Mais um verão escrita por Mark


Capítulo 39
A despedida




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PERCY (Point of View)

As semanas seguintes tiveram dias normais. Andrew sempre acordando antes das cinco e quinze, e eu acordando às seis. Tomava meu banho, me encontrava com Annabeth, e todos íamos ao pavilhão. Lá, fazíamos nossas oferendas, tomávamos café da manhã, e em seguida, todos deixávamos o pavilhão para realizar nossas atividades diárias. Eu sempre treinava esgrima pela manhã, junto de Andrew. Eu ensinei o cara à ativar sua espada mágica ao invés da sua lança, e ele ficou bastante contente. Andrew era muito bom mesmo em esgrima. Depois dos treinos, todos nós íamos para os nossos respectivos chalés, tomávamos banho e íamos novamente para o pavilhão junto dos nossos amigos, mas agora para almoçar. Fazíamos nossas oferendas novamente, e almoçávamos, sempre conversando e nos divertindo. Ficávamos livres a tarde inteira. Todos os dias eu, Annabeth, Grover, Juniper, Silena, Samara, Andrew e Sophia fazíamos algo diferente. Alguns dias fazíamos piqueniques, e nem voltávamos para o jantar no pavilhão à noite. Outros dias íamos jantar junto dos outros no pavilhão, fazíamos nossas oferendas e comíamos conversando, como sempre.

Aquele era o último dia de Acampamento. O último dia onde todos nós ficaríamos juntos. O último dia naquele verão que eu veria minha linda namorada e meus outros amigos. Estávamos vendo isso tudo pelo lado bom, pois tivemos um ótimo verão juntos. Nesse verão, eu descobri o amor, e fiz diversas novas amizades. Eu estava mesmo muito feliz, mesmo sabendo que em menos de vinte e quatro horas teria que me despedir deles e voltar para minha vida “normal”, como um “ser humano normal”.

Nós havíamos marcado um piquenique para passarmos o máximo do último dia juntos. Eram sete da manhã, e nós estávamos todos na frente do meu chalé. Não iríamos ao pavilhão naquela manhã. Já havíamos informado à Quíron. Todos estávamos ali, apenas esperando Grover e a cesta de alimentos.

Quando ele finalmente chegou, fomos em direção ao bosque. Andamos por vários minutos procurando um bom lugar para ficar, e decidimos fazer o piquenique ali mesmo, no mesmo lugar onde fizemos o nosso primeiro piquenique daquele verão, no nosso primeiro dia no Acampamento Meio-Sangue. Apenas eu, Annabeth, Samara e Grover estávamos ali naquele dia, então Andrew e Sophia nunca haviam ido até aquela planície com grama. Passamos a manhã inteira brincando e nos divertindo.

Quando deram doze horas da tarde, as garotas estenderam a toalha sobre a grama, preparando nossa “mesa natural”. Nós garotos, abrimos a cesta de piquenique e começamos a tirar os alimentos de dentro – queijo, bolo, bolachas, biscoitos, pizza, salgados, doces, bebidas – enfim, tudo que era preciso para se fazer um bom piquenique entre amigos. Nós havíamos trazido até um aqueles pratos mágicos do pavilhão, para o fato de alguém pedir algo que esquecemos de trazer.

Comemos e passamos boa parte da tarde conversando. Eram três horas, quando eu e Annabeth resolvemos caminhar por aí e conversar. Andrew e Sophia fizeram o mesmo, mas por outro caminho. Grover e Samara ficaram guardando as tigelas que usamos no piquenique.

Eu decidi levar Annabeth pelos mesmos lugares que caminhamos naquele primeiro dia. Andamos pelos campos floridos de mãos dadas, e depois fomos à praia dos fogos. Depois, fomos até o lugar onde eu havia pedido a Annabeth em namoro. Sentamos próximos da árvore que presenciou meu discurso, quando eu disse que sem Annabeth não conseguiria mais viver, e ela também disse que me amava.

Continuamos a caminhar. Passamos horas caminhando e conversando. Falamos sobre aquele ser o último dia do Acampamento, e que tudo aconteceu muito rápido. Lembramos do dia que Annabeth saiu em missão junto de um monstro, e eu fugi do Acampamento junto de Samara para resgatá-la. Lembramos de meus ciúmes, e que eu fiquei irritado quando descobri que aquilo tudo havia sido armação para brincar sobre meus sentimentos, mas agora eu nem ligava mais. Annabeth era minha, só minha.

Lembramos de quando voltamos ao Acampamento, e de também dos momentos após termos pisado naquelas pérolas de Perséfone, que o Sr. D havia me dado.

– ... e eu fui parar no templo de Afrodite. – comentei. Annabeth olhou surpresa para mim.

– Sério? Por que você não me disse isso antes? – ela perguntou.

– Não havia motivo. Agora que estamos relembrando, há motivo, e por isso eu te contei. – expliquei, e Annabeth assentiu, concordando – Afrodite falou que eu não podia ficar zangado contigo, mas eu mesmo já sabia disso, por que eu te amava, te amo, e sempre te amarei.

– Own, Percy! – Annabeth disse, me abraçando e em seguida me beijando.

Lembramos que depois eu fui até o chalé de Atena, e chamei Annabeth para almoçar. Ela aceitou, fomos ao pavilhão e Quíron parabenizou Samara e a mim por ter salvo a minhaSabidinha. Mas ele não precisava nem agradecer, pois eu que quis ter a salvo.

Depois daquilo, foi quando caminhamos e eu a pedi em namoro, como havíamos relembrado agora há pouco. Lembramos que depois de darmos nosso primeiro beijo como namorados, Samara chegou correndo até onde nós estávamos, dizendo que Silena estava com problemas e precisava de nós. Chegamos no chalé de Afrodite, e todas as garotas estavam morrendo de medo por causa de uma aranha. Eu sorri bastante, mas Annabeth não gostou, pois ela também não gosta de aranhas. Eu lembrei de ter ficado irritado por que ao invés de ficar conversando com minha namorada, nós perdemos nosso tempo indo até o chalé de Afrodite para tirar aquela maldita aranha.

Lembramos também da nossa missão. Lembramos desde o momento que Argos nos deixou na cidade, quando fomos até o meu apartamento, contamos a minha mãe que estávamos namorado, almoçamos em família, partimos em viagem, eu dei a ideia de irmos à São Francisco com a ajuda de Blackjack, e assim fomos. Lembramos daquele ataque da fúria à noite, e também do ataque da fúria no nosso primeiro dia no Acampamento desse verão. Lembramos do meu sonho, onde eu vi pela primeira vez Andrew e Sophia. Lembramos do dia em que dormimos em baixo de uma árvore, e também do dia em que havíamos chegado na Califórnia, quando eu lembrei da batalha conta Atlas no monte Tam, e lembrei também que Annabeth havia ficado com ciúmes de Zöe, mas sem motivos - Annabeth me deu um soco no braço nesse momento por eu ter lembrado disso, mas logo continuamos.

Lembramos da hora que fomos até a casa de Annabeth, e almoçamos com seus pais, e também contamos que estávamos namorando. Lembramos da hora que fomos até a praia, e encontramos Andrew e Sophia pessoalmente, fugindo daqueles monstros. Lembramos da nossa primeira briga como namorados, naquele mesmo dia. Havíamos pago um quarto de hotel para passar a noite, mas nem passamos. Eu deixei o hotel irritado, e caminhei pelo litoral. Falei com os deuses e pedi um pequeno barco à meu pai. Ele me deu um navio, que agora eu chamo de Large Ship. Annabeth, Andrew e Sophia me encontraram no outro dia de manhã, subimos à bordo do Large Ship e navegamos por três dias até voltar ao Acampamento Meio-Sangue. Lembramos das semanas que se passaram. Lembramos do dia em que eu pedi Annabeth em namoro novamente, mas dessa vez na frente de todos os semideuses do Acampamento, pois estávamos tomando café da manhã no pavilhão.

E lembramos de hoje, quando deixamos o meu chalé e fomos até o bosque para o nosso piquenique.

– Foi um ótimo verão. – Annabeth falou e me beijou.

– Tem razão. – falei, abraçando-a.

– É melhor nós voltarmos, está escurecendo. – disse Annabeth.

– É mesmo. Vamos. – falei.

Voltamos ao mesmo local onde havíamos feito o piquenique mais cedo, e todos nossos amigos já estavam lá nos esperando.

– Até que enfim! – grunhiu Grover. Os outros sorriam.

Fomos ao pavilhão, agora para o jantar de despedidas. Sentamo-nos à uma mesa, e esperamos Quíron começar a se pronunciar sobre o fim desse verão.

– Bom, semideuses – o centauro começou – Como todos sabem, esse foi o último dia do verão aqui no Acampamento.

Todos pareciam tristes, mas mesmo assim felizes.

– Mas não há motivos para tristeza – concluiu Quíron – No próximo verão espero todos aqui, novamente!

– É, se nenhum morrer. – disse Sr. D, sentado à mesa, sem se importar.

– Menos, Sr. D. – disse Quíron, todos rimos.

– Enfim, obrigado à todos vocês, e bom jantar de despedia! – falou Quíron. Todos batemos palmas, aplaudindo as suas sábias palavras. Pedimos nosso jantar, e para variar, eu escolhi pizza e suco de blue berry. Os outros também pediram pizza, mas bebidas diferentes. Fizemos nossas oferendas, e quando terminamos de jantar, fomos até Quíron, nos despedir. Hoje não teríamos a cantaria no Anfiteatro, pois nós arrumaríamos nossas malas para partir amanhã cedo.

– Lembrem-se: se forem permanecer aqui no Acampamento pelo resto do ano, informem-nos antes do meio-dia de amanhã. As harpias da limpeza podem comer vocês se não nos avisarem. – ouvimos Quíron dizer à outros semideuses enquanto nos aproximávamos – Percy, Annabeth, Grover, Samara, Silena, Andrew e Sophia!

– Olá Quíron. – dissemos todos em uníssono, sorrindo.

– Muito obrigado pela presença de vocês nesse verão, crianças. – ele concluiu.

– É, você até que foi útil, Peter. – disse Sr. D, levantando da mesa e se aproximando.

– É Percy, senhor. – falei.

– Que seja. Agora vão dormir, amanhã será um dia corrido. – concluiu o deus do vinho.

Todos nos despedimos de Quíron e até do Sr. D. Despedimo-nos de nós mesmos, pois amanhã seria tudo muito corrido, e talvez não nos víssemos. Sophia, Samara e Silena foram até o chalé de Afrodite. Andrew foi para o meu chalé, já que ele tinha ficado lá todos esses dias. Grover também deixou o pavilhão e eu fui levar Annabeth até o chalé de Atena. Chegamos, e nos encaramos. Seus lindos olhos cinza refletiam o brilho da lua.

– Boa noite, Cabeça de Alga. – ela falou, e me beijou.

– Boa noite. – disse.

– Não se esqueça! Amanhã, às dez, na Colina Meio-Sangue. – ela disse, e eu assenti. Em seguida ela entrou no chalé de Atena e eu fui para o meu chalé. Andrew já estava dormindo: normal. Fui até o banheiro, tomei um banho, vesti-me com a minha camisa laranja normal do Acampamento Meio-Sangue, uma box e uma bermuda. Sentei-me na cama, e terminei de colocar algumas roupas dentro da minha mala, e outros objetos dentro da minha mochila.

– Obrigado, pai. – murmurei, baixinho.

Senti uma brisa fresca com cheiro de mar entrando pela janela do meu chalé. Sorri, e então deitei-me, pedindo para não ter pesadelos.

*****

Acordei e Andrew já não estava mais no meu chalé. Vi um bilhete escrito em cima de sua cama: obrigado por me deixar usar seu chalé enquanto você não estiver.

Eu sorri. Havia deixado Andrew viver aqui, já que ele não voltaria para casa, permaneceria aqui no Acampamento, como Sophia.

Fui ao banheiro, escovei os dentes e tomei um banho rápido. Vesti-me com uma box, calça jeans e minha camisa azul do Acampamento Meio-Sangue. Peguei a minha mala e minha mochila, e me dirigi a porta do chalé. Dei uma última olhada para minha casa de verão, e saí.

Lá fora, alguns semideuses corriam para lá e para cá, mas a maioria já havia saído. Fui até a Casa Grande, despedi-me de Quíron, Sr. D e Grover, que estavam lá.

Fui em direção da Colina Meio-Sangue. Lá estava minha namorada. Annabeth, linda como sempre, com uma mochila nas costas e uma maleta nas mãos.

– Até que enfim! – ela falou, e eu me aproximei dela. A beijei, e ela sorriu.

Ficamos alguns instantes ali, vendo alguns semideuses se despedindo ao longe, e partindo. Falamos sobre algumas coisas, como a escola, família, etc.

Annabeth viu as horas, e já eram dez e quarenta e três quando a van do Acampamento chegou e buzinou para ela descer. Argos estava a esperando.

Ela aproximou-se de mim, e me beijou novamente. Esse era o último beijo que daríamos, até o próximo verão. Despedimo-nos novamente, e quando ela ia se afastando, a puxei novamente. Dei outro beijo nela, e ela sorriu.

– Obrigado. – falei.

– Pelo quê?

– Por ‘Mais um Verão’.


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Notas finais do capítulo

Fim da história.



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