City of Demigods escrita por Tia Loly


Capítulo 5
Liz




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22:00 horas.

Liz

Eu tinha acabado de acordar. Passar a tarde toda dormindo, para aguentar o filme que Jace escolheria. Nunca é algo que te deixa eletrizado. Não pessoas normais, pelo menos. Mas como todo mundo no universo sabe, o Jace não é normal. Ele tinha me chamado para assistir um documentário sobre leões, perto do Brooklyn, num cinema. Eu aceitei, claro, mas mesmo assim... tinha que ir preparada.

Acordei as 21:30, levantei e escolhi uma roupa normal. Uma calça jeans clara, uma regata com um pouco de folga preta, com detalhes prata no ombro. Prendi meu cabelo com uma piranha, e enfiei meu all-star, e já escuto alguém batendo na minha porta. 

-Lizzie? Acordou? - disse Jace, do outro lado da porta.

-Aham, me dá um segundo -abri a porta, e dei de cara com ele. Jace sempre foi ... foi diferente para mim. Os cabelos dele são loiros, descem longos pelo rosto. Os olhos são dourados e intensos, ora são legais e gentis, ora são ameaçadores e sarcásticos. Jace nunca foi ameaça a mim, mas eu não mexeria com ele. Usava uma blusa branca e uma jaqueta esportiva vermelha, no jeans preto dele e o tênis Adidas que ultimamente, depois de pagar tanto, ele não tirava do pé. 

-Olha, já arrumada? -ele perguntou, levantando a sobrancelha.

-Eu sou mais responsável que você pensa, Wayland -eu fiz uma careta, desliguei a luz e fechei a porta por trás de mim, saindo nos corredores do Instituto.

Eu estava lá desde que eu consigo me lembrar. Com os Lightwoods e Hodge. Passei por inúmeros treinamentos e "aulinhas". Já dei tantas risadas naquele lugar, já me machuquei, já me senti triste. Lá é minha casa, e sempre vai ser.

-Então, Lizzie....

-Só, Liz, Jace.

-Por que? - ele me perguntou, rindo.

-Você gostaria de ser Jacie? Diminutivo? É pedante, pelo amor de Deus -eu bufei impacientemente, enquanto procurava a chave para sair.

- Eu adoro seu jeito de falar. É tão Inglaterra.

-É de onde eu venho, ó genialidade, não é? -peguei as chaves e abri a porta, saindo no ar da noite. - Não acredito que vou ser arrastada para um documentário em plena noite, no Brooklyn

-Ei, relaxa, você tem a mim -ele sorriu.

-Me sinto tããããão melhor -eu revirei os olhos, e sorri de canto. Apesar de tudo que ele me custava e me irritava, Jace sempre me dava um motivo para sorrir ou dar uma patada.

-Um dia, você vai me agradecer por tudo que eu te faço.

-Eu que tenho que salvar as burrices que você faz quase todo dia, Jace. Não me venha com essa -eu ri.

- Burrice é exatamente o contrário do que eu faço. Eu sou genial.

-Claro, claro. Por isso que é loiro oxigenado?

-Meu cabelo é natural e você sabe disso -ele me apontou o dedo indicador, sorrindo. -Mas se você estiver mais a fim de ver outra coisa... -ele encolheu os ombros.

-Eu vim para ver leões, eu vou ver leões, Jace.

-Leões? - ele demorou para processar - Ah, sim. Eu não estava te levando para assistir É o Fim.

-Perae... o filme que tem a Emma Watson de convidada e tal?

-Você tem mais de 16 né?

-Eu tenho 16 -eu fiz uma cara decepcionada. Ele devia saber.

- Eu sei. Eu sei. Eu ia fazer surpresa, mas...

-Mas?

-Você me pressiona.

-Onde que eu te pressiono, Jace? Eu sou a pessoa mais normal que você vai achar por aqui. 

-Apenas um obrigado seria o bastante -ele tirou dois ingressos do filme de dentro do bolso interno da jaqueta e sorriu.

-Eu não... - cheguei na frente dele e tomei os ingressos. - Você realmente...? Eu falei para a Izzy...

-Que você adoraria ver esse filme na sessão de 3D. Eu sei disso também.

-Tem algo que você não saiba? - eu olhei ele nos olhos dele, sorrindo alegremente.

-Não. -ele disse confiantemente, me dando uns tapinhas no ombro esquerdo. - Não mesmo. Por isso que você me adora tanto.

-Talvez seja - eu estava rindo bobamente nessa hora. Já tínhamos caminhado um pouco, estávamos perto do Pandemonium, aquele clube que lotava de demônios. Mas eu não ligava.

Como Jace dissera, eu o tinha do meu lado. Sentia meu rosto encher de sangue, me fazendo ficar vermelha como um morango... ou pior até. Meu estômago dava nós. Meu cérebro fazia mil assimilações do que poderia acontecer. Você entra em overdrive e começa a pensar em todas as possibilidades que aquele momento poderia originar. Das melhores, que você deseja do fundo do seu coração, até as piores que você abominaria. É assim que eu me sentia nesse momento. Quase conseguindo a coragem que me faltava para ir adiante, mas claro, o momento não era agora.

Estávamos passando pela rua do Pandemonium. Estávamos tão perto que escutávamos a música que tocava lá. Quer dizer, nada contra K-Pop, mas custava tocar um Artic Monkeys ou The Strokes? Só comentando... . Enfim, justo naquela hora, escutamos algo.

Era um grito. E vinha de dentro do beco.

-Tem algo lá -ele falou, desconfiadamente, e o grito ecoou mais.

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Eu virei para o beco, depois virei para Jace que imediatamente entendeu. Ele sacou a lâmina dele na hora e já correu para dentro da escuridão. Claro, eu vou junto. Ele não duraria um segundo sem mim. 

Mal chegamos lá, e já estava o sibilo que dizia:

Sua morte estaria ótima para mim.

Era um demônio. Sem dúvida. Um que Jace já tinha matado. Era Woo. Um nome bem normal, sabe? Bem... diz a lenda, que ele escolheu esse nome por causa de um vocalista de uma banda K-Pop. Eu sei lá. Ele era estranho, e irritante. Fraco, mas era de te pegar desprevenido. Isso é o que geralmente dava o problema.

Era hora de executar nossa "pequena rotina". Quase todo dia fazíamos isso. Eu vi o demônio atacar a menina, que gritava de pânico. (Sim, Tina, você gritava. Admita.) Tudo que eu pensei na hora foi pular em cima do demônio e sair rolando com ele, para um canto de escuridão. Era minha especialidade usar esses filhos da mãe no escuro. 

-JACE, VAI AGORA! -eu exclamei, enquanto tentava manter os dentinhos lindos do demo longe da minha garganta. Não demorou muito e Jace apareceu, enfiando a lâmina predileta dele goela a baixo de Woo. Estranhamente, o demônio virou pó instantaneamente  em cima de mim, quase me fazendo engasgar com o pó. Me ergui, tirando Jace de cima de mim, que caiu depois de apunhalar o demônio.

-– Eu te disse que tinha algo aqui - Jace falou.

- Eu nunca falei que não tinha.

-Nesse lugar de novo, inacreditável. - Jace suspirou.

-O que faremos com ela?

-Ela obviamente é uma shadowhunter. Se não, não teria sido atacada. Muito menos vê-lo.

-É mais que isso, Jace. - caminhei até ela. - Você está bem?

Ela levantou os olhos para mim, ainda com a expressão de medo e desconfiança.

- Ahn, sim, claro -ela falou, tentando manter a coragem no tom de voz dela. Ela se levantou. Estava usando um vestido na altura do joelho, branco com bolinhas pretas e um cinto preto na cintura. O cabelo era moreno-arruivado e os olhos eram verdes bem escuros. Ela parecia estar se recuperando do choque.

–Eu sou a Liz. Esse é o Jace. Temos muito o que falar -eu falei, tentando manter minha seriedade. 

–E você é? - Jace falou, quando finalmente se ergueu das sombras.

-Ahn... Tina -ela disse, como se não confiasse em nós.

E depois disso, ouvimos uma voz de um garoto por trás. 

–Bem, acho que chegamos tarde demais, gente - ele tinha o olho que parecia que era em brasa, era muito avermelhado e os cabelos cacheados num tom de caramelo muito bonito. Eu invejo os cachos dele, sinceramente. Ele começou a ser rodeado de outras pessoas, parecia um grupinho enorme. Todos ali, procurando a mesma resposta.
 


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Notas finais do capítulo

Lizzie ~écidois~
Lace é vida shuash



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