todas as direções que podia, em dado momento um balaço quase quebrou meu nariz, o que não seria bom para minha bela aparência. Não sei quanto tempo eu fiquei procurando o pomo, o apanhador adversário deu um súbito mergulho que me fez mudar de direção, mas foi apenas uma tentativa de blefe que resultou nele sendo atingido no ombro por um balaço lançado por meu irmão, então me atrevi a olhar o placar outra vez e gemi, cento e quarenta a dez para a Lufa-Lufa. Isso estava sendo um desastre, estávamos levando uma surra e se não capturasse logo o pomo seria uma humilhante derrota.

Alguns jogos se ganham, outros não. Dez minutos depois e o jogo passou para cento e noventa a vinte, um mesmo jogador da Lufa-Lufa marcou duas vezes sem ser impedido nem mesmo por um balaço, foi quando vi o pomo e não era possível vencer, não jogando daquele jeito e me decidi no calor do momento. Disparei para o pomo, o apanhador da Lufa-Lufa pareceu notar meu movimento e se precipitou na mesma direção.

Fiquei lado a lado com meu rival e o ultrapassei, agarrei o pomo no ar e a torcida da Grifinória soltou um grito de comemoração unido, eu aterrissei sem olhar para os lados. Os gritos de comemoração começaram a se tornar vaias ao mesmo que a torcida da Lufa-Lufa começava a comemorar. Placar final: duzentos a cento e setenta, havíamos ganho o jogo e perdido a partida. Foi uma decisão difícil, mas não tínhamos como vencer, não jogando daquela forma, porém os outros entenderiam?

Toda e qualquer esperança de compreensão morreu ao ver o olhar de meus colegas de time me davam, era uma mistura de censura com desapontamento.

– Perdemos – disse James que havia pousado ao meu lado e desmontava a vassoura ele estava pálido, parecendo um fantasma.

– Eu sei – retruquei baixo.

– Então por que foi pegar a droga do pomo?! – perguntou o garoto musculoso que ocupava a posição de artilheiro em campo, Harvar D. Éclair.

– Por que não tínhamos como vencer! Pelo menos ganhei pontos para a taça das casas! – disse para eles na defensiva, a torcida ainda estava no êxtase de xingamentos e comemoração.

– Isso não era você que decidia, mas o capitão! – continuou Harvar, todos olhamos para James que estava branco como papel e mudo. meu irmão soltou um som que poderia ser um engasgo, como se tivesse esquecido como se usava sua voz.

– A apanhadora está certa, perdemos e feio, não tínhamos como vencer– disse Jeska com uma voz gélida, ela me olhava cortante, eu sabia que por mais que ela concordasse comigo ela guardava rancor da derrota. – Não vamos discutir isso aqui.

Antes a torcida vaiava e comemorava, porém os vitoriosos haviam deixado o campo restando apenas a torcida enraivecida da Grifinória.

Nos dirigimos para o vestiário em silêncio, não houve mais briga ou discussão, apenas um clima gélido. Eu me sentia péssima, afinal mesmo que não houvessem chances de vencer, eu neguei a todos a chance de tentar, talvez os jogadores e torcida tivessem a esperança de uma grande virada...

***

A maioria não imagina o quanto crianças podem ser rancorosas, todos os alunos da Grifinória pareciam me odiar, alguns iam mais longe ao ponto de esbarrar em mim de propósito nos corredores ou esconder algo meu, porém a maioria me tratava com silêncio e indiferença. Havia uma conversa sobre meu irmão estar sobre grande pressão também e que sua posição como capitão estava ameaçada.

– Isso vai passar, eles logo vão esquecer – disse Hugo como se quisesse me consolar, eu estava grata por ainda ter amigos, seria o fim se meus amigos ainda ficassem contra mim, mas pelo menos eles compreenderam que minha atitude estava correta. No fim, havia o fato era que Grifinória ainda não estava tecnicamente fora da competição de Quadribol, se a Lufa-Lufa perdesse para Corvinal ou Sonserina teríamos uma chance.

Eu tinha minhas dúvidas quanto á ira dos grifinórios, se realmente iria passar facilmente. Quando meu pai frequentou Hogwarts, culparam-no o ano todo pela perda de cento e cinquenta pontos na copa das casas, apenas o perdoaram no fim do ano depois de ganharem os pontos por salvar a pedra filosofal.

Os problemas com os alunos se tornaram tão intensos, que mantiveram a situação com Alexander esquecida em minha memória. Na verdade tinha vezes que eu mal lembrava que minha vida estava em risco, era como se eu fosse uma garota normal. Ainda assim eu me encontrei com Giovanna depois das aulas daquele dia para ver se havia algo de novo no meu futuro.

– Não Lily, as coisas andam quietas... – disse Giovanna, a garota hoje estava sozinha. Normalmente ela estava cercada por pessoas querendo notícias do futuro, o que me fez pensar q esses dias estivesse sendo muito para ela, já que seus cabelos estavam mal arrumados e ela parecia cansada e estranhamente distante, nem parecia prestar atenção em nossa conversa.

– Sem ameaça de morte? – perguntei para ter certeza.

– Uma vinda tranquila e próspera – disse ela se distanciando como se nem falasse comigo.

– O que aconteceu com você? – Perguntei, a garota olhou para mim como se eu não estivesse ali.

– Nada e com você? – perguntou Giovanna.

– Esquece... – disse para ela e segui meu caminho.

Não havia outra forma de descrever a garota além de estranha, mas hoje ela estava ainda mais estranha que o normal. Fui para a sala comunal, onde eu comecei a fazer sozinha os deveres, logo deixaria Tabitha corrigir. A carga de trabalhos foi tanta que era quase meia noite e eu ainda não tinha terminado. Hugo desistiu e Tabitha apenas foi para seu próprio dormitório, afinal já era muito tarde. A sala comunal estava quase vazia, fora alguns que como eu ainda tinham trabalho a fazer, James que conversava animado com uma turminha e... Escórpio e Alexander, conversando com caras mais culpadas que meu irmão, parecendo absortos em algum assunto sério. Gesticulavam muito, poderia ser uma briga... Então eles saíram pelo buraco do retrato.

Eu respirei fundo, olhei para meu relatório sobre a conquista dos elfos domésticos quase no fim, devia segui-los? Esse plano não deu certo uma vez... Porém, dessa vez eles claramente planejavam algo... Seria possível seguir eles sem ser vista? Foi quando olhei para James ainda absorto em sua conversa e rumei para ele.

– Então ela veio e... – James estava contando para os amigos.

– James, quero falar com você em particular – disse para ele o interrompendo, não seria bom falar sobre a capa para todos, ela devia ser segrego.

– Claro... Falo com vocês depois – disse James, então ele me acompanhou para o outro lado da sala comunal.

– Preciso do meu presente de natal e agora – disse para ele fazendo cara dura, ele não se intimidou.

– Nem pensar, preciso dela, posso te entregar nas férias – disse James fazendo cara de riso, como se imaginasse tudo o que podia fazer com a capa.

– James, a capa foi meu presente e quero usar ela agora, é importante – disse abandonando a cara dura, que havia se demonstrado inútil.

– Até parece que vou entregar para minha irmã uma capa que ela vai usar para sair pelos corredores à noite – disse ele rindo para mim.

– James, imploro a você – disse para ele realmente furiosa dessa vez – que se lembre que mamãe ainda não sabe que você escondeu um estoque de artigos das gemialidades Weasley na escola, ou que tio Jorge conseguiu uma identidade falsa trouxa para você ir as festas... E bem, poderíamos ficar aqui a noite toda discutindo isso certo? Melhor eu perguntar a mamãe o que ela acha de tudo isso? Ou você poderia simplesmente me entregar a capa e o assunto morre aqui.

– Você não faria – disse James horrorizado.

– Teste-me – disse para ele, não sei se foi meu olhar, minha raiva ou simplesmente a ameaça, mas meu irmão me entregou a capa sem mais discussão, eu a testei na frente do espelho e fiquei satisfeita de não ver nada.

– Devolva depois de usar... Eu vou precisar dela – disse James quando eu reapareci.

– Claro – disse sarcástica, James jamais colocaria as mãos na capa outra vez.

Desci as escadas já invisível, a sala comunal estava completamente vazia dessa vez. Saí pelo buraco do retrato torcendo para não ser tarde demais e ainda conseguir encontrar os garotos: pela primeira vez senti a verdadeira liberdade que a capa representava, era algo que nenhuma história contada por tio Roni ou lida nas bibliografias podia transmitir, era como se toda Hogwarts se abrisse para mim, não havia lugar que eu não podia ir, respirei fundo e segui pelo corredor atenta a qualquer som ou movimento.

Em meio à procura eu me sentia estranhamente bem, era como ser um fantasma, talvez até melhor. Não importa o que acontecesse não seria pega. Não encontrei Alexander ou Escórpio, era como se eles tivessem desaparecido, mas não desisti, não por curiosidade ou por algum motivo maior como parar as tentativas de assassinato, eu estava apenas embriagada com aquela sensação de liberdade. No segundo piso passei bem atrás do muito velho Filch, que nunca saberia que eu estive ali, me sentia incrível.

Foi próximo as masmorras que finalmente ouvi um som que não era o zelador ou sua gata, inicialmente achei que eram Alexander e Escórpio, espiei pela fechadura dentro de uma sala e me surpreendi com o que encontrei.

Eram exatamente dez pessoas encapuzadas, reunidas em círculo em volta de uma pintura, não uma pintura qualquer, a figura era um homem sentado em um trono, não tinha nariz ou cabelo e seu rosto era ofídico, branco e descarnado. Uma serpente rodava em volta de suas pernas... A pintura de Lord Voldemort! Eu deixei escapar um suspiro e dei um salto para trás assustada, mas voltei a olhar para ter certeza do que eu via e descobrir o que estava acontecendo.

– Finalmente meus preciosos companheiros – disse a pintura para os ocupantes do círculo –, o dia prometido se aproxima, em breve o mundo saberá que existimos, o dia que os bruxos não mais terão que se esconder!

Murmúrios de aprovação seguiram aquelas palavras e eu tomei mais cuidado para ouvir.

– Os trouxas nos fizeram ficar escondidos como insetos, enquanto poluem o mundo com suas ridículas imitações de magia, – rugiu Lord Voldemort com sua voz vibrante de cobra -, mas o tempo de agir como baratas chegará ao fim, isso eu lhes prometo! Reunimos os estudantes no grupo e dentre todos, vocês são os que entenderam que os trouxas devem ser controlados, que devem saber que somos seus mestres! Vocês são os escolhidos!

“Este país e este mundo nos pertence! Chega de nos esconder! Por que devíamos viver à sobra de uma sociedade inferior a nós? Suja? Nós deveríamos governar e o mundo deve ser purificado! – rugia o retrato de Lord Voldemort. Sua ferocidade era tanta, que eu podia jurar que ele desejava sair da pintura e conquistar o mundo com as próprias mãos. – Porém até que esse dia chegue detalhes devem ser acertados, nada deve ficar em nosso caminho, e principalmente os Potter devem morrer!

Murmúrio de concordância voltaram a encher a sala.

– Nós devemos nos apressar! A mais nova... A garota Potter deve ser a primeira – disse a pintura. - Ela tem se revelado um problema! Devemos cortar o mal pela raiz e ela não deve ser subestimada! No passado eu subestimei seu pai e como consequência voltamos a viver em baixo de pedras!

A morte de Lily Luna Potter é o primeiro passo mais perto de nosso destino! Uma vez que ela estiver morta ninguém estará no caminho de meu legado e poderemos finalmente reinar! – Disse a figura, eu me perguntei mentalmente “Legado? Do que ele estava falando?” – Ele esta entre nós hoje... Mas ainda não está pronto para assumir seu destino, sejam pacientes, logo o destino será cumprido e eu renascerei! Agora quero apresentar a vocês nossa nova inciada, a segunda vidente do século: Giovanna Trelawney!

Eu quase me revelei pelo susto, Giovanna deu um passo á frente para o meio do círculo e tirou o próprio capuz, ela estava exatamente da forma que eu me lembrava de ter encontrado-a hoje, olhos estranhamente vidrados, cabelos ligeiramente mal arrumados, parecia deslocada.

– No passado ela era uma das aliadas de nossa inimiga, mas não mais! Ela reconheceu a tolice de proteger os trouxas e depois de revelar tudo o que disse a nossa inimiga ela concordou em nos emprestar seus talentos e agora é nossa leal irmã! Diga-nos jovem vidente, o que o futuro nos aguarda? – disse a pintura de Lord Voldemort.

– Problemas, enquanto Lily Potter viver, o legado não sairá vitorioso – disse Giovanna.

– Então nós a eliminaremos! Batalhei minha vida para conquistar a imortalidade e fui derrotado por Harry Potter, porém Potter é um tolo. Eu garanti que eu pudesse renascer em um jovem bruxo anos depois de minha morte e quando acontecer iremos novamente reivindicar o que é nosso! Mataremos a jovem Potter, depois seu pai e ninguém ficará em nosso caminho, nós iremos reinar!– sibilou a pintura. O resto de suas palavras foi perdido devido as exclamações e aprovações dos seguidores, eu abri a porta um pouco mais para ver e ouvir melhor. Foi um erro.

O rangido da porta fez com que todos se virassem para onde eu estava, a capa prendeu na beirada e puxou revelando minha cabeça, por alguns segundos todos os rostos da sala se viraram para mim, todos com máscaras como se fossem comensais da morte adultos, fora Giovanna que havia tirado a máscara. O quadro de Voldemort me olhou e abriu a boca para gritar, “Matem a garota!”, mas eu já tinha fugido. Precipitei-me pelo corredor jogando a capa novamente para cobrir minha cabeça, sabia que eles não poderiam me ver, mas mesmo assim continuei correndo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Aguardamos a opinião de todos, o capítulo com certeza teve muitas revelações!
Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado de Lily Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.